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Exames Imunológicos ou Sorológicos (sem automação) Exames Sorológicos São exames que se destinam à pesquisa de anticorpos no soro ou plasma de pacientes. Objetivo Diagnosticar, indiretamente, através de pesquisa de anticorpos, casos de doenças ou infecções em que os agentes etiológicos não são capazes de crescer em meios de cultura artificiais (exemplo vírus, bactéria da sífilis, etc). SORO X PLASMA → Soro: Proveniente de sangue coletado SEM anticoagulante, espontaneamente ou após centrifugação. Foi gasto o fibrinogênio no processo de coagulação do sangue. → Plasma: Proveniente de sangue coletado COM anticoagulante, espontaneamente ou após centrifugação. Mantém o fibrinogênio EXAMES SOROLÓGICOS Princípio: reações de aglutinação 1. PCR (proteína C reativa) • Esta proteína possui atividade anti-inflamatória e ajuda o sistema imunológico a combater germes invasores. • A PCR é produzida no fígado e se encontra elevada no soro de pacientes em casos de inflamação ou infecção, inclusive, infartos do miocárdio (PCR ULTRASENSÍVEL) • Eleva-se rapidamente após o estímumlo inflamatório (4-6 horas). Pico em 24-72 horas • Na ausência de estímulo inflamatório crônico normaliza-se em 3-4 dias. • É inespecífico, isto é, não especifica a doença em questão. Fundamento do exame: Reação de aglutinação, utilizando partículas ou esfera de látex recobertas com anticorpos anti-proteína C reativa. LÁTEX: partícula inerte • As partículas de látex ou hemácias usadas como suporte nas reações imunológicas promovem reações de AGLUTINAÇÃO, facilitando a visualização da reação. • Reações de aglutinação são aquelas em que o antígeno é particulado • Reações de precipitação são aquelas em que o antígeno é líquido. Kit de laboratório para PCR Controle positivo: soro sabidamente positivo Controle negativo: soro sabidamente negativo Etapas de realização dos exames 1. Colocar controle positivo e controle negativo no primeiro e segundo poços; 2. Pipeta o soro dos pacientes nos demais poços; 3. Adiciona-se o reagente do PCR sobre todos os soros; 4. Homogeneiza; 5. Leitura: Resultado + (com grumos) e neg (sem Grumos). → AS REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO E PRECIPITAÇÃO SÓ OCORREM QUANDO AS QUANTIDADES DE ANTÍGENO E ANTICORPO SÃO EQUIVALENTES. → DAÍ A IMPORTÂNCIA DE PIPETAR OS REAGENTES NA QUANTIDADE DETERMINADA NAS BULAS DOS KITS LABORATORIAIS Equivalência entre anticorpos e antígeno Temos antígenos e seus respectivos anticorpos nesses tubos, mas só onde houver equivalência de anticorpos e antígeno, em quantidade, haverá aglutinação ou precipitação visível. Na zona de equivalência, ocorre a malha de aglutinação visível. PROZONA: Corresponde à zona de excesso de anticorpo. PCR (proteína C reativa): resultados • O valor normal de PCR é menor que 06 mg/L. Se houver aglutinação na placa, é necessário fazer a diluição do soro para se determinar o valor real do PCR. • A diluição da amostra permite detectar títulos maiores que 06 mg/L. • Fator de diluição: 6,5 (multiplica o título da diluição com o fator de diluição). TESTE QUANTITATIVO É realizado através de diluições (ver slide seguinte) Como realizar as diluições: 1. No TUBO 1, adicionar 50 μl de solução fisiológica (salina) e distribuir essa quantidade de solução fisiológica em quantos tubos você quiser usar para fazer diluições; 2. Também no tubo 1, adicionar 50 μl do soro do paciente (diluição 1:2). Homogeneizar e transferir 50 μl dessa mistura para o tubo 2 que já contém 50 μl de solução fisiológica. Homogeneizar e transferir 50 μl dessa mistura para o tubo 3 (1:4) e assim por diante; 3. Transfira o conteúdo de cada tubo para cada poço na placa (50ul) (ou faça as diluições na própria placa preta); 4. Adicione o reagente em cada tubo; 5. Faça a leitura da reação na placa 2. ARTHRI-TEST E WAALER-ROSE ARTHRI-TEST • Exame para auxiliar no diagnóstico de artrite reumatoide. • A artrite reumatóide é uma doença auto-imune de evolução lenta que tende à cronicidade • A fase final após 15-20 anos de doença caracteriza- se por um quadro de deformidades e limitações de movimento (há erosão de cartilagens, que