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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ IMPORTÂNCIA As alterações fisiológicas que acontecem na mãe durante a gravidez é fundamental no sentido de nutrir de forma eficiente o feto, que apresenta uma demanda nutricional crescente, sendo priorizado pelo metabolismo materno. A maior exigência do feto muitas vezes atinge o limite do organismo materno e de sua capacidade funcional, além de sobrecarregar muitas vezes inúmeros órgãos. É nesse instante que deve-se ter atenção durante a gravidez, onde o feto começa a atingir o limite funcional materno, além de provocar pioras em quadros patológicos já existente, e a gravidez deixa de ser um mecanismo fisiológico normal e essencial para reprodução e passa a apresentar quadros patológico prejudiciais à mãe. Salientando sempre que as alterações fisiológicas durante a gravidez são normais e benéficas para um decorrer bom e tranquilo da gestação. Essas alterações passam a ser de certa forma patológicas quando ultrapassam a capacidade funcional do corpo materno e prejudica o metabolismo da mãe. Todas essas alterações fisiológicas são resolvidas após o fim da gestação, e durante a gestação, caso provoquem algum tipo de incomodo na mulher, algo também normal é resolvido com medidas básicas dadas pelo médico que é responsável pelo pré-natal. POSTURA E DEAMBULAÇÃO A postura é modificada em decorrência das alterações que irão ocorrer tanto no útero quanto nas mamas. Sabe-se que as mamas aumentam de tamanho durante a gestação por conta da expansão dos ductos lactíferos, assim como o útero que sofre um processo de aumento da espessura para poder abrigar o ovulo e posteriormente o feto. Em decorrência desses fatores, o centro de gravidade da gestante se altera, indo para frente, isso faz com que para compensar essa alteração, a paciente incline o corpo para trás, sendo um movimento involuntário. No entanto, essa adaptação pode provocar cervicalgia popularmente mais conhecida como dor no pescoço e lombalgia que é famosa dor nas costas. A dor nas costas é uma reclamação constante de gestantes em decorrência de modificações na coluna vertebral, em especial da coluna lombar, causando espasmos muscular e diminuição do espaço intervertebral. Essa diminuição do espaço faz com que as vertebras sofram um processo de compressão radicular que gera a dor nas costas ou ainda a lombalgia. Já as dores no pescoço ou cervicalgia é causada pela flexão constante do pescoço, levando a um tônus dos músculos locais, tensão e consequentemente dor. E a deambulação conhecida como andar de “gansos” em que os passos são mais curtos, com a base dos pés mais alargadas e os ângulos mais abertos, principalmente para manter melhor equilíbrio na marcha, em decorrência do aumento da região abdominal e mamas. O andar de ganso é também denominado de “marcha anserina” comum em gravidas. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS O primeiro parâmetro a ser analisado é volume plasmático que sofre um aumento considerável, cerca de 30% a 40% durante a gravidez, a fim de manter o sangue mais diluído e menos viscoso. O aumento do plasma sanguíneo ocorre em detrimento das maiores necessidades urinarias, já que pacientes gravidas vão muitas vezes urinar e perde muita agua e em decorrência da diminuição do retorno venoso por compressão da veia cava, agindo como um mecanismo compensatório vascular. As hemácias sofrem um aumento quantitativo decorrente das necessidades aumentadas da mãe e do feto, já que um novo corpo agora necessita de aporte energético e ainda nutricional. No entanto, o aumento das hemácias gira em torno de 20% a 30%, sendo menor que o plasma sanguíneo fazendo com que os valores de hematócrito diminuam nas primeiras semanas e meses de gestação. Esse aumento diferencial entre o plasma e as hemácias se configuram como um quadro de anemia dilucional ou de anemia fisiológica da gravidez, comum em mulheres, em