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Monografia - CTZ -Rebeca Thais e Edinária Santos


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FACULDADE INTEGRADA DE PERNAMBUCO – FACIPE
BACHARELADO EM ODONTOLOGIA
REBECA THAIS PEREIRA DA SILVA
EDINÁRIA SANTOS DA SILVA
UTILIZAÇÃO DA PASTA CTZ EM TERAPIA PULPAR EM
ODONTOPEDIATRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
RECIFE
2018
REBECA THAIS PEREIRA DA SILVA
EDINÁRIA SANTOS DA SILVA
UTILIZAÇÃO DA PASTA CTZ EM TERAPIA PULPAR EM
ODONTOPEDIATRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
RECIFE
2018
Monografia apresentada no Curso de Bacharelado
em Odontologia da Faculdade Integrada de
Pernambuco, como requisito parcial para conclusão
de curso.
Orientadora: Profª Drª Kátia Virgínia Guerra Botelho
REBECA THAIS PEREIRA DA SILVA
EDINÁRIA SANTOS DA SILVA
UTILIZAÇÃO DA PASTA CTZ EM TERAPIA PULPAR EM ODONTOPEDIATRIA:
UMA REVISÃO DE LITERATURA
Aprovado em: _____/_____/________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Profª Drª Kátia Virgínia Guerra Botelho (Orientadora)
Faculdade Integrada de Pernambuco (FACIPE)
____________________________________________
Profº .......... (Membro avaliador)
Faculdade Integrada de Pernambuco (FACIPE)
____________________________________________
Prof......... (Membro avaliador)
Faculdade Integrada de Pernambuco (FACIPE)
____________________________________________
Prof........ (Membro avaliador)
Faculdade Integrada de Pernambuco (FACIPE)
RECIFE
2018
AGRADECIMENTOS
Reverencio à Deus, meu guia, pela presença constante em minha vida, por
sempre me mostrar a firmeza de seus propósitos, por ter me fortalecido a ponto de
superar minhas dificuldades e também por toda saúde, coragem e fé para não desistir
e continuar lutando por esse objetivo. Sou grata por ter me permitido alcançar esta
etapa tão importante em minha vida, e não somente nestes anos como universitária,
mas que em todos os momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer. A Ele,
devo minha gratidão!
À Faculdade Integrada de Pernambuco (FACIPE), quero deixar uma palavra de
gratidão por ter me recebido de braços abertos e por ter me proporcionado um
ambiente criativo e amigável para os estudos. Sou grata à cada membro do corpo
docente, as ASB’s, à direção e administração dessa instituição de ensino que
oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior.
À nossa orientadora, Prof.ª Dr. ª Kátia Virgínia Guerra Botelho, pela paciência,
dedicação, orientação e ajuda que nos foram dadas, pelo suporte no pouco tempo que
lhe coube, pelas correções e incentivos que possibilitaram a realização deste trabalho.
Aos professores, reconheço o enorme esforço, com muita paciência e sabedoria.
Foram eles que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais todos os
dias. Sem eles não seria possível estar aqui hoje de coração repleto de orgulho. A
palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar
terão todos os meus eternos agradecimentos. Agradeço a orientação incansável, o
empenho e a confiança que ajudaram a tornar possível este sonho.
À minha mãe Késia, fonte de amor, pelo exemplo de força, inteligência e
coragem. Pelo apoio e incentivo, com certeza não mediu esforços para que eu
chegasse até aqui. Sem dúvidas é a quem devo este diploma, inúmeras vezes largou
tudo para vir me socorrer. Obrigada por ter acreditado em mim e feito com que meu
sonho pudesse se tornar realidade. A você, meu amor e eterna gratidão!
Ao meu noivo Werden, por ser especial, por todo o apoio, amor, incentivo e
paciência, e pelas vezes que, solidário, me tranquilizou em momentos de stresse. Sei
que Deus o colocou em minha vida para que eu conhecesse o verdadeiro amor.
À minha família que nunca desistiram de mim e sempre me ofereceram amor,
deixo minha palavra de gratidão por todo incentivo e ânimo que me deram. Hoje sou
uma pessoa realizada e feliz porque não estive só nesta longa caminhada. Agradeço
em especial a meus avós Liseth e José Pereira (in memoriam), a meus irmãos Ironan,
Messias e suas esposas, a minha amiga Camila, e a meus tios e primos que de alguma
forma também contribuíram para a realização desse sonho. Vocês são maravilhosos!
Rebeca Thais Pereira da Silva.
4
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me ajudado a chegar até aqui e ter me dado força para superar
todas as dificuldades.
Quero agradecer também, a esta instituição de ensino que me proporcionou
momentos e ensinamentos que vou levar comigo para sempre.
Aos professores, deixo também meu agradecimento por tudo que aprendi com
vocês.
À minha orientadora Kátia Virgínia Guerra Botelho, pelo suporte que me deu,
pelas correções e incentivo.
