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Direito empresarial - Títulos de Crédito

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Aval: conceito, características e especificidades. Semelhança e distinção entre
aval e fiança. Vencimento: conceito, características e especificidades; tipos de
vencimento. O Vencimento Extraordinário.
1. AVAL
O aval é uma garantia pessoal dada por um terceiro em título de crédito (a
exemplo da nota promissória, letra de câmbio, duplicata e cheque, entre outros),
no qual se obriga, ao lado do emitente do título, a satisfazer o crédito, ou seja, a
pagar a dívida descrita literalmente na cártula.
Enquanto a fiança é garantia dada em contratos, o aval garante títulos de
crédito.
A) Por que o aval é uma garantia pessoal?
Primeiramente, cabe esclarecer que há duas modalidades de garantia: a
real e a pessoal.
No aval a garantia dada tem caráter pessoal, pois o avalista é escolhido e aceito
pelo credor de acordo com suas qualidades (em especial, a de ser bom pagador)
e capacidade de pagamento, por conta de seu patrimônio disponível, que pode
ser alcançado em futura execução, caso não houver o pagamento voluntário.
Já na garantia real, o que garante a quitação da dívida é um bem móvel
ou imóvel específico. Esse bem é minuciosamente descrito na garantia, e pode
ser executado para adimplir a dívida mesmo que, ao tempo da execução judicial,
não mais integrar o patrimônio do devedor. Essa característica é conhecida como
direito de sequela em favor do credor.
B) Existe benefício de ordem?
No aval, ao contrário do que ocorre na fiança, o garantidor não é
protegido pelo benefício de ordem, de modo que pode ser executado de imediato,
ainda que o emitente/devedor do título tenha bens passíveis de execução. Isso
porque o avalista se equipara ao próprio devedor, e, assim, é colocado pela lei no
mesmo patamar.
Portanto, o credor tem livre opção para executar o avalista antes mesmo
do próprio devedor emitente do título de crédito.
A nulidade do negócio jurídico e os efeitos sobre o aval
Uma das características do título de crédito é que ele se abstrai
(desvincula-se) do negócio jurídico que deu origem à sua emissão, para o fim de
possibilitar a circulação do título no mercado e dar tranquilidade a potenciais
adquirentes.
Em razão disso, ainda que ocorra o reconhecimento da nulidade do
negócio jurídico base da emissão do título, isso não afeta a cártula em si. Dessa
forma, a obrigação do avalista contínua hígida, podendo ser alcançado pela
cobrança do título.
Apenas se ocorrer alguma nulidade formal do próprio título, é que estará
livre o avalista.
C) Há necessidade de anuência do cônjuge?
De acordo com o Código Civil brasileiro (art. 1.647, inciso III), exige-se,
sob pena de nulidade, a anuência do cônjuge no caso do aval, exceto se o
casamento for regido pela separação convencional de bens.
Ocorre que, na esteira do entendimento firmado pelo Superior Tribunal de
Justiça no Recurso Especial nº 1526560, essa exigência não se aplica aos títulos
de crédito previstos em leis especiais, ou seja, aos títulos de crédito típicos.
Assim, por força do princípio da especialidade, é descabida a exigência
da vênia conjugal para validade do aval quando este é dado nos títulos mais
usuais do mercado: nota promissória, cheque, duplicata e letra de câmbio.
Todos esses títulos têm previsão em leis especiais, e as regras contidas
no Código Civil somente lhes são aplicáveis de forma subsidiária e apenas nos
pontos em que há silêncio da norma especial. Esse, entretanto, não é o caso da
outorga uxória para validade do aval.
A única questão que deve ser observada é que, na ausência de outorga
do cônjuge, sua meação no patrimônio do casal deve ser preservada, não
podendo ser atingida pela execução do avalista.
Portanto, a nulidade do aval por falta de anuência do cônjuge apenas
ocorrerá se o título for atípico, criado com base no Código Civil
https://jus.com.br/tudo/recurso-especial
2. VENCIMENTO
VENCIMENTO é a data em que o título se torna exigível. Deve ser
certo, único, possível e de uma das modalidades previstas na lei. Dá
exigibilidade ao crédito. A partir dele é que a ação executiva pode ser
ajuizada.
Define o termo inicial do prazo prescricional, bem como o termo
inicial dos juros moratórios legais.
Nas letras de câmbio, NÃO são admitidos vencimentos sucessivos,
devendo haver sempre um vencimento único. A LUG afirma a nulidade
do título que contenha vencimentos diferentes ou sucessivos (art. 33).
Não se admite nos títulos de crédito o vencimento condicionado ou
impreciso. Há que se determinar precisamente o dia de vencimento,
que é admitido pelas modalidades previstas no art. 33 da LUG
A) MODALIDADES:
Poderá ser ORDINÁRIO ou EXTRAORDINÁRIO.
