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Microbio P2 MICRO-ORGANISMOS INDICADORES ❁ Grupos ou espécies de micro-organismos que quando presentes em um alimento podem fornecer informações como ocorrência de contaminação de origem fecal, provável presença de patógenos ou deteriorantes e condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento ○ E. coli ou coliformes totais indicam contaminação fecal ❁ Estimar micro-organismos através de m.o’s indicadores é rápido, simples e confiável e indica falhas no processamento ❁ Não pode substituir os exames de patógenos específico, mas fornecer informações em um curto tempo da necessidade de isolamento ou identificação ❁ Critérios para um indicador ideal ○ conter uma única espécie ou poucas espécies com algumas características identificável em comum a partir de diferentes m.o’s ○ Origem entérica: presente no material fecal em número maior do que o patógeno entérico ○ Não patogênica e presente no alimento quando o patógeno também está presente ○ Não deve ser um contaminante natural ○ Taxas de crescimento e morte equivalente e paralela ao dos patógenos ○ Facilmente detectável, quantificado e distinguido de outros m.o’s e deve haver técnicas rápidas, simples e precisas para sua detecção ❁ Enterobacteriaceae ⇒ Coliformes totais ○ Indicador de condições de higiene dos processos de fabricação são facilmente inativados pelos sanitizantes e tem capacidade de colonizar ambiente quando ocorre falha na higienização ○ Indicador de falhas de processamento ou contaminação pós- processo. Coliformes são facilmente destruídos pelo calor ○ Enterobacteriaceae também são indicadores de Salmonella sp. ❁ Coliformes termotolerantes e E. coli ○ São facilmente destruídos pelo calor, muitos morrem durante congelamento e estocagem em congelador ○ Contaminação de E. Coli no alimento implica risco de outros patógenos entéricos e indica contaminação de origem fecal em alimentos “in natura” ■ Em alimentos processados termicamente E. Coli indica falhas no processo ou contaminação pós-processamento ❁ INDICADORES GERAIS DE CONTAMINAÇÃO ○ Grupo de micro-organismos que quando presentes podem causar deterioração e ou redução de vida de prateleira do produto ○ Contagem de aeróbios mesófilos ■ Indica qualidade sanitária, em alimentos não perecíveis indica matéria-prima contaminada e em perecíveis indica abuso de temperatura ■ Alta contagem de mesófilos indica condições de crescimento de patógenos ○ Aeróbios psicrotróficos: deterioração de alimentos refrigerados ○ Aeróbios termófilos: deterioração de alimentos submetidos a tratamento térmico ○ Anaeróbios: condições favoráveis para crescimento de patógenos como C. botulinum e C.perfringens ○ Leveduras e bolores ■ Deterioração de alimentos ácidos e baixa Aw como frutas, vegetais, cereais, sucos ■ Presença representa perigo a saúde por micotoxinas e baixas contagens é normal em produtos congelados ■ Em equipamentos indica ineficiência de sanitização ❁ OUTROS INDICADORES ○ Estafilococos coagulase positiva presença de S. aureus (manipulação de alimentos) ■ Alta contagem presença de enterotoxina estafilocócica ○ Listeria sp.: espécie patogênica L. monocytogenes ○ Clostridios sulfito redutores: contaminação de origem fecal e presença de patógenos PLANOS DE AMOSTRAGEM ❁ Produção primária, ingredientes, no processamento e seu ambiente, vida de prateleira e produto final ❁ Justificativa: saúde pública pois alimentos são veículos de micro-organismos patogênicos e econômica pois micro-organismos deteriorantes podem proliferar ❁ Escolha: natureza do produto, tipo de consumidor, risco potencial de contaminação, disponibilidade física para efetivação de análises e exigência do produtor e consumidor ❁ SELEÇÃO DE PLANO DE AMOSTRAGEM ○ Especifique o alimento e o critério a ser analisado ○ Especifique o risco ○ Selecione o plano baseado na comparação de probabilidade de aceitação versus % de unidades defeituosas ○ Estabelecer os limites de m e M PARÂMETROS PARA PLANOS n número de unidades analisadas a serem colhidas aleatoriamente de um mesmo lote e analisadas individualmente m limite inferior aceitável. Separa qualidade satisfatória de qualidade marginal do produto e valores abaixo do limite são desejáveis. É o limite, em um plano de 3 classes, que separa: lote aceitável ou com qualidade intermediária aceitável M Em um plano de 3 classes, M separa o lote com qualidade intermediária aceitável do lote inaceitável. Valores acima são inaceitáveis c Número máximo aceitável de unidades de amostra com contagens entre m e M. Nos casos em que o padrão seja expresso por ausência c= 0 (plano de 2 classes) ❁ TIPOS DE PLANOS DE AMOSTRAGEM ○ Planos de 2 classes ■ Permite que o produto seja classificado como aceitável ou inaceitável em função do m ■ Para patógenos de alto risco como Salmonella a tolerância é zero (só pode ser em plano de 2 classes) ACEITÁVEL ⇐ m ⇒ INACEITÁVEL ○ Planos de 3 classes ■ O produto após análise pode se enquadrar como inteiramente aceitável (contagem < m), qualidade marginal ( entre m e M) e inaceitável ( contagem >M) ■ Utilizados quando não existe risco direto