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MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S.; PFALLER, Michael A.. Microbiologia Médica. 8 ed. Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2017. GOLDMAN, Lee et al. Cecil Medicina ; 24 edição ; Rio de Janeiro: Elsevier, , 2014. Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae (gonococo) Bactéria Gram negativo Aeróbio Mesófilas Morfologia: cocos; arranjo: diplococo Intracelular facultativo Catalase positiva Fatores de virulência do organismo Adesinas: responsável em se estabelecer no epitélio colunar das superfícies mucosas - Fímbrias do tipo IV adesão FROUXA no epitélio (vagina, neutrófilos, eritrócitos, etc.) - Opa adesão FORTE às células do epitélio; Porina: - PorB Sua principal função é formar poros na célula hospedeira, permitindo a passagem do gonococo na célula hospedeira; Também está relacionada à capacidade evasiva de morte bacteriana (evasina), visto que permite uma certa sobrevivência dentro do neutrófilo quando fagocitado, além de inativar o IgA. Representação do gonococo intracelular nos neutrófilos Toxina: - LOS (Lipo – oligossacarídeo): é uma endotoxina que atua nos danos celulares, estimulando a liberação do TNF, fosfolipases e MEDICINA – NOVE DE JULHO Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce proteases. Isso estimula e intensifica o processo inflamatório no organismo. Protease IgA1: - é uma enzima que cliva a dobradiça do anticorpo humano IgA1, criando fragmentos imunologicamente inativos Fc e Fab e que, consequentemente, inibe a ação de outros anticorpos como IgM e IgG. - Colonização do epitélio A bactéria passa por variação antigênica através do processo de transformação (captação de material genético de outro organismo ou do meio), o que leva a certa resistência aos antibióticos e possibilidade de infecções recorrentes. Patogênese + Fisiopatologia 1. Ocorre a adesão frouxa (fímbrias tipo IV) e forte (Opa) do gonococo às células epiteliais do hospedeiro. Formando uma colônia bacteriana. 2. Após a adesão, a proteína PorB facilita que o gonococo passe pelo epitélio através do processo de transcitose. 3. O gonococo se replica dentro do epitélio e, depois, é liberado e alcança a camada subendotelial 4. Na camada subendotelial, os gonococos então replicados, serão fagocitados pelos neutrófilos e células dendríticas (CD). Nesse momento, os gonococos liberam LOS, assim como as células imunológicas liberam citocinas pró-inflamatórias (quimiotaxia) para recrutar mais leucócitos ao local de infecção. Essa reação inflamatória leva a formação do exsudato purulento, facilitando a transmissão do gonococo. Doença Transmissão – contagiosa (humano humano): - via sexual, com relação vaginal, oral, anal. - durante o parto, atingindo a conjuntiva do RN - mãos contaminadas na conjuntiva Manifestações clínicas: Homem: Uretrite - Incubação de 2-5 dias Usuario Nota Uretrite gonocócica - corrimento uretral purulento (exsudato purulento) e disúria - complicações: epididimite (dor testicular e edema), prostatite ( dor pélvia/perineal com retenção urinária), disseminação via hematogênica (rara) Gonorreia – corrimento uretral purulento Mulheres: Cervicite mucopurulenta (infecção no canal cervical) - mulheres assintomáticas – prevalência - corrimento vaginal não frequente - complicações: DIP, problemas na tuba uterina (gravidez ectópica einfertilidade) - Dispareunia (dor na relação sexual) Mecanismo de defesa: infecção recorrente (variação antigênica). Produção de anticorpos contra cepas específicas. Memória imunológica não muito efetiva. Conjuntivite purulenta: Em RN durante o parto vaginal oftalmia neonatal secreção mucopurulenta - perfura o epitélio córneo - complicações: cegueira, infecção sistêmica, pneumonia. Agente etiológico: Chlamidya trachomatis Bactéria Gram negativa Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Intracelular obrigatória Metabolismo limitado incapaz de gerar ATP, usando da célula