que a concentração de hemoglobina no plasma diminui. Pode surgir ainda a presença de anemia megaloblástica, que apesar de não comum, deve-se prevenir ingerindo uma demanda aumentada de ácido fólico. No Brasil, esse tipo de anemia é pouco comum devido as farinhas de trigo já serem enriquecidas por ácido fólico. Deve-se realizar uma suplementar as dietas de gravidas principalmente com ferro e ácido fólico a fim de prevenir quadros de anemias, que são quase fisiológicas, mas que podem ser evitadas com essa suplementação nutricional. Os leucócitos sofrem um aumento a partir de aumento da leucocitose, principalmente de neutrófilos, tendo ainda uma queda nos valores de eosinófilos e basófilos. Sendo um valor aceitável de 8.000 a 12.000 por mm quadrado de plasma. Durante o segundo semestre ocorre diminuição da aderência de leucócitos e da função quimiotáxica, o que leva a um quadro de supressão humoral e celular, sendo por esse motivo que inúmeras doenças autoimunes tem o quadro patológico melhorado, já que se tem diminuição dos valores de células imunes no plasma. Lembrando que o aumento dos leucócitos e diminuição do processo inflamatório são processos diferentes. Durante a gestação ocorre aumento dos leucócitos, mas apresentam uma queda da resposta imune devido a diminuição dos anticorpos e das respostas cutâneas, sendo portanto, um período de maior suscetibilidade infecciosa da mulher. As plaquetas podem diminuir discretamente durante o terceiro trimestre de gestação a fim de prevenir qualquer tipo de coagulação intravascular. Os valores de proteínas sanguíneas estão diminuídos por conta do aumento da proteinúria, ou seja, da eliminação de proteínas pela urina. Sendo um processo fisiológico e comum durante a gravidez, devido ao aumento processo de filtração pelos rins em decorrência do aumento do volume plasmático. Os valores lipídicos de triglicerídeos e colesterol também estão aumentados, sendo que o colesterol pode aumentar cerca de 50% e os triglicerídeos podem triplicar. Os fatores de coagulação se apresentam aumentados, já os fatores anticoagulantes apresentam-se diminuídos nas gestantes. Esses aspectos são fundamentais durante esse trabalho de parto, a fim de atenuar a perda excessiva de sangue e quadros hemorrágicos. No entanto, ao mesmo tempo que esses fatores auxiliam durante o trabalho de parto, necessitam de atenção por indicarem riscos para o desenvolvimento de trombos, tromboembolia e até em casos mais grave hemorragia por coagulação intravascular disseminada. Um fator que evidencia o aumento dos fatores coagulação por conta do trabalho de parto é que cerca de 1 hora após o parto, os valores de hipercoagulaçao já retornam para os valores normais. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES A primeira alteração evidente se dá em decorrência das modificações anatômicas da gravidez, com o aumento do abdômen faz com que o diafragma se eleve, e o coração torne mais horizontalizado. O volume cardíaco, assim como volume sistólico também se encontram aumentados em decorrência do aumento do retorno venoso, devido aumento do volume de sangue circundante por conta do aumento do plasma sanguíneo na gravidez. Da mesma maneira que o aumento do volume sanguíneo, e do retorno venoso, leva a um aumento da pré carga e consequentemente pode provocar hipertrofia do miocárdio. Sopros sistólicos fisiológicos podem ocorrer devido a uma hipercinesia e hipoviscosidade do sangue. Podendo ainda apresentar quadros de extrasistolia e taquicardia do tipo paroxística não sendo patológica, apenas a presença de batimentos extras e rápidos no coração. O ECG pode apresentar alterações com desvio de eixo para esquerda, inversão da onda T em D3. Geralmente, porém não ocorre alterações no ECG significativas. Em pacientes gravidas, o debito cardíaco está aumentado em decorrência dos dois fatores que compõe esse debito que são: o volumesistólico que se encontra também em aumento, por