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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ

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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ 
IMPORTÂNCIA 
As alterações fisiológicas que acontecem na mãe durante 
a gravidez é fundamental no sentido de nutrir de forma 
eficiente o feto, que apresenta uma demanda nutricional 
crescente, sendo priorizado pelo metabolismo materno. 
A maior exigência do feto muitas vezes atinge o limite do 
organismo materno e de sua capacidade funcional, além 
de sobrecarregar muitas vezes inúmeros órgãos. É nesse 
instante que deve-se ter atenção durante a gravidez, onde 
o feto começa a atingir o limite funcional materno, além 
de provocar pioras em quadros patológicos já existente, e 
a gravidez deixa de ser um mecanismo fisiológico normal 
e essencial para reprodução e passa a apresentar quadros 
patológico prejudiciais à mãe. 
Salientando sempre que as alterações fisiológicas durante 
a gravidez são normais e benéficas para um decorrer bom 
e tranquilo da gestação. Essas alterações passam a ser de 
certa forma patológicas quando ultrapassam a capacidade 
funcional do corpo materno e prejudica o metabolismo da 
mãe. 
Todas essas alterações fisiológicas são resolvidas após o 
fim da gestação, e durante a gestação, caso provoquem 
algum tipo de incomodo na mulher, algo também normal 
é resolvido com medidas básicas dadas pelo médico que é 
responsável pelo pré-natal. 
POSTURA E DEAMBULAÇÃO 
A postura é modificada em decorrência das alterações que 
irão ocorrer tanto no útero quanto nas mamas. Sabe-se 
que as mamas aumentam de tamanho durante a gestação 
por conta da expansão dos ductos lactíferos, assim como 
o útero que sofre um processo de aumento da espessura 
para poder abrigar o ovulo e posteriormente o feto. 
Em decorrência desses fatores, o centro de gravidade da 
gestante se altera, indo para frente, isso faz com que para 
compensar essa alteração, a paciente incline o corpo para 
trás, sendo um movimento involuntário. No entanto, essa 
adaptação pode provocar cervicalgia popularmente mais 
conhecida como dor no pescoço e lombalgia que é famosa 
dor nas costas. 
A dor nas costas é uma reclamação constante de gestantes 
em decorrência de modificações na coluna vertebral, em 
especial da coluna lombar, causando espasmos muscular 
e diminuição do espaço intervertebral. Essa diminuição do 
espaço faz com que as vertebras sofram um processo de 
compressão radicular que gera a dor nas costas ou ainda a 
lombalgia. Já as dores no pescoço ou cervicalgia é causada 
pela flexão constante do pescoço, levando a um tônus dos 
músculos locais, tensão e consequentemente dor. 
E a deambulação conhecida como andar de “gansos” em 
que os passos são mais curtos, com a base dos pés mais 
alargadas e os ângulos mais abertos, principalmente para 
manter melhor equilíbrio na marcha, em decorrência do 
aumento da região abdominal e mamas. O andar de ganso 
é também denominado de “marcha anserina” comum em 
gravidas. 
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS 
O primeiro parâmetro a ser analisado é volume plasmático 
que sofre um aumento considerável, cerca de 30% a 40% 
durante a gravidez, a fim de manter o sangue mais diluído 
e menos viscoso. O aumento do plasma sanguíneo ocorre 
em detrimento das maiores necessidades urinarias, já que 
pacientes gravidas vão muitas vezes urinar e perde muita 
agua e em decorrência da diminuição do retorno venoso 
por compressão da veia cava, agindo como um mecanismo 
compensatório vascular. 
As hemácias sofrem um aumento quantitativo decorrente 
das necessidades aumentadas da mãe e do feto, já que um 
novo corpo agora necessita de aporte energético e ainda 
nutricional. No entanto, o aumento das hemácias gira em 
torno de 20% a 30%, sendo menor que o plasma sanguíneo 
fazendo com que os valores de hematócrito diminuam nas 
primeiras semanas e meses de gestação. 
Esse aumento diferencial entre o plasma e as hemácias se 
configuram como um quadro de anemia dilucional ou de 
anemia fisiológica da gravidez, comum em mulheres, em 
que a concentração de hemoglobina no plasma diminui. 
