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1 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez Malformações do Aparelho Faríngeo Arcos Faríngeos Os arcos faríngeos são estruturas que irão fazer a formação da estrutura óssea, cartilaginoso e muscular da nossa cabeça (face) e pescoço. Os arcos faríngeos vão começar a se desenvolver entre a 3ª e 8ª semanas de desenvolvimento, por meio do processo de organogênese, que é o processo que forma as 3 camadas germinativas, o endoderma, mesoderma e ectoderma, que darão origem a nossos órgãos. Formação do aparelho faríngeo: Na primeira imagem temos um embrião com 25 dias, que se dobrou, pois antes era um disco e agora que se dobrou vai formar uma abertura cranial (neuroporo cranial) e uma abertura caudal (neuroporo caudal). Além disso, podemos ver nessa primeira imagem o brotamento do pericárdio, o ducto vitelínico e o pedúnculo embrionário. A partir de 28 dias, podemos ver na segunda imagem, com a formação das estruturas como placórdio ótico (ouvido), plocórdio cristalino (formará o olho), brotamento cardíaco e os arcos faríngeos se tornando mais visíveis. Na terceira imagem o embrião está na 8ª semana de formação, com os arcos faríngeos se formando, as fendas faríngeas entre os arcos faríngeos. Temos algumas estruturas que chamamos de aparelho faríngeo: Os arcos faríngeos, que possuem em sua conformação o núcleo mesenquimal (recoberto pelo ectoderma e endoderma). As bolsas faríngeas são a parte de endoderma, são evaginações. Os sulcos ou bolsas faríngeas são as que separam cada arco, sulcos ou fendas faríngeas. 2 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez As membranas faríngeas formadas de ectoderma e endoderma 9dupla camada). Os Arcos Faríngeos • A região amarela é o endoderma, que forma a 2ª bolsa faríngea. A bolsa é a parte de endoderma entre um arco e outro. • Núcleo mesenquimal em rosa • Ectoderma região azul. Cada bolinha (delimitado em azul) é um arco faríngeo e em cada arco teremos uma cartilagem (em cima), nervo (região lateral), musculo (região inferior) e uma artéria (na parte central). Componentes do arco: Artéria, nervo, cartilagem e componente muscular. • No corte coronal do primeiro arco faríngeo podemos ver a aorta dorsal, o fechamento do sulco faríngeo, a proeminência mandibular (originara a maxila, mandíbula, martelo e bigorna). Para ocorrer essa transformação do tecido mesenquimal em tecido ósseo, deve ocorrer a migração das células da crista neural, para que dispare o sinal de transformação do tecido cartilaginoso em ósseo. • Cada arco faríngeo possui um nervo principal, no caso do 1º arco é o trigêmeo, e cada arco formará uma estrutura muscular. 3 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez No primeiro arco também teremos as tumefações linguais, que vão estar sendo formados na parte medial e na base desse arco, haverá a formação do forame cego (onde teremos o divertículo tireóideo que vai migrar para o pescoço). Na última figura da direita podemos ver um corte sagital de um embrião, o prosencéfalo, a boca (antigo estomodeu) e o coração. Além de ter a primeira bolsa faríngea (maxila e mandíbula). Com 28 dias, o embrião vai ter a migração das células da crista neural para as futuras regiões da cabeça e do pescoço, para que ocorra essa formação óssea e muscular. Com 26 dias o embrião já tem a capacidade de engolir, porque vai ter o rompimento da membrana orofaríngea e permitindo a comunicação da faringe com o intestino anterior. O primeiro arco, abaixo do estomodeu é o arco mandibular. Além de ter a formação da maxila e uma porção escamosa do osso temporal. além de formar alguns componentes do ouvido a partir da região dorsal. O segundo arco, é o “arco hióide “, que forma o estribo e apófise estiloide do osso temporal. O terceiro arco forma o corno maior do osso hióide. O quarto e sexto arco vão formar todas as cartilagens laríngeas, (tireóide, cricoide e artitenóide) menos a epiglote. O quinto arco regride, então não tem estruturas, é rudimentar. 4 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez Na imagem abaixo podemos ver um embrião com 4 semanas, onde podemos ver: • A primeira cartilagem faríngea, a cartilagem de Meckel vai formar o martelo, bigorna e estribo. • O segundo arco cartilaginoso é a cartilagem de Reichert, que vai formar o estribo, processo estiloide da mandíbula, ligamento estio-hioideo e o corno menor do osso hióide. • O terceiro arco cartilaginoso vai formar o corno maior do osso hioide. • O quarto e sexto arcos cartilaginosos vão formar as cartilagens tireoide e cricoide. Os miótomos occipitais vão se deslocar para o primeiro arco. • O 1º arco é responsável pela formação dos músculos temporais, masseter e Milo-hióideo (músculos da mastigação). 