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Distúrbios Hemodinâmicos Hemostasia, Trombose e Embolia Homeostasia: É diferente de hemostasia. “Homeo” significa similar e “tasia” se refere a condição. Isso significa que é a capacidade que nosso organismo tem de manter um certo equilíbrio do meio interno, mesmo diante de condições adversas do meio externo, como, por exemplo, a temperatura corporal, pois nosso organismo tem diversos mecanismos para manter a temperatura corporal constante, independente se estamos em ambiente frio ou quente. HEMOSTASIA: É o conjunto de mecanismos que permite a fluidez do sangue pelos vasos sanguíneos, ou seja, o equilíbrio entre: Fatores anti-coagulantes e Fatores pró-coagulantes. A hemostasia, basicamente, são os eventos biológicos ativados para realizar a parada ou a cessação de um sangramento, sendo dois tipos: natural (hemostasia espontânea) e artificial (ligadura ou cauterização de vasos lesados). Assim, os principais fatores que vão realizar esse mecanismo de cessação são: plaquetas, fatores de coagulação e endotélio do local da lesão vascular. O principal objetivo é realizar a formação de um TAMPÃO FIBRINOPLAQUETÁRIO QUE LIMITA A EXTNSÃO DO SANGRAMENTO. A parede vascular (endotélio) participa da hemostasia por meio da vasoconstrição arteriolar. Essa vasoconstrição é reflexa imediata a agressão, com o intuito de reduzir o fluxo sanguíneo na região para que ocorra o recrutamento dos principais agente para o reparo. As plaquetas, logo após ter a injuria do endotélio, reconhece fatores expostos, como colágeno e fator de Von Willebrand. Os fatores de coagulação, na hemostasia, possui duas vias, uma intrínseca, quando ocorre a exposição de colágeno subendotelial e a via extrínseca quando ocorre a exposição do fator tecidual (tromboplastina tecidual) liberando por células que foram lesadas. Etapas do processo de Hemostasia Ocorre, basicamente, em 4/5 etapas: (a) Vasoconstrição arteriolar (b) Formação do tampão plaquetário (c) Estruturação da rede fibrina (d) Estabilização do coagulo (e) Dissolução do coagulo pelo sistema fibrinolítico PLAQUETAS São fragmentos celulares provenientes do megacariócito, da medula óssea. Possuem muitas envaginações para a secreção de grânulos, como grânulos de glicogênio, os elétron-denso (ADP, Ca+, serotonina), os alfa específico (diversos, sendo o mais importante o fator de Von Willebrand). As plaquetas apresentam também muitos receptores na sua superfície, como receptores para TAX2, ADP, PGl, Adrenalina, Trombina e receptores de glicoproteínas, como a GP1B, que se ligam ao fator de Von Willebrand, tornando as plaquetas ativas, sofrendo alteração na sua forma e liberando conteúdos dos seus grânulos (ADP e TxA2) que recrutam plaquetas adicionais para formação do tampão hemostático. Quando as plaquetas estão no formato discoide está inativa, quando se tornam ativa ficam em um formato de célula dendrítica. COAGULAÇÃO A cascata de coagulação é uma série de reações enzimáticas amplificadoras que culminam com a deposição de um coagulo de fibrina insolúvel. Independente da ativação de qual vá, o produto final será a formação de uma malha de fibrina (moléculas de fibrina sofrem polimerização) para conter o sangramento local. VIA EXTRÍNSECA VIA INTRÍNSECA FIBRINA ESTÁVEL ENDOTÉLIO O endotélio possui fatores pró-coagulante e atividade anticoagulante (plaquetas, cascata de coagulação e fibrinólise). O balanço entre s atividades anticoagulantes e coagulastes do endotélio determina se ocorrerá a formação, propagação ou a dissolução dos trombos. Exemplo disso, é quando em um estado fisiológico se tem uma injuria do endotélio tem-se a formação do trombo e, após a recuperação do endotélio, tem-se a dissolução do trombo. Em uma situação patológica, ocorre um desbalanço muito maior para os fatores