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1 BBPM III – Patologia HOMOSTASIA X HOMEOSTASIA • HOMOSTASIA: Capacidade do organismo tem de manter um equilíbrio do meio interno mesmo diante de condições adversas do meio externo, como por exemplo a temperatura corporal • HEMOSTASIA: série de eventos biológicos que são ativados no organismo de modo a manter a fluidez do sangue de maneira constante. Serve para evitar sangramentos e obstruções no leito vascular, mantendo constante o fluxo sanguíneo para distribuição de nutrientes • Circulação do sangue e distribuição de líquidos no organismo é realizado por coração, veias, artérias e capilares • Existe a macrocirculação (para o corpo) e a microcirculação (para o pulmão). Há também o sistema linfático HEMOSTASIA: O QUE É? • Conjunto de mecanismos que permite a fluidez do sangue pelos vasos sanguíneos. Ou seja, o equilíbrio entre fatores anti-coagulantes e fatores pró-coagulantes • Por quê? o sangue vai fluir pelo vaso sanguíneo através de um FLUXO LAMINAR → as células/ elementos figurados correm na parte central, enquanto que na parte periférica corre mais líquido (funciona como lubrificante, deslizamento do sangue) • Existem basicamente dois tipos de hemostasia (parada ou a cessação de um sangramento): A) NATURAL/ ESPONTÂNEA/ FISIOLÓGICA B) ARTIFICIAL: ligadura ou cauterização de vasos lesados • Quais são os principais sistemas importantes para a formação do tampão (para cessar o sangramento): plaquetas, fatores de coagulação e endotélio do local da lesão vascular • Forma um tampão fibrinoplaquetário que limita a extensão do sangramento COMPONENTES 1. Parede vascular: a parede vascular próxima ao local do endotélio que sofreu lesão vai sofre vasoconstrição arteriolar - é importante porque reduz a circulação local, evitando a chegada de muitos elementos figurados e faz com que de tempo de recrutar os principais agentes para começar o reparo do endotélio machucado 2. Plaquetas: percebe alguns fatores expostos no local de lesão, como colágeno ou fator de von Willebrand e podem formar o tampão 3. Fatores de coagulação: existe dois tipos de vias. A via intrínseca ocorre quando há exposição de colágeno subendotelial e a extrínseca quando tem exposição do fator tecidual (tromboplastina tecidual) liberado de células lesadas. Ambas têm o mesmo efeito final: formação de fibrina ETAPAS DA HEMOSTASIA Processo ocorre em 4/5 etapas: a) Vasoconstrição arteriolar b) Formação do tampão plaquetário c) Estruturação da rede fibrina d) Estabilização do coágulo (trombo) e) Dissolução do coágulo (trombo) pelo sistema fibrinolítico PLAQUETAS • São fragmentos celulares provenientes do megacariócito • Fragmentos do citoplasma de megacariócitos da medula óssea • Possuem muitas invaginações/ canalíticos → favorece a secreção de grânulos (acúmulos de substâncias que são secretados quando as plaquetas são recrutadas) 2 BBPM III – Patologia • Membrana bilaminar que contém várias inaginaçòes com um sistema canalicular aberto: ligado intracelularmente a um sistema tubular denso, formando uma rede de interconexão através das células (complexo mebrânico) = facilita a secreção dos grânulos • Grânulo elétron-denso: nucleotídeos (ADP), Ca++, serotonina • Grânulo-alfa específico: fator de crescimento, fibrinogênio, fator V, FvW (fator de von Willebrand), fibronectina, beta-tromboglobulina, antagonista de heparina (PF 4), trombospondina OBS: O fator de von Willebrand está presente tanto no endotélio quanto nos grânulos das plaquetas • Fragmento de célula discóide anuclear • Maturação de 4-5 dias, meia vida curta (9-10 dias) • Apresentam muitos receptores na membrana plasmática → plaquetas apresentam receptores de glicoproteínas que se ligam ao fator von Willebrand: tornam-se ativadas sofrendo alteração na sua forma, liberando conteúdos dos seus grânulos (ADP e TxA2) que recrutam plaquetas adicionais para a formação do tampão hemostático - GP1B: ligam-se ao fator de von Willebrand - GB2B3A: liga-se ao fibrinogênio • Quando a plaqueta está no formato discoide é porque ela