Pode surgir ainda a presença de anemia megaloblástica, 
que apesar de não comum, deve-se prevenir ingerindo 
uma demanda aumentada de ácido fólico. No Brasil, esse 
tipo de anemia é pouco comum devido as farinhas de trigo 
já serem enriquecidas por ácido fólico. 
Deve-se realizar uma suplementar as dietas de gravidas 
principalmente com ferro e ácido fólico a fim de prevenir 
quadros de anemias, que são quase fisiológicas, mas que 
podem ser evitadas com essa suplementação nutricional. 
Os leucócitos sofrem um aumento a partir de aumento da 
leucocitose, principalmente de neutrófilos, tendo ainda 
uma queda nos valores de eosinófilos e basófilos. Sendo 
um valor aceitável de 8.000 a 12.000 por mm quadrado de 
plasma. 
Durante o segundo semestre ocorre diminuição da 
aderência de leucócitos e da função quimiotáxica, o que 
leva a um quadro de supressão humoral e celular, sendo 
por esse motivo que inúmeras doenças autoimunes tem o 
quadro patológico melhorado, já que se tem diminuição 
dos valores de células imunes no plasma. 
Lembrando que o aumento dos leucócitos e diminuição do 
processo inflamatório são processos diferentes. Durante a 
gestação ocorre aumento dos leucócitos, mas apresentam 
uma queda da resposta imune devido a diminuição dos 
anticorpos e das respostas cutâneas, sendo portanto, um 
período de maior suscetibilidade infecciosa da mulher. 
As plaquetas podem diminuir discretamente durante o 
terceiro trimestre de gestação a fim de prevenir qualquer 
tipo de coagulação intravascular. 
Os valores de proteínas sanguíneas estão diminuídos por 
conta do aumento da proteinúria, ou seja, da eliminação 
de proteínas pela urina. Sendo um processo fisiológico e 
comum durante a gravidez, devido ao aumento processo 
de filtração pelos rins em decorrência do aumento do 
volume plasmático. 
Os valores lipídicos de triglicerídeos e colesterol também 
estão aumentados, sendo que o colesterol pode aumentar 
cerca de 50% e os triglicerídeos podem triplicar. 
Os fatores de coagulação se apresentam aumentados, já 
os fatores anticoagulantes apresentam-se diminuídos nas 
gestantes. Esses aspectos são fundamentais durante esse 
trabalho de parto, a fim de atenuar a perda excessiva de 
sangue e quadros hemorrágicos. No entanto, ao mesmo 
tempo que esses fatores auxiliam durante o trabalho de 
parto, necessitam de atenção por indicarem riscos para o 
desenvolvimento de trombos, tromboembolia e até em 
casos mais grave hemorragia por coagulação intravascular 
disseminada. 
Um fator que evidencia o aumento dos fatores coagulação 
por conta do trabalho de parto é que cerca de 1 hora após 
o parto, os valores de hipercoagulaçao já retornam para os 
valores normais. 
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 
A primeira alteração evidente se dá em decorrência das 
modificações anatômicas da gravidez, com o aumento do 
abdômen faz com que o diafragma se eleve, e o coração 
torne mais horizontalizado. 
O volume cardíaco, assim como volume sistólico também 
se encontram aumentados em decorrência do aumento do 
retorno venoso, devido aumento do volume de sangue 
circundante por conta do aumento do plasma sanguíneo 
na gravidez. Da mesma maneira que o aumento do volume 
sanguíneo, e do retorno venoso, leva a um aumento da pré 
carga e consequentemente pode provocar hipertrofia do 
miocárdio. 
Sopros sistólicos fisiológicos podem ocorrer devido a uma 
hipercinesia e hipoviscosidade do sangue. Podendo ainda 
apresentar quadros de extrasistolia e taquicardia do tipo 
paroxística não sendo patológica, apenas a presença de 
batimentos extras e rápidos no coração. 
O ECG pode apresentar alterações com desvio de eixo para 
esquerda, inversão da onda T em D3. Geralmente, porém 
não ocorre alterações no ECG significativas. 
Em pacientes gravidas, o debito cardíaco está aumentado 
em decorrência dos dois fatores que compõe esse debito 
que são: o volumesistólico que se encontra também em 
aumento, por conta do aumento do volume de sangue 
circulante e a frequência cardíaca também está aumento 
por conta da necessidade de bombear mais sangue para a 
circulação, tanto devido a oferta de sangue como também 
a demanda. 
