Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis APS - Atividade Prática Supervisionada 2020/02 Atividade 01 Antonio e Henrique celebraram contrato locação de imóvel em Belém, ficando ajustado o preço de R$ 2.000,00 a ser reajustado anualmente, definido o foro da comarca da capital do Pará para dirimir quaisquer conflitos. De forma abrupta após seis meses do contrato Henrique, o locatário, recebeu comunicação do locador que o aluguel seria majorado para R$ 2500,00 já no sétimo mês de vigência do contrato, em razão do aumento dos valores locatícios na cidade. Como estava na vigência do contrato, Henrique notificou Antonio, manifestando a sua expressa discordância. Na data aprazada para pagamento do aluguel Henrique se dirigiu a residência de Antônio para o pagamento e este recusou o recebimento, argumentando que somente receberia e daria quitação se o pagamento fosse de R$ 2.500,00. Antônio procura você como advogado para buscar solução acerca da questão. (Fonte: FGV Projetos Exame XVII OAB - adaptada) Resposta Trata-se de relação contratual bilateral entre as partes, a qual foi acordada de início pela fixação de determinado valor ao qual passaria por revisão entre as partes, dentro do prazo de 1 (um) ano, portanto 12 (doze) meses. Diante do caso em tela, Antônio, na figura de locador do imóvel, demonstra recusa injustificável em receber o pagamento de valor constante em contrato firmado com Henrique (locatário), uma vez que entre as partes, foi ajustada a revisão do valor dentro do prazo de 1 ano de vigência. Os contratos locatícios são regidos pelos Princípios da Autonomia da vontade das partes e do Pacta Sunt Servanda. Logo, alterar cláusulas que disciplinam sobre o que foi livremente pactuado no documento locatício, representa uma afronta direta aos referidos princípios, ainda que por Ação Revisional de aluguel. Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis Henrique, na condição de locatário do imóvel, frente à recusa injustificável de Antônio em dar-lhe quitação ao valor anteriormente firmado, pode valer-se da Ação de Consignação em Pagamento, prevista nos Arts. 334 a 345 do Código Civil, a fim de alcançar a quitação de seu crédito, colocando assim, em mora seu credor e locador. Uma vez demonstrada a injusta recusa de cobrar os aluguéis conforme expresso em contrato, é procedente a ação consignatória a fim de dar a quitação referente os valores constantes em documento firmado entre as partes, dentro do lapso temporal que foi entre estas decidido. Como advogado de Antônio, a orientação adequada a dar-lhe seria de aguardar o prazo estipulado de 12 meses, que consta em contrato para a revisão do valor, de forma que sejam respeitados os princípios norteadores do contrato locatício, e possa lhe dar respaldo e amparo legal no caso de recusa de seu locador em seguir com o contrato de aluguel, nos moldes do novo valor ajustado. Manejar ação revisional de aluguel a fim de discutir acerca de valores e termos constantes no contrato ao qual foi previamente e de livre e espontânea vontade das partes firmado, demonstraria abusividade e desproporcionalidade da parte recusante, uma vez que esteve ciente e aceitou anteriormente as condições impostas. Atividade 02 Mario e Henrique celebraram contrato de compra e venda, tendo por objeto uma máquina de cortar grama, ficando ajustado o preço de R$ 1.000,00 e definido o foro da comarca da capital do Rio de Janeiro para dirimir quaisquer conflitos. Ficou acordado, ainda, que o cheque nº 007, da Agência nº 507, do Banco X, emitido por Mário para o pagamento da dívida, seria pós-datado para ser depositado em 30 dias. Ocorre, porém, que, nesse ínterim, Mário ficou desempregado. Decorrido o prazo convencionado, Henrique efetuou a apresentação do cheque, que foi devolvido por insuficiência de fundos. Mesmo após apresentá-lo, o cheque não foi compensado Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis pelo mesmo motivo, acarretando a inclusão do nome de Mário nos cadastros de inadimplentes. Passados dez meses, Mário conseguiu um novo emprego e, diante da inércia de Henrique, que permanece de posse do cheque, em cobrar a dívida, procurou-o a fim de quitar o débito. Entretanto, Henrique havia se mudado e Mário não conseguiu informações sobre seu paradeiro, o que inviabilizou o contato pela via postal. Mário, querendo saldar a dívida e restabelecer seu crédito perante as instituições financeiras procura um advogado para que sejam adotadas as providências cabíveis. Com base no caso apresentado, elabore a peça processual adequada. (FONTE FGV PROJETOS EXAME XVII DA OAB) Resposta Peça cabível ao caso em tela: Ação de Consignação em Pagamento, cumulado com pedido de tutela de urgência - Arts. 300 e 302, 539 a 549 do Código de Processo Civil. Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ª Vara Cível do Foro da Comarca do Estado do Rio de Janeiro - RJ Mário, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº(xxxxxxxx-x), inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº(xxxxxxxxx-xx), de endereço eletrônico (xxx@xxx.com), residente e domiciliado no Estado do Rio de Janeiro, cidade (xxxx), endereço Rua (xxx), nº (xxx), bairro (xxx), CEP (xxxxx-xxx), por intermédio de seu advogado que este subscreve conforme documento de mandato em anexo (documento em anexo 01), vem respeitosamente perante Vossa Excelência propor a presente: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO c/c PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA Com respaldo legal nos Arts. 300 e 302, 539 a 549 do Código de Processo Civil, combinados aos Arts. 335, III do Código Civil, em face de Henrique, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº(xxxxxxxx-x), inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº(xxxxxxxxx-xx), de endereço eletrônico (xxx@xxx.com), residente e domiciliado no Estado do Rio de Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis Janeiro, cidade (xxxx), endereço Rua (xxx), nº (xxx), bairro (xxx), CEP (xxxxx-xxx), pelos motivos de fato e de direito a seguir aludidos. Dos Fatos Foi celebrado contrato de compra e venda entre consignante e consignado, cujo objeto contratual consubstancia-se em uma máquina de cortar grama, em valor acordado em R$ 1.000,00 (mil reais). Na formalização da compra e venda, através de contrato escrito, as partes inseriram a forma de pagamento na qual se daria em emissão de cheque de nº. 007, da Agência nº 507, do Banco X, que seria emitido pelo consignante, em sua forma pós-datada para depósito dentro de 30 (trinta) dias. Ocorre que, durante a vigência do contrato, o consignante acabou por ficar desempregado, acarretando na devolução do cheque efetuado pelo consignado por insuficiência de saldo. Em nova tentativa de apresentação do cheque, este foi novamente devolvido pela mesma razão, inserindo o nome de Mário, ora consignante, no cadastro de pessoas inadimplentes. Decorrido o prazo de 10 (dez) meses, o consignante foi inserido novamente no mercado de trabalho, e logo buscou quitar seu débito diante de Henrique, ainda que este tenha permanecido inerte durante todo o período até então descrito, sem a demonstração de quaisquer interesse em cobrar a dívida corrente. Em razão da busca pela quitação de sua obrigação, o consignante buscou localizar o paradeiro do consignado, que havia mudado de endereço dificultando o contato via postal e impedindo-o de obter êxito em sua busca. Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis Uma vez que encontra-se sem alternativas para chegar aoencontro de seu consignante, o consignante está em busca de cumprir com sua obrigação, consignando referida quantia atualizada em juízo, saldando sua dívida e consequentemente, retirando seu nome do cadastro de inadimplentes. Conforme prevê o Art. 539, §1º, do CPC, o consignante poderia ter depositado o valor em conta bancária, enviando por seguinte aviso de recebimento, entretanto, este retornaria sem a localização do consignado, e o obrigaria a propor a demanda em questão. Sendo assim, a parte optou por demandar desde logo, evitando a morosidade nos atos processuais. Do Direito A ação de consignação em pagamento versa a respeito de que, não somente a lei obriga o devedor ao pagamento como também assegura a ele o direito de pagar. Havendo situações em que o devedor (de forma injusta) é impedido de pagar sua dívida, ou, por algum motivo não consegue o fazer, ele tem, através da ação de consignação em pagamento, a garantia de que pode quitar seu débito (seja por meio de depósito judicial ou de forma particular). Por ser ato jurídico bilateral, quando o credor se recusa a receber, ele obriga o devedor a recorrer a ação judicial em questão, uma vez que, sua recusa implica no impedimento do devedor de quitar seu débito e cumprir sua obrigação. Importante frisar que a recusa do credor configura em um vício no ato jurídico, e portanto, deve ser apurado de forma legítima. Conforme dispõe a previsão legal do Art. 335, inc. III, do Código Civil: Art. 335, CC.: A consignação tem lugar: (...) Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis III - Credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente ou residir em local incerto, de acesso perigoso ou difícil; É evidente na demonstração no dispositivo legal supra assinado de que o consignante pode desonerar-se da obrigação de pagamento em quantia líquida, uma vez que o consignatário encontra-se residindo em local incerto, e portanto, impossibilitado de recebê-la, dando-lhe a efetiva quitação. Frente aos obstáculos criados pelo credor impedindo a quitação do débito, a presente ação é perfeitamente cabível ao caso sub judice. Ainda, diante da impossibilidade de quitar o débito em decorrência a ausência de informações a respeito da localização do credor, o nome do consignante foi inserido no rol de inadimplentes dos Órgãos de Restrição de Créditos. Sendo assim, a ação de consignação em tela, é cabível a fim que se retire o nome do consignante devedor, uma vez que irá depositar o valor devidamente corrigido de encargos, juros e correção monetária, totalizado o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) (documento em anexo 02), extinguindo assim a obrigação e cessando a causa que permite a permanência de seu nome diante do órgão em questão. Da Tutela de Urgência O consignante pleiteia, além da quitação de sua obrigação de forma judicial uma vez que não pôde ser concedida por seu consignatário, a retirada de seu nome dos cadastros de restrição de crédito como medida legítima, visto que, com o pagamento do débito via depósito judicial, não haverá mais a causa que mantém a permanência do mesmo nos órgãos, evidenciando o seu direito e indicando o perigo de dano caso não seja concedida a tutela. O art. 300 do CPC explicita o cabimento da tutela de urgência: Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O consignante trás, por meio dos documentos inseridos no processo, os elementos que evidenciam seu direito, ora seja de quitação de seu débito, uma vez que não o fez por impossibilidade de localizar seu credor. A apresentação do cálculo atualizado demonstra claramente, a boa-fé e intenção de depósito imediato pelo consignante, não havendo portanto motivos que sustentem a restrição de seu nome. Ademais, é sabido a respeito da morosidade da tramitação dos julgados, sendo portanto, imperiosa a procedência do pedido para que não haja mais reflexos desta restrição em seu dia a dia. Do Pedido Diante do exposto, requer o consignante a Vossa Excelência que seja depositada a quantia devida no prazo legal de 5 (cinco) dias contados do deferimento da presente ação, conforme os termos do art. 542, inc. I, do CPC, com o deferimento do pedido de antecipação dos efeitos da tutela de urgência, a fim de retirar o nome do consignante do rol de inadimplentes dos órgãos de restrição, segundo disposto no art. 300 do CPC. Requer ainda, conforme os termos do art. 256, inc. II, do CPC, a citação do consignado Henrique na forma de edital, a fim de que possa levantar a quantia depositada em juízo ou, ofereça defesa, para que seja julgada procedente a demanda, deferida a tutela de urgência e declarada extinta a obrigação de pagar quantia certa, além da condenação do mesmo em honorários advocatícios e eventuais custas processuais. Aluno: Nathália de Palma Teodoro | RA: 1784809 | Turma: 003107A02 Profº. Fábio Romeu Canton - Ritos Especiais Cíveis Nos termos do art. 319, inc. VII, do CPC, informa o consignante o desinteresse na audiência de conciliação prévia. Protesta provar o alegado, através de todos os meios legítimos e admitidos em direito, principalmente provas testemunhais através da oitiva da parte contrária e testemunhas, provas documentais através da juntada de documentos e provas periciais na eventual necessidade, a fim de esclarecer e aclarar o caso em questão. Dá-se à causa o valor de R$ 3.000,00 (mil reais). Nestes termos, Pede e espera deferimento. ____________________________ Advogado/ OAB Rio de Janeiro, xx de xxxxx de 20xx.
Compartilhar