conta do aumento do volume de sangue circulante e a frequência cardíaca também está aumento por conta da necessidade de bombear mais sangue para a circulação, tanto devido a oferta de sangue como também a demanda. Em decorrência ainda da compressão da veia cava ocorre redução do retorno venoso, em posição de decúbito dorsal e exclusivamente nessa posição, fazendo com que retorno venoso seja diminuído e consequentemente o debito é de certa forma menor, mesmo que a frequência encontra-se aumentada. “Síndrome da Hipotensão Supina: é um quadro em que a paciente gestante se encontra em posição de decúbito do tipo dorsal, de barriga para cima, fazendo com que se tem uma compressão da veia cava e consequentemente uma dificuldade do retorno venoso, fazendo com que ocorra uma queda da pressão arterial, diminuição da chegada de sangue no coração, gerando um quadro de bradicardia, por meio de um reflexo vagal. É resolvida virando essa gestante para posição de decúbito lateral esquerdo.” Lembrando que a bradicardia do coração ocorre por meio da diminuição do retorno venoso, fazendo com que tenha diminuição da pressão sistólica, aumento do tempo que demora para encher as câmaras cardíacas e a abertura das valvas. Essa bradicardia, leva a um quadro de hipotensão da gestante, e não ao contrário. É por conta da diminuição do retorno venoso, compressão da veia cava que muitas das vezes durante o parto tem que deslocar o útero para esquerda, a fim de evitar com que se tenha quedas de pressão por conta da compressão da veia cava. A resistência periférica encontra-se diminuída por conta da ação das prostaglandinas e do NO sobre os vasos, assim como a ação do estrógeno e da progesterona que levarão a uma vasodilatação arterial. Assim como os hormônios, fazem com que se tenha maior retenção de sódio e ainda de água, provocando o aumento do volume plasmático. E por fim, a pressão venosa encontra-se cerca de 3x maior devido a compressão da veia cava, da diminuição retorno venoso e do aumento do plasma sanguíneo em si, fazendo com que as gravidas apresentem maiores aumentos das varizes, hemorroidas e até edemas nos MMII. Lembrando que todo o sistema cardiovascular da grávida gira em torno do aumento do plasma sanguíneo e também da ação hormonal da progesterona e do estrógeno na mulher. SISTEMA URINÁRIO Em 80% das gestantes ocorre dilatação uretral sobretudo à direita pelo destrodesvio uterino, ou seja, o útero cresce de tamanho, começa a comprimir a uretra, fazendo com que uma porção seja obstruída mecanicamente, tendo o seu fluxo diminuído. As veias ovarianas também podem contribuir para compressão da uretra, mesmo que em menores proporções. Pode apresentar-se um quadro de hidronefrose que consiste na dilatação das veias urinarias ou dos rins. A compressão da uretra faz com que a mulher apresente uma redução do fluxo urinário, tornando-a mais suscetível a infeções do trato urinário. Esse é um dos motivos das gravidas apresentarem quadro de Polaciúria que ocorre quando se vai aos banheiro muitas vezes, mas elimina-se pouca quantidade de urina. Lembrando sempre que a filtração glomerular encontra-se aumentada nas mulheres gravidas principalmente devido ao aumento do fluxo sanguíneo, do volume plasmático e da quantidade de sangue que chega aos rins para serem filtrados. A bexiga encontra-se deslocada anteriormente, não sendo parte da pelve apenas, além de diminuição do tônus e da capacidade elástica, fazendo com que a grávida não tenha aptidão para segurar urina. Outro motivo que indica tal necessidade de gestantes irem várias vezes ao banheiro. Os rins aumentam consideravelmente de tamanho devido ao aumento do fluxo sanguíneo, associado também queda da resistência periférica fazendo com que a filtração renal aumente mais de 50%. Os rins começam a não dar conta de reabsorver toda quantidade de sangue filtrado, fazendo com que muitas moléculas uteis sejam eliminadas pela urina. É nesse contexto que surge