À minha família, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Em especial ao meu
esposo, Airone Guerra, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, com
muito carinho e apoio, não mediu esforços para que eu chegasse até esta etapa de
minha vida.
E a todos que direta e indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
Edinária Santos da Silva
“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fies a nós
mesmos. ”
Friedrich Nietzsche
7
RESUMO
O tratamento endodôntico tem por objetivo realizar a higienização do canal radicular,
reduzindo a quantidade de bactérias presentes, além de possibilitar a efe1tivação de
um selamento apropriado e assim anular a infecção. Nos casos de dentes decíduos
com envolvimento pulpar, onde ao longo do exame clínico e radiográfico nota-se que a
polpa indica sinais de inflamação ou necrose, o tratamento endodôntico radical deverá
ser indicado, com o objetivo de manter o dente decíduo na arcada até a época da
esfoliação fisiológica. Existem alguns protocolos utilizados para executar o tratamento
endodôntico, entretanto, a técnica mais aplicada preconiza que a odontometria seja
feita a partir de uma radiografia convencional, os canais radiculares sejam
instrumentados com três limas e preenchidas com material reabsorvível, sendo a pasta
à base de iodofórmio conhecida como Guedes-Pinto, a mais utilizada. As demais
técnicas utilizadas no tratamento endodôntico em dentes decíduos variam
principalmente em função da instrumentação ou não dos condutos radiculares, e
também em relação ao tipo de material de preenchimento endodôntico usado no
tratamento. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura a
respeito da pasta CTZ utilizada como material obturador para dentes decíduos
necrosados e assim apresentam suas vantagens, bem como a descrição da técnica.
Concluindo-se que trata-se de uma técnica viável, de mais fácil execução, pois não há
necessidade de instrumentação dos canais radiculares, porém necessita ainda de mais
evidências para que seja adotada como técnica de eleição para os casos de necrose
pulpar em dentes decíduos.
Descritores: Pasta CTZ, Dentes decíduos, Pulpotomia, Pulpectomia
8
ABSTRACT
Endodontic treatment aims to perform the hygienization of the root canal, reducing the
amount of bacteria present, besides making it possible to perform an appropriate
sealing and thus cancel the infection. In the cases of deciduous teeth with pulp
involvement, where along the clinical and radiographic examination it is noted that the
pulp indicates signs of inflammation or necrosis, radical root canal treatment should be
indicated, with the objective of maintaining the deciduous tooth in the time of
physiological exfoliation. There are some protocols used to perform the endodontic
treatment, however, the most applied technique recommends that odontometry be done
from a conventional radiography, the root canals are instrumented with three files and
filled with resorbable material, the iodoform known as Guedes-Pinto, the most widely
used. The other techniques used in endodontic treatment in deciduous teeth vary
mainly depending on the instrumentation or not of the root canals, and also in relation to
the type of endodontic filling material used in the treatment. The present work had as
objective to carry out a review of the literature on the CTZ paste used as obturator
material for necrotic primary teeth and thus present its advantages, as well as the
description of the technique.It is concluded that this is a feasible technique, which is
easier to perform, since there is no need for instrumentation of the root canals, but still
needs more evidence to be adopted as the technique of choice for cases of pulp
necrosis in deciduous teeth .
Descriptors: CTZ paste, Primary teeth, Pulpotomy, Pulpectomy
9
LISTA DE ABREVIATURAS
CTZ - Cloranfenicol, Tetraciclina e Óxido de Zinco e Eugenol
MTA – Agregado de Trióxido de Mineral
OZE – Óxido de Zinco e Eugenol
PMCC – Paramonoclorofenol Canforado
Ca(OH) – Hidróxido de Cálcio
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Pó da pasta acondicionado em cápsulas....................................................15
Figura 02 – Pó da pasta manipulado com Eugenol........................................................15
Figura 03 – Aspecto clínico inicial do dente...................................................................17
Figura 04 – Imagem radiográfica na região de furca......................................................17
Figura 05 – Dente Isolado..............................................................................................17
Figura 06 – Remoção do tecido cariado.........................................................................17
Figura 07 – Localização dos canais radiculares.............................................................17
Figura 08 – Inserção da pasta CTZ no assoalho da câmara pulpar...............................17
Figura 09 – Proteção da pasta CTZ...............................................................................17
Figura 10 – Dente restaurado.........................................................................................17
Figura 11 – Radiografia final...........................................................................................17
11
SUMÁRIO
1. Introdução.......................................................................................12
2. Metodologia....................................................................................14
3. Revisão de Literatura.....................................................................15
3.1 Dentes Decíduos com vitalidade.............................................16
3.2 Dentes Decíduos sem vitalidade.............................................17
3.3 Materiais Utilizados.................................................................18
3.4 Composição da Pasta CTZ.....................................................21
3.5 Descrição da técnica do CTZ..................................................22
4. Discussão.......................................................................................23
5. Considerações Finais....................................................................25
6. Referências ....................................................................................26
12
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Mello-Moura et al., (2012), atualmente, um amplo número de
dentes decíduos possui lesões cariosas que evoluem para o comprometimento pulpar.