Em decorrência ainda da compressão da veia cava ocorre 
redução do retorno venoso, em posição de decúbito dorsal 
e exclusivamente nessa posição, fazendo com que retorno 
venoso seja diminuído e consequentemente o debito é de 
certa forma menor, mesmo que a frequência encontra-se 
aumentada. 
“Síndrome da Hipotensão Supina: é um quadro em que a 
paciente gestante se encontra em posição de decúbito do 
tipo dorsal, de barriga para cima, fazendo com que se tem 
uma compressão da veia cava e consequentemente uma 
dificuldade do retorno venoso, fazendo com que ocorra 
uma queda da pressão arterial, diminuição da chegada de 
sangue no coração, gerando um quadro de bradicardia, 
por meio de um reflexo vagal. É resolvida virando essa 
gestante para posição de decúbito lateral esquerdo.” 
Lembrando que a bradicardia do coração ocorre por meio 
da diminuição do retorno venoso, fazendo com que tenha 
diminuição da pressão sistólica, aumento do tempo que 
demora para encher as câmaras cardíacas e a abertura das 
valvas. Essa bradicardia, leva a um quadro de hipotensão 
da gestante, e não ao contrário. 
É por conta da diminuição do retorno venoso, compressão 
da veia cava que muitas das vezes durante o parto tem que 
deslocar o útero para esquerda, a fim de evitar com que se 
tenha quedas de pressão por conta da compressão da veia 
cava. 
A resistência periférica encontra-se diminuída por conta 
da ação das prostaglandinas e do NO sobre os vasos, assim 
como a ação do estrógeno e da progesterona que levarão 
a uma vasodilatação arterial. Assim como os hormônios, 
fazem com que se tenha maior retenção de sódio e ainda 
de água, provocando o aumento do volume plasmático. 
E por fim, a pressão venosa encontra-se cerca de 3x maior 
devido a compressão da veia cava, da diminuição retorno 
venoso e do aumento do plasma sanguíneo em si, fazendo 
com que as gravidas apresentem maiores aumentos das 
varizes, hemorroidas e até edemas nos MMII. Lembrando 
que todo o sistema cardiovascular da grávida gira em 
torno do aumento do plasma sanguíneo e também da ação 
hormonal da progesterona e do estrógeno na mulher. 
SISTEMA URINÁRIO 
Em 80% das gestantes ocorre dilatação uretral sobretudo 
à direita pelo destrodesvio uterino, ou seja, o útero cresce 
de tamanho, começa a comprimir a uretra, fazendo com 
que uma porção seja obstruída mecanicamente, tendo o 
seu fluxo diminuído. As veias ovarianas também podem 
contribuir para compressão da uretra, mesmo que em 
menores proporções. Pode apresentar-se um quadro de 
hidronefrose que consiste na dilatação das veias urinarias 
ou dos rins. 
A compressão da uretra faz com que a mulher apresente 
uma redução do fluxo urinário, tornando-a mais suscetível 
a infeções do trato urinário. Esse é um dos motivos das 
gravidas apresentarem quadro de Polaciúria que ocorre 
quando se vai aos banheiro muitas vezes, mas elimina-se 
pouca quantidade de urina. 
Lembrando sempre que a filtração glomerular encontra-se 
aumentada nas mulheres gravidas principalmente devido 
ao aumento do fluxo sanguíneo, do volume plasmático e 
da quantidade de sangue que chega aos rins para serem 
filtrados. 
A bexiga encontra-se deslocada anteriormente, não sendo 
parte da pelve apenas, além de diminuição do tônus e da 
capacidade elástica, fazendo com que a grávida não tenha 
aptidão para segurar urina. Outro motivo que indica tal 
necessidade de gestantes irem várias vezes ao banheiro. 
 
Os rins aumentam consideravelmente de tamanho devido 
ao aumento do fluxo sanguíneo, associado também queda 
da resistência periférica fazendo com que a filtração renal 
aumente mais de 50%. Os rins começam a não dar conta 
de reabsorver toda quantidade de sangue filtrado, fazendo 
com que muitas moléculas uteis sejam eliminadas pela 
urina. É nesse contexto que surge a glicosúria, proteinúria 
diminuição das concentrações plasmáticas tanto de ureia 
quanto de creatinina. Lembrando que a glicosúria é tipo 
fisiológica, enquanto qualquer hematúria deve ser 
verificada imediatamente. 
