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Leishmaniose tegumentar

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Leishmaniose Tegumentar 
Parasitose provocada pelo protozoário Leishmania spp, 
o qual possui um tropismo acentuado pelos macrófagos 
(sistema fagocitário mononuclear). Os hospedeiros 
invertebrados/vetores são as fêmeas de mosquitos 
Lutzomyia (flebótomo- mosquito palha), e os hospedeiros 
vertebrados são cães e seres humanos principalmente 
(gatos, equinos) 
Uma parte das amastigotas infectam outros 
macrófagos, e outra parte permanece na circulação 
sanguínea para a inoculação do mosquito palha 
Zoonose de extrema importância →antropozoonose 
Espécies que acometem o sistema tegumentar do animal 
→L. amazonenses, L. guyanensis e L. braziliensis 
EPIDEMIOLOGIA 
Regiões norte e nordeste com maiores casos dessa 
parasitose 
SINTOMATOLOGIA CLÍNICA 
Animais assintomáticos: mesmo com carga parasitária 
moderada 
Animais oligossintomáticos apresentam pequenas 
alopecias escondidas e intermediárias 
Animais sintomáticos: apresentam ulcerações em pele, 
alopecias intensas, erosões em pele ao redor do nariz e 
orelhas 
Onicogrifose (crescimento exacerbado das unhas, 
produção de IL-17 contra o parasito favorece esse 
mecanismo), ceratoconjuntivite, esplenomegalia 
(sobrecarga no sangue pelo ↑ carga parasitária), êmese, 
linfadenopatia, apatia, alopecia, dermatite (processo 
inflamatório com prurido), úlceras em pele no local da 
picada, hiperqueratose em unhas e pele 
Alopecia em cães associado a ↓ carga parasitária, com 
infiltrado de linfócitos T, e nodulações em cães associado 
a ↑ carga parasitária, com infiltrado de macrófagos 
Leishmaniose felina 
Sinais clínicos semelhantes a leishmaniose canina 
Relatos escassos que vêm aumentando nos últimos anos 
Infecções ocorrem em áreas endêmicas e epidêmicas 
Forma tegumentar + comum para os felinos 
Hospedeiro acidental normalmente 
Co-infecção com FIV e FCoV, podendo ser confundido 
com sarna felina 
Leishmaniose equina 
Pápulas e nódulos secos solitários ou múltiplos em 
cabeça, orelha, escroto, pernas e pescoço, com 
coloração avermelhada 
Manifestações raras →potencial reservatório 
RESPOSTA IMUNE 
Fêmea do Lutzomyia infectada inocula promastigotas 
metacíclicas no hospedeiro, que possuem tropismo pelo 
sistema mononuclear fagocitário, onde há a multiplicação 
de amastigotas no vacúolo fagocitário de macrófagos, 
em seguida ocorre rompimento celular e fagocitose por 
outras células, continuando o ciclo 
Macrófagos fagocitam Ag e apresentam através de 
receptores de membrana do tipo MHC-II que sinalizam 
para linfócitos TCD4+ (helper), que respondem com uma 
resposta Th1 ou Th2→Th1: resposta predominante e 
eficiente, com alto grau de resistência imunológica, 
dependendo da espécie de Leishmania ssp X perfil de 
resposta imune 
Fase intermediária →LTCD4 + Th1 ≥ Th2 
Th1: Linfócitos TCD4+ produzem interferom no sítio de 
infecção que agem nos macrófagos que estimulam a 
produção de óxido nítrico (NO) que bloqueia a ação do 
protozoário (assintomáticos, mas portador) X destrói o 
antígeno (cura espontânea) 
L. braziliensis e L. amazonenses predomina resposta Th1, 
forma cutânea localizada 
OBS: L. braziliensis apresenta quadro de 
hipersensibilidade ou hiper-reatividade celular devido a 
produção de TNF-α, o que promove presença de lesões 
papuloulcerosas em mucosa nasobucofaríngea 
Duração: 3 meses 
Caso haja resposta do tipo Th2, os linfócitos T tendem 
a produzir IL-4 que inibe a ação dos macrófagos e IL-5 
que ativa eosinófilos para combate, porém não 
eficientes, favorecendo contínua multiplicação das 
amastigotas →nos macrófagos, o protozoário atrasa 
maturação de fagossomas, impedindo produção de NO e 
a resposta às citocinas, suprime habilidade de 
apresentação do MHC-II →sintomas 
OBS: L. amazonenses apresenta quadro de 
hiposensibilidade ou hiporreatividade celular, o que 
promove lesões erimato- infiltrativas (cutâneas 
nodulares-difusas) 
Duração: 6-12 meses 
As alterações dermatológicas sugestivas de leishmaniose 
tegumentar estão localizadas em orelhas, bolsa escrotal 
e focinho, sendo na maior parte lesões únicas, ulceradas 
ou úlcero-crostosas e de evolução crônica 
A evolução clínica da leishmaniose tegumentar canina 
provocada pela L. braziliensis manifesta-se normalmente 
de forma crônica, sem comprometer o estado geral do 
animal, cujas lesões podem progredir em número e 
extensão, evoluir para cura clínica espontânea com 
reativações posteriores ou acometer tardiamente a 
mucosa nasal 
DIAGNÓSTICO 
Epidemiológico (perfil e histórico epidemiológico 
regional/local, importante: notificação obrigatória) + 
laboratorial (exames de melhor valor diagnóstico) + clínico 
(lesões e diagnóstico diferencial) 
Diagnóstico laboratorial →diagnóstico direto (esfregaço, 
biópsia e/ou punção aspirativa da lesão para observação 
de formas amastigotas), ELISA e RIFI para mucosa e 
cutânea disseminada, PCR, fixação de complemento, 
citometria de fluxo útil para diferenciar LV e LT através 
de IgG’s, DDP, hemoglutinação 
OBS: Eficácia depende da fase da doença, carga 
parasitária e material biológico coletado Diagnóstico 
clínico →teste de intradermorreação de Montenegro, 
útil pois traduz a resposta alérgica de hipersensibilidade 
celular retardada, pesquisas antígenos mediadas por 
células T, alta sensibilidade (86,4-100%), facilidade de 
aplicação e baixo custo, inoculação por via intradérmica 
OBS: Caso seja positivo há a formação de nódulo, 
enduração ou pápula, atinge o auge em 48-72 horas, > 
5 milímetros de diâmetro, fraco reator: 5 e 9mm/forte 
reator: >10mm 
Diagnóstico diferencial: esporotricose, doença provocada 
por fungos e que acomete + gatos, mas apresenta 
lesões e sintomas semelhantes →ambas são zoonoses 
TRATAMENTO 
Pouca eficácia benéfica de fármacos contra LTA 
atualmente, mesmo com o aumento de casos de animais 
e humanos acometidos 
Antimoniato de N-Metil, Glucamina (Glucantime), 
Solustibosan e Pentostam →medicamento provoca 
regressão rápida das manifestações clínicas e 
hematológicas da doença, bem como provoca a 
esterilização do parasito (20mg/kg/dia), porém não 
promove a cura da parasitose 
PROFILAXIA 
Coleiras de deltametrina/imidacloprida, medicamentos de 
controle como dinotefuran e piriproxifeno (ambos para 
controle ambiental), repelentes a base de permetrina, 
fumacê (malation), sacrifício de animais soropositivos 
Vacina humana disponibilizada pelo ministério da saúde, 
mas sem muitas informações →combate ao flebótomo 
Controle biológico com fungos entomopatogênicos, 
peixes larvófagos

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