Bem como, lesões traumáticas, principalmente nos dentes anteriores. Fatores como
higiene oral deficiente, ausência de flúor, fluxo salivar reduzido, refletem a progressão
da doença. É necessário identificar a evolução das lesões quanto ao seu
desenvolvimento; agudo (em progressão) ou crônico (paralisado), que vão desde
manchas brancas visíveis de carie até as cavidades em esmalte e dentina.
Do mesmo modo, Conforme Pallú (2003), o ciclo biológico dos dentes decíduos
é mais curto em relação aos dentes permanentes e pode ser dividido em três fases:
crescimento do órgão pulpar, que inclui as etapas de desenvolvimento da coroa e raiz;
fase de maturação pulpar, que se estende da formação completa da raiz até o início da
reabsorção; e a fase de regressão pulpar, que compreende o início da reabsorção
radicular até a sua esfoliação. O período de maior atividade metabólica corresponde às
fases de rizogênese e rizólise, comparando-se com a fase de completa formação
radicular. Contudo, o metabolismo ativo que ocorre durante o processo de rizólise, está
relacionado à reabsorção da raiz, e não à sua reparação.
Dessa forma o a autora reitera que o tratamento endodôntico em dentes
decíduos é de fundamental importância na odontopediatria, mas ainda representa um
grande desafio a manutenção do elemento dental decíduo até que ocorra sua
esfoliação fisiológica. A primeira dentição é responsável pela manutenção de espaço
adequado para os dentes permanentes irromperem, servindo de guia para o
posicionamento dos mesmos. Além disso, os dentes decíduos proporcionam um
adequado crescimento e desenvolvimento facial pelo estímulo do crescimento dos
maxilares e na evolução da fala, mastigação e respiração correta da criança. Os dentes
decíduos constituem o melhor mantenedor de espaço, proporcionando o correto
desenvolvimento da oclusão e, quando perdidos precocemente, podem provocar
transtornos de ordem funcional ou estética.
Em suma, no caso de dentes decíduos com comprometimento pulpar, a polpa
pode apresentar sinais de pulpite irreversível ou necrose pulpar, a pulpectomia é o
tratamento endodôntico mais indicado. A técnica consiste na remoção da polpa
coronária, e na instrumentação dos canais radiculares. O objetivo deste tratamento é a
manutenção do dente decíduo no arco até a época mais próxima possível da esfoliação
fisiológica. A pulpotomia é indicada em caso de pulpite reversível ou em casos de
exposição pulpar, seja de forma mecânica ou por extensão cariosa, porém sem
evidência de dor espontânea, fístula ou edema. Nesse caso, a técnica consiste na
remoção da polpa coronária inflamada com manutenção da polpa radicular com
vitalidade.
13
A técnica da pasta CTZ é uma alternativa para terapia pulpar em dentes sem
vitalidade. De acordo com Oliveira e Costa (2006), esta técnica é de simples execução
e diminui os custos envolvidos referente a técnicas clássicas da endodontia. É uma
técnica que não necessita de instrumentação dos canais radiculares. Os autores ainda
relatam que, em 1964, Capiello preconizou o tratamento pulpar de dentes decíduos
com a pasta CTZ. O mesmo realizou biopulpotomias e necropulpectomias utilizando a
técnica. Na primeira, o autor relatou não ter observado nenhum tipo de alterações
clínicas ou radiográficas; já as necropulpectomias mostraram resultados clínicos e
radiográficos satisfatórios, em curto prazo, com desaparecimento de fístula e dor,
apresentaram também diminuição da mobilidade e retorno da função mastigatória.
Oliveira e Costa (2006) em concordância com Sousa, Duarte e Sousa (2014)
reiteram que apesar do sucesso clínico desta técnica sejam encorajadores, ainda há
necessidade do desenvolvimentos de estudos e pesquisas experimentais, laboratoriais
e clínicas que com a finalidade de verificar os resultados clínicos e radiográficos dos
dentes decíduos tratados, para que sustentem cientificamente a validade da sua
indicação na prática odontológica.
Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão de literatura a cerca do
tratamento endodôntico de dentes decíduos com necrose pulpar usando a técnica do
CTZ.
14
2. METODOLOGIA
O presente trabalho buscou uma revisão de literatura, elucidar evidências
científicas atuais sobre a composição e utilização da pasta de CTZ para tratamento
endodôntico de dentes decíduos com necrose pulpar. Tendo como objetivo principal,
elencar estudos recentes sobre o assunto.
A coleta de dados foi iniciada de fevereiro de 2018 a Junho de 2018. Foram
examinados artigos disponíveis nas bases de dados Scielo, PubMed, Robrac – Revista
Odontológica do Brasil-Central, Revista Pró-Universus, Revista de Estomatologia e no
Google Acadêmico, utilizando os descritores “Pulpectomy CTZ”; no PubMed,
“Endodontic treatment of deciduous molars”; no Google Acadêmico, com descritor
“CTZ”; Tendo como recorte temporal o período de 2012 a 2018. Foram incluídos, ainda
artigos anteriores de relevância científica.