“O exame de Clearance de creatinina é feito para avaliar a 
função dos rins, que acontece por meio da comparação da 
concentração de creatinina no sangue com a concentração 
de creatinina presente na amostra de urina de 24 horas da 
pessoa. Assim, o resultado informa a quantidade de 
creatinina que foi tirada do sangue e eliminada na urina, e 
como esse processo é realizado pelos rins, alterações nos 
resultados podem ser indicativos de lesões renais. 
Geralmente o exame de clearance de creatinina é 
solicitado quando é notada alteração na concentração de 
creatinina no sangue, quando se nota eleva concentração 
de proteína na urina e para auxiliar no diagnóstico de 
doenças renais e cardíacas. Além disso, o clearance de 
creatinina também pode ser solicitado para monitorar a 
evolução de algumas doenças, como a Insuficiência 
Cardíaca Congestiva e a Insuficiência Renal Crônica, por 
exemplo.” 
Níveis de glicosúria em gravidas podem ser fisiológicos, no 
entanto, podem mascarar quadros de diabetes, portanto 
deve-se sempre se atentar a esses valores. Assim como ao 
valor de ureia e creatinina já que estão baixos devido ao 
que já foi falado, mas quando se apresentam acima de 0,8 
indicando valores normais de não gravídicos, podem ser 
uma sugestão de Insuficiência Renal já que os Rins não 
estão conseguindo filtrar todo o sangue que chega. 
Os níveis elevados de ácido úrico, acima de 4,5 podem de 
certa forma significar sinal precoce de pré-eclâmpsia que 
indica uma complicação potencialmente perigosa da 
gravidez, caracterizada por pressão arterial elevada. A pré-
eclâmpsia começa geralmente após 20 semanas de 
gestação em mulheres com pressão arterial normal. Pode 
acarretar complicações graves, até mesmo fatais, para a 
mãe e o bebê. Às vezes, não há sintomas. Pressão arterial 
elevada e proteína na urina são as principais 
características. Também pode haver inchaço nas pernas e 
retenção de líquido, mas pode ser difícil de distinguir de 
uma gestação normal. Geralmente, é possível controlar a 
pré-eclâmpsia com medicação oral ou IV até que o bebê 
esteja suficientemente maduro para a realização do parto. 
Convém pesar os prós e contras dos riscos de um parto 
prematuro frente a continuação dos sintomas da pré-
eclâmpsia. 
A proteinúria encontra-se aumentada, sendo considerado 
valores normais de até 300mg/24 horas, o que para uma 
pessoa não gravídica é excessivo, para uma gestante é algo 
normal. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O consumo de oxigênio aumenta cerca de 20% a 30% em 
gestantes. O diafragma se eleva cerca de 4 cm, tendo um 
aumento transversal, além abertura das últimas costelas 
por conta do feto. É simples de pensar que o diafragma, 
assim como todas estruturas são apertados pelo feto. 
O diafragma mais apertado, diminui sua capacidade de 
expansão, fazendo com que se tenha menor amplitude da 
respiração e consequentemente sensação de dispneia que 
é mais comum ao final da gestação devido tamanho do 
feto e grau de compressão. Essa queixa de dispneia está 
presente em cerca de 60% a 70% das pacientes. 
A fim de compensar a sensação de dispneia, ocorre então 
um aumento da frequência respiratória, hiperventilação 
em pacientes gestantes. A progesterona apresenta uma 
importante função nesse processo que consiste diminuir a 
limiar de sensibilidade ao CO2, permitindo então que as 
concentrações menores desse gás já seja percebida pelo 
sistema de equilíbrio ácido base e consiga manter essa 
hiperventilação. 
 
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 
Na gravidez ocorre sempre uma alcalose respiratória por 
conta do aumentoda frequência respiratória, que leva a 
diminuição da pressão parcial de CO2 no organismo. Os 
ácidos tentam sempre compensar essa alcalose, mesmo 
não sendo suficiente. Os valores do PH não encontram-se 
patológicos, acima dos valores normais, mas encontram-
se no limite superior da janela de PH. 