posteriormente podem calcificar e fragmentar) ARTHRI-TEST • O objetivo do exame é a detecção do fator reumatóide no soro de um paciente portador de artrite reumatóide. • O fator reumatóide é uma IgM dirigida contra o fragmento Fc de uma IgG. Fator reumatóide: IgM anti-IgG IgM monomérico IgM (pentamérica) RESULTADOS ARTHRI-TEST → As amostras reagentes com títulos superiores a 25 UI /mL devem ter valor diagnóstico → Todas as amostras reagentes devem ser diluídas para ter o seu título determinado → Fator de diluição: 8 → O aumento do título reflete a progressão da doença, daí a importância da prova quantitativa. → Reações falsamente positivas podem ser verificadas com outras doenças → Reações falsamente positivas podem ser verificadas com outras doenças. Fundamento do arthri test Arthri-test: partículas de látex adsorvidas com IgG (este é o reagente) são misturadas ao soro do paciente Fundamento do Waaler-Rose Waaler-Rose: hemácias de carneiro adsorvidas com IgG são misturadas ao soro do paciente. Nos casos positivos, há hemólise. 3. ASO ou ASLO (anti-estreptolisina O) • Uma das toxinas produzidas pelo Estreptococo beta hemolítico é a estreptolisina-O, descrita por Todd em 1932 • Quando, após uma infecção de orofaringe ou pele, o paciente não é tratado adequadamente a toxina induz o organismo a produzir a antiestreptolisina-O (ASO) anticorpo- • Após 2-3 semanas de infecção não tratada, a antiestreptolisina-O que tem estrutura semelhante a porções do miocárdio, rins e articulações, pode levar ao desencadeamento de, respectivamente: 1- Febre reumática (geralmente após infecções estreptocócicas de orofaringe) 2- Glomérulo nefrite (geralmente após infecções de pele), além das dores nas articulações. Fundamento do exame: o O soro em análise é colocado em contato com um reagente que contém partículas de látex revestidas com estreptolisina-O. o A reação de aglutinação pode ser qualitativa e quantitativa (através da técnica de diluição). o Fator de diluição: 200 RESULTADOS: ASLO Resultados: • Em soros normais, sempre existe ASLO em concentração inferior a 200 UI/mL, e por esta razão não se deve expressar um resultado como negativo e sim com os valores. • Valores inferiores a 200 UI/mL não são significativos para infecções estreptocócicas. • Para glomérulo-nefrite, apenas valores acima de 500 • UI/mL podem caracterizar a existência da doença. TESTES DE GRAVIDEZ Princípio: imunocromatografia Baseiam-se na pesquisa do hormônio da gravidez, denominado hCG (hormônio Gonadotrofina Coriônica Humana) PRODUÇÃO DO hCG É um hormônio produzida pelo trofoblasto, grupo de células do embrião que dá origem à placenta O hormônio hCG produzido pelo trofoblasto consegue alcançar a corrente sanguínea da mãe, o que possibilita sua detecção por exames laboratoriais ultrassensíveis. β hCG O hCG é composto de duas subunidades α e β • O exame é realizado utilizando anticorpos monoclonais anti-subunidade β, altamente específicos e quase totalmente desprovidos de reações cruzadas • A subunidade alfa está presente em outros hormônios como os da tireóide Testes laboratoriais para gravidez a- Inibição da aglutinação b-Aglutinação direta C- β hCG O Beta hCG deve ser realizado no sangue ou urina? → O hCG produzido passa para a circulação sanguínea da mãe e é filtrado pelos rins, sendo parte dele eliminado pela urina. → Logo, o beta hCG pode ser dosado tanto no sangue como na urina da mulher. → A dosagem na urina permite casos de falso- negativos no início da gestação e em urinas diluídas CONCENTRAÇAO DE β hcg o A produção deβ hCG se intensifica dobrando em média a cada 2 dias, atingindo os maiores níveis em torno da 10ª semana de gestação. o A capacidade de detecção de níveis variáveis deste hormônio determina a sensibilidade dos testes laboratoriais o PLANOTESTES (testes de inibição de aglutinação e aglutinação direta): o Testes de 50 a 500 UI detectam positividade após o 13º dia de atraso menstrual ● β hcg de 25 UI a detecção da gravidez se dá no 2º ou 3º dia de atraso menstrual ● β hCG com 10 UI detecta gravidez 24 horas após a concepção. Procedimento para realizaçao de β beta hCG qualitativo Tiras reagentes adsorvidas com