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Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 Hemostasia, Trombose e Embolia Em primeira instância, cabe pontuar o conceito de HOMEOSTASIA (é diferente de hemostasia): Capacidade que o nosso organismo tem de manter certo equilíbrio do meio interno, mesmo diante de condições adversas do meio externo, por ex. A temperatura corporal. • Circulação de sangue e distribuição de líquidos no organismo realizado por: Coração, veias, artérias, capilares. • Macro e microcirculação. A hemostasia, diferentemente disso, é uma série de eventos biológicos que são ativados no nosso organismo, de modo a manter a fluidez do sangue de maneira constante no nosso corpo (equilíbrio entre fatores anticoagulantes e fatores pró-coagulantes). Ou seja, são eventos ativados/recrutados toda vez que acontece uma determinada disfunção no endotélio/ vaso sanguíneo, justamente para evitar esse sangramento fora dos vasos sanguíneos e evitar também que haja qualquer tipo de obstrução dentro do fluxo / lúmen vascular p/ que seja possível manter o fluxo laminar constante dentro dos vasos, de modo que a distribuição de O2 e nutrientes seja suficiente. Participantes do processo hemostático: 1. Parede vascular – vasoconstrição arteriolar (fluxo de sangue diminuído) evita a chegada de muitos elementos figurados; faz com que de tempo de recrutar o que é necessário p/ formação do tampão). 2. Plaquetas – Liga fator von Willebrand e colágeno exposto 3. Fatores de coagulação – Ativação via intrínsecaà exposição colágeno subendotelial. Ativação via extrínsecaà exposição fator tecidual (tromboplastina tecidual) liberado de céls lesadas. Independente da via que for ativada o produto final é o mesmo (formação de fibrinaà vai sedimentar as plaquetas que estão se ligando na região do endotélio). Nesse sentido, por isso que a hemostasia é chamada também de tampão fibrinoplaquetário à A hemostasia ocorre em várias etapas (de 4 a 5 a depender da literatura) a) Vasoconstrição arteriolar b) Formação do tampão plaquetario c) Estruturação da rede fibrina d) Estabilização do coágulo (trombo) e) Dissolução do coágulo pelo sistema fibrinolítico HEMOSTASIA Figura 1 - Tipos de hemostasia Figura 2 - Etapas da hemostasia Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 Fragmento celular discoide anuclear. São provenientes de uma cél. maior – megacariócitos. Conforme o megacariócito vai sofrendo fragmentação do seu citoplasma ele vai formando as plaquetas. Elas possuem muitas invaginações (canalículos) – favorecem a secreção de grânulos. - Maturação 4-5 dias e meia vida 9-10 dias *Fator de von Willebrand vai estar presente tanto no subendotélio quanto nas plaquetas (potencializa a agregação plaquetária). - Plaquetas apresentam receptores de glicoproteínas que se ligam ao fator von Willebrandà Tornam-se ativadas sofrendo alteração na sua forma e liberando conteúdos dos seus grânulos (ADP e TxA2) que recrutam plaquetas adicionais para formação do tampão hemostático. - Plaqueta em formato discoide: Esta inativa – forma com que ela circula no sangue. A partir do momento em que há ativação, ela passa a apresentar uma forma mais parecida com o de uma célula dendrítica – apresentando prolongamentos. No sistema de coagulação temos duas vias de ativação: a intrínseca e a extrínseca. Independente da ativação, o produto final será a formação de uma malha de fibrina (moléculas de fibrinas sofrem polimerização) para conter o sangramento local – rede de fibrina – fibrina estável. Possui a capacidade de ser pró ou anticoagulante. O balanço entre as atividade anticoagulantes e coagulantes do endotélio determina se ocorrerá a formação, a propagação ou a dissolução dos trombos. • ATV. ANTICOAGULANTE DO ENDOTÉLIO - Plaquetas: Liberação de prostaciclina, óxido nítrico (NO- faz vasodilatação – favorece a não ter choque dos elementos figurados no endotélio) e adenosina difosfatase (ADP convertido em AMP – tem ação anticoagulante) - Quando liberadas pelas plaquetas, favorecem ação anticoagulante do endotélio. - Cascata de coagulação: quando o endotélio esta com atv. anticoagulante vai ter os fatores