Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ACONSELHAMENTO EM CAPELANIA ACONSELHAMENTO “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Isaias 11:2) “onde não há conselho os projetos são vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (Provérbios 15:22) “Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança.” (Provérbios 11:14) “Apascentai rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” (1 Pedro 5:2-3) (Aconselhar) aconselhamento é a arte de ajudar e fazer ver as coisas que não podem ser vista. É, no entanto, no fazer ver as coisas ocultas aos olhos dos que sofrem que está a arte de ajudar. .No aconselhamento o Capelão utilizará os princípios moraes e habilidade diplomática para a orientação da conduta e das decisões que a pessoa terá que tomar. Este é o aconselhamento neutético, e o aconselhamento psico-social. Aconselhar é como guiar um cego que sabe o que quer, mas não sabe como chegar lá. Assim, o papel do Capelão- Conselheiro é ajudar alguém a chegar ao lugar, num porto seguro. Atender- dar atenção a quem precisa. Aconselhamento individual Orientação, com ética e amor, com paciência para ouvir as mais diversas situações,e orientar com sabedoria e exemplos externos. Às vezes, a solução está mais no ouvir do que no falar. •A falta de cuidados no atendimento gerando envolvimento e até escândalos, pois se tem preparo do ponto de vista técnico, mas o mesmo não é aplicado com espiritualidade. A pessoa acha o conselheiro, tecnicamente preparado, mas sem os cuidados no atendimento. Procedimentos básicos- Pré-aconselhamento Utilize fichas ou anotações (use códigos), notebook. Exemplo: problema apresentado x solução sugerida Procure aconselhar em lugar restrito, sem interrupções, porém nunca isolado. Se fechar a porta, essa deve ter uma janelinha de vidro. Cuidado para não aconselhar em lugar público, lembre-se, isso pode despertar a curiosidade de muitos e agravar a situação pela maledicência. Principalmente, porque questões emocionais podem explodir. Se a esposa não estiver presente, chame sempre uma pessoa madura. Quando aconselhar por carta , telefone, internet, procure manter xérox e registro de tudo. Ás vezes o conselheiro pode ser acusado de aconselhar de forma errada, e você tem que ter registrado o que disse ou escreveu, hora, local. Conheça a diferença entre o lugar de aconselhamento e a sua casa. Procure esquecer –se do assunto o mais rápido possível. “o seu lugar de aconselhamento é uma coisa, mas sua casa não deve ser a extensão do lugar onde você aconselha”. Lembre-se do procedimento do salva-vidas, ele chega por trás para salvar a pessoa. Assim, não permita que o aconselhado lhe sufoque, muito menos a sua família. Recomendações gerais no aconselhamento Ouça o suficiente antes de tecer qualquer comentário, conselho ou parecer; não se precipite. Procure a raiz do problema. Faça perguntas adequadas. Incentive-o (a) a falar, deixe-o (a) à vontade e seguro (a) para colocar para fora aquilo que o (a) está sufocando. Divida o assunto em partes (família, trabalho, coração, finanças, relacionamento); faça um mapeamento e defina prioridades. Não deixe a espiritualidade em segundo plano, ore e use a Bíblia. Cultive a credibilidade moral, espiritual e emocional. Você está sendo observado. Seja sensível, porém não se entregue aos sentimentos alheios. Veja no aconselhando um ser em potencial para mudar e ser abençoado por Deus. Não o evite. Utilize de diversas ferramentas para extrair informações (perguntas, cartas, inventário, família, comportamento), mas nunca recorra a fofocas. Quem trás também leva, isso pode colocar tudo a perder. Seja humilde para reconhecer as suas limitações e tentações. Trabalhe em parcerias, Exemplo: aconselhamento X psicoterapia, serviço social, advocacia, medicina, até mesmo outros conselheiros espirituais etc. Seja ético com as pessoas que você atender. Não use isso como forma de proselitismo. Cuidado em compartilhar experiências particulares. Sua vida e intimidades podem ficar na “boca do povo”. Imponha algumas normas Vocabulário usado (desabafo é uma coisa, vulgaridade é outra). Postura no aconselhamento. Com tato sim, contato não. Aconselhamento é uma luta espiritual clara e constante. Não negligencie Efésios 6:12- 18, lembre de que lutamos contra as “astutas ciladas do diabo”. Não queira resultados imediatos. Às vezes há muitos fatores envolvidos, com isso, tenha paciência de aconselhar e com o aconselhado. Aconselhar é diferente de ordenar! Nunca decida por ninguém, e quando emitir uma opinião ou parecer, faça com segurança, não se deve brincar com a vida ou sentimento alheio. Cuidado com pessoas carentes, seja cuidadoso, não tente ser você a solução do problema. Mantenha sigilo das informações, isto muito antes de ser uma questão espiritual é uma questão de ética. Não busque informações que não são necessárias, que não são pertinentes ao assunto tratado, nem se baseie em fofocas. Busque a sua maturidade. Seja verdadeiro; não diga o que não sabe e não omita a que tem de ser dito. Cuidado com as motivações inadequadas. Ajudando através da arte de escutar Escutar é uma arte que pode ser desenvolvida. Os princípios abaixo relacionados, se posto em prática, ajudarão você a crescer na arte de escutar e, consequentemente, na habilidade de ajudar a outras pessoas. 