Para eleger os artigos, foram especificados critérios de inclusão como, artigos,
teses,livros e monografias que atingiam a temática, com resumos disponíveis na base
de dados online e acessados na íntegra. Posteriormente, foi feita uma leitura minuciosa
dos artigos que permitiu selecionar e identificar o conteúdo dos mesmos.
15
3. REVISÃO DE LITERATURA
Sousa, Duarte e Sousa (2014) descreveram que a dentição decídua é de
fundamental importância para estética, fonação, mastigação e bem-estar psicossocial
da criança. Além disso, ela mantém o espaço para a erupção favorável do sucessor
permanente. Desta forma, todos os meios devem ser utilizados para evitar a perda
precoce de dentes decíduos.
Torres et al., (2013) em consonância com os autores supracitados diz que a
manutenção da dentição decídua em condições anátomo-funcionais até o momento de
sua esfoliação fisiológica é de grande importância. Uma vez que a perda precoce
desses dentes pode causar problemas na mastigação, estética e fonética. A perda
prematura de dentes decíduos pode resultar em uma alteração no comprimento do
arco dentário, com desvio mesial dos dentes permanentes e consequentemente má-
oclusão.
Quando os dentes decíduos apresentam inflamação pulpar irreversível ou
necrose, decorrentes da doença cárie ou traumatismo e for possível sua manutenção
no arco, o tratamento endodôntico está indicado. Esse procedimento tem sido descrito
como complexo devido a certas peculiaridades da dentição decídua no que diz respeito
à anatomia e à topografia dos canais radiculares, sua relação com as estruturas
anexas, o ciclo biológico do dente e fatores etiológicos da doença pulpar. As opções
para o tratamento endodôntico desses elementos têm gerado discussões e
controvérsias. (CUNHA; BARCELOS e PRIMO, 2005)
No entanto, segundo Piva et al. (2009), a peculiar conformação e a topografia
dos canais radiculares dos dentes decíduos com curvaturas acentuadas e uma grande
quantidade de canais acessórios dificultam o acesso e a instrumentação desses dentes.
Além do aspecto anatômico, o processo de rizólise em dentes decíduos ocorre de
maneira irregular e nem sempre é detectado radiograficamente. Esse fato faz com que
haja dificuldade de se estabelecer um limite apical tanto para a instrumentação quanto
para a obturação dos canais, havendo a possibilidade de lesar o periodonto e atingir o
germe do dente permanente. O extravasamento de materiais com propriedade não
biocompatíveis e não reabsorvíveis também pode afetar as estruturas periapicais e
ocasionar a sua permanência no tecido ósseo ou gengival mesmo após a esfoliação do
dente decíduo.
Os autores supracitados ainda ressaltaram que frente a essas características
dos dentes decíduos que dificultam a manipulação dos canais, o sucesso do
tratamento endodôntico depende de meios que proporcionem a redução ou a
eliminação das bactérias não só nos canais radiculares, mas também nos locais em
que o preparo químico-mecânico não obteve acesso. Considerando-se estas limitações,
a utilização de pastas obturadoras com capacidade antimicrobiana representa um dos
aspectos mais importantes para obtenção do sucesso da terapia endodôntica.
16
3.1 DENTES DECÍDUOS COM VITALIDADE
Segundo Lopes e Siqueira Jr. (2015), sempre que for diagnosticada a vitalidade
pulpar, um tratamento endodôntico conservador é o indicado, evitando-se intervenções
no canal radicular. Se a polpa radicular com vitalidade for mantida, a raiz a ser formada
será mais organizada e mais bem estruturada, em razão dos odontoblastos serem
preservados. Nesses casos, o tratamento indicado será a pulpotomia.
Os autores afirmam ainda que a pulpotomia é um tratamento conservador,
sendo seu objetivo a remoção total da polpa coronária viva, sã ou inflamada,
mantendo-se a porção radicular. Se o paciente manifestar dor pulpar espontânea ou se
a polpa estiver exposta, a pulpotomia se presta adequadamente.
Conforme Pinheiro et al.; (2013), a preservação da vitalidade pulpar e indução
da formação de dentina reparadora podem ser alcançadas com o uso do hidróxido de
cálcio ou do MTA. Os autores também falam que outro medicamento que pode ser
administrado na pulpotomia é a Pasta Guedes-Pinto, constituída por porções
semelhantes de iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e Rifocort, que segundo
estudos oferece, característica bactericida, uma baixa toxicidade, produz a remissão do
processo inflamatório, induz o desenvolvimento da barreira dentinária e é
completamente reabsorvida no período aproximado de 30 dias.
Os autores ainda descreveram que mesmo diante dessas dificuldades, o
sucesso da terapia depende da desinfecção dos condutos radiculares por meio da
solução irrigadora, assim como da competência antimicrobiana da pasta obturadora.