está inativa. A ativação faz com que ela fique com o formato similar de uma célula dendrítica, com vários prolongamentos COAGULAÇÃO • Existem duas vias intrínseca e extrínseca • Resultado final independente da via: formação de uma malha de fibrina (moléculas de fibrinas sofrem polimerização) que vai sedimentar as plaquetas que estão se agregando, contendo o sangramento local ENDOTÉLIO • Têm tanto atividade pró-coagulante, quanto anticoagulante (plaquetas, cascata de coagulação, fibrinólise) • O balanço entre as atividades anticoagulantes e coagulantes do endotélio determina se ocorrerá a formação, propagação ou a dissolução dos trombos ATIVIDADE ANTICOAGULANTE ENDOTÉLIO • Elementos aumentados da cascata de coagulação: trombomodulina, receptor deproteína C, molédula semelhante à heparina, inibidores da vida do fator tecidual • Fibrinólise: t-PA (ativador plasmiogênio tecidual) livre → converte o plasminogênio em plasmina e essa plasmina pode degradar a rede de fibrina que foi formada (faz com que o trombo não fique por muito tempo) • Plaquetas: prostaciclina, óxido nítrico (NO), adenosina difosfatase (ADP → AMP) - o AMP tem ação anticoagulante 3 BBPM III – Patologia ATIVIDADE PRÓ-COAGULANTE DO ENDOTÉLIO • Elementos reduzidos da cascata de coagulação: trombomodulina, proteína C, inibidores da vida do fator tecidual • Anti-fibrinólise: secreção de inibidores de t-PA (ativador plasminogênio tecidual) • Plaquetas: liberação de algumas moléculas que induzem a agregação plaquetária, como ADP e grânulos como fator de von Willebrand TROMBINA • Quebra fibrinogênio em fibrina • “Ação dupla” • Trombina normalmente se liga no receptor de trombina (PAR) para ter uma ação pró-coagulante • Entretanto, quando existe a trombomodulina, ela “captura” a trombina e impede ela de ter seu papel coagulante, e, consequentemente, favorece a ação anticoagulante do endotélio • O endotélio pode estar no estado BASAL ou no estado ATIVADO • Lesões ou exposições a certos mediadores resultam na ativação endotelial, estado em que as células endoteliais desenvolvem uma superfície pró-coagulante que pode ser adesiva para células inflamatórias e passam a expressar fatores que podem causar contração muscular lisa e/ou proliferação e síntese de MEC EVENTOS DA HEMOSTASIA A) VASOCONSTRIÇÃO • Injúria tecidual → desnudamento → exposição da região abaixo do endotélio → liberação de endotelina causa vasoconstrição arteriolar reflexa • Essa vasoconstrição é transitória • Ocorre para diminuir o fluxo e chegada de muitos elementos figurados no local • A redução do fluxo faz com que as plaquetas consigam reconhecer a região desnuda em que há exposição de colágeno e de fator von Willebrand • O receptor GP1B das plaquetas reconhece fator von Willebrand • Isso faz com que plaqueta deixe de ser discoide e forme prolongamentos → Favorece a secreção de grânulos, aumenta a superfície de contato, interação entre as plaquetas • Plaqueta secreta ADP e TxA2 (tromboxanas A2) 4 BBPM III – Patologia • O ADP liberado vai se ligar nos receptores de outras plaquetas que vai mobilizar cálcio → atrai mais plaquetas para o local • Existem alguns fármacos que impedem a ligação do ADP em outras plaquetas → efeito anti-plaquetário • Glicoproteína GP2B3A: LIGA-SE COM O FIBRINOGÊNIO • As plaquetas no local de injúria podem ficar agregadas por dois motivos: pelos prolongamentos que interagem entre si e também por outra glicoproteínas que se ligam ao fibrinogênio • Quando há a exposição do endotélio, além da exposição de colágeno, fator von Willebrand (fator VIII), tem a exposição também de fator tecidual (glicoproteínapró- coagulante que stá presente na membrana do endotélio, mm liso e fibroblastos) que tem a capacidade de ligar e ativar o fator 7 da cascata de coagulação. Isso é improtante porque o fator tecidual só está sendo exposto no local em que tem injúria tecidual → formação de tampão fibrinoplaquetário → HEMOSTASIA SECUNDÁRIA • Além da participação de plaquetas, do sistema de coagulação, também tem a participação do sistema fibrinolítico -ativador