anticorpos anti-beta hCG + conjugado de cor são inseridas em tubos contendo soro ou urina do paciente. • Quando há hormônio na urina ou soro do paciente na quantidade correspondente à sensibilidade do teste, há a formação de duas faixas. • Quando apenas uma faixa se forma (controle), o resultado é negativo. • Anticorpos anti-beta hCG + conjugado de cor β hCG QUANTITATIVO Realizado por técnica de quimioluminescência (será estudado em outra aula). Valores de beta hCG quantitativo ao longo da gravidez Em geral, os valores do β hCG comportam-se da seguinte maneira ao longo das semanas de gravidez: Mulheres não grávidas ou com menos de 3 semanas de gravidez: menor que 5 mIU/mL. 3 semanas de gravidez: entre 5 e 50 mIU/ml. 4 semanas de gravidez: entre 5 e 426 mIU/ml. 5 semanas de gravidez: entre 18 e 7.340 mIU/ml. 6 semanas de gravidez: entre 1.080 e 56.500 mIU/ml. 7 a 8 semanas de gravidez: entre 7.650 e 229.000 mIU/ml. 9 a 12 semanas de gravidez: entre 25.700 e 288.000 mIU/ml. 13 a 16 semanas de gravidez: entre 13.300 e 254.000 mIU/ml. 17 a 24 semanas de gravidez: entre 4.060 e 165.400 mIU/ml. 25 a 40 semanas de gravidez: entre 3.640 e 117.000 mIU/ml. Atenção!!!! os valores acima são apenas para orientação. Eles não são uma regra e outras referências podem apresentar valores distintos. RECOMENDAÇÕES PARA AMOSTRA de β hCG a- URINA: • Urinas hemorrágicas ou turvas devem ser filtradas ou centrifugadas • Usar a primeira amostra da manhã que contém maior concentração de hCG, igualando-se aos níveis sanguíneos de hCG • Os recipientes utilizados (vidro ou plástico) na coleta deverão estar limpos e secos, isentos de detergentes que podem interferir no teste e falsear o resultado b -SOROS Soros lipêmicos (turvos) devem ser evitados RESULTADOS TESTES DE GRAVIDEZ Resultados Falso-positivos: Doenças trofoblásticas (molahidatiforme, coriocarcinoma) Tumores testiculares Proteínúria Contaminação bacteriana Doenças reumáticas Drogas anticonvulsivantes, Drogas antiparkisonianas Hipnóticos e tranqüilizantes Obs: A produção de hCG de tumores trofoblásticos pode ser bem grande, frequentemente acima de 100.000 e em alguns casos, ultrapassando os 500.000 mIU/mL. Resultados Falso-negativos: • Gravidez ectópica • Aborto iminente • Drogas diuréticas TESTES RÁPIDOS (TR) Os Testes Rápidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, cujas execução, leitura e interpretação podem ser realizados em até 20 minutos. FORMATOS DE TR a- Dispositivos (ou tiras) de Imunocromatografia (ou fluxo lateral) para pesquisa de anticorpo total. Mecanismo da Imunocromtografia de fluxo lateral → Na área A, há antígenos do agente infeccioso investigado ligados a ouro coloidal. A amostra de sangue do paciente é depositada sobre a membrana na área A. → Os anticorpos, se presentes na amostra do paciente, se ligam ao antígeno formando um imunocomplexo Antígeno-Anticorpo. → Com a adição do tampao, o imunocomplexo migra até a área teste (T) onde será visualizada uma linha vertical devido ao ouro coloidal → A reação será válida se houver o aparecimento de uma linha colorida, na área de controle (C). → Na linha controle tem um anticorpo fixado que recebe o antígeno com ouro coloidal, confirmando que o teste está funcionando bem. A= ag + ouro coloidal C= controle - anticorpo T – anti-anticorpo COMO FUNCIONA A IMUNOCROMATOGRAFIA 1. Área A: antígenos ligados a ouro coloidal amostra do paciente tampão 2. Área teste: anti-anticorpos fixados 3. Controle: Anticorpo fixado (recebe o antígeno com ouro coloidal) Interpretação teste rápido Reagente: Quando houver formação de duas linhas coloridas: uma, na área de teste (T) e outra, na área de controle (C). Não reagente: Quando houver formação de uma linha colorida, somente na área de controle (C). Inválido: Quando não houver linha colorida, na área de controle (C). TESTE RÁPIDOS PARA PESQUISA DE IgM e IgG A fabricação de um teste imunocromatográfico é um processo que emprega princípios de biologia, química, física e engenharia. COMPONENTES DO TESTE Os componentes se sobrepoem e são montados sobre uma parte de suporte. 