horpedeira desenvolvimento dimórfico: corpo elementar (CE) e reticulado (CR) o CE – forma infectante (extracelular); não pode se replicar o CR – forma reprodutiva (intracelular/vegetativo) (forma convertida do CE no meio intracelular) o Formação de inclusões: CE + CR endossomo são necessárias para o crescimento desta bactéria, isolando o organismo do meio extracelular e citoplasmático Fatores de virulência Estão relacionados com o ciclo biológico intracelular MOMP – principal proteína da membrana externa da parede celular OMP2 – rica em cisteína e é responsável pelas pontes dissulfeto que fornecem a estabilidade dos CE Patogênese + Fisiopatologia 1. O início do ciclo biológico se dá quando os CE se aderem às microvilosidades das células hospedeiras suscetíveis, penetrando ativamente na célula hospedeira 2. Internalizadas, ficam dentro do fagossomo citoplasmático, prosseguindo o ciclo. Ficando intacta a MOMP, o lisossomo não se funde com o fagossomo que contém o CE, evitando a morte celular. 3. Dando de 6-8 horas após a entrada na célula, o CE começa a se converter em CR e metabolicamente ativos, sendo parasitas de energia, visto que pegam o ATP do hospedeiro para manter seu processo metabólico. 4. Os CR se multiplicam por fissão binária. O CR ainda está no fagossomo, sendo portanto esse complexo chamado de inclusão. 5. Após 18-24 horas, os CR se organizam em CE menores infectante e são liberadas da célula que infectaram através do rompimento destas. Receptores para os CE: células epiteliais não ciliadas cuboides, colunares e de transição, que são encontradas, sobretudo, em membranas mucosas da uretra, endocérvice, endométrio, tubas uterinas, reto, trato respiratório e conjuntiva. A melhor imunidade para enfrentar a bactéria da clamídia é a resposta celularpor Th1, aumentando a imunidade. A resposta humoral, mediada por Th2, indica um infecção crônica. o Os anticorpos enfrentam o MOMP o Destruição direta das células Doença Epidemiologia: - Importante associação com a gonorreia - 75% das infecções são por mulheres – alta frequência na população feminina - 50% dos homens infectados são assintomáticos Transmissão - contagiosa (humano humano): - via sexual, com relação vaginal, oral, anal. - durante o parto, atingindo a conjuntiva do RN - mãos contaminadas na conjuntiva Manifestações clínicas: Homem: Uretrite não gonocócica - Corrimento não purulento mucoide discreto, com disúria leve e intermitente - Desconforto uretral (coceira e dor) Usuario Realce Usuario Realce - complicações: epididimite Mulheres: Cervicite mucopurulenta (infecção no canal cervical) - mulheres assintomáticas – prevalência - corrimento vaginal não frequente - complicações (sorotipos D-K): DIP, problemas na tuba uterina (gravidez ectópica einfertilidade) - Dispareunia (dor na relação sexual) Recém –nascidos (RN): oftalmia neonatal/ conjuntivite neonatal secreção mucopurulenta - Durante o parto vaginal - complicações: cegueira, infecção sistêmica, pneumonia. Linfogranuloma venéreo (LGV) Infecção transmitida sexualmente Causada pelos sorotipos L1, L2, L2a, L2b e L3 de C. trachomatis. Tropismo celular bacteriano: macrófagos; inflamação crônica com formação de granuloma forma de reter o agente agressor, havendo sinalização prolongada de citocinas. Agente etiológico: Treponema pallidum Bactéria Usuario Realce Usuario Realce Gram negativo Morfologia: espiroqueta delgada muito espiralada Anaeróbicas/microaerófilas extremamente sensíveis ao oxigênio É dependente de algumas vias metabólicas das células do hospedeiro (humano) Tem crescimento lento (bactéria fastidiosa); o crescimento bacteriano demorado da sífilis pode caracterizar uma infecção crônica Não são muito cultiváveis em meio clássico, por isso sua dificuldade de ser estudada e analisar seus fatores de virulência específicos. Fatores de virulência Endoflagelo – mobilidade Hialuronidase – degrada ácido hialurônico presente na MEC, tendo capacidade de invasão no organismo