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Direito Processual Civil III (Procedimentos Especiais e Execução) 1º Bim

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Prof. Luis Tizzo
1º Bimestre
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO
Introdução trata-se de influência da ordem constitucional no processo, conforme o Art.1 do CPC.
Direito Material X Direito Processual o direito processual regulamenta a forma que o processo deve caminhar e o direito material visualiza o bem jurídico 
Norma Processual no Tempo e no Espaço Art.14 e 1.046 do CPC é princípio geral do direito que as normas jurídicas se limitam no tempo e no espaço, isto é, aplicam-se em um determinado território e em um determinado lapso de tempo. No nosso direito, foi adotado o princípio da aplicação imediata das normas processuais, sem efeito retroativo.
Teoria do Isolamento dos Atos Processuais Arts. 13 ao 15 do CPC a lei processual nova é aplicada imediatamente aos processos já protocolados, porém deve ser respeitado a ato que foi iniciado na vigência da lei anterior até a sua conclusão 
PRINCÍPIOS
I - Juiz Natural Art. 5, XXXVII e LIII da CF é o direito de ser julgado por um juiz competente de acordo com as regras gerais e abstratas previamente estabelecidas, isto é, a determinação do juízo competente para a causa deve ser feita com base em critérios impessoais, objetivos e pré-estabelecidos.
II - Devido Processo Legal Art. 5, LIV da CF ninguém será privado da liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal;
III - Igualdade Processual / Isonomia Art. 7 do CPC deve-se oferecer o mesmo tratamento para as partes envolvidas no devido processo, assegurando às pessoas oportunidades iguais, considerando suas condições diferentes;
IV - Contraditório Art. 9 do CPC significa que todo acusado terá o direito de resposta contra a acusação que lhe foi feita, utilizando, para tanto, todos os meios de defesa admitidos em direito. 
Trata-se de ciência e resistência, significa que ao proteger o contraditório a garantia da parte saber o que está acontecendo em um processo que poderia afeta-lo, a resistência em saber, ou seja, a necessidade da ciência mais a possibilidade de resistência;
V - Ampla Defesa Art. 5, LV da CF corresponde a um direito constitucional conferido ao acusado, para que o mesmo possa se defender, sem qualquer espécie de impedimento de seus direitos constitucional. Acontece no momento em que a parte opta por resistir 
VI - Publicidade Art. 155 do CPC todos os atos e todos os autos são, em regra, públicos, visibilidade interna e visibilidade externa.
· Visibilidade Interna é a publicidade para as partes (segredo de justiça);
· Visibilidade Externa é a publicidade perante terceiros.
VII - Duração Razoável Art. 4 do CPC não é garantia de processo rápido. 
É a garantia de que o processo durará o tempo necessário para ser adequadamente julgado, trata-se da garantia de que o processo não fique parado indevidamente. 
Existem 3 parâmetros de constatação do respeito a duração razoável do processo 
· Complexidade da causa;
· Comportamento das partes;
· Comportamento do judiciário.
VIII - Eficiência e Efetividade Art. 8 do CPC diz respeito à prestação da atividade jurisdicional, efetividade é o processo que teve todas as etapas respeitas e praticadas de maneira adequada. Efetividade se refere a entrega do bem desejado e reconhecido como por direito pela decisão.
IX - Boa-Fé Processual Art. 5 do CPC está por sua vez, está relacionada ao comportamento probo das partes, o Código não nos diz a respeito do que é boa fé, mas nos diz sobre o que é a má fé, ou seja, é praticado a boa-fé quando se age com condutas divergentes das previstas como sendo de má-fé.
ELEMENTOS DA AÇÃO
Partes são os sujeitos parciais do processo, aqueles que tem interesses diretos na causa (autor e réu); o juiz é o imparcial a rigor, já em segundo grau ou superiores também são representados de maneira imparcial, no que tange ao MP pode ser sujeito imparcial e parcial pois o mesmo pode estar no processo como parte ou também como fiscal da lei, podendo ainda ocorrer o litisconsórcio (pluralidade de partes)
Causa de Pedir são os fatos contados através de uma história e seus fundamentos jurídicos que se trata da demonstração da previsão jurídica que está sendo buscada dentro da causa de pedir temos: 
· Causa de Pedir Próxima que são os fundamentos jurídicos; 
· Causa de Pedir Remota que são os fatos.