do plasminogênio tecidual (TPA) que ativa plasminogênio tecidual, uroquinase (ativador plasminogênio) e trombomodulina • A plasmina cliva a rede de fibrina → faz a dissolução do trombo TROMBOSE X TROMBO • TROMBOSE: solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, em um indivíduo vivo - é mais patológico • TROMBO: é a massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea que pode se formar em qualquer território do sistema cardiovascular : cavidades cardíacas (na parede do órgão ou nas válvulas), artérias, veias e microcirculação - também é fisiológico - trombos são friáveis (conseguem se dissolver) e aderentes à parede do vaso ou do coração • COÁGULO: após a morte do indivíduo e por causa da parada da circulação sanguínea, o sangue forma coágulos - coágulos são elásticos, brilhantes e não aderentes 5 BBPM III – Patologia TROMBOS • A formação de trombos envolve o processo de coagulação sanguínea e a atividade plaquetária, estando associada a três componentes (clássica tríade de virchow): • Na maioria dos casos, dois ou três fatores estão implicados na formação de trombos • Os trombos podem ser: a) Hemostático (fisiológico) b) Venoso (patológico): ocorrem em locais de estase de sangue (flebotrombose), invariavelmente oclusiva - TROMBOS VENOSOS crescem no SENTIDO DO FLUXO SANGUÍNEO - em veias superficiais: ocorre dilatações varicosas das veias safenas e raramente embolizam - em veias profundas: causam embolia pulmonar e consequente infarto pulmonar, associado com hipercoagulabilidade - podem causar congestão e edemas dolorosos, tendência de embolizar para os pulmões c) Arterial (patológico): ocorrem em locais de turbulência ou de lesão endotelial, frequentemente oclusivos, localizações mais comuns são coronárias, cerebrais e femorais - TROMBOS ARTERIAIS crescem em SENTIDO RETRÓGRADO: isso se deve por conta do fluxo turbulento nas artérias, bate e volta em círculos jogando pra trás -aterosclerose principal causa - trombos murais no coração e na aorta são propensos a embolização - cérebro, baço e rins são os órgãos mais acometidos devido ao seu grande suprimento sanguíneo - podem embolizar e causar infartos a jusante • Trombos são focalmente fixados na superfície vascular (ponto de iniciação) • A parte em crescimento está, em geral, menos firmemente ligada às paredes e, portanto, propensa à fragmentação e embolização TROMBO VERMELHO X TROMBO BRANCO • Trombo vermelho: - acontece em locais de estase sanguínea, na parte venosa em que tem a maior probabilidade de encontro dos elementos figurados - formado por fibrina, plaquetas e hemáceas • Trombo branco: - acontece na microcirculação (parte que tem arteríola, capilar e veia) - a maior parte da agregação é de fibrina e plaquetas EVOLUÇÃO DOS TROMBOS • Dissolução, embolização, organização e recanalização 6 BBPM III – Patologia EMBOLIA • Obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido, líquido ou gasoso em circulação e que não se mistura com o sangue ou linfa TVP – TROMBOSE VENAL PROFUNDA • Condição em que os trombos se formam em uma veia profunda do corpo, normalmente a perna • Quando a pessoa está imobilizada por um longo período, a circulação venosa fica mais lenta porque depende da contração muscular • Como resultado fatores coagulantes no sangue podem fazer com que o sangue em movimento lento se acumule formando um trombo • Sintomas comuns: inchaço da perna ou da veia, dor e sensibilidade na área, aquecimento da pele e pele avermelhada ou descolorada Embolia pulmonar causada por TVP: em alguns casos, um trombo pode se deslocar da veia profunda e entrar na corrente sanguínea, podendo se alojar na artéria pulmonar ou em suas ramificações. Isso bloqueia o fluxo pulmonar e pode danificar permanentemente uma parte do pulmão • Sintomas: perda de respiração, dor repentina e aguda no peito, aturdimento ou tontura, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares, tosse com sangue • Prevenção: caminhe, use meias de compressão e tome medicamento anticoagulante
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