1. Filtro de amostra Controla a distribuição do material para o suporte do conjugado, impedindo o alagamento Material: malhas de algodão, fibras de celulose e fibras de vidro 2. Suporte do conjugdo: Anticorpos do paciente+ ouro coloidal. Preparo de partículas de ouro coloidal são baseados na redução aquosa de ácido tetracloroaúrico (HAuCl4) usando diferentes tipos e quantidades de agentes redutores. Material: podem também ser empregadas no teste: partículas de látex coloridas partículas magnéticas e moléculas fluorescentes . 3. Membrana de nitrocellulose: teste e controle TESTE: anti-anticorpos IgM e IgG, separadamente CONTROLE: anticorpo que se ligará ao antígeno com outro coloidal que migrará quando for adicionado o tampão o O filtro absorvente tem como finalidade puxar todo o fluido adicionado no teste assegurando que não ocorra a volta deste material, evitando assim falsos positivos. O material é tipicamente uma celulose de alta densidade SENSIBILIDADE/ESPECIFICIDADE DOS TR * Sensibilidade de 100% * Especificidade de 99,4% Semelhantes aos testes Elisa 3ª geração Amostras para TR A amostra utilizada no teste rápido pode ser: o Soro o Plasma o Sangue total: EDTA lanceta (desprezar 1ª gota) Testes complementares • Embora os testes rápidos e os IE sejam sensíveis e específicos, resultados falso-positivos podem ocorrer. Por esta razão, os testes complementares foram desenvolvidos. • Os testes complementares utilizam diferentes formatos e princípios. Estão incluídos nessa categoria:Western blot (WB), eimunofluorescência indireta (IFI). • A IFI foi muito utilizada como teste complementar durante a primeira década da epidemia de HIV, mas atualmente foi substituída pelo WB e PCR (Polimerase chain reaction). IMUNOFLUORESCÊNCIA A técnica de imunofluorescência combina corantes fluorescentes, como o isotiocianato de fluoresceína, com anticorpos para que fluoresçam quando expostos à luz ultravioleta; • Principal tipo: 1. Imunofluorescência indireta 2. Imunofluorescência direta Imunofluorescência Indireta → O anti-anticorpo vai se ligar somente se o anticorpo específico estiver formando complexo com o seu antígeno; → Depois da incubação a lâmina é lavada para remover o anticorpo não ligado e é examinada ao microscópio de fluorescência; → Se o antígeno fixado à lâmina aparece fluorescente, significa que o anticorpo específico está presente no soro; → No microscópio de imunofluorescência, filtros adequados para evitar a passagem, pela ocular, de luz de baixo comprimento de onda, protegendo assim os olhos do observador. WESTERN- BLOT • Método padrão confirmatório de positividade • O DNA ou RNA de um agente etiológico é tratado com endonucleases para criar fragmentos de tamanhos diferentes; • Os fragmentos do ácido nucléico são separados por eletroforese em gel e depois transferidos para papel de nitrocelulose; • Este papel depois é colocado em contato com o soro do paciente suspeito de apresentaranticorpos contra um determinado microrganismo e, após corado, aparece um “borrão” no local onde o anticorpo do paciente se fixou. Outros testes: Teste de Dick (Escarlatina) A injeção de uma dose de teste cutâneo da toxina eritrogênica (teste de Dick) resulta em um resultado positivo em pessoas que não produziram a antitoxina (aparecimento de edema e eritema após 8 - 24 horas). Teste de Widal (febre tifóide) É a pesquisa de anticorpos dirigidos contra os antígenos O e H de Salmonella typhi ou Salmonella parapyphi A e B através de reação de aglutinação Reação de Fixação de complemento (sífilis) o A fixação do complemento foi usada antigamente para o diagnóstico da sífilis (teste de Wasserman) e ainda é utilizada para diagnosticar determinadas doenças virais, fúngicas e causadas por Riquétsias o Quando, para o antígeno em questão, o soro contém Anticorpo, o Complemento é fixado e, ao se adicionar o sistema indicador, não ocorrerá hemólise. Mononucleose infecciosa ou doença do beijo Teste de Paul and Bunnel • Paul and Bunnel verificaram que o vírus EpsteinBarr formam anticorpos heterofilos que aglutinam hemácias de boi • O teste sorológico baseia-se em partículas de látex revestidas com eritrócitos de boi • Trata-se de um teste de hemaglutinação.
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