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Autor: Thalia Santos de Araujo RESENHA CRÍTICA TEXTO: AGROFLORESTAS SUCESSIONAIS: PRINCÍPIOS PARA IMPLANTAÇÃO E MANEJO Neste artigo os autores trouxeram alguns princípios que embasam a agroflorestal sucessional. Não existe uma receita pronta para implantar um sistema agroflorestal em qualquer lugar. Devido cada região ter suas caraterísticas, terá uma combinação de espécies da região para fazer o manejo. Os princípios são os mesmos, porém é recomendado que não faça reaplicação de modelos que não deram certos. O melhor lugar para observar e vê como funciona um sistema na prática é observar a natureza, pois mostra como o sistema se organiza e interage. Neste quesito de observar a natureza e perceber e ter sensibilidade para compreender os processos que ocorre na natureza, tendo trocas de experiências, em 1996 começou um movimento itinerante, autônomo e espontâneo sobre implantação e o manejo de sistemas agroflorestais. Segundo os autores foi possível identificar duas linhas de pensamento que dão norte sobre os trabalhos em sistemas agroflorestais: na qual uma se baseia na casualidade, que parte do entendimento que a competição entre as espécies; e a outra parte do pressuposto que os seres humanos fazem parte deste sistema inteligente, na qual a natureza tem um proposito e a vida tende a sua complexificação. Há vários entendimentos os sobre os sistemas agroflorestais ou agroflorestal, na qual, há os SAFs são elaborados em forma de consórcio tendo combinações de espécies, otimizando da melhor forma o espaço e os recursos disponíveis; e há SAFs que tem como o objetivo reproduzir o modelo de uma floresta produtiva, baseando-se em sucessão ecológica. Quando se fala em restauração dos ecossistemas, as agroflorestas sucessionais é uma ótima opção para ser adotada, pois além de contribuir na recuperação do solo e restabelecer as complexas relações ecológicas, além de promover a produção de alimentos e matérias primas. A recuperação dos ambientes e ecossistemas é necessário se apoiar no manejo com interligações nos princípios agroecológicos, como é o caso da sucessão natural, na qual ocorre a biodiversidade e a ciclagem de nutrientes, atuando no aumento de quantidade e qualidade de vida consolidada, tanto na intervenção como no planeta terra como um todo. Vivemos em um sistema inteligente, porém não somos os inteligentes do sistema devido nossas ações. Mas como fazemos parte deste sistema, a função clara que, é desempenhada pelos animais de grande porte, na qual ocorre a dinamização dos processos de vida, tendo a dispersão de sementes e o escoamento da matéria/energia deste sistema. É nesse contexto, que surge Ernst Gotsch com trabalhos mostrando que é possível produzir alimentos e outras matérias primas, sem utilizar adubos químicos ou agrotóxicos, a partir da convivência do ser humano com a natureza, deixando resultados positivos onde é colocado a mão humana. Como a floresta é um organismo vivo que se inter-relaciona com os outros sistemas, o sistema de produção só pode ser considerado sustentáveis a partir que começam a se reproduzir na lógica da natureza. A partir da observação feita na natureza foi possível entender que a natureza indica que é melhor a convivência, a partir da cooperação, do que houver competição. Na qual o desenvolvimento do sistema se otimiza nos processos de vida e não maximiza os outros. A diversidade de espécies que a natureza inseriu nas florestas é possível entender os motivos de diferentes estratos, da dinâmica da sucessão natural e da ciclagem de nutrientes que se ocorre dentro das florestas. Se não obedecemos ao que a natureza nos mostra ficaremos a mercê do pacote tecnológico imposto que acabará com toda a biodiversidade das florestas e levará a degradação do solo e da água. A sustentabilidade é um balanço energético positivo, que nos mostra como devemos gerar a vida no local onde estamos inseridos e não o destruí-lo. Uma pergunta muito importante colocada por Ernst é que “O resultado de minhas ações tem sido o aumento de vida e recursos no local de minha intervenção e também em relação ao planeta Terra? ”. Só será possível respondemos esta pergunta como entendemos como o ecossistema natural do ambiente funciona, e promover os princípios que este ecossistema é regido em nosso sistema de produção. Cada planta tem sua função dentro da floresta, tendo seu período definido pela natureza por quanto tempo ela irá permanecer naquele ambiente. Quando a planta atinge seu papel dentro floresta acaba caindo e abrindo espaço para outra espécie que estava naquele lugar esperando a hora para começar o seu desenvolvimento, e isso é chamado sucessão natural ou sucessão ecológica. Para que a floresta continue de pé é necessário que ocorra a ciclagem de nutrientes, que nada mais é que a devolução de nutrientes que foi utilizada no seu processo de desenvolvimento devolvendo ao solo todos esses nutrientes por meio dos galhos, folhas ou até mesmo quando morrem que atingiram o seu papel e ciclo de vida acabou. Por isso é importante que sempre ocorra este processo de ciclagem de nutrientes na agroflorestal, para que haja disponibilidade de nutrientes e este solo permaneça rico. A implantação e o manejo das agroflorestal é uma tentativa de replicar as estratégias usadas pela natureza no quesito de aumentar a vida e melhorar o solo. Como podemos observar na natureza, as plantas ocorrem em forma de consórcio e não de forma isoladas. Da mesma forma acontece nas agroflorestas, levando em consideração a combinação de espécies nativas, de regeneração ou se são introduzidas. Levando em consideração a inserção de espécies exóticas e sua adaptação no local. Ainda no princípio, o aproveitamento de energia luminosa numa floresta há diversas espécies que ocupam lugares diferentes e diferentes estratos. Dentro das práticas de manejo que tem como objetivo intensificar a sucessão numa agroflorestal. A capina seletiva é uma forma de acelerar o processo, pois consiste na retirada de plantas mais avançadas, tendo cumprido sua função, desta forma o sistema se rejuvenesce. Já o raleamento é importante pois consiste na retirada de arvores que não tem muito vigor e que estão plantadas em alta densidade. A poda é uma técnica que rejuvenesce o sistema, pois a medida que as plantas são podadas começam a rebrotar e as plantas próximas começam a responder positivamente a esta intervenção. Link do Artigo: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=3793 http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=3793
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