Morfoligia delgada – facilidade na passagem A lipoproteínas da membrana plasmática não ultrapassam a membrana externa, não expondo fatores antigênicos espécie – específico, o que leva ao escape do sistema imune, evitando a fagocitose As proteínas da membrana externa permitem a aderência, especialmente, às fibronectinas do hospedeiro que, então, permite a interação direta com o hospedeiro. Doença Transmissão - contagiosa (humano humano): Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce - predominância da via sexual: penetra em mucosa íntegra ou lesões (inclusive anal e oral) - sanguínea - Congênita (vertical): transplacentária; vai depender também do estágio gestacional ou quando pegou a infecção. Importante: a sífilis é exclusivamente de seres humanos. Devido a sua sensibilidade ao oxigênio, é incapaz de sobreviver à exposição de ambientes secos e desinfectados o que torna – portanto – impossível sua transmissão por contato com objetos inanimados tais como assento de vasos sanitários Em suma, a sífilis não é altamente contagiosa. PORÉM, seu contágio é influenciado pela fse da doença no transmissor, ocorrendo principalmente no estágio inicial. Estágios: Primário: - lesão no local de inoculação (genitália), caracterizada como mácula ou pápula avermelhada escura. Progride a uma ulceração: Cancro duro - É um estágio altamente contagioso, visto que tem grande carga bacteriana - As células fagocíticas até ingerem as espiroquetas, mas essas acabam sobrevivendo sobretudo com organismos abundantes no cancro, podendo evolui para o próximo estágio. - Manifestação clínica: Cancro duro: - Não percebida em 15 – 30% dos pacientes - A lesão é ulcerada, fundo limpo, indolor com borda elevada, endurecida e bem limitada, podendo desaparecer com ou sem tratamento (2-6 semanas) - Na mulher, é de difícil diagnóstico devido ao local da lesão de difícil visualização e ser indolor Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota genitália ou boca Secundário: - Ocorre a disseminação da bactéria por via linfática e hematogênica - Alta transmissibilidade também - Manifestações clínicas: Lesões cutâneas proeminentes dispersas sobre toda a superfície do corpo Paciente apresenta estado semelhante ao de síndrome gripal: cefalei, dor de garganta, dores musculares (mialgia), febre, anorexia, linfadenopatia e exantema mucocutâneo generalizado. Condiloma – na região urogenital e outras dobras úmidas da pele, podendo desenvolver até na boca. É uma pápula pálida e úmida. Pode haver meningite, nefrite, periostite e hepatite. Lesão desaparece espontaneamente com ou sem tratamento (permanece entre 4-12 semanas). Pode entrar na fase clinicamente latente ou inativa da doença, ou pode progredir para o estágio terciário. Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota Lesão secundária: exantema maculopapular avermelhado Terciário: - Geralmente os pacientes que chegam neste estágio Sào os que não foram submetidos a tratamentos nos estágios anteriores - Não é contagiosa por contato sexual, menor transmissibilidade por haver menor quantidade de espiroquetas - Qualquer órgão do corpo pode estar acometido, mas podemos distinguir três principais tipos de doença: benigna tardia (gomatosa), cardiovascular e neurossífilis. - Manifestações clínicas: Gomas – lesões granulomatosas, podendo ser encontradas em ossos, pele e outros tecidos Altrações clínicas no SN – demência, paresia por exemplo. Possíveis danos teciduais por reações de hipersensibildiade Sífilis congênita Pode ser transmitida para a criança em qualquer fase gestacional ou estágio da doença materna, por via transplacentária (transmissão vertical) É dividida em: o Precoce: até o segundo ano de vida assintomático ou baixo peso, prematuro o Tardia: após segundo ano de vida nariz “em sela”, articulações de Cluton, dentes de Hutchinson, tíbia em “lâmina de sabre”, surdez neurológica Usuario Realce Usuario Realce
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