 
ADAPTAÇOES METABÓLICAS 
O feto necessita de mais ou menos 150 Kcal/dia para que 
possa sobreviver, sendo toda glicose e aminoácidos são 
retirados da própria mãe. É por esse motivo que a mãe 
poupa glicose para o feto, diminuindo seu consumo como 
um todo, especialmente o consumo periférico, devido a 
ação de hormônios anti-insulinicos, HLP, estrogênio, além 
da progesterona, cortisol, prolactina e glucagon. 
Em outras palavras, os hormônios anti-insulinicos fazem 
com que a mãe tenha mais glicose disponível dentro da 
circulação, para se tornar disponível para o feto, que tanto 
necessita da glicose para realização das atividades. 
Em um primeiro momento, tanto a progesterona como o 
estrogênio provocam aumento da secreção endógena da 
insulina, na primeira metade de gravidez, provocando o 
que se chama de hiperinsulinismo. 
Após a segunda metade de gravidez, ocorre aumento do 
nível de alguns outros hormônios como HPL e o cortisol 
que levam a diminuição do consumo de glicose pela mãe a 
partir do incentivo a lipólise como geração de energia, e 
sendo a glicose poupada para consumo do feto. É nesse 
momento que a mãe apresenta aumento da produção de 
insulina, já que o organismo identifica níveis elevados de 
insulina na corrente sanguínea, mas uma resistência a essa 
insulina provocada pelos hormônios anti-insulinicos, que 
mantem a hiperglicemia. 
A glicose vai para o feto e por difusão facilitada, em que o 
feto apresenta glicemia cerca de 20%mg a menos que a 
mãe. Caso ocorra deficiência na produção insulina, não 
haverá a mínima degradação de insulina no sangue da mãe 
levando ao acumulo excessivo, impulsionado pelos vários 
hormônios anti-insulinicos, configurando um quadro de 
diabetes miletos gestacional. 
Enquanto o feto necessita de glicose, a mãe necessita de 
ácido graxo, que não atravessam a placenta e não são uteis 
para o feto, mas são fundamentais para a mãe na síntese 
de hormônios e na lactação. 
Agora quanto aos níveis dos minerais presentes no sangue 
materno: iniciando pelo cálcio que apresenta níveis mais 
ou menos idênticos durante a gestação, porém ficam mais 
retidos no organismo materno visando então as reservas 
de lactação. 
O fosforo é fundamental para composição do tecido ósseo 
e do metabolismo energético, sendo que a demanda desse 
mineral aumenta no último trimestre de gestação. 
O iodo sofre uma diminuição em decorrência do aumento 
do processo de filtração e consequentemente aumento na 
eliminação na urina. Gestantes são pobres em iodos e logo 
devem ser submetidas a reposição desse hormônio, ainda 
mais em populações especificas que apresentam alguma 
tendência ou resistência ao iodo. 
O magnésio encontra-se diminuído em gestantes, mesmo 
que em pequenas quantidades, e praticamente não ter 
uma complicação clínica relevante, gestantes com essa 
deficiência podem apresentar mialgia (dor muscular). 
Problemas relacionados a diminuição de vitaminas, são em 
gestantes, mais comuns do que se espera, já que gravidez 
por si só já indica quedas nas vitaminas em geral, com 
exceção das vitaminas E e K. É por esse motivo que muitas 
das gravidas recebem uso de polivitamínicos durante esse 
período gestacional. 
 
A carência de vitamina A pode provocar os defeitos na 
embriogenese e as anomalias congênitas. A vitamina B é 
fundamental no metabolismo energético da mãe, a fim de 
manter um bom funcionamento metabólico, ainda mais 
quando a glicose encontra-se destinada ao feto. 
A vitamina C é graus menores apresenta-se como um fator 
de risco grave podem ocasionar aborto espontâneo e a 
morte fetal. A vitamina D é essencial para a gestação já que 
auxilia na absorção de cálcio e fosforo essenciais para a 
formação óssea do feto, sendo sua obtenção feita por uma 
exposição diária ao sol, sem excessos. 
A vitamina E é um tipo de vitamina que aumenta os seus 
valores durante a gestação sendo um fator protetor contra 
abortamento e também contra envelhecimento placenta 
de forma precoce. 