Acrescenta que há outros requisitos ideais das pastas obturadoras para dentes
decíduos incluem:
 Ser reabsorvível;
 Ser radiopaco;
 Ser facilmente removido quando necessário;
 Não provocar coloração no dente;
 Promover adequado preenchimento e aderência às paredes dos canais;
 Não provocar danos aos tecidos periapicais e ao germe do permanente.
Em relação a pasta CTZ, ela é composta basicamente de óxido de zinco e
eugenol com a adição de antibióticos de amplo espectro-tetraciclina e cloranfenicol, o
que torna a mesma com grande taxa de sucesso, apesar de sua desvantagem estética
já que a tetraciclina promove o escurecimento da coroa dentária. (PINHEIRO et al.,
2013)
Segundo Lourenço Neto et al. (2006), A busca por substâncias mais
biocompatíveis e seguras para pulpotomias em dentes decíduos tem ganhado campo e
destaque nas pesquisas.
17
3.2 DENTES DECÍDUOS SEM VITALIDADE
Guedes, Lima e Moura (2011) afirmaram que quando o tecido pulpar é
diagnosticado com uma pulpite irreversível ou necrose, seja por trauma ou lesão de
cárie, a pulpectomia é o procedimento endodôntico que deverá ser realizado. O
tratamento consiste na remoção completa do tecido pulpar coronário e também dos
canais radiculares. É realizado o preparo químico-mecânico, onde é feita a
instrumentação dos canais com limas, bem como, utiliza-se soluções irrigadoras como
o hipoclorito, promovendo a limpeza e modelagem dos canais.
Conforme Campos et al. (2010), as contraindicações da pulpectomia, são fatores
como a reabsorção radicular ultrapassando mais de um terço do comprimento da raiz;
a falta de integridade da cripta do germe dentário do sucessor; e a impossibilidade de
isolamento absoluto durante o procedimento. Quanto a indicação para o este tipo de
tratamento endodôntico, a autora cita a fratura coronária complexa como um dos
fatores com indicação, pois esse tipo de fratura envolve esmalte, dentina e expõe a
polpa, e a pulpectomia é indicada em dois dos três estágios classificados quanto a
formação da raiz. Sendo eles, quando a raiz está completa ou em casos de tratamento
tardio. Em casos de raízes incompletas o procedimento indicado é a pulpotomia. Deve
haver um acompanhamento clínico e radiográfico após 6-8 semanas, 12 meses depois
e depois anualmente até a erupção do dente sucessor permanente.
Outros fatores colaboradores para o sucesso do tratamento endodôntico incluem
a escolha do material restaurador, além da execução de um procedimento restaurador
eficiente para evitar possíveis infiltrações e consequentemente, prejudicar a técnica.
Sousa, Duarte e Sousa (2014), certificam que no Brasil, existe uma grande
variedade em relação ao tratamento, bem como uma grande variedade de técnicas e
materiais utilizados, ratificando a subjetividade dos profissionais com relação à decisão
de tratamento no caso de dentes decíduos com comprometimento irreversível ao tecido
pulpar.
Os autores referidos acima asseguraram ainda que as propriedades dos canais
radiculares de dentes decíduos inibem sua manipulação durante tratamento
endodôntico. O emprego de pastas obturadoras com habilidades antimicrobianas
simula um dos aspectos mais importantes para o alcance de sucesso nesses
tratamentos. Entre as terapias usadas, está a pasta CTZ. De acordo com os critérios de
inclusão, os autores elegeram 36 elementos decíduos que haviam sido tratados
anteriormentecom a pasta CTZ e realizaram exames clínicos e radiográficos para
avaliação dos dentes decíduos e seus sucessores. Foi observado que em 41,6% dos
casos houve alterações clínicas como alteração de cor, fístula. E radiograficamente
houve alterações como reabsorção óssea. A conclusão dos autores foi que a pasta
18
CTZ proporcionou condições de conservação dos dentes decíduos até sua esfoliação
sem danificar os sucessores.
3.3 MATERIAIS UTILIZADOS
De acordo com Guedes-Pinto, Mello-Moura (2016), a primeira citação na
literatura sobre o tratamento de polpas expostas foi em 1756, quando Plaft utilizou
pequenos pedaços de ouro adaptados cuidadosamente sobre a polpa exposta, na
tentativa de manter a vitalidade do remanescente pulpar. Atualmente, diferentes
medicamentos são utilizados no tratamento pulpar de dentes decíduos, por diversas
técnicas, cujos resultados clínicos, radiográficos e histológicos são amplamente
estudados.
Os autores referenciados acima, alegaram que algumas das características
requeridas para um material de preenchimento radicular ideal para dentes decíduos
foram citados por vários autores, como: ser bactericida, bacteriostático, apresentar
estabilidade de desinfecção, ser anti-inflamatório, inerte ao tecido periapical,
reabsorvível, biocompatível, radiopaco e possibilitar condição de reparo, entre outros.