coagulante, ocorrendo uma formação muito maior de trombo PLAQUETAS • Prostaciclina • Óxido Nítrico (NO) • Adenosina difosfatase • (ADP —> AMP) Quando liberados pelas plaquetas, favorecem ação anticoagulante do endotélio CASCATA DE COAGULAÇÃO • Trombomodulina •Receptor de proteína C • Molécula semelhante à heparina • Inibidores da via do fator tecidual FIBRINÓLISE • t-PA (ativador plasminogênio tecidual) Livre para converter plaminogênio em plasma e essa plasmina poder degradar a rede de fibrina que foi formada q Atividade pró-coagulante do Endotélio A cascata de coagulação terá elementos da coagulação diminuída, como trombomodulina, proteína C, inibidores da via do fator tecidual. Além disso, o sistema Anti-fibrinólise estará inibida, pela secreção de inibidores de t-PA (ativador plasminogênio tecidual) TROMBINA A trombina, normalmente, se liga ao receptor de trombina (PAR) para ter uma ação pró-coagulante. Entretanto, quando existe a trombomodulina, ela “captura” a trombina e impede ela de ter seu papel coagulante, e, consequentemente, favorece a ação anticoagulante do endotélio. Lesões ou exposições a certos mediadores resultam na ativação endotelial, estado em que as células endoteliais desenvolvem uma superfície pró-coagulante que podem causar contração muscular lisa e/ou inflamatórias e passa a expressar fatores que podem causar contração muscular lisa e/ou proliferação e síntese de MEC. Aumento da expressão de pró- coagulante, molécula de adesão e fatores pró-inflamatórios Expressão alterada de quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento. Estado ativado Estado basal Normotensão Fluxo laminar Fatores de crescimento (ex. VEGF) Superfície não adesiva e não trombomgênica Fluxo turbulento Hipertensão Citocinas Complemento Produtos bacterianos Produtos lipídicos Produtos finais de glicação avançada Hipóxia, acidose Vírus Fumo ←g. oq gabar - . As Eventos da Hemostasia (A) Vasoconstrição arteriolar transitória (B) Formação do tampão plaquetário (C) Deposição de fibrina (D) Estabilização e reabsorção do tampão VASOCONSTRIÇÃO Primeiramente, ocorre a injuria tecidual do endotélio, ocorre desnudamento, exposição da MEC e, imediatamente, ocorre a liberação de endotelina, causando vasoconstrição arteriolar reflexa, para diminuir o fluxo para evitar a chegada dê muito elemento figurado, ou chegar de forma mais lenta, para evitar o agravamento da lesão. Dessa forma, no fluxo lentifacado, facilita o reconhecimento das plaquetas. Além disso, ocorre o recrutamento de todos elementos que são necessários para o tamponamento local FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO As plaquetas reconhecem a região desnuda (exposição de colágeno e fator Von Willebrand) por meio de receptores de glicoproteínas (GP1B), a qual reconhece fator de Von Willebrand e se liga. A partir disso, começa a ocorrer a primeira adesão plaquetário e o processo de ativação das plaquetas, deixando de ser discoide e a formar diversos prolongamentos o que aumenta a superfície de contato. Quando ativada, os canalículos irá permitir que ela secrete seus grânulos, como ADP e TXA2. O ADP e TXA2 liberado irá se ligar em outras plaquetas que não estão no local injuriado, se ligará no recetor, mobilizar cálcio e fazer com que tenha mais agregação plaquetária, ou seja, irá recrutar novas plaquetas. Agregação primária tampão plaquetária ou hemostasiaPrimária Alguns fármacos podem impedir a ligação do ADP liberado pela plaquetas ativadas ao seu respectivo receptor em outras plaquetas. Assim, se impede de ligar, não consegue mobilizar mais plaquetas para o local, resultando em um efeito anti- plaquetário As plaquetas, nesse local de injuria, podem ficar agregadas por dois motivos: prolongamentos que interagem entre si e por conta de ter outras glicoproteínas que se ligam ao fibrinogênio (complexo GpIIa). Lembrando que o fibrinogênio provem da cascata de coagulação, a partir de trombina que se quebra em fibrinogênio, tendo uma parte usada para fibrina e outra parte para agregar uma plaqueta a outra A. VASOCONSTRIÇÃO B. HEMOSTASIA PRIMÁRIA C. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA NaHemostasia secundaria é quando começa a sedimentar as plaquetas no local onde está tendo injuria tecidual. Essa sedimentação ocorre pela deposição de fibrina. Quando ocorre a injuria tecidual, há liberação de fator tecidual, o qual é capaz de se ligar e ativar o fator 7 da cascata de coagulação. Com isso, tem a formação da Trombina, que vai converter o fibrinogênio em fibrina, a qual começa a se polimerizar para formar as redes e se depositar na lesão Interação entre prolongamentos / Responsável por ligar → O fibrinogênio D. TROMBO E EVENTOS ANTITROMBÓCITOS A partir do momento em que se forma e sedimenta, forma-se o trombo maduro, sofre contração e se torna um tampão permanente. Porém, esse estado permanente é perigoso, pois oclui a luz do vaso e causa turbulência, podendo comprometer outras regiões. Dessa maneira, afim de reparo, após a formação do trombo, começa ocorrer eventos antitrombóticos, que é a fibrinólise, que faz a dissolução desse trombo Esses trombos são absorvidos através de mecanismos contrarreguladores, como t-PA (fibrinólise) que é um ativador de plasminogênio tecidual, a qual converte plasminogênio em plasmina, sendo está responsável por cortar a rede de fibrina. Além disso, tem-se a ativação de Trombomodulina, a qual bloqueia a cascata de coagulação, pois faz a captura da trombina, impedindo-a de se ligar no seu receptor de trombina e inibindo o efeito pró-coagulante SISTEMA FIBRINOLÍTICO Degrada a rede deFibrina UM O desequilíbrio dos sistemas de formação de e degradação de trombo, resulta em quadros patológicos. Quando o desequilíbrio for maior para formação, ocorre a trombose, quando o desequilíbrio mais degradação, ocorre hemorragia. TOMBOSE — “solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, em um individuo vivo”. É exclusivamente patológico, sedo o excesso na formação de trombos. TROMBO — “É a massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea que pode se formar em qualquer território do sistema cardiovascular”. Pode ser tanto fisiológico quando patológico. TROMBO vs COÁGULO O trombo é uma massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea e que pode se formar em qualquer parente do sistema cardiovascular, como cavidades cardíacas, sendo na parede ou nas válvulas, artérias, veias e microcirculação. Assim ,trombo são FRIÁVEIS e ADERENTES à parede do vaso ou do coração. O coágulo é formado após a morte do indivíduo e por causa da parada da circulação sanguínea, o sangue forma coágulos. Assim, são ELÁSTICOS, BRILHANTES e NÃO ADERENTES. A formação do trombo pode ser de três formas: hemostático (fisiológico), venoso ou arterial. VENOSO: Ocorre em locais de estase sanguínea, como um indivíduo acamado ou em coma, que não faz nenhum tipo de movimentação. A formação de trombo no leito venoso é chamada de FLEBOTROMBOSE, as quais invariavelmente oclusiva, isto é, dificilmente irá ocluir a veia. ARTERIAL: Ocorrem principalmente em locais de turbulência, pois são locais que favorecem a lesão endotelial. Dessa maneira, esses trombos são frequentemente oclusivos e os locais mais comuns são as coronárias, cerebrais e femurais. No local em que se teve a lesão inicial e o trombo se ligando pela primeira vez, chama-se de ponto de iniciação, a partir dai o trombo pode crescer em sentido do fluxo ou retrógrado ao fluxo. O TROMBO ARTERIAL cresce em sentido retrógrado, pois em razão do fluxo turbulento e da agregação de muitos elementos figurados, trombo vai “rolando” para trás. Além