5 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez • O 2º arco vai originar os músculos da mímica facial, como o M. Frontal, M. Orbicular da boca, M. Bucinador. • O 3º arco originará o M. Estilofaríngeo. • O 4º arco e 6º vão formar as estruturas da faringe, então nesse caso formará os músculos faríngeos. Cada arco vai estar relacionado com um nervo, uma cartilagem e um músculo. E é importante compreender as estruturas que cada arco vai originar. Bolsas Faríngeas As bolsas são a parte interna, formadas por invaginações do endoderma. São arcos aos pares, bilateralmente. A sequência de desenvolvimento é crânio-causal. Os quatro pares são bem definidos e o 5º arco pode ser rudimentar ou nem existir. A 1ª bolsa faríngea vai desenvolver estruturas do ouvido, como o recesso tubo timpânico, na porção distal vai formar a membrana timpânica, que é uma estrutura que possui conexão com a faringe, chamada de tuba auditiva. A 2ª bolsa vai formar basicamente as tonsilas palatinas, que são estruturas que irão se fragmentar e se soltar para formar as tonsilas palatinas (mecanismos de defesa da boca). Para que isso aconteça, é necessário diferenciar o mesênquima em tecido linfoide. 6 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez A 3ª bolsa é responsável pela formação da paratireoide inferior e timo. A 4ª bolsa vai formar na sua parte dorsal, a paratireoide superior e, na sua parte ventral, será formado o corpo ultimobranquial (que vai se fusionar com a tireoide e formar as células C da tireoide, que são responsáveis pela formação do cálcio). A 5ª bolsa, se existir, vai formar junto com a 4ª o corpo ultimobranquial. Anomalias do primeiro Arco: Saberemos quais anomalias podem acontecer a partir do que o arco vai formar, então se o 1º arco vai apresentar anomalias nas estruturas que ele irá originar. Pode ter anomalias de formação da órbita, mandíbula, implantação da orelha, ouvido, nervos faciais, tecidos moles e musculatura. Síndrome de Treacher – Collins: Má formação facial em que não há o osso zigomático e por não ter essa fixação óssea e muscular (disostose mandibulofacial), o rosto ficará “caído”. Apresentará pálpebras descendentes e oblíquas, defeito nas pálpebras inferiores, deformações na orelha externa (tende a ser mais baixa), pode ter também anomalias da orelha média e interna. 7 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez Síndrome de Pierre Robin: Há uma má formação da mandíbula, a língua tende a ficar inferior (glossoptose) e a fenda palatina não vai ser fechada corretamente, ficará com o palato aberto. Anomalias da 3ª e 4ª Bolsas: Síndrome DiGeorge: Aplasia de timo e paratireoide, ou seja, não tem uma formação adequada da paratireoide e do timo e por isso vai desenvolver um hipoparatireoidismo congênito. Apresentaalgumas mal formações como: A deleção parcial do cromossomo 22, doença do “CATCH 22”, além de apresentar anomalias cardíacas, fácies anormais; A orelha será alterada (entalhada – formato diferente), com implantação baixa, a implantação do nariz é alta e em formato de “bola”, apresenta aplasia do timo (mais predisposição a infecções, pelo defeito funcional dos linfócitos T), fenda palatina e uma hipocalcemia relacionada ao hipotireoidismo. Pode apresentar micrognatia (deformação da mandíbula inferior, se apresentando de forma menor que o normal). Pode ter além das fendas palatinas, a fenda facial. Anomalias da tireóide Cisto do tireoglosso: Pode ocorrer durante a migração do ducto tireoglosso, o que ocorre é que ele pode persistir e formar um cisto, porque em vez dele colabar ele vai ficar uma bolsa. Esses cistos podem ser apenas um cisto ou pode conter tecido tireoidiano ou neoplásico, e a presença desses tecidos vão ser avaliados na USG e na TC. Além disso, o tratamento é cirúrgico. 8 SO 2 – Malformações do Aparelho Faríngeo - Prof. Priscilla Prates Eduarda Gonzalez Tireóide lingual: É uma tireoide ectópica, sendo muitas vezes a única tireoide que o paciente possui. Então pode ser necessário fazer uma reimplantação da tireoide no local correto, para que não desenvolva um hipotireoidismo. Não podendo ser factível cirurgicamente, o paciente terá essa hipotireoidismo e terá a necessidade de repor T4 pelo resto da vida. Tireoide Ectópica: Quando a tireoide não migra completamente e fica no meio do ducto tireoglosso. Anquiloglossia: Principal mal formação da região cabeça- pescoço, onde a criança apresenta o freio da língua muito curto, “língua presa”. É uma má formação que vai dificultar a amamentação e pode ser feito um procedimento cirúrgico.
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