Pedido este representa o bem da vida a ser buscado, ou seja, é a conclusão da exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos, exprimindo aquilo que o autor pretende do Estado frente ao réu. Sua finalidade é dupla: obter a tutela jurisdicional do Estado (uma condenação, uma declaração) e fazer valer um direito subjetivo frente ao réu.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
Condenatória estas visam uma prestação (algo a ser feito/praticado), permitem a fase de cumprimento de sentença (executiva lato senso e mandamental também fazem parte). Se o cumprimento for espontâneo ela será Condenatória.
Constitutiva estão vinculadas a direito potestativo, qual são situações onde ocorre a transformação de uma situação jurídica e desta forma visando a fase de cumprimento de sentença, a decisão é autoaplicável (ex.: ação de divórcio/guarda); ação de divórcio cumulada com alimentos será considerada mista.
Declaratória são demandas de mera certificação ou constatação esta é a apropriada para afastar dúvidas e solucionar divergência sobre a existência, inexistência e o modo de ser da relação jurídica, por isso, muito se assemelha ao recurso de embargos de declaração. 
Executiva Lato Senso é aquela quando a sentença condenatória comporta execução no mesmo processo em que foi proferida, sem necessidade de ser instaurado formalmente o processo executivo.
· Coerção Direta é o ato de obrigar o cumprimento se dirige diretamente sobre a coisa desejada (ex: apreensão de bens). O ato recai diretamente ao objeto da condenação.
Mandamental está por sua vez tem por objetivo principal a busca de uma ordem do juízo para que se faça ou deixe de fazer alguma coisa, de acordo com o sentido da pretensão deduzida e se divide em:
· Coerção Indireta é o ato de obrigar o cumprimento se dá de maneiras paralelas (ex: prisão por não pagamento de alimentos). 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
São Requisitos de Constituição e desenvolvimento do Processo. Em suma são os Requisitos mínimos para se configurar uma relação jurídica.
· Petição Inicial;
· Partes;
· Jurisdição;
· Citação.
No caso da ação que tiver réu como por exemplo divorcio consensual a citação não será Pressupostos.
PRESSUPOSTOS DE VALIDADE 
Referem-se ao desenvolvimento valido e regular do processo. Para haver a apreciação do pedido deve-se haver os Pressupostos de Validade.
· Petição Inicial Apta Art. 319 do CPC endereçamento (juízo ao qual é dirigido), qualificação das partes, fatos e fundamentos, pedido, valor da causa, provas, interesse em conciliação;
· Competência do Juízo é a limitação do exercício da jurisdição atribuída a cada órgão ou grupo de órgãos jurisdicional;
· Imparcialidade do Juiz Art. 144 do CPC ser imparcial quer dizer que se trata de manter equidistância das partes, não podendo ser mais próximo do autor ou réu.;
· Legitimidade de Parte e Representação Processual ninguém pode tutelar direito alheio em nome próprio;
· Legitimidade Ordinária trata-se da tutela de direito alheio em nome alheio (ex: através de procuração);
· Legitimidade Extraordinária se trata de uma exceção da regra, ocorre quando alguém defendendo direito alheio em nome de outro, esta somente se aplica por previsão legal (ex: ação de alimentos, ação de sindicatos, ação civil pública);
· Interesse Processual representa necessidade e adequação;
· Citação Válida a citação deve ser pessoal. Dentre as modalidades citação existem: por AR, por oficial de justiça, por edital, por hora certa, por carta precatória, por carta rogatória e no balcão’;
· Capacidade Postulatória é a capacidade de atuar em juízo, em regra o advogado possui capacidade postulatória. No JEC as partes possuem capacidade postulatória. Nos casos de impedimento ou suspeição o juiz também terá capacidade postulatória. 
FORMAS DE COMPETÊNCIASe trata do local onde o processo irá tramitar, isto é, tratar da identificação do lugar onde a demande tenha que ser adequadamente proposta. 
A competência organiza a atividade julgadora do Estado.
I - Competência Constitucional Art. 108 e 109 da CF é quando a regra de competência está prevista na CF. 
O Art. 108 trata da competência do TRF, e o Art. 109 trata da competência do Juiz Federal;
II - Competência Legal é aquela que está prevista na lei (lei infraconstitucional);
III - Competência Regimental é aquela prevista nos regimentos internos dos tribunais;
IV - Competência Negocial é aquela prevista nos negócios jurídicos (clausula de eleição de foro).
CLASSIFICAÇÃO
· Competência de Foro é o lugar, comarca, território;
· Competência de Juízo é a vara, unidade administrativa;
· Competência Originária Art. 102, I da CF é onde o processo começa;
· Competência Derivada ou Recursal Art. 102, I e II da CF é para onde o processo será enviado em razão de um recurso;
· Competência Funcional é a que se verifica qual órgão funciona/serve para julgar as demandas. A competência regimental é sempre funcional.