disso, a parte em crescimento está, em geral, menos firmemente ligada à parede e, portanto, propensa à fragmentação e embolização. O principal causadores de trombo arterial é a aterosclerose e os principais órgãos acometidos são cérebro, baço e rins. Dependendo do vaso que entupir pode causar infarto. O TROMBO VENOSO cresce no sentido anterógrado, isto é, no sentido do fluxo do sangue, pois o fluxo venoso é mais lento e laminar, o que vai levando o trombo no sentido do sangue. Da mesma forma do trombo arterial, o venoso não estará firmemente aderido à parede do endotélio. Esse tipo de trombo pode ocorrer tanto em veias superficiais, quanto em veias profundas. Nas superficiais ocorre dilatações varicosas das veias safena e raramente embolizam. Nas profundas, causam embolia pulmonar, associado com hipercoagulabilidade e podem causar congestão e edema dolorosos, tendendo a embolizar os pulmões. TROMBO A formação de trombos envolve o processo de coagulação sanguínea e a atividade plaquetária, estando associada a três componentes (CLÁSSICA TRÍADE DE VIRCHOV). Na maioria dos casos, dois ou três fatores estão implicados na formação de trombos. TROMBO VERMELHO Ocorre, principalmente, em locais de estase sanguínea, na parte venosa, em que se tem uma maior probalidade de encontro entre os elementos figurados (Fibrina + Plaquetas + Hemácias) TROMBO BRANCO Ocorrem nas microcirculações (arteríola, capilar, veia), sendo a maior parte da agregação seja de fibrina e plaquetas, tendo um menor número de hemácias. EVOLUÇÃO DOS TROMBOS Podem sofrer propagação (sendo retrógrada ou anterógrada); dissolução; embulização; organização (incorporação do trombo a parede do vaso) e recanalização. EMBOLIA Uma embolia é a presença de uma massa intravascular solta, seja sólida, líquida ou gasosa, que é transportada pelo sangue desde seu ponto de origem até um local distante, ode ela geralmente causa disfunção tecidual ou infarto. A grande maioria dos êmbulos são trombos desalojados, por isso o termo tromboembolismo. Outros êmbulos mais raros são: gotículas de gordura, bolhas de nitrogênio, detritos ateroscleróticos (êmbulos de colesterol), fragmentos da medula óssea ou ainda corpos estranho. O êmbulo viaja pelo sangue até encontrar vasos tão pequenos que não permitam sua passagem, causando oclusão vascular total ou parcial. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) E EMBOLIA PULMONAR A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias profundas, mais frequentemente dos membros inferiores. A dor e o inchaço do membro acometido podem causar desconforto, porém são as complicações associadas à TVP que causam maior preocupação. Agudamente, o risco de parte do coágulo desprender-se e migrar para o pulmão, fenômeno conhecido como tromboembolismo pulmonar (TEP) ou simplesmente embolia pulmonar (EP), é o evento mais temido, já que, em casos mais graves, pode levar à morte. Outra complicação, esta ocorrendo após alguns anos do evento agudo de TVP, é a Síndrome Pós-Flebítica ou Pós-Trombótica, que pode culminar com a formação de úlceras de estase venosa. Alguns dos principais sintomas são: dor, inchaço, aumento da consistência do músculo do membro acometido (empastamento muscular), dor no trajeto da veia trombosada e arroxeamento no trajeto do membro acometido. Quando existe suspeita de TVP, a investigação deve ser imediata, a fim de que o tratamento, em se confirmando o diagnóstico, seja iniciado prontamente. O exame físico pode mostrar edema (inchaço) e empastamento muscular. Como os sinais e sintomas dependem do local e da extensão da TVP, muitas vezes a realização de exames é necessária para o diagnóstico. Os principais são: Exame de sangue (dímero-D); Ultrassom doppler venoso; Angiotomografia; Angiorressonância.
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