Como materiais restauradores, existem alguns materiais de escolha utilizados
frequentemente para terapia pulpar em dentes decíduos. Dentre eles tem o Hidróxido
de Cálcio Ca(OH) é um pó branco, alcalino e solúvel em água. Possui propriedades
antibacterianas e é indicado em casos de regeneração pulpar, onde tem capacidade de
diminuir o processo inflamatório por agir como um vasoconstritor. Como vantagens, ele
induz a formação dentinária e não ocasiona alteração de cor. De acordo com Cunha,
Barceloss e Primo (2005), o Ca(OH) é considerado um material obturador para dentes
decíduos tratados endodonticamente. Um acompanhamento clínico e radiográfico
verificou que o material é de fácil aplicação, radiopaco e não apresenta efeitos tóxicos
aos sucessores permanentes que reabsorve mais rápido que as raízes dos dentes
decíduos.
Conforme Júnior (2017) e Cunha, Barceloss, Primo (2005), outro material
comumente citado pela literatura para utilização de tratamento pulpar em dentes
decíduos é a pasta Kri, composta por iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e
mentol. Esse material incitou a realização de estudos em dentes decíduos, onde foi
observada possível ação bactericida, facilidade de inserção, capacidade de penetração
nos tecidos, rápida reabsorção do material extravasado, substituição do tecido de
granulação por tecido reparador, e ausência de efeitos desfavoráveis nos sucessores.
Nesse sentido, Júnior (2017) reitera que outros medicamentos que também
podem ser administrados como material obturador é a pasta Guedes-Pinto, constituída
por iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e Rifocort (predinisona e a rifomicina).
Como vantagem, este apresenta a biocompatibilidade aos tecidos dentinários, não
provocando danos aos tecidos periapicais e ao germe do dente sucessor.
19
Segundo Guedes-Pinto, Mello-Moura (2016), os componentes da pasta
apresentam propriedades isoladas. O iodofórmio apresenta propriedades antissépticas,
antimicrobiana, é radiopaco, promove liberação de iodo e possibilita estimulação
biológica. O paramonoclorofenol canforado é antimicrobiano, com ação bacteriostática
e bactericida e possui alta citotoxicidade. O rifocort é anti-inflamatório, caracteriza
associação corticosteroide-antibiótica evitando assim, intensa resposta inflamatória nas
primeiras fases de reparo, e o antibiótico promove precaução profilática.
O autor também certifica que o óxido de zinco e Eugenol também é um material
de escolha pela Academia Americana de Odontopediatria e por 19% das instituições
brasileiras de ensino odontológico. Apesar do eugenol possuir propriedades
analgésicas e ação antimicrobiana, sua quantidade em manipulações deve ser
equilibrada evitando irritação nos tecidos pulpares. Outra desvantagem do OZE é que o
material apresenta pouca adesividade. O mesmo, alega sobre relatos literários sobre a
pasta Kri, composta por iodofórmio, PMCC e mentol, que possuem características
vantajosas como alta ação bactericida, biocompatibilidade com os tecidos pulpares,
capacidade de reparação tecidual, dentre outros. Afirma que a literatura traz alguns
casos de sucesso, porém não foram encontrados dentro dos critérios de inclusão
artigos suficientes para uma indicação deste material no tratamento endodôntico em
dentes decíduos.
Dentre as terapias pulpares uma alternativa utilizada nas faculdades de
odontologia brasileiras, destaca-se a técnica que utiliza a pasta antibiótica CTZ. Esta foi
sugerida em 1959 por Soller (endodontista) e Cappiello (odontopediatra), para
tratamento de molares decíduos com comprometimento pulpar. Em sua composição,
estão partes iguais de cloranfenicol, tetraciclina, óxido de zinco e eugenol, sendo este
último adicionado durante o preparo da pasta. (SOUSA; DUARTE; SOUSA, 2014)
Conforme Reis et al., (2016), outro componente da pasta é o óxido de zinco e
eugenol, sua atividade é principalmente resultante da potente ação antibacteriana do
eugenol, e tem propriedades analgésicas extraído do cravo-da-índia. Quando liberado
na pasta apresenta efeitos terapêuticos na dentina e polpa e é tido como componente
dos óleos essenciais que melhor reduz a atividade bacteriana de espécies como
Estafilococos, Micrococos, Bacilos e Enterobactérias por mais de 30 dias.
O autor acresenta ainda que o Enterococus faecalis é um coco Gram-positivo
frequentemente encontrado no trato gastrointestinal, na vagina e na cavidade bucal,
sendo detectado em infecções odontológicas. Esse microrganismo é frequentemente
encontrado no interior dos canais radiculares, e pelos dados encontrados na pesquisa
dos antibióticos presentes na pasta CTZ, esse microrganismo pode ser combatido pela
ação da pasta.
20
Figura 01: Pó da pasta manipulado em
farmácia e acondicionado em cápsulas.