a glicosúria, proteinúria diminuição das concentrações plasmáticas tanto de ureia quanto de creatinina. Lembrando que a glicosúria é tipo fisiológica, enquanto qualquer hematúria deve ser verificada imediatamente. “O exame de Clearance de creatinina é feito para avaliar a função dos rins, que acontece por meio da comparação da concentração de creatinina no sangue com a concentração de creatinina presente na amostra de urina de 24 horas da pessoa. Assim, o resultado informa a quantidade de creatinina que foi tirada do sangue e eliminada na urina, e como esse processo é realizado pelos rins, alterações nos resultados podem ser indicativos de lesões renais. Geralmente o exame de clearance de creatinina é solicitado quando é notada alteração na concentração de creatinina no sangue, quando se nota eleva concentração de proteína na urina e para auxiliar no diagnóstico de doenças renais e cardíacas. Além disso, o clearance de creatinina também pode ser solicitado para monitorar a evolução de algumas doenças, como a Insuficiência Cardíaca Congestiva e a Insuficiência Renal Crônica, por exemplo.” Níveis de glicosúria em gravidas podem ser fisiológicos, no entanto, podem mascarar quadros de diabetes, portanto deve-se sempre se atentar a esses valores. Assim como ao valor de ureia e creatinina já que estão baixos devido ao que já foi falado, mas quando se apresentam acima de 0,8 indicando valores normais de não gravídicos, podem ser uma sugestão de Insuficiência Renal já que os Rins não estão conseguindo filtrar todo o sangue que chega. Os níveis elevados de ácido úrico, acima de 4,5 podem de certa forma significar sinal precoce de pré-eclâmpsia que indica uma complicação potencialmente perigosa da gravidez, caracterizada por pressão arterial elevada. A pré- eclâmpsia começa geralmente após 20 semanas de gestação em mulheres com pressão arterial normal. Pode acarretar complicações graves, até mesmo fatais, para a mãe e o bebê. Às vezes, não há sintomas. Pressão arterial elevada e proteína na urina são as principais características. Também pode haver inchaço nas pernas e retenção de líquido, mas pode ser difícil de distinguir de uma gestação normal. Geralmente, é possível controlar a pré-eclâmpsia com medicação oral ou IV até que o bebê esteja suficientemente maduro para a realização do parto. Convém pesar os prós e contras dos riscos de um parto prematuro frente a continuação dos sintomas da pré- eclâmpsia. A proteinúria encontra-se aumentada, sendo considerado valores normais de até 300mg/24 horas, o que para uma pessoa não gravídica é excessivo, para uma gestante é algo normal. SISTEMA RESPIRATÓRIO O consumo de oxigênio aumenta cerca de 20% a 30% em gestantes. O diafragma se eleva cerca de 4 cm, tendo um aumento transversal, além abertura das últimas costelas por conta do feto. É simples de pensar que o diafragma, assim como todas estruturas são apertados pelo feto. O diafragma mais apertado, diminui sua capacidade de expansão, fazendo com que se tenha menor amplitude da respiração e consequentemente sensação de dispneia que é mais comum ao final da gestação devido tamanho do feto e grau de compressão. Essa queixa de dispneia está presente em cerca de 60% a 70% das pacientes. A fim de compensar a sensação de dispneia, ocorre então um aumento da frequência respiratória, hiperventilação em pacientes gestantes. A progesterona apresenta uma importante função nesse processo que consiste diminuir a limiar de sensibilidade ao CO2, permitindo então que as concentrações menores desse gás já seja percebida pelo sistema de equilíbrio ácido base e consiga manter essa hiperventilação. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Na gravidez ocorre sempre uma alcalose respiratória por conta do aumentoda frequência respiratória, que leva a diminuição da pressão parcial de CO2 no organismo. Os ácidos tentam sempre compensar essa alcalose, mesmo não sendo suficiente. Os valores do PH não encontram-se patológicos, acima dos valores normais, mas encontram- se no limite superior da janela de PH. ADAPTAÇOES METABÓLICAS O feto necessita de mais ou menos 150 Kcal/dia para que possa sobreviver, sendo toda glicose e aminoácidos são retirados da própria mãe. É por esse motivo que a mãe poupa glicose para o feto, diminuindo seu consumo como um todo, especialmente o consumo periférico, devido a ação de hormônios anti-insulinicos, HLP, estrogênio, além da progesterona, cortisol, prolactina e glucagon. Em outras palavras, os hormônios anti-insulinicos fazem com que a mãe tenha mais glicose disponível dentro da circulação, para se tornar disponível para o feto, que tanto necessita da glicose para realização das atividades. Em um primeiro momento, tanto a progesterona como o estrogênio provocam aumento da secreção endógena da insulina, na primeira metade de gravidez, provocando o que se chama de hiperinsulinismo. Após a segunda metade de gravidez, ocorre aumento do nível de alguns outros hormônios como HPL e o cortisol que levam a diminuição do consumo de glicose pela mãe a partir do incentivo a lipólise como geração de energia, e sendo a glicose poupada para consumo do feto. É nesse momento que a mãe apresenta aumento da produção de insulina, já que o organismo identifica níveis elevados de insulina na corrente sanguínea, mas uma resistência a essa insulina provocada pelos hormônios anti-insulinicos, que mantem a hiperglicemia. A glicose vai para o feto e por difusão facilitada, em que o feto apresenta glicemia cerca de 20%mg a menos que a mãe. Caso ocorra deficiência na produção insulina, não haverá a mínima degradação de insulina no sangue da mãe levando ao acumulo excessivo, impulsionado pelos vários hormônios anti-insulinicos, configurando um quadro de diabetes miletos gestacional. Enquanto o feto necessita de glicose, a mãe necessita de ácido graxo, que não atravessam a placenta e não são uteis para o feto, mas são fundamentais para a mãe na síntese de hormônios e na lactação. Agora quanto aos níveis dos minerais presentes no sangue materno: iniciando pelo cálcio que apresenta níveis mais ou menos idênticos durante a gestação, porém ficam mais retidos no organismo materno visando então as reservas de lactação. O fosforo é fundamental para composição do tecido ósseo e do metabolismo energético, sendo que a demanda desse mineral aumenta no último trimestre de gestação. O iodo sofre uma diminuição em decorrência do aumento do processo de filtração e consequentemente aumento na eliminação na urina. Gestantes são pobres em iodos e logo devem ser submetidas a reposição desse hormônio, ainda mais em populações especificas que apresentam alguma tendência ou resistência ao iodo. O magnésio encontra-se diminuído em gestantes, mesmo que em pequenas quantidades, e praticamente não ter uma complicação clínica relevante, gestantes com essa deficiência podem apresentar mialgia (dor muscular). Problemas relacionados a diminuição de vitaminas, são em gestantes, mais comuns do que se espera, já que gravidez por si só já indica quedas nas vitaminas em geral, com exceção das vitaminas E e K. É por esse motivo que muitas das gravidas recebem uso de polivitamínicos durante esse período gestacional. A carência de vitamina A pode provocar os defeitos na embriogenese e as anomalias congênitas. A vitamina B é fundamental no metabolismo energético da mãe, a fim de manter um bom funcionamento metabólico, ainda mais quando a glicose encontra-se destinada ao feto. A vitamina C é graus menores apresenta-se como um fator de risco grave podem ocasionar aborto espontâneo e a morte fetal. A vitamina D é essencial para a gestação já que auxilia na absorção de cálcio e fosforo essenciais para a formação óssea do feto, sendo sua obtenção feita por uma exposição diária ao sol, sem excessos. A vitamina E é um tipo de vitamina que aumenta os seus valores durante a gestação sendo um fator protetor contra abortamento