1. Analise sua atitude íntima: Pense em quais os seus sentimentos em relação à pessoa com quem você está conversando? Você tem algum preconceito em relação a ela? Ela lhe é repugnante? Há hospitalidade entre vocês? Tudo isto vai afetar o significado de que você ouvirá dela. As palavras perdem seu sentido quando nossas emoções não nos permitem escutar com objetividade. Precisamos desenvolver uma atitude de aceitação da pessoa, do que ela diz, sem julgá-la ou condená-la. Não estamos defendendo qualquer posição, mas tentando ouvir os verdadeiros sentimentos de quem fala. Por outro lado, não devemos insistir para que o entrevistado defenda seu ponto de vista, ou utilize determinado vocabulário ou estilo de linguagem. Não devemos expressar julgamento para não impedir a fluência de seus sentimentos. 2. Preste bastante atenção: Repare o tom de voz. Que estado emocional ele revela? Uma voz baixa, uma fala monótona, pode indicar depressão emocional. Falar rapidamente, de forma agitada, pode se uma depressão extrema. Falar depressa e em voz alta pode indicar o efeito de drogas. 3. Desenvolva a capacidade de avaliar as emoções: Na linguagem comum, há palavras que expressam emoções diversas: convicção, perturbação, irritação, alegria, felicidade. O tom de voz em que elas são proferidas, lhes dão um significado maior que o dicionário não pode definir. Cabe a nós avaliar este conteúdo emocional da comunicação. 4. Reflita as emoções que você está percebendo: É preciso fornecer ao entrevistado uma "retrovisão" das emoções que ele está transmitindo. A pessoa ficará satisfeita se você revelar que entendeu qual o problema dela. Isto não é apenas repetir o que a pessoa já disse, literalmente, mas refletir seus sentimentos com nossas próprias palavras. 5. Evite a agressividade: 5.1 Não queira ser predominante na conversa. 5.2 Quando falamos muito a pessoa se confunde. 5.3 Não discuta nem revele hostilidade ou ressentimento. 5.4 Não tente manipular as pessoas, nem as enganar. 6. Evite a passividade e a timidez exagerada. 6.1 Não há necessidade de concordar com tudo o que a pessoa diz. 6.2 É mais importante entender o que ela diz do que criar uma impressão favorável. 6.3 Não é necessário que a pessoa fique totalmente despreocupada. A solução dos problemas vem por meio das tensões.6.4 Não seja passivo como uma esponja. Demonstre interesses na participação do diálogo. Esteja preparado para responder. 6.5 Não se prenda aos detalhes da conversa. Identifique as informações básicas para compreender o interlocutor. Normas para escutar: 7.1 Escutar é um processo. Não é discursar. Você precisa identificar-se com a pessoa que fala. 7.2 Demonstre compaixão e aceitação, ainda que suas convicções pessoais sejam diferentes. 7.3 A pessoa está apresentando um problema que lhe parece insolúvel. Aceite seu estado de confusão e ajude-a observar os diferentes aspectos do problema: sua origem, quem está envolvido nele, possíveis soluções etc. 7.4 O entrevistado precisa ser ajudado a assumir a responsabilidade por suas decisões. 7.5 Demonstre amizade e interesse. O problema é grande. Leve a carga com a pessoa até que ela possa levá-la sozinha. 7.6 As vezes, o problema do outro não nos parece sério, mas devemos reconhecer que ele é sério para a pessoa que está sofrendo com ele. 7.7 Procure dividir o problema em várias partes para atacá-las separadamente. 7.8 Dê oportunidade para a pessoa esclarecer sua posição. Isto facilitará a compreensão dos problemas e como solucioná-los. 7.9 Se descobrir contradições ou alguma confusão na conversa, revele-as à pessoa. Isto a ajudará a se sentir menos confusa e ansiosa. 7.10 Pergunte se ela já enfrentou um problema semelhante no passado. Ela vai recordar que tem habilidade para superar a situação como já aconteceu. 7.11 Evite fazer perguntas com respostas predeterminadas ou óbvias. São mais válidas as perguntas interessantes, que despertam, que aproximam. 7.12 Dê ênfase ao tempo presente e objetivo da entrevista. Veja se tem possibilidade de ajudar essa pessoa nessa circunstância, ou encaminhe-a a outra pessoa. 7.13 Não se deve alimentar esperanças infundadas. Evite dizer infundadamente: "Não se preocupe, está tudo bem". Melhor é ficar calado do que criar falsa esperança. 7.14 Termine a conversa apresentando objetivamente o que deverá ser feito. Deixe a pessoa tomar a decisão adequada e assumir a responsabilidade. 7.15 Admita suas capacidades e limitações, lembre-se você é humano, falho e finito. Conclusão O exercício da Capelania não deve ser feito de qualquer maneira e por qualquer pessoa. Aconselhamento é um instrumento poderoso, uma ferramenta para desfazer os “Nós” na vida das pessoas.
Compartilhar