Fonte: Imparato et al. (2017)
Figura 02: Pó da pasta manipulada com
eugenol, consistência semelhante a de
dentrifícios.
Fonte: Imparato et al. (2017)
Figura 01 Figura 02
21
3.4 COMPOSIÇÃO DA PASTA CTZ
Em concordância com Pinheiro et al. (2013), o Imparato et al (2017) afirmaram
que em 1964, Capiello preconizou uma pasta composta por uma parte de cloranfenicol,
uma parte de tetraciclina e duas partes de óxido de zinco e eugenol.
Segundo Imparato et al. (2017), o pó da pasta CTZ é manipulado em farmácia
especializada em que os componentes são micronizados e proporcionados em
cápsulas de 250mg, sendo 62,5mg de cloranfenicol; 62,5mg de tetraciclina e 125mg de
óxido de zinco, de tal forma que qualquer porção do pó apresente a mesma proporção
de 1:1:2 dos componentes. Na manipulação, o pó é dispensado em placa de vidro
estéril e misturado ao eugenol, com uma espátula metálica, para obtenção de uma
pasta com consistência semelhante a de dentifrícios. Ainda conforme o autor, A técnica
está indicada para decíduos com pulpite irreversível ou necrose pulpar, em condições
clínicas de serem restaurados e apresentando 2/3 de reabsorção radicular. Apesar de a
pasta CTZ apresentar compatibilidade biológica, resultados clínicos e radiográficos
favoráveis e boa ação antimicrobiana. Como desvantagem, a pasta apresenta potencial
de descoloração da estrutura dentária devido à presença da tetraciclina, que apresenta
sítios com elevada afinidade por íons cálcio, estabelecendo ligações estáveis, sendo
assim não indicada esteticamente para dentes anteriores.
Júnior (2017), reitera que em apenas 2,4% dos cursos de odontologia no Brasil,
sugerem o uso da pasta CTZ em tratamentos endodônticos de dentes decíduos. O
mesmo afirma que essa resistência dá-se possivelmente pela atenção na utilização dos
fármacos, visto que a tetraciclina promove o risco do escurecimento da coroa dentária
do sucessor.
RECEITA DO PÓ DA PASTA CTZ
Para usoodontológico
Pó da pasta CTZ ................................................................................................................X cápsulas de 250 mg
Composição: 62,5 mg de cloranfenicol, 62,5 mg de tetraciclina e 125 mg de óxido de zinco
Local e data
Assinatura e carimbo
22
3.5 DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DO CTZ
A técnica que utiliza a pasta CTZ é fácil, simples, pode ser realizada em uma
única sessão, apresenta poder antibacteriano, promove estabilização dos canais
radiculares, prévia ou após a desinfecção, o que confere grande vantagem no
tratamento do paciente não colaborador. Entretanto, pode apresentar a desvantagem
da pigmentação da coroa dental do dente decíduo tratado com a pasta como fator
importante a ser considerado. (SOUSA; DUARTE; SOUSA, 2014)
Oliveira e Costa (2014) e concordância com os autores supracitados asseguram
que a técnica da pulpotomia de molares decíduos com pasta CTZ (cloranfenicol,
tetraciclina, óxido de zinco e eugenol) é considerada bem-sucedida pelo senso comum
da equipe odontológica, porém há carência de pesquisas experimentais que sustentem
a validade da sua indicação. Essa técnica tem sido ensinada em cursos de
especialização de odontopediatria, para o tratamento endodôntico de dentes decíduos.
Em 1964, Cappielo preconizou o tratamento pulpar de dentes decíduos com a
pasta CTZ, tanto em biopulpectomias como em necropulpectomias. O autor ressaltou a
importância de se fazer um diagnóstico das condições pulpares para selecionar a
técnica a ser feita. Nas biopulpotomias realizadas com CTZ o autor relatou não ter
observado nenhum tipo de alteração clínica ou radiográfica. As necropulpectomias
utilizando o CTZ mostraram resultados clínicos e radiográficos satisfatórios, em curto
prazo, com desaparecimento de fístula e dor, diminuição da mobilidade e retorno da
função mastigatória. (OLIVEIRA; COSTA, 2006)
Em seu livro, Imparato et al., (2017) descreveram a técnica em:
1. Radiografia Inicial;
2. Anestesia e isolamento do campo operatório;
3. Remoção dos tecidos necrosados com colheres de dentina e/ou brocas de baixa
rotação e limpeza da cavidade com solução salina;
4. Remoção do teto da câmara pulpar e de restos pulpares. Lavagem da câmara
pulpar com solução salina;
5. Localização e desobstrução dos canais radiculares;
6. Limpeza final da câmara coronária com solução salina e secagem com bolinhas
de algodão estéreis;
7. Preparo da pasta CTZ: manipulação do pó da pasta CTZ com eugenol;
8. Inserção da pasta CTZ e pressão leve com bolinhas de algodão;
9. Proteção da pasta CTZ com camada fina de guta-percha em bastão. A guta-
percha deve ser colocada levemente aquecida e acondicionada no assoalho da
câmara pulpar e entrada dos canais radiculares delicadamente com um
condensador de amálgama;
10.Restauração do dente;
11.Radiografia final.