A carência do ácido fólico como já dito antes pode causar 
a anemia, além de mal formações do tubo neural, olhos e 
face, além de provocar o quadro Restrição de Crescimento 
Intrauterino (RCIU) que é uma condição em que o feto tem 
peso menor do que deveria, porque não está crescendo 
conforme deveria dentro do útero. 
 
Os valores de vitamina K também aumentam devido então 
a necessidade de aumento da coagulação em gestantes, 
sendo um fator importante do pré-natal a fim de evitar 
que se tenha quadros de hemorragias durante o parto, e 
lembrar que os níveis de coagulação encontram-se altos, o 
que por outro lado é um risco para desenvolvimento das 
tromboses por exemplo. 
Os valores de sódio permanecem elevados em decorrência 
do aumento do volume plasmático e da quantidade de 
agua encontrada. A maior reabsorção de sódio pelos rins 
é fundamental para manutenção da osmolalidade de todo 
o plasma sanguíneo. Lembrando sempre que a água e o 
sódio caminham juntos. 
Como já dito ocorre aumento da quantidade de água no 
organismo materno, representando cerca de 70% de todo 
o aumento de peso materno. O aumento da agua, e logo, 
do volume plasmático, associado a dificuldades também 
do retorno venoso em decúbito podem provocar casos de 
edemas nos tornozelos e em membros inferiores, sendo 
necessário cuidado para quadros de edemas generalizados 
sendo um sinal de DHEG. 
A ocitocina é um hormônio muito presente durante esse 
processo de gravidez já que tem como principal função 
auxiliar na liberação do leite pelas glândulas mamarias 
durante a lactação e promover a contração do útero 
durante o trabalho de parto. A ocitocinase é fundamental 
para inibir o desencadeamento do parto precoce, diminui 
durante o momento correto do parto. 
O BCHG e estrógenos competem nos receptores de TSH 
fazendo com que se tenha uma hiperfunção desses tipos 
de receptores e consequentemente da tireoide, causando 
uma hiperfunção. A ativação exagerada desses receptores 
de TSH pode sugerir hipertireoidismo falso, por não ter 
nenhum tipo de problema relacionado a tireoide, apenas 
uma hiperestimulação do TSH. 
ALTERAÇÕES SISTEMA DIGESTIVO 
A motilidade do sistema digestório encontra-se bastante 
diminuída, a gestante apresenta muita fome e sede, além 
de mudar qualitativamente a alimentação, tendo avidez 
por frutas acidas e alimentos condimentados. É o famoso 
desejo de gravida. 
Na boca podem haver maior tendência do aparecimento 
de caries e periodontite, além de hiperemia, sangramento 
gengival causados pela ação do estrógeno, progesterona e 
do HCG sobre o tecido conectivo, sendo mais acentuado 
durante o segundo trimestre de gestação. Pode ocorrer 
ainda o ptialismo, que é a presença excessiva de saliva na 
boca em decorrência de uma hipertonia vagal do nervo 
trigêmeo. Sendo fundamental sempre encaminhar mulher 
gravida para o dentista, a fim de garantir tratamento bucal 
pré-natal adequado. 
O esôfago sofre um aumento de pressão assim como todo 
o organismo por conta do aumento uterino, levando ainda 
a alterações na pressão do esôfago, prejudicando então o 
funcionamento dos esfíncteres esofágicos, promovendo 
casos de refluxo gastresofágico responsável pela sensação 
de pirose em 50% das gestantes. 
O estomago também é elevado por conta do crescimento 
uterino, apresenta motilidade diminuída em decorrência 
da ação da progesterona sobre os níveis de motilina, 
proteína responsável pela contração da musculatura lisa e 
movimentos peristálticos o que provoca então um tempo 
de esvaziamento aumentado. 
O intestino sofre alteraçõestopográficas, sendo as alças 
do delgado empurrado para cima e para a esquerda, logo 
faz com que o apêndice seja descolado para flanco direito 
da gestante. Se atentar a casos de apendicite. Devido a 
maior absorção de liquido, ocorre ressecamento das fezes 
e sinais de constipação, além de retardo do transito do 
intestino devido compressão pelo útero gravídico, tendo o 
acumulo de gases (meteorismo). Lembrando que efeitos 
da progesterona na musculatura lisa são evidentes. 
