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Bioquímica dos Carboidratos Introdução Carboidratos são polihidroxialdeídos ou polihidroxicetonas ou substâncias que liberam estes compostos por hidrólise. Os Carboidratos também são conhecidos como açucares, hidratos de carbono ou sacarídeos; Carboidratos Introdução Biomoléculas orgânicas mais abundantes na natureza (amido e celulose); Contem basicamente 3 elementos na sua fórmula: C, H, O; Os animais não são capazes de sintetizar carboidratos, necessária obtenção através da alimentação; Os açucares são formados por unidades chamadas sacarídeos. Principais Funções -Celulose; - Quitina; Estrutural: - Ribose; - Dextrose. - Sacarose; Fonte de energia: - Glicose; - Manose; - Galactose ; - Lactose; - Maltose. Reserva de energia: - Glicogênio; - Amido. Funções dos carboidratos na alimentação Principal fonte de energia para o homem, 50- 80% das calorias da dieta. Forma de energia mais abundante e de fácil digestão(4,0kcal/g) Poupa a queima de lipídeos e proteínas com finalidade energética Atua como fibra dietética, funcionamento normal do intestino. Ocorrência de Carboidratos Pão; Batatas; Ervilhas; Carne (em menor quantidade); Ovos e leite; Aveia; Frutas e verduras; Algodão (fibra de tecido); Linho (fibra de tecido); Madeira (celulose); Papel (celulose). Síntese de Carboidratos 6CO2 + 6H2O Fotossíntese (Clorofila) C6(H2O)6 + 6O2 Respiração Celular (Mitocôndria) São sintetizados através do processo fotossintético que ocorre nos organismos clorofilados. Classificação Quanto: 1) a localização da carbonila; 2) ao número de carbonos; 3) ao tipo de biomoléculas; 4) ao número de monômeros; 5) em função do peso molecular. H O C H C OH H C OH H Aldeído H H C OH C= O H C OH H Cetona Classificação dos carboidratos quanto a localização da carbonila Aldoses - glicose, ribose, desoxiribose, galactose, manose. Cetose – frutose, ribose, xilulose. A família das Aldoses Três carbonos Quatro carbonos D-eritrose Cinco carbonos D-arabinose D-xilose D-lixoseD-treose D-ribose Seis carbonos D-alose D-altrose D-glicose D-manose D-gulose D-idose D-galactose D-talose A família das Cetoses Classificação quanto ao número de carbonos Trioses: gliceraldeído, dihidroxiacetona Tetroses: eritrose, treose Pentoses: ribose, desoxirribose Hexoses: glicose, manose, frutose Todos são monossacarídeos Simples: glicose sacarose glicogênio Conjugados: glicoproteínas glicolipídios Classificação quanto ao tipo de biomoléculas Classificação quanto ao ao número de monômeros Monossacarídeo (n=1): glicose, frutose, galactose Dissacarídeo (n=2): sacarose, lactose, maltose Oligossacarídeo (2<n<10): estaquiose Polissacarídeo (n>10): amido, glicogênio, celulose Classificação quanto ao