23
4. DISCUSSÃO
Na ansiedade de se evitar exodontias precoces de dentes decíduos, cirurgiões
dentistas muitas vezes lançam mão de técnicas e/ou materiais cuja eficácia/efetividade
ainda não pode ser comprovada cientificamente. Esse é o caso da pulpectomia com
CTZ.
Baseados em seus estudos, Nanda et al. (2014), alegaram que a terapia pulpar
em dentes decíduos às vezes é difícil de ser realizada por diversas causas, dentre elas
e a dificuldade em controlar o comportamento da criança, as diferenças na morfologia
dos dentes, a complexidade dos canais radiculares, a incerteza do processo de
reabsorção radicular e dificuldades para a colocação do material no interior dos canais
radiculares.
Em consonância, Capiello (1964), descreveu uma técnica executada em sessão
única no qual o material obturador era colocado no início dos canais radiculares e no
assoalho da câmera pulpar de dentes decíduos com ou sem necrose pulpar. Essa
pasta obturadora era composta por partes iguais dos antimicrobianos: tetraciclina,
cloranfenicol, óxido de zinco e eugenol, conhecida por pasta CTZ. O autor ressaltou
ainda a importância de se fazer um bom diagnóstico das condições pulpares para
selecionar a técnica a ser feita. Nas biopulpotomias realizadas com CTZ, Capiello
relatou não ter observado nenhum tipo de alteração clínica ou radiográfica. As
necropulpectomias utilizando o CTZ mostraram resultados clínicos e radiográficos
satisfatórios, em curto prazo, com desaparecimento de fístula e dor, diminuição da
mobilidade e retorno da função mastigatória. Após sete meses de controle não foi
observada qualquer alteração patológica nos dentes tratados com CTZ.
Cappiello (1964) e Soller, realizaram um estudo em 100 pacientes, entre 2 e 5
anos de idade, que tinham dentes temporários, indicando terapia pulpar. Os resultados
clínicos e radiográficos foram excelentes em pulpotomias vitais e não vitais. Nas
pulpotomias não vitais, houve ausência de sintomas dolorosos, remissão da fístula,
ausência de mobilidade dentária e retorno normal da função mastigatória.
Em Londrina, Brasil, um estudo clínico e radiográfico realizado por Walther, em
1965 (14), utilizou-se a pasta CTZ em molares temporários, com necrose pulpar, tendo
como tratamento a pulpotomia. Um sucesso de 70% foi observado em intervenções
clínicas. O estudo foi realizado em 116 pacientes, que foram submetidos a 216
pulpotomias. Considerou-se como sucesso clínico aqueles dentes que, pelo menos 6
meses após o tratamento, não apresentaram recidiva do processo infeccioso,
alterações clínicas visuais dos tecidos periodontais e de suporte, bem como o
desaparecimento da lesão clínica inicial. Entretanto, os resultados radiográficos tiveram
maior incidência de falha do que os resultados clínicos, pois em alguns casos, áreas
radiolúcidas foram observadas na região interradicular dos molares temporais, com
24
destruição da lâmina dura na câmara pulpar, e sinais foram observados. de reabsorção
interna.
A pasta CTZ tem demonstrado ser uma excelente alternativa para a terapia
pulpar na dentição decídua. No entanto, sugere-se que pacientes tratados com essa
técnica sejam acompanhados, clinico e radiograficamente, avaliando-se a eficácia do
CTZ e as condições de manutenção dos dentes decíduos até sua esfoliação sem
provocar prejuízos aos permanentes sucessores. (SOUSA; DUARTE; SOUSA, 2014)
25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseando-se na literatura, as vantagens do tratamento com pasta CTZ
sobressaem aos pontos negativos devido às qualidades do material, como baixo custo,
fácil manuseio e excelentes resultados clínicos podendo ser considerada uma opção na
terapia pulpar em dentes decíduos e que sugerem uma alternativa importante,
principalmente para utilização em programas de saúde pública.
A relevância desse tema encontra-se no fato da grande incidência de pacientes
apresentando problemas com acometimento do tecido pulpar. Quando trata-se de um
paciente não colaborador, a pasta CTZ apresenta como vantagem principal o fato de
não haver necessidade de manipulação do canal, tornando o procedimento mais
prático para o profissional e menos invasivo, proporcionando maior conforto para ao
paciente.
Conclui-se que a utilização da pasta CTZ na terapia pulpar de dentes decíduos
oportunizou a manutenção dos dentes tratados sem oferecer prejuízos aos seus
sucessores, representando uma alternativa simples e de baixo custo.
A literatura, ainda apresenta um baixo nível de evidências científicas que
comprovam a eficácia da técnica.
26
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28
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16. WALTHER, L.F. Tratamento endodôntico para molares primários. Revista
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