da cascata de coagulação muito mais aumentados. Trombomodulina, receptor de proteína C, molécula semelhante à heparina e Inibidores da via do fator tecidual. PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS COÁGULAÇÃO ENDOTÉLIO Figura 3 - Representação de uma plaqueta Figura 4 - Vias de ativação da coagulação Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 - Fibrinólise: t-PA (ativador plasminogênio tecidual) - Livre para converter plasminogênio em plasmina e essa plasmina poder degradar a rede de fibrina que foi formada. • ATIVIDADE PRÓ-COAGULANTE DO ENDOTÉLIO - Há favorecimento da formação de trombos. - As mesmas moléculas da cascata de coagulação que durante a atv. anticoagulante do endotélio estavam, aumentadas, nesse caso, vão estar reduzidas. Assim como o sistema de fator ativador plasminogênio tecidual, ou seja, vai haver a secreção de inibidores t-PA (anti-fibrinólise). Além disso, as plaquetas liberam alguns de seus grânulos que também vão acabar por contribuir com a agregação plaquetária. Retomando... Independente da via da cascata de coagulação ativada há formação de trombina (é quem quebra o fibrinogênio em fibrina). A trombina normalmente se liga no receptor de trombina (PAR) pra ter uma ação pro coagulante. Entretanto, quando existe a trombomodulina, ela “captura” a trombina e impede ela de ter seu papel coagulante, e, consequentemente, favorece a ação anticoagulante do endotélio. Lesões ou exposições a certos mediadores resultam na ativação endotelial, estado em que as células endoteliais desenvolvem uma superfície pró- coagulante que pode ser adesiva para células inflamatórias e passam a expressar fatores que podem causar contração muscular lisa e/ou proliferação e síntese de MEC. EVENTOS DA HEMOSTASIA Figura 5 - Atividade pró e anticoagulante do endotélio Figura 6 - Eventos da Hemostasia - lúmen do vaso Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 A) Vasoconstrição arteriolar transitória. A partir da injuria do endotélio ocorre o desnudamento e com isso há exposição da matriz extracelular adjacente ao endotelio. Há ativação de mecanismos neuromurais, como a liberação de endotelinas pelos endotélios próximos a área lesionada – vasoconstrição arteriolar reflexa (é transitória – diminui o fluxo p/ evitar a chegada de muitos elementos figurados e evitar o extensão dessa lesão). Plaquetas passando pelo local de uma forma lentificada facilita o reconhecimento dessa exposição (tanto de fator von Willebrand, quanto de colágeno), além de recrutar todos os outros elementos p/ formação do tampão fibrinoplaquetário – trombo. Uma vez a região lesada – desnuda, há exposição de colágeno e fator von Willebrand. A glicoproteína GP1b presente na superfície da plaqueta inativada vai reconhecer fator de von Willebrand e vai se ligar. Uma vez que começa haver essa ligação – adesão plaquetária- essa plaqueta começa a se tornar ativa e mudar a sua conformação (deixa de ser discoide e passa a apresentar prolongamentos – aumento da área de contato). Estando ativada os canalículos vão permitir a secreção de grânulos (alfa, elétron-densos...); os mensageiros liberados vão se ligar em outras plaquetas que não estão no local injuriadoà Recrutamento de novas plaquetas. Além da agregação de plaquetas através do prolongamento, ocorre também a adesão entre elas por meio da GpIIB-IIIa. B) Formação do tampão plaquetário Conforme ocorre a agregação de plaquetas é formada a agregação primária de plaquetas ou tampão plaquetário/primário/hemostático ou hemostasia primária. C) Deposição de fibrina Após isso, começa ocorrer a formação de um tampão secundário – sedimentação das plaquetas no local da injúria tecidual a partir do depósito de fibrina. Cabepontuar que, quando há a lesão do endotélio, além da exposição de colágeno e do fator de von Willebrand, também ocorre a exposição de fator tecidual. Esse fator quando exposto tem a capacidade de ligar e ativar no fator 7 da cascata de coagulação. Isso é muito importante, pois o fator tecidual só está sendo exposto no local em que está tendo injúriaà O organismo entende que a ativação da cascata de coagulação é LOCAL. Figura 