e também contra envelhecimento placenta de forma precoce. A carência do ácido fólico como já dito antes pode causar a anemia, além de mal formações do tubo neural, olhos e face, além de provocar o quadro Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU) que é uma condição em que o feto tem peso menor do que deveria, porque não está crescendo conforme deveria dentro do útero. Os valores de vitamina K também aumentam devido então a necessidade de aumento da coagulação em gestantes, sendo um fator importante do pré-natal a fim de evitar que se tenha quadros de hemorragias durante o parto, e lembrar que os níveis de coagulação encontram-se altos, o que por outro lado é um risco para desenvolvimento das tromboses por exemplo. Os valores de sódio permanecem elevados em decorrência do aumento do volume plasmático e da quantidade de agua encontrada. A maior reabsorção de sódio pelos rins é fundamental para manutenção da osmolalidade de todo o plasma sanguíneo. Lembrando sempre que a água e o sódio caminham juntos. Como já dito ocorre aumento da quantidade de água no organismo materno, representando cerca de 70% de todo o aumento de peso materno. O aumento da agua, e logo, do volume plasmático, associado a dificuldades também do retorno venoso em decúbito podem provocar casos de edemas nos tornozelos e em membros inferiores, sendo necessário cuidado para quadros de edemas generalizados sendo um sinal de DHEG. A ocitocina é um hormônio muito presente durante esse processo de gravidez já que tem como principal função auxiliar na liberação do leite pelas glândulas mamarias durante a lactação e promover a contração do útero durante o trabalho de parto. A ocitocinase é fundamental para inibir o desencadeamento do parto precoce, diminui durante o momento correto do parto. O BCHG e estrógenos competem nos receptores de TSH fazendo com que se tenha uma hiperfunção desses tipos de receptores e consequentemente da tireoide, causando uma hiperfunção. A ativação exagerada desses receptores de TSH pode sugerir hipertireoidismo falso, por não ter nenhum tipo de problema relacionado a tireoide, apenas uma hiperestimulação do TSH. ALTERAÇÕES SISTEMA DIGESTIVO A motilidade do sistema digestório encontra-se bastante diminuída, a gestante apresenta muita fome e sede, além de mudar qualitativamente a alimentação, tendo avidez por frutas acidas e alimentos condimentados. É o famoso desejo de gravida. Na boca podem haver maior tendência do aparecimento de caries e periodontite, além de hiperemia, sangramento gengival causados pela ação do estrógeno, progesterona e do HCG sobre o tecido conectivo, sendo mais acentuado durante o segundo trimestre de gestação. Pode ocorrer ainda o ptialismo, que é a presença excessiva de saliva na boca em decorrência de uma hipertonia vagal do nervo trigêmeo. Sendo fundamental sempre encaminhar mulher gravida para o dentista, a fim de garantir tratamento bucal pré-natal adequado. O esôfago sofre um aumento de pressão assim como todo o organismo por conta do aumento uterino, levando ainda a alterações na pressão do esôfago, prejudicando então o funcionamento dos esfíncteres esofágicos, promovendo casos de refluxo gastresofágico responsável pela sensação de pirose em 50% das gestantes. O estomago também é elevado por conta do crescimento uterino, apresenta motilidade diminuída em decorrência da ação da progesterona sobre os níveis de motilina, proteína responsável pela contração da musculatura lisa e movimentos peristálticos o que provoca então um tempo de esvaziamento aumentado. O intestino sofre alteraçõestopográficas, sendo as alças do delgado empurrado para cima e para a esquerda, logo faz com que o apêndice seja descolado para flanco direito da gestante. Se atentar a casos de apendicite. Devido a maior absorção de liquido, ocorre ressecamento das fezes e sinais de constipação, além de retardo do transito do intestino devido compressão pelo útero gravídico, tendo o