O vencimento ordinário é aquele que vence com o término do prazo
estipulado. Pode apresentar as seguintes formas (art. 33 LUG):
VENCIMENTO À VISTA: o vencimento ocorre no momento
apresentação do título ao sacado, que poderá ser feita no prazo de até
1 ano a contar da emissão (art. 34, LUG).
Não apresentação no prazo (1 ano) não extingue o direito de crédito,
implicando apenas perda de direito contra os obrigados indiretos no
título.
VENCIMENTO A DIA CERTO: o vencimento ocorre em data
previamente combinada, fixada no calendário. Se for para o princípio,
meado ou fim do mês, entende-se que será nos dias 1º, 15 e 30 ou 31
(LUG, art. 36).
A CERTO TEMPO DA DATA: vencimento em que o sacador fixa um
prazo a contar da data da emissão do título. Não se escreve no título a
data, mas o prazo para se chegar nesta data. Não se inclui o dia da
emissão na contagem, mas o primeiro dia útil posterior.
A CERTO TEMPO DA VISTA: o vencimento acontece após
determinado prazo, mencionado no título, a contar do aceite. É
fundamental a apresentação do título para aceite. Se houver falta do
aceite, deve haver um protesto, a partir do qual conta-se o prazo para
o vencimento do título de crédito.
O VENCIMENTO EXTRAORDINÁRIO ou antecipado é o que ocorre
pela falta ou recusa de aceite ou pela falência do aceitante ou do
sacador.
A LUG prevê no art. 43, os casos de vencimento antecipado do título,
ou seja, casos que autorizam o credor a exigir o pagamento do título
imediatamente:
● Recusa total ou parcial do aceite;
● Falência do sacado ou aceitante, suspensão de pagamentos
pelo sacado ou aceitante e execução frustrada contra o sacado
ou aceitante;
● Falência do sacador na letra não aceitável.
● Art. 43. O portador de uma letra pode exercer os seus direitos
de ação contra os endossantes, sacador e outros coobrigados:
no vencimento; se o pagamento não foi efetuado; mesmo antes
do vencimento:
1º) se houve recusa total ou parcial de aceite;
2º) nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite,
quer não, de suspensão de pagamentos do mesmo, ainda que
não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, sem
resultado, execução dos seus bens;
3º) nos casos de falência do sacador de uma letra não
aceitável
● O Brasil adotou a reserva prevista no artigo 10 do Anexo II, do
Decreto n. 57.663/66, pela qual "fica reservada para a
legislação de cada uma das Altas Partes Contratantes a
determinação precisa das situações jurídicas a que se referem
os nos 2 e 3 do art. 43”.
● Divergência doutrinária:
● Fran Martins entende que estão em vigor no Brasil todas as
hipóteses de vencimento antecipado previstas no artigo 43 da
LUG.
● Para Luiz Emygdio da Rosa Junior, Fábio Ulhoa Coelho,
Antônio Mercado Junior, Waldirio Bulgarelli e Wille Duarte
Costa, os n. 2 e 3 do artigo 43 da LUG não têm aplicabilidade
no Brasil, estando em vigor apenas o artigo 19 do Decreto nº
2.044/1908, ou seja, estariam em vigor apenas as seguintes
hipóteses de vencimento antecipado:
● a falta ou recusa total ou parcial de aceite
● a falência do aceitante.
● Art. 19. A letra é considerada vencida, quando protestada:
I. pela falta ou recusa do aceite;
II. pela falência do aceitante.
O pagamento, nestes casos, continua diferido até ao dia do
vencimento ordinário da letra, ocorrendo o aceite de outro
sacado nomeado ou, na falta, a aquiescência do portador,
expressa no ato do protesto, ao aceite na letra, pelointerveniente voluntário
PRORROGAÇÃO DE VENCIMENTO:
o Nosso direito NÃO admite dias de perdão ou dias de
graça em relação à letra de câmbio, ou seja, não se
concede dias de tolerância para o cumprimento da
obrigação (LUG, art. 74).
o Em caso de concessão de tolerância, o credor poderá
perder os direitos contra os devedores indiretos, pois é
exigido, para cobrança deles, protesto tempestivo (art.
53).
Caso haja prorrogação, essa convenção só vale em relação às partes que o
ajustaram
Art. 53. Depois de expirados os prazos fixados:
- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;
- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;
- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas".
O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes, contra
o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. Na falta de
apresentação ao aceite no prazo estipulado pelo sacador, o portador perdeu os
seus direitos de ação, tanto por falta de pagamento como por falta de aceite, a
não ser que dos termos da estipulação se conclua que o sacador apenas teve em
vista exonerar-se da garantia do aceite.
Se a estipulação de um prazo para a apresentação constar de um
endosso, somente aproveita ao respectivo endossante.
Art. 74. Não são admitidos dias de perdão quer legal, quer judicial.

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