7 - Ativação plaquetária Figura 8 - Agregação plaquetária Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 D) Estabilização e reabsorção do tampão A partir do momento em que o tampão se forma e se sedimenta ele começa a fazer contração. Nesse sentido, posteriormente ao reparo tecidual da região que foi injuriada, ocorrem eventos antitrombóticos – fibrinólise. àOs trombos são reabsorvidos através de mecanismos contrarreguladores. Ex.: Liberação de t-PA (conversão de plasminogênio em plasminaà responsável por cortar a rede de fibrina); ativação de trombomodulina – bloqueia a cascata de coagulação pois captura a trombina, e, consequentemente, impede que o fibrinogênio seja convertido em fibrina. EM SUMA: Figura 10 - Processo de reabsorção do tampão Figura 9 - Representação esquemática do sistema fibrinolítico Figura 11 - Participantes do processo hemostático Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 Todas as vezes em que há o desequilíbrio entre o sistema de formação de trombo e o de degradação, vai haver a presença de quadros patológicos. SISTEMA SISTEMA FORMAÇÃO DEGRADAÇÃO • “Solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, em um indivíduo vivo” – condição patológica – excesso da formação de trombos (“É a massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea que pode se formar em qualquer território do sistema cardiovascular”); TROMBO X COÁGULO: - Trombo: Massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea, pode formar-se em qualquer território do sistema cardiovascular: cavidades cardíacas (na parede do órgão ou nas válvulas), artérias, veias e microcirculação. TROMBOS são FRIÁVEIS e ADERENTES à parede do vaso ou do coração - Coágulo: Após a morte do indivíduo e por causa da parada da circulação sanguínea, o sangue forma coágulos. COÁGULOS são ELÁSTICOS, BRILHANTES e NÃO ADERENTES. A formação de trombos envolve o processo de coagulação sanguínea e a atividade plaquetaria, estando associada a três componentes TRÍADE DE VIRCHOW (na maioria dos casos, dois ou os três fatores estão implicados na formação de trombos) A formação dos trombos pode ser hemostática – trombos hemostático – e é fisiológico. Além disso, há também os trombos venosos e arteriais – patológicos. Quanto ao leito venoso: Ocorre em locais de estase (flebotrombose) – invariavelmente inclusiva – não gera tantos danos adicionais ao endotélio em questão/ leito venoso. Já os trombos arteriais ocorrem em locais de turbulência ou de lesão endotelial, logo, há chegada de muito mais elementos figurados. São frequentemente oclusivos; localizados mais comumente nas coronárias, cerebrais e femorais. Trombos são focalmente fixados na superfície vascular (ponto de iniciação); - Trombos arteriais crescem em sentido RETRÓGRADO. Aterosclerose – principal causa; trombos murais no coração e na aorta são propensos a embolização; cérebro, baço e rim são os órgãos mais acometidos devido ao seu grande suprimento sanguíneo; podem embolizar e causar infartos a jusante. Hemostasia Hemorragia Trombose Hemodinâmico Fator vasc. Plaquetário Coagulação Fibrinólise Inibidores Anticoagulantes TROMBOSE Figura 12 - Tríade de virchow Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 - Trombos venosos crescem no sentido do fluxo sanguíneo. Veias superficiais: Ocorre dilatações varicosas das veias safenas e raramente embolizam. Veias profundas: Causam embolia pulmonar e consequentemente infarto pulmonar, associado com hipercoagulabilidade; podem causar congestão e edema dolorosos, tendência de embolizar para os pulmões; A parte em crescimento está, em geral, menos firmemente ligada à parede, e, portanto, propensa a fragmentação e embolização. • TROMBO VERMELHO: Estase sanguínea (fibrina + plaquetas + hemácias • TROMBO BRANCO: Microcirculação (fibrina + plaquetas) EVOLUÇÃO DOS TROMBOS Obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido (trombos), líquido ou gasoso em circulação e que não se mistura com o sangue ou linfa. EMBOLIA Figura 13 - Quadro comparativo entre trombo e coágulo Figura 14 - Evolução dos trombos Figura 15 - Processo de embolia
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