ALTERAÇÕES PELE E ANEXOS 
A pele sofre um processo de hiperpigmentação, ainda mais 
em mulheres gestantes expostas em quantidades elevadas 
de radiação UV proveniente do sol. Os locais acometidos 
com maior frequência são a face, também ocorrendo na 
vulva, nevos, linha alba (do umbigo ao púbis) e aréola. 
As estrias são manifestações muito comuns, ainda mais ao 
fim da gestação, ocorrendo devido ao estiramento que é 
ocorrido devido à expansão das mamas e do abdômen nas 
gestantes. Não possuem tratamento especifico, apenas o 
uso de hidratantes, óleos e não engordar. 
Em geral podem apresentar aumento de pelos, que logo 
após o parto tendem a regressar (hipertricose) e presença 
do eritema palmar que é o aparecimento dos pequenos 
vasos sanguíneos, em especial na palma das mãos, devido 
a vasodilatação provocada pelos hormônios, tende ainda 
a retornar após a gravidez. 
 
As glândulas sudoríparas e sebáceas sofrem um processo 
de hipertrofia e hiperfunção, aumentando a sudorese e as 
secreções durante a gravidez. Um sinal muito comum é o 
“Sinal de Hunter” em grávidas que indicam a presença de 
bolinhas ao redor da aureolas que representam aquelas 
glândulas sebáceas hipertrofiadas. 
 
ALTERAÇÕES ÓSSEAS E ARTICULAÇÕES 
A alta demanda fetal de cálcio podem indicar um grau mais 
discreto de osteopenia, sendo raros os distúrbios graves 
como osteomalacia ou osteosporose. Lembrando que o 
feto também necessita imensamente de cálcio, como mãe. 
As articulações apresentam maior mobilidade durante a 
gestação sobretudo as articulações sacrilíacas e a sínfise 
púbica, é por esse motivo que não se recomenda alguns 
exercícios físicos de elevada tração durante a gravidez, 
sendo mais recomendado exercícios leves. 
As modificações articulares provenientes principalmente 
da ação do estrogênio que ocasiona retenção líquida no 
tecido conjuntivo articular. 
ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO 
Os distúrbios passageiros da função motora, sensitiva ou 
mental como tremores, contraturas, hiperemese, além de 
parestesias, hipotonia vesical, alterações vasomotoras 
podem ocorrer, não sendo regra. 
As convulsões são muito raras, deve-se pensar primeiro 
momento em eclampsia, podendo ocorrer também por 
conta da retenção hídrica ou da hiperventilação. Assim 
como quadros de enxaqueca podem ocorrer por aumento 
do plasma sanguíneo e também da vasodilatação causada 
pela ação hormonal. 
Alterações de humor, depressão e reações maníacas são 
comuns e podem ser causadas por alterações bioquímicas 
resultantes de variações hormonais, assim como a fadiga 
sonolência e lentidão psicomotora são típicas da ação da 
progesterona. 
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS 
Ocorre aumento da vascularização desses órgãos, fazendo 
com que se tenha hipertensão ocular no último trimestre 
gerando um quadro decorrente de espasmos, além ainda 
de estreitamentos arteriolares localizados. Apresenta-se 
no olho ainda hipersecreção lacrimal, no entanto, casos de 
patologias oculares são raros. 
O processo de epistaxe que é o sangramento originário da 
mucosa nasal é comum pelo aumento da vascularização 
das mucosas de modo geral, o que também favorece casos 
de obstrução nasal e rinite. 
Quadros de anosmia e hiposmia são comuns em pacientes 
gravidas por conta da presença de edema e congestão que 
leva a perda do olfato. A diminuição da acuidade auditiva 
também é perceptível durante a gestação, provocando 
quadros de zumbidos e vertigens. 
Quadros de parestesias em extremidades são comuns por 
conta das alterações vasomotoras e também deficiência 
metabólica. Lembrando que parestesias indicam sensação 
de formigamento. 
Alterações gustativas já foram comentadas, tendo várias 
alterações no paladar, no apetite e aversão a determinado 
tipo de alimento, assim como preferência para inúmeros 
outros, de sabores marcantes como doces e salgados.

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