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ESTUDO DIRIGIDO - Maria Lucia S. Barroco. Ética: fundamentos sócio-históricos.

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ESTUDO DIRIGIDO
BARROCO, Maria Lucia S. Ética: fundamentos sócio-históricos. São Paulo: Cortez, 2010. - (Biblioteca básica do Serviço Social; v.4, cap.2).
1. Aponte como se dá o caráter sócio-histórico dos valores morais e explicitando os sistemas normativos diferenciados das comunidades primitivas e da sociedade de classes.
O sistema normativo se cumpre por meio da reprodução de normas e regas de comportamento socialmente determinados. Origina-se na sociedade primitiva quando determinado por meio da necessidade de preservação e da integração da comunidade, pois tais comunidades desenvolveram valores coletivos, pautados na solidariedade e no igualitarismo. 
 Percebemos o caráter sócio-histórico dos valores morais nas sociedades primitivas, porque nessa sociedade a produção era dividida de forma igualitária e a separação das tarefas seguia o principio da subordinação do indivíduo ao coletivo, todos tinham que trabalhar, os valores eram coletivos, pautados nas necessidades da produção e de proteção da comunidade, formando uma moral com seus fundamentos na coragem, responsabilidade, disciplina, ajuda mútua e solidariedade, tendo a igualdade como principio de justiça. 
Percebe-se que os valores morais surgem das necessidades históricas da humanidade. Depois de estabelecidos os valores passam a compor o sistema normativo que seria o conjunto de normas morais. A moral nas comunidades primitivas apresenta um nível de desenvolvimento restrito, observando que os limites de seu desenvolvimento sócio-econômico e o fato de seus valores serem relativamente homogêneos. 
Já nas sociedades de classes não encontramos estruturado o sistema normativo desta mesma forma, pois já não é possível uma unidade limitada a valores e necessidades comuns ao coletivo, ainda que busquem a relação de sua orientação moral e a abstração das diferenças reais, que surgem dos interesses sócio-econômicos, transcorrem pelos valores e modo de ser. 
Nesse contexto percebe-se que a existência de valores heterogêneos possibilita a transgressão dos indivíduos, das normas morais e dos costumes dominantes e a existência de códigos morais alternativos, a moral se apresenta como exigência de subordinação dos indivíduos singulares às exigências de integração social à moral dominante. Nota-se que a moral torna-se funcional na sociedade de classes pelo seu caráter normativo e por sua estrutura como sistema de exigências às quais os indivíduos respondem no nível de sua singularidade.
2. Comente como se deu o processo que efetivou uma relativa autonomia dos indivíduos frente à função normativa da moral.
O sistema normativo é um conjunto de normas morais que tem em vista a regulamentação do comportamento dos seres humanos com a finalidade de atender as necessidades coletivas desses indivíduos. Esse sistema não se finda em apenas regulamentar, mas também, em nortear a consciência desse indivíduo, compondo um código moral não escrito e o reproduzido a partir da vida cotidiana.
Nas comunidades primitivas da qual originou o sistema normativo, tinha como principal função preservar e integrar a comunidade, isso acabava por relativamente homogeneizar os valores. A moral encontrava- se em um padrão muito restrito de desenvolvimento (restrito pelos fatores econômicos e sociais) dos quais colaboravam por ascender valores solidários nos indivíduos, pautados na solidariedade mútua e divisão de trabalho coletivo.
Observando esse sistema normativo a partir do desenvolvimento socioeconômico, é perceptível que a gênese comunitária desse sistema construído em épocas primitivas, aloca-se hoje em um contexto mais complexo, uma vez que, com o advindo da propriedade privada, da sociedade de classes e da divisão social do trabalho as necessidades de integração social passam a legitimar valores e normas orientados por um ethos dominante.
O indivíduo a partir dessas novas motivações passa de um sujeito homogêneo para um heterogêneo e sua maneira expressiva singular passa ser evidenciada por diversos fatores postos na sociedade, dentre eles, destaquemos sociedade de classes e seus antagonismos, criados na propriedade privada, na divisão social do trabalho e na exploração do trabalho, assumindo na função normativa da moral, formas ideológicas veiculadas a modos diferentes de ser, de pensar e refletir sobre a sociedade.
3. Explique sobre os princípios e valores que estrutura a moral articulando com o processo de construção das formas de alienação.
Os princípios e valores que estruturam a moral são abstratos. Estes princípios e valores morais estruturantes da moral são apropriados pelos indivíduos em cada formação social concreta e situação histórica, além disso, são princípios e valores ontologicamente-objetivos, ou seja, são resultados históricos de conquistas teórico-práticas do ser social no decorrer do seu desenvolvimento. Os princípios abstratos são inerentes à moral, na medida em que fornecem orientações gerais para as normas concretas. Os valores e princípios universais são a expressão de valores objetivos desenvolvidos desigualmente dentro de uma determinada sociedade, de acordo com o desenvolvimento histórico do ser social, sendo sua abstração um movimento de valorização/desvalorização. 
	Para a compreensão das formas de alienação podemos citar a liberdade (categoria ontologicamente fundamental), esta no momento histórico atual, na sociedade burguesa “dirigida” por uma forte classe dominante não pode ser objetivada de forma universal, em outras palavras, não é direcionada a todos os indivíduos. Esta restrição é causada pela estrutura social fundada na divisão social do trabalho e na propriedade privada dos meios de produção, em síntese esta restrição é característica da sociedade de classes. Nesta sociedade dividida em classes as relações sociais são dadas de forma desigual, ocorrendo, desta formam a exploração do homem pelo homem e da alienação. Essa situação histórica evidencia a presença da alienação na objetivação da moral. 
Assim, a moral está vinculada ao desenvolvimento humano-genérico e à sua alienação, pois as formas de reprodução de valores ético-morais são orientadas por princípios e valores sociais e humano-genéricos, isto é, universalmente legitimados, mas que podem não ter condições de se universalizar em determinadas condições sociais, permanecendo como universais abstratos. O fato da moral aparecer como realizável em parte ou não realizável sinaliza uma manifestação da alienação da moral. Além, disto, a alienação moral também se expressa através do moralismo, como por exemplo, o preconceito.
 
4. Os homens elevam-se à condição de seres éticos se atenderem a certas exigências. Explique quais são elas.
Os homens são dotados de capacidades essenciais como a racionalidade, a consciência e a capacidade de criar valores e dentre estes fazer escolhas. Por estas capacidades é que os homens podem elevar-se à condição de seres éticos, que para ocorrer exigem certas particularidades. Tais particularidades segundo Agnes Heller são: a regulação das motivações pessoais, a eleição dos fins e valores relacionados às motivações, a constância e a prudência.
 Já Marilena Chauí considera que o sujeito moral só pode exigir em função de outras exigências, sendo estas: ser consciente de si e dos outros, ser dotado de capacidade para controlar e orientar paixões para estar em conformidade com as normas e valores reconhecidos pela consciência moral e por ultimo, ser responsável e reconhecer-se como autor da ação, tendo consciência das suas consequências e respondendo por elas.
Ambas as exigências destas autoras, são decorrentes das capacidades humanas fundamentais e são características das motivações que remetem a conquistas de natureza humano-genérica. Sendo assim, o agir ético fundamenta-se basicamente com o autodomínio, autocontrole das paixões em função da vontade e da razão, pela liberdade e autonomia, pela consciência moral, pela responsabilidade e por ultimo pela constância.

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