acumulo de gases (meteorismo). Lembrando que efeitos da progesterona na musculatura lisa são evidentes. ALTERAÇÕES PELE E ANEXOS A pele sofre um processo de hiperpigmentação, ainda mais em mulheres gestantes expostas em quantidades elevadas de radiação UV proveniente do sol. Os locais acometidos com maior frequência são a face, também ocorrendo na vulva, nevos, linha alba (do umbigo ao púbis) e aréola. As estrias são manifestações muito comuns, ainda mais ao fim da gestação, ocorrendo devido ao estiramento que é ocorrido devido à expansão das mamas e do abdômen nas gestantes. Não possuem tratamento especifico, apenas o uso de hidratantes, óleos e não engordar. Em geral podem apresentar aumento de pelos, que logo após o parto tendem a regressar (hipertricose) e presença do eritema palmar que é o aparecimento dos pequenos vasos sanguíneos, em especial na palma das mãos, devido a vasodilatação provocada pelos hormônios, tende ainda a retornar após a gravidez. As glândulas sudoríparas e sebáceas sofrem um processo de hipertrofia e hiperfunção, aumentando a sudorese e as secreções durante a gravidez. Um sinal muito comum é o “Sinal de Hunter” em grávidas que indicam a presença de bolinhas ao redor da aureolas que representam aquelas glândulas sebáceas hipertrofiadas. ALTERAÇÕES ÓSSEAS E ARTICULAÇÕES A alta demanda fetal de cálcio podem indicar um grau mais discreto de osteopenia, sendo raros os distúrbios graves como osteomalacia ou osteosporose. Lembrando que o feto também necessita imensamente de cálcio, como mãe. As articulações apresentam maior mobilidade durante a gestação sobretudo as articulações sacrilíacas e a sínfise púbica, é por esse motivo que não se recomenda alguns exercícios físicos de elevada tração durante a gravidez, sendo mais recomendado exercícios leves. As modificações articulares provenientes principalmente da ação do estrogênio que ocasiona retenção líquida no tecido conjuntivo articular. ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO Os distúrbios passageiros da função motora, sensitiva ou mental como tremores, contraturas, hiperemese, além de parestesias, hipotonia vesical, alterações vasomotoras podem ocorrer, não sendo regra. As convulsões são muito raras, deve-se pensar primeiro momento em eclampsia, podendo ocorrer também por conta da retenção hídrica ou da hiperventilação. Assim como quadros de enxaqueca podem ocorrer por aumento do plasma sanguíneo e também da vasodilatação causada pela ação hormonal. Alterações de humor, depressão e reações maníacas são comuns e podem ser causadas por alterações bioquímicas resultantes de variações hormonais, assim como a fadiga sonolência e lentidão psicomotora são típicas da ação da progesterona. ÓRGÃOS DOS SENTIDOS Ocorre aumento da vascularização desses órgãos, fazendo com que se tenha hipertensão ocular no último trimestre gerando um quadro decorrente de espasmos, além ainda de estreitamentos arteriolares localizados. Apresenta-se no olho ainda hipersecreção lacrimal, no entanto, casos de patologias oculares são raros. O processo de epistaxe que é o sangramento originário da mucosa nasal é comum pelo aumento da vascularização das mucosas de modo geral, o que também favorece casos de obstrução nasal e rinite. Quadros de anosmia e hiposmia são comuns em pacientes gravidas por conta da presença de edema e congestão que leva a perda do olfato. A diminuição da acuidade auditiva também é perceptível durante a gestação, provocando quadros de zumbidos e vertigens. Quadros de parestesias em extremidades são comuns por conta das alterações vasomotoras e também deficiência metabólica. Lembrando que parestesias indicam sensação de formigamento. Alterações gustativas já foram comentadas, tendo várias alterações no paladar, no apetite e aversão a determinado tipo de alimento, assim como preferência para inúmeros outros, de sabores marcantes como doces e salgados.
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