· Competência Relativa quando ela for em razão do território (competência de foro) ou valor da causa (JEC Estadual até 40 s.m. JEC Federal até 60 s.m.);
Não pode ser reconhecida de oficio, esta deve ser alegada em preliminar de contestação sob pena de preclusão e prorrogação, se trata de um vício sanável e poderá ser alterada pela vontade das partes;
· Competência Absoluta quando ela for em razão da matéria (ramo do direito), da pessoa (diante da função, foro por prerrogativa de função, menor de idade) ou pelo critério funcional.
Pode ser reconhecida de oficio pelo juiz, esta deve ser alegada em preliminar de contestação, mas caso não aconteça poderá ser alegada a qualquer momento, se trata de um vício insanável e suscetível de ação rescisória.
Como Identificar
1. Verificar se é competência nacional ou internacional;
2. Se nacional, verificar se é competência originaria de Tribunal ou de órgão atípico;
3. Verificar se é justiça comum ou especial;
4. Sendo comum, verificar se é Estadual ou Federal;
5. Verificar o foro competente;
6. Verificar o juízo competente.
MODALIDADES
Voluntaria, sempre espontânea com terceiro comparecendo nos autos por conta de ajudar uma das partes 
Assistência se trate de intervenção voluntaria, espontânea em que o terceiro vai ao processo para assistir ajudar a parte a sair vitoriosa.
Denunciação da Lide a denunciação só é possível quando existir uma relação de garantia legal ou convencional. Garantia legal é aquela prevista em lei (ex: garantia em face de evicção que é a perda da coisa em razão de decisão judicial), já a convencional é aquela prevista em contrato (ex: seguro).
O objeto da Denunciação da Lide é trazer aos autos terceiro responsável que poderia sofrer uma ação regressiva no futuro, a denunciação produz economia processual.
Na Denunciação da Lide indica-se um terceiro para responder em meu lugar, por força de uma garantia.
Na Denunciação da Lide o denunciante quer ficar livre da obrigação, esta nunca é voluntaria se trata de uma intervenção provocada. 
Quem pode fazer a Denunciação da Lide são autor (denunciante) e réu (denunciado).
Chamamento ao Processo ocorre em uma das três hipóteses contida no Art. 130 do CPC.
I - Fiador chama devedor principal;
II - Fiador chama outros fiadores;
III - Devedor chama outros devedores solidários.
Na Denunciação o terceiro é trazido para responder no lugar da parte, já no Chamamento o terceiro (chamado) é trazido para responder junto com a parte (chamante).
Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica o adimplemento de uma obrigação, ela desconsidera a proteção patrimonial legalmente prevista.
O princípio da patrimonialidade o patrimônio do devedor responde pelas dividas por ele contraídas.
O CPC tem como novidade a Desconsideração Inversa, nessa hipótese o patrimônio da PJ respondera pela dívida pessoal do sócio. 
Amicus Curiae Art. 138 do CPC pode-se estabelecer Amicus Curiae em qualquer grau de jurisdição, é a única intervenção que pode ocorrer de oficio. 
ATOS DAS PARTES
Art. 200 os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
Parágrafo único a desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
Art. 201 as partes não poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papeis e documentos que entregarem em cartório.
Art. 202 é vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo.
Partes autor, réu, terceiros (como parte superveniente), MP (não quando atua como fiscal da lei).
Inercia da Parte é chamada de contumácia.
Ônus Art. 373 do CP se trata da responsabilidade probatória. 
No Processo Civil só pode ser considerado o que está no processo. 
Teoria da Carga Estática da Prova Art. 373, caput, I e II do CPC a lógica desta teoria é a de que aquele que alega deve fazer prova, ou seja, este terá que provar.
Teoria da Carga Dinâmica da Prova (Inversão do Ônus da Prova) Art. 373, §1 do CPC consiste em retirar o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente debilidade de suportá-lo, impondo sobre quem se encontra em melhores condições de produzir a prova essencial a resolução do litígio.
A Inversão do Ônus da Prova tem por momento oportuno o saneamento (decisão de organização). 
O saneamento serve para que o juiz fixe os pontos controvertidos do processo e diga quais provas serão produzidas.
· O saneamento ocorrerá se não for caso de julgamento antecipado;
· Fixa os pontos controvertidos e identifica quais os elementos do litigio. 
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