ou extenso para o consumidor causado pelos micro-organismos presentes no alimento. O lote é rejeitado quando qualquer amostra exceder M ou quando mais de c amostras excederem m ■ 3 e 4 são rejeitados, 1 e 2 são aceitos ACEITÁVEL ⇐ m ⇐MARGINAL⇒ M ⇒ INACEITÁVEL ❁ Resolução RDC Nº12 ○ Estabelece padrões microbiológicos sanitários para alimentos especificados no Anexo I e determinar os critérios para a conclusão e interpretação dos resultados das análises microbiológicas ○ Aplicação: em alimentos destinados ao consumo humano excluem- se matérias-primas alimentares e os produtos semielaborados, destinados ao processamento industrial desde que identificados com os seguintes dizeres: inadequados para o consumo humano na forma como se apresentam ou não destinados para….. ○ Anexo I: a tolerância máxima e os padrões são mínimos para os diferentes grupos de alimentos, para fins de registro e fiscalização de produtos alimentícios ○ Anexo II: conclusão e interpretação dos resultados das análises microbiológicas de alimentos destinados ao consumo humano MICROBIOLOGIA DA ÁGUA ❁ água pode veicular diversos agentes causadores de doenças por vírus, bactérias e protozoários ❁ Prevenção de doenças relacionadas à água ○ Doenças diarreicas (falta de saneamento e higiene), cólera, esquistossomose, câncer de dente/dano esquelético ○ Falta água potável, saneamento e higiene em muitas regiões do Brasil ❁ Qualidade da Água ○ Afeta a qualidade do alimento processado, é essencial a utilização de água potável durante o processamento de alimentos ○ Controle de qualidade de água deve ser desde a origem, tratamento, sistema de abastecimento, utilização nos processos industriais e consumo ❁ Portaria MS Nº 2.914 -2011: dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade ○ Água para consumo: potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e higiene independente da origem ○ Potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido e não ofereça risco ○ Padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano ○ Ausência de coliformes totais e Escherichia coli em 100 mL para ser água tratada ○ Contagem de bactérias heterotróficas para avaliar integridade do sistema de distribuição ○ A amostra é condenada quando for constatado a presença de E. coli ou coliformes termotolerantes, enterococos ou pseudomonas, e clostrídios sulfito redutores ❁ Contagem de Bactérias Heterotróficas ○ Estimar o número de bactérias heterotróficas na água e acompanhar variações nas condições de processos e eficiência de diversas etapas ○ Verificar as condições higiênicas em pontos de distribuição ○ Placa PCA ❁ Coliformes Totais, Termotolerantes e E. Coli ○ NMP e membrana filtrante ❁ Clostrídios Sulfito Redutores (C. Perfringens) ○ Parte da microbiotaintestinal presente nas fezes e esgoto ○ Esporos resistentes por longos períodos na água e a desinfetantes, indicam contaminação fecal antiga (sem E. Coli) e incidência no meio aquático relacionada com essa contaminação ○ Indicador da presença de outros m.o’s ○ NMP e membrana filtrante (choque térmico de 75ºC por 15 min para determinar esporos) ❁ Pseudomonas Aeruginosa ○ Produzem pigmentos fluorescentes e capacidade de formar limo em processos industriais ○ NMP e membrana filtrante ❁ Enterococcus ○ Presença indica contaminação fecal recente por estarem no intestino ○ Avalia controle de água mineral e mananciais e corpo d’água ○ Monitoramento das condições higiênicas de sistemas industriais ○ NMP e membrana filtrante ENTEROBACTERIACEAE ❁ bacilos pequenos gram negativo, móveis ou imóveis, anaeróbios facultativos e mesófilos ❁ Catalase positivo e oxidase negativo ❁ Fermentam glicose com produção de gás (TODAS) ❁ reduzem nitrato a nitrito ❁ Causam diarreia, problemas no trato gastrointestinal, sua única porta de entrada é a boca (água e alimentos contaminados) ❁ Fermentam lactose (escherichia e enterobacter) e formam gás ○ Produção de enzimas beta-galactosídeo permease e beta-galactosidase pelas espécies fermentadoras ○ Salmonella, shigella e proteus não fermentam lactose ❁ Patógenas: e. coli, enterocolitica ❁ DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS ○ Síndrome geralmente constituída de sintomas gastrointestinais e seu quadro clínico depende do agente etiológico envolvido ○ Principais agentes: Salmonella sp. E. coli, Staphylococcus spp., Bacillus cereus, C. Perfringens ○ No Brasil, Salmonella e E. Coli são os com maior identificação em surtos ESCHERICHIA COLI ❁ Fermentam lactose com formação de gás a 45ºC ❁ E. Coli enteropatogênica (EPEC) ○ Incubação de 17 a 72 horas causa gastroenterite em crianças menores de 2 anos ○ Diarreia aquosa com dores abdominais, vômitos e febre (diarreia clinicamente mais grave ) e pode durar de 6 horas a 3 dias ○ Transmissão: pessoa-pessoa, água e alimentos ○ Virulência: adesão a mucosa do intestino e destruição das microvilosidade das células epiteliais intestinais causando inflamação, desarranjo do sistema de absorção nutrientes ○ Alimentos: carne crua, vegetais crus, frango, água, associados a pobre condição de higiene e falta de saneamento básico em regiões subdesenvolvidas ❁ E. Coli enterotoxigênica (ETEC) ○ Incubação de 8 a 44 horas causando diarreia em crianças de países subdesenvolvidos ○ Diarreia aquosa, febre, dores abdominais e náuseas podendo durar alguns dias ○ Cepas de ETEC são capazes de aderir e colonizar a mucosa do intestino delgado ○ Alimentos envolvidos: carnes cruas, vegetais crus, queijo e alimentos expostos a contaminação de origem fecal ○ Patogenicidade: aderem aos enterócitos e produzem enterotoxinas que bloqueiam a absorção de na+ e secreção de Cl- resultando em um desequilíbrio osmótico fazendo com que haja muita saída de água ■ Enterotoxina termolábil LT é inativada por aquecimento a 60ºC por 30 min ■ Enterotoxina termoestável suporta 100ºC por até 30 min ❁ E. Coli enteroinvasiva (EIEC) ○ Patogenicidade: aderem aos enterócitos de maneira semelhante às EPEC e desencadeia inflamação com uma diarreia sanguinolenta. As bactérias adentram no citoplasma do enterócito e podem migrar para células adjacentes ■ Proteínas de invasão e enterotoxina termolábil parece estar envolvida no acúmulo de fluídos ○ Disenteria, cólicas abdominais, febre e mal-estar ❁ E. Coli enteroagregativa (EAEC) ○ Acomete principalmente crianças causando diarreia aguda persistente (aquosa ou disenteria) ○ Patogenicidade: as bactérias aderem nos enterócitos formando biofilme e agregados. ❁ E. Coli enterohemorrágica (EHEC) ○ Colite hemorrágica destruído pela pasteurização, sobrevivendo em alimentos a -20ºC (hambúrguer artesanal mais grosso não atinge temperatura de pasteurização no centro) ○ Diarreia hemorrágica causa dores abdominais severas e diarreia aguda seguida de diarreia sanguinolenta ○ Patogenicidade: bactérias infectam o íleo e cólon e se aderem por meio de intimina provocando diarréia sanguinolenta sem leucócitos (não tem inflamação). Pode estar associado a produção de citotoxinas ■ O quadro causado por EHEC é restrito para países desenvolvidos, já a EPEC e EAEC costumam ocorrer em países subdesenvolvidos ○ Epidemiologia: muitos casos nos EUA de produtos com carne moída ❁ E. Coli forma colônias escuras com brilho no meio com lactose e no indol tem anel rosa ○ VM fermenta glicose e muda o pH e no VP fermenta glicose SALMONELLA SP. ❁ Classificação em sorogrupos depende do antígeno O enquanto a classificação em sorotipos depende de H e existem duas espécies de Salmonella sp. ❁ Bastonetes gram negativos com baixa resistência térmica (60ºC/5min) com pH ótimo de multiplicação no 7 ❁ Nitrito é inibitório, são móveis com flagelos peritríquios e não degradam lactose ❁ Febre Tifóide/ Febre entérica ○ S. Typhi e S. Paratyphi ○ Febre alta, letargia, dores abdominais, diarreia, constipação, dor de cabeça, perda de apetite ○ Alimentos e água contaminada e mortalidade de 10% em casos não tratados ❁ Salmonelose (gastroenterite) ○ Náusea, vômito, dores abdominais, diarreia, febre alta, dor de cabeça e septicemia ○ Encontrado em ovo e frango crus ○ Transmissão: rota oral-fecal de alimentos e água contaminada com ovo, maionese caseira, frango, carnes e produtos cárneos, frutas e pasta de amendoim ○ A infecção por Salmonella sp. depende da habilidade da bactéria aderir, colonizar e entrar em células epiteliais e células M das placas de Peyer ○ Compete com a microbiota intestinal pelo sítio de adesão na superfície da parede intestinal ○ Patogenicidade: Salmonella passa pelo tecido epitelial do lúmen do intestino delgado, causa inflamação e produção de enterotoxina ○ Prevenção: boas práticas e fabricação, evitar contaminação cruzada de alimentos contaminados ou pessoas ou animais infectados para outros alimentos ou ambiente ■ Cozinhar adequadamente os alimentos e higienização de hortaliças e frutas ❁ Salmonella fica preta no agar XLD e BS com VP negativo e VM positivo, indol negativo SHIGELLA SP. ❁ São sensíveis ao calor e destruídos pela pasteurização e cozimento resistentes ao pH alcalino ❁ Crescem a temperatura de 10ºC e pH 5 e sobrevivem a congelamento e 5% de NaCl e são sensíveis a condições ambientais e morrem rapidamente ❁ Doenças associadas à falta de higiene e saneamento ❁ Shigelose (infecção) ○ Dores abdominais, febre, vômitos, diarreia, fezes com pus, sangue e muco com complicações que podem ocasionar ulceração da mucosa e sangramento retal ○ mortalidade ○ Patogenicidade: proteínas de invasão (IcsA movimento intracelular na célula) e toxina Shiga (exotoxina e ação de bloquear a síntese proteica ■ Invasão no íleo e cólon e destruição da camada da mucosa com reação inflamatória, muco e sangue nas fezes ■ Atinge espaço sub-epitelial e são fagocitadas por macrófagos ■ Após infecção do enterócito ocorre multiplicação e invasão de novas células ○ Transmissão: alimentos e água contaminada, vegetais crus, frutas, alface, saladas, leite e produtos lácteos ○ Prevenção: boa higiene pessoal, educar manipuladores sobre importância de higiene pessoal e não manipular os alimentos quando tiver desordem intestinal ■ Evitar contaminação cruzada e uso de água clorada ❁ Isolamento difícil em alimentos e em material clínico isolado em fezes no início da infecção YERSINIA SP. ❁ Y. enterocolitica ○ enterocolite principalmente no homem associada ao consumo de produtos de carne de porco cru ou mal cozidos ○ Bastonete gram negativo e amplamente distribuído na natureza ○ Temperatura de crescimento: -2 a 45ºC e multiplica-se a temperatura de refrigeração (resistente ao congelamento) ○ Inativado a 60ºC por 1 a 3 min não sobrevive pasteurização ○ Sintomas: diarreia, dor abdominal, febre, mimetiza apendicite, sequelas da doença ○ Carnes de porco, leite não pasteurizado, ostras e saladas ○ Patogenicidade: fatores de virulência (adesão, invasão e colonização),proteínas YoP, invasinas YadA e enterotoxina Yst ○ Prevenção: como são psicrotróficos, refrigeração não pode ser utilizada no controle; boa higienização e boas práticas em todas as etapas de processamento de alimentos e tratamento térmico adequado ❁ Cronobacter sakazakii ○ Bastonete gram negativo e móveis ○ População de risco: crianças de até 1 ano, particularmente os prematuros e recém nascidos de baixo peso ○ Recém nascidos, neonatos de baixo peso e imunocomprometidos prematuros, mas também afetam crianças menores de 5 anos e idosos ○ Infecção: meningite, septicemia, enterite necrosante, abcessos, endocardite ■ Baixa resposta a alimentação, irritabilidade, convulsões, ictericia, instabilidade da temperatura corporal, grunhido respiratório, hidrocefalia, meningite, entercolite necrosante ○ Patogenicidade: penetram na camada epitelial da mucosa e parecem produzir enterotoxinas, aderem e invadem células epiteliais ○ Recomendam as fórmulas infantis reconstituídas sejam armazenadas a < 4ºC e crescem em pH 4,5 com pré-exposição a pH ácido aumenta a resistência ○ Sobrevive por longos períodos em alimentos de baixa Aw (0,3-0,8) como em fórmula infantil e são resistentes ao estresse osmótico e dessecação ○ Amido de milho, grão de soja, fórmulas infantis, cereais infantis e fórmula reconstituída ○ Formas de contaminação da fórmula infantil: não é estéril e por contato com superfícies ambientais contaminadas durante processamento ■ Contaminação nos lares após abertura da embalagem, mistura com garrafa e água contaminada ○ Formas de prevenção: amamentação, na formulação em pó deve-se ter boa higiene nas mãos, no local e utensílios, lavar as mamadeiras e esterilizar e misturar a fórmula em pó com água quente o suficiente para matar a Cronobacter STAPHYLOCOCCUS AUREUS ❁ Gram positivos não formadores de esporos ❁ Mesófilos, anaeróbios facultativos, fermentam glicose e manitol, não possuem motilidade, são catalase positivo, tolerantes a concentrações de sal e resistente a congelamento mas não a pasteurização ❁ Intoxicação alimentar ○ Quando as bactérias entram em contato com o alimento e produzem toxinas. O que causa os sintomas são as toxinas e não as bactérias ○ Sintomas: náusea, vômito, cólicas abdominais, diarreia e variam com o grau de susceptibilidade do indivíduo, concentração da toxina no alimento e quantidade do alimento ingerido ○ O vômito é um efeito da toxina sobre centros nervosos no estômago e intestino que enviam a mensagem ao centro do vômito, no cérebro ○ Condições: tipo de alimento, presença de estafilococos enterotoxigênicos, presença da enterotoxina e temperaturas adequadas ao crescimento do m.o ○ Ingestão da enterotoxina pré-formada ⇒ dose mínima ingerida, condições adequadas. São proteínas resistentes às enzimas proteolíticas (termoestáveis resistindo a 100ºC por 30 min) ○ Portadores assintomáticos e manipuladores de alimentos, se encontram em alimentos envolvidos em surtos de derivados de bovinos, suínos, aves, leites e derivados e produtos de confeitaria ○ Medidas preventivas: difícil eliminação das fontes de contaminantes pois de 30 a 50% são de portadores assintomáticos ■ Controle rigoroso dos manipuladores de alimentos (manipulação adequada e higiene pessoal) ■ Temperaturas elevadas nos processos e refrigeração constante até o consumo ■ Relação Tempo x Temperatura em condições críticas ○ Detecção de enterotoxinas e contagem de m.o’s LISTERIA MONOCYTOGENES ❁ Bastonetes pequenos, curtos e gram positivos sendo anaeróbios facultativos e com poucos flagelos ❁ Não formam esporos e são móveis a 25ºC e imóveis a 37ºC ❁ Catalase e coagulase positiva ❁ Listeriose ○ Em pessoas saudáveis é não invasivo e causa gastroenterite ○ Em gestantes causa sintomas de gripe aborto espontâneo, e em neonatos, idosos e pessoas imunodeprimidas causa meningite e septicemia ○ Surto em salsicha ○ Patogênese: Por via oral a bactéria passa pela barriga gástrica e atinge o intestino (patógeno intracelular facultativo) capaz de espalhar diretamente de uma célula a outra sem parar pelo espaço intestinal, sobrevivendo e multiplicando em macrófagos, enterócitos e outras células ■ Ciclo de vida intracelular: internalização da bactéria via fagocitose ou invasão mediada pela bactéria ⇒ escape do fagossoma primário ⇒ multiplicação dentro do citoplasma ⇒ espalhamento para células vizinhas através da polimerização da actina ○ Em indústrias de alimentos: usinas processadoras de leite fluído, sorvete, iogurte, processadoras de queijos, carnes, salsicha de peru e peixes defumados ○ Em alimentos: produtos lácteos, vegetais, pescados, frutas, ovos e carnes ○ Prevenção ■ Cozinhar bem produtos de origem animal e higienizar os vegetais antes de consumi-los ■ Evitar o consumo de leite cru e produtos feitos com leite cru ■ Lavar as mãos, facas, tábuas após manipular alimentos crus com higienização rigorosa BACILLUS SP. ❁ bastonetes gram positivo com motilidade ❁ Sendo aeróbias estritas ou facultativas ❁ Utilizam o carboidrato mas não produzem gás, apenas ácido ❁ pH ótimo neutro e termófilos e alguns são termorresistentes ❁ Bacillus cereus patogênico e coagulação do leite, todos catalase positivo ❁ Esporo bacteriano ○ Estrutura que algumas bactérias produzem resistentes a agente químicos, calor, frio, pH e radiação e são formas dormentes, produzidos em situações de escassez de nutrientes ou condição de estresse ○ Ácido dipicolínico e cálcio aumentam termorresistência ao calor ○ Expositório, capa, membrana externa, córtex, parede celular, membrana interna (muito protegido) ○ Transformação da célula vegetativa em esporo ocasionado pelo esgotamento de nutrientes, mudança de pH e temperatura ○ Coloração verde malaquita e são refráteis ❁ Deteriorantes Bacillus Características Produtos da contaminação Alimentos afetados Bacillus subtilis Aeróbio, mesófilo Hidrolisa amido e proteínas por produzir enzimas e forma fios viscosos de polissacarídeos e odor desagradável flat sour em leite evaporado e pães Bacillus sporothermodurans anaeróbio e mesófilo Deterioração não perceptível sem produção de ácido ou gás a partir de carboidratos Leite UHT, enlatados (flat sour, soft swell, hard swell) causando estufamento no swell Paenibacillus Mesófilo crescem em pH 4 a 11 sendo anaeróbio facultativo Hidrolisa carboidrato em complexos (amido, peptina) Flat sour em vegetais enlatados de baixa acidez, leite e produtos lácteos Geobacillus Termófilo que cresce em pH 5,5 a 8,5 Hidrolisa gelatina, amido e caseína e causa flat sour sem gás Produtos vegetais e lácteos, alvo de esterilização no calor Brevibacillus Mesófilo, pH 5,5 a 8,5 sendo aeróbio estrito ou anaeróbio facultativo Utilizam carboidratos com produção de ácidos sem gás Contaminação de leite cru e equipamentos ou em leite esterilizado Alicyclobacillus Aeróbios ou anaeróbios facultativos termófilos, sendo acidófilos estritos (pH 3,5 a 5) e não alteram o pH do meio em que estão e nem produzem gás; odor fenólico pelo guaiacol Produtos vegetais ácidos e suco de frutas pasteurizados e congelados ❁ Biotecnologia ○ Produção de enzimas hidrolíticas (amilase, glucanase, fitase, protease), inseticidas biológicos, antibióticos (ciclocidina, circulina, bacitracina), ciclodextrina e probióticos ❁ Produção de Alimentos ○ Nato: soja fermentada por Bacillus natto de substância mucilaginosa dando um flavor de amônia e um produto rico em proteínas e vitaminas ❁Bacillus cereus ○ Mesófilo (T ótima 28 a 35ºC) em pH 4,8 a 9,3 e alta Aw (0,92) tolerando até 7,5% de sal ○ Utilizam carboidratos e não fermentam o manitol, hidrolisam o amido, caseína e gelatina ○ Hemólise positiva, o anthacis é negativa, oxidase variável, catalase positiva e decompõe tirosina ■ O thuringiensis também é hemólise positiva, mas produz cristais usados para inseticidas ○ Esporo de B. cereus ■ Mais hidrofóbico que outros confere a capacidade de aderir a várias superfícies ■ Resistente aos desinfetantes ○ Em alimentos Características Doença hemética Doençadiarreica Sintomas náusea, enjoos, vômito e talvez diarreia Dores abdominais, diarreia intensa, náuseas Tipo de toxina Cerulídeo (só é causada na presença deste composto) Enterotoxinas Local de produção Pré-formada no alimento Intestino delgado Alimentos incriminados Alimentos amiláceos como arroz e massas Alimentos ricos em proteínas como carnes e lácteos Período de incubação 1 a 5h 8 a 16h ■ Cerulídeo: peptídeo de baixo peso molecular que produz na esporulação do alimento sendo estável ao aquecimento e variação de pH, causa emese e degeneração dos hepatócitos ■ Enterotoxinas: termolábeis (inativadas a 56ºC/5 min) e produzidas durante a fase exponencial de crescimento no intestino delgado ● Hbl: atividade citotóxica de acúmulo de fluídos ● Nhe: formadora de poro causando lise celular ● CytK: atividade citotóxica ● BeeT: citotóxico causa acúmulo de fluídos ○ Epidemiologia: amplamente distribuído na natureza sendo que em alimentos se encontra em sobremesa e creme, carnes e vegetais, leite cru, pasteurizado, UHT, produtos lácteos, massas, arroz ■ Possível doença associada as toxinas emética e diarreica - isolamento de cepas produtoras de toxina emética e cepas produtoras de enterotoxinas num mesmo alimento associado a surto ■ Alimentos suspeitos: carne bovina ao molho madeira, prato pronto para consumo, bolo recheado e pudim ○ Controle e Prevenção ■ Controle da germinação de esporos, prevenir a multiplicação das células vegetativas em alimentos cozidos e prontos para o consumo ■ Cozinhar adequadamente os alimentos e consumi-los rapidamente pois o cozimento mata as células vegetais, mas o esporo pode sobreviver ■ Temperatura de cozimento maior de 100°C permite sobrevivência de esporos, portanto deve-se realizar o resfriamento do alimento rapidamente e mantê-lo refrigerado ■ Toxina emética não é destruída pelo cozimento CLOSTRIDIUM SP. ❁ Bastonetes gram positivos formador de esporo e móvel ❁ Anaeróbio estrito podendo ser mesófilo, psicrófilo ou termófilo e reduzem SO2 a H2S ❁ Não possuem hemeproteínas e são catalase negativa ❁ Amplamente disseminados na natureza e podem ser divididos pela sua fisiologia ○ Sacarolíticos: fermentam açúcares e produzem CO2, H2, ácido butírico e álcool ■ C. perfringens - patogênico ○ Proteolíticos: putrefativos utilizam compostos nitrogenados, como proteínas e aminoácidos, e liberam indol, cadaverina, amônia e água com forte cheiro putrefativo ■ C. botulinum (patogênica), C.sporogenes (deteriorante) ○ C. histolyticum é mais proteolítico que sacarolítico e C. butyricum é mais sacarolítico que proteolítico ❁ Clostridium botulinum ○ Gram positivo, bastonetes longos ocorrendo em pares isolados ou cadeias curtas ○ Esporos termorresistentes ovais e subterminais ○ Motilidade por flagelos peritríqueos ○ Habitat: solo, vegetais, frutas, fezes humanas e de animais e carnes ○ Produtores de toxinas que podem ser neutralizadas por antitoxinas tipo homólogo ■ A, B, E e F (botulismo humano e animal), C e D (animal) ■ Grupo I são tipo A e proteolíticos tipo B e F ■ Grupo II tipo E e não proteolíticos tipo B e F ○ Distribuição no ambiente ■ Comumente encontrados em solo, sedimentos, oceanos e lagos ■ Os tipos A e B são de origem terrestre e podem contaminar alimentos em contato com o solo. O tipo E é encontrado em peixes e alimentos marinhos ■ Produtos de enlatamento caseiro sub-processados podem estar contaminados com C. botulinum ○ Botulismo infantil (intestinal) ■ germinação de esporos no intestino, crescimento e produção de toxina ■ Ingestão de esporos ⇒ germinação dos esporos no intestino⇒ colonização e produção de neurotoxina no intestino ⇒ corrente sanguínea⇒ sinapse das junções neuromusculares ■ Ingestão de esporos do C. botulinum que coloniza e produz toxina no trato intestinal dando os mesmo sintomas que a intoxicação alimentar (mel) ○ Botulismo alimentar ■ Intoxicação causada pela ingestão de alimentos com toxina pré-formada que ataca o sistema nervoso ■ Ingestão da neurotoxina ⇒ absorção da toxina no duodeno e jejuno ⇒ corrente sanguínea ⇒ sinapse das junções neuromusculares ■ 12 a 36 horas de incubação ■ Sintomas: vômitos e diarreia, visão dupla, alteração da visão, fraqueza muscular e incapacidade de falar, respirar, engolir ou se mover (morte causada por asfixia) ○ Botulismo ■ Patogênese: absorção da toxina no duodeno e jejuno e através da corrente sanguínea atinge as sinapses das células nervosas (altera liberação de acetilcolina) ■ Características da toxina botulínica ● Age nas terminações nervosas periféricas ● Ativada por enzimas proteolíticas (protoxinas) e inativada por álcalis ● É termolábil (79ºC/20 min ou 85ºC/5 min) e resistente aos ácidos ● Presente em pequena quantidade na fase logarítmica liberada durante a autólise da célula ● Destruída por fervura à 100ºC por 10 minutos ou 65-80ºC por 30 min ■ Diagnóstico clínico: confirmação em laboratório da presença da toxina nas fezes, sangue ou vômito do paciente ■ Tratamento: administração da antitoxina; tratamento apenas é efetivo contra toxinas livres, mas uma vez que a toxina está ligada os danos são irreversíveis ○ Botulismo no Brasil: Clostridium botulinum tipo A mais comum ■ Alimentos envolvidos em surtos de conservas caseiras por falha de acidificação (palmito, pequi) ❁ Clostridium difficile ○ Causa infecção intestinal em pacientes com antibioticoterapia prévia; infecção hospitalar ○ Possível associação de casos com ingestão de alimentos ○ Bastonetes gram positivos mesófilos amplamente distribuído na natureza e já foi isolado de sedimentos marinhos, solos, areias, ambientes hospitalares ○ Isolados de animais: bovinos, suínos, aves, moluscos ○ Em alimentos: carne bovina, moída, carne suína, frangos, cordeiro e saladas ○ O micro-organismo é adquirido a partir de origem exógena de um indivíduo contaminado ou de pessoas que cuidam do paciente, ou indiretamente a partir de ambiente contaminado 1. Exposição do intestino aos antibióticos 2. alteração da microbiota 3. colonização pelo C. difficile 4. Produção de toxinas ○ Tratamento: resistência a antibióticos, portanto é difícil o tratamento ❁ Clostridium perfringens ○ Imóvel, mesófilo, pH ótimo neutro, Aw ótimo 0,95 a 0,97 ○ Esporulação ocorrem em pH entre 6 e 8 ○ Sal em 5,6% inibe ○ Distribuição na microbiota do solo, poeira e intestino do homem ○ Tipos de doença alimentar : A e C Características Gastroenterite Enterite necrótica Sintomas tipo A causa dores abdominais agudas, diarreia aquosa, náuseas tipo C causa dores abdominais agudas muito intensas, diarreia sanguinolenta Contaminação ● 8 a 24 horas de incubação e o alimento deve conter níveis altos do micro-organismo ● Esporos de C. perfringens sobrevivem ao cozimento se o alimento permanecer entre 15º e 50ºC podem germinar e multiplicar Consumo de carne suína associado a produção de baixos níveis de proteases pancreáticas devido a desnutrição e dietas ricas em inibidores de proteases Patogênese ●Enterotoxina (CPE): proteína citotóxica com atividade no íleo, induz alteração nas moléculas envolvidas na permeabilidade das membranas provocando acúmulo de fluídos e perda de eletrólitos ●Enterotoxina liberada no intestino delgado durante a lise da célula vegetativa no processo de esporulação ●Resistente a tripsina, quimiotripsina e papaína Digestão Ingestão do alimento ⇒ intestino delgado multiplicação e produção de CPE durante esporulação ⇒ liberação da CPE após lise⇒ diarreia ○ Fatores que influenciam o aparecimento de surtos: resfriamento inadequado dos alimentos pré-cozidos, manutenção de comida pronta sem aquecimento e reaquecimento inadequado ○ Medidas preventivas ■ Manutenção do calor nos alimentos cozidos (60ºC ou mais) e resfriamento rápido e uniforme de alimentos cozidos (<10ºC) ■ Reaquecimento dos alimentos refrigerados até atingir temperatura interna mínima 74ºC ■ O micro-organismo é ubiquitário, as boas práticas de manipulação e higiene pessoal são fundamentais para prevenir a contaminação de alimentos ESPÉCIES DETERIORANTES ❁Espécies Proteolíticas ○ C. sporogenes (produz ácido acético e H2 e não fermenta lactose) e C. putrefaciens (não produz ácido nem H2) ○ Putrefativo: decomposição de proteínas, peptídeos com produção de compostos sulfurosos ○ Mesófilos não crescem em pH 4,6 e deterioram alimentos enlatados de baixa acidez sub-processados ○ Deterioração: estufamento e odor pútrido ❁ Espécies Sacarolíticas ○ Mesófilos em pH 4,2 a 4,4 ○ Fermentam carboidratos produzindo ácido butírico e acético, CO2 e H2 ○ Esporos não resistem ao calor e deterioram enlatados levemente ácidos como derivados de tomate e frutas pouco ácidas ○ Deterioração por contaminação pós processamento ○ C. butyricum e C. tyrobutyricum fermentam lactose produzindo gás em queijo ■ Estufamento tardio em queijos com fermentação butílica ❁ Espécies Psicrófilas ○ Deterioração de carnes embaladas a vácuo ○ C. estertheticum: temperatura ótima 6-8ºC e fermentam carboidratos com produção de ácido butírico e acético butanol e gás H2 e CO2 ■ subsp. laramiense: T ótima 15ºC com produção de ácido butírico, acético, fórmico e etanol ○ C. algidicarnis: deterioração de produtos de carne de porco estocada a 4ºC ❁ Outros Deteriorantes Anaeróbios ○ Thermoanaerobacterium ■ Bastonetes gram positivo anaeróbio termófilos estritos, crescem entre 35 a 75ºC com pH entre 3,8 a 8,5 ■ Não produz H2S e esporos resistentes ao calor ■ Deterioração de alimentos enlatados de baixa acidez ○ Desulfotomaculum nigrificans ■ Bastonetes gram positivo anaeróbio com pH ótimo em 7 e T ótima em 55ºC ■ Catalase negativa usa sulfato e suflito e outros compostos S para produzir H2S (deterioração sulfídrica com escurecimento e sem gás) ■ Alimentos com açúcar e amido VIBRIO SP. ❁ Bastonetes retos ou curvos gram negativo, móveis com apenas um flagelo polar, com oxidase e indol positivos ❁ Anaeróbios facultativos, habitantes de ambientes aquáticos e podem ser ou não halófilos ❁ Log em 30ªC ❁ Alguns são psicrotróficos, e outros sensíveis ao calor e aos ácidos VIBRIO CHOLERAE ❁ Metabolismo respiratório e fermentativo crescem em meio sem NaCl, mas 1% estimula seu crescimento ❁ Ocorrem naturalmente em ambientes aquáticos e podem causar cólera ou diarréia ❁ SOROGRUPO O1 ○ 3 frações antigênicas (A,B e C) ❁ CÓLERA ○ O1 e O139 ○ Desconforto abdominal, diarréia aquosa, vômitos, desidratação e hipotensão ○ Dura alguns dias ○ Alimentos envolvidos: mariscos, ostras, carangueijo, camarão crus ou mal cozidos contaminados com água ○ Patogenicidade ■ Fatores de colonização: Pilus TCP induz produção de TC corregulador, serve como receptor do fago CTX (gene que codifica produção de TC). Fator acessório de colonização- Acf e Pilus tipo IV fímbria importante na secreção da CTX e produção de TC ■ Toxinas: toxina colérica tem ação enzimática intracelular ● Outras toxinas como Zot, Ace, Rtx são proteases e parecem não participar da cólera, mas apresentam atividade diarreiogênica em modelos experimentais ○ Toxina colérica (Enterotoxina): entra nas células epiteliais do intestino delgado e causa secreção de eletrólitos e água para o lúmen intestinal, causando diarréia intensa e alteração no balanço de eletrólitos (perda de líquido severa) ○ Tratamento: reidratação rápida, terapias de reidratação e antibióticos ○ Não O1 e não O139 não causam cólera, mas causam gastroenterite com sintomas de diarreia, dor abdominal, febre e vômito podendo durar 7 dias ○ No Brasil: é uma doença de notificação compulsória com grande número de casos no nordeste ■ Epidemias recentes no Iemen, Zimbábue e Haiti ○ Prevenção ■ Higienizar superfícies da cozinha, utensílios e mãos, separar alimentos crus dos cozidos, não consumir alimentos crus ■ Manter os alimentos refrigerados, e cozinhar os alimentos ■ Higiene pessoal, saneamento básico e consumir água tratada ■ Sensível aos desinfetantes, temperaturas de congelamento e ambientes ácidos inativados a temperaturas >45ºC ■ FDA: vapor por 4 a 9 min em ostras e mexilhões, fritar e assar por 10 min VIBRIO PARAHAEMOLYTICUS ❁ Anaeróbia facultativa ❁ Requer NaCl para multiplicar, temperatura ótima de crescimento 20 a 35ºC podendo crescer até 41ºC ○ Bactéria halofílica, lise em águas doces necessita de 0,5% de NaCl para crescimento em meios de cultivo ❁ Susceptível ao pH, congelamento e cozimento ❁ Encontrado em águas isoladas no litoral e em alimentos como frutos-do-mar ❁ Micro-organismo relativamente frágil, sendo muito sensível a desidratação e ao calor ❁ Cepas patogênicas apresentam a hemolisina TDH e/ou TRH, TDH também conhecida como hemolisinha de Kanagawa ❁ Gastroenterite ○ Período de incubação de 4 a 90 horas ○ Sintomas: diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, febre ○ Associado ao consumo de ostras cruas ou mal cozidas, outros alimentos associados: moluscos, camarão, lagostas, polvo, peixes, caranguejos e lulas ○ Mecanismos de virulência ■ Proteínas de adesão no intestino e toxinas ■ Hemolisina TDH ● Inativado parcialmente em 100ºC por 30 min ● Lise eritrócitos com formação de poro ● Induz acúmulo de fluídos no intestino e altera o transporte de íons (secreção de Cl-) e ação através de aumento do nível de eAMP intracelular ■ Hemolisina TRH ● Inativada a 60ºC por 10 min ● Similar TDH, induz secreção de Cl- nas células epiteliasi envolvido no processo de aumento dos níveis de cálcio intracelular ○ Surtos nos EUA e Brasil VIBRIO VULNIFICUS ❁ Halofílica, sofre lise em águas doces necessita de 0,5% NaCl para crescimento em meios de cultivo (2% ótimo) ❁ pH ótimo 7 e Aw mínima 0,92 ❁ Susceptível ao pH, congelamento e cozimento ❁ Encontradas em ambientes estuarino e associado com plânctons, moluscos, crustáceos e peixes ❁ Doença ○ Sintomas de gastroenterite: diarreia, febre, dor abdominal, náuseas e vômitos ○ Sintomas de septicemia: febre e calafrios, ocasionalmente tem vômitos, diarreia e dor abdominal, 60% das pessoas desenvolvem infecção secundária nas extremidades ○ Dura 1 a 6 dias da septicemia e auto limitante na gastroenterite ○ Patogenicidade ■ Presença de cápsula da habilidade de resistir a fagocitose e colagenase responsável pelos danos aos tecidos ■ Hemolisina (VvhA): atividade hemolítica e efeito citotóxico causa a morte celular pela formação de poro na membrana, papel importante na sobrevivência no ambiente ■ Metaloprotease (VvpE): aumento da permeabilidade vascular (edema e lesão de bolhas); necrose dos tecidos pela degradação do colágeno; parece ser essencial para disseminação da bactéria ○ Associado ao consumo de ostras cruas ou mal cozidas, outros alimentos associados: moluscos, camarão, lagostas, polvo, peixes, caranguejos e lulas ○ Surtos e casos: EUA 90% dos casos associados ao consumo de ostras cruas e outros ○ Tratamento: antibioticoterapia (dioxiciclina ou ceftazidima) e alguns pacientes requerem cuidados intensivos CAMPYLOBACTER SP. ❁ Oxidase e catalase positivas, não utilizam carboidratos como fonte de energia ❁ Termotolerantes e termófilos com temperatura de crescimento varia entre 30ºC a 47ºC e se multiplicam em bile a 37ºC ○ Sobrevivem por longos períodos a 4ºC e temperaturas abaixo de -15ºC inativam a bactéria mas não a eliminam ❁ CAMPYLOBACTER JEJUNI ○ Bacilos curvos, espiralados, forma de S, muito finos e compridos e gram-negativos ○ Móveis pela presença de 1 flagelo em um ou ambas as extremidades da célula ○ Características ■ Microaerófila requer baixa concentração de oxigênio para sua multiplicação (3 a 5%) ■ Frágeis no ambiente e não crescem em concentrações de NaCl superiores a 2% ■ Susceptíveis a secagem, aquecimento, irradiação, condições ácidas e desinfetantes ■ Maioria dos surtos já descritos foi associado ao consumo de leite cru ○ Doença ■ Sintomas: diarreia, febre baixa, dores abdominais, náuseas, dor de cabeça e dores musculares e em alguns casos a febre pode ser alta e as fezes podem ter sangue ■ Complicações são raras e infecções podem estar relacionadas à artrite reativa, síndrome urêmica hemolítica, septicemia e meningite ■ Taxa de letalidade: rara em indivíduos saudáveis e fatalidade em pacientescom câncer ou outras doenças debilitantes ■ Tratamento: a maior parte das infecções é autolimitada e não necessita tratamento com antibióticos, se necessário hidratação ■ Patogenicidade ● Não é bem conhecida e invade, coloniza e multiplica no intestino delgado ● Provocam inflamação resultando no aparecimento de eritrócitos e leucócitos nas fezes ● Mecanismos da doença: adesão, invasão e produção de toxinas (citotoxina CDT e enterotoxina semelhante a toxina termolábil da E. Coli) ○ Reservatório: tem sido isolado de gado, frangos, perus, suínos, ovelhas, pássaros e moscas. É detectado em água não clorada de fontes, rios e lagos ○ Modo de transmissão: alimentos contaminados, especialmente frangos crus ou mal cozidos, leite cru e água não clorada e contato com animais infectados ○ Medidas preventivas ■ Higienizar vegetais, frutas, superfícies da cozinha, utensílios e mãos ■ Separar alimentos crus dos cozidos ■ Cozinhar bem os alimentos, refrigerar os alimentos cozidos e assados rapidamente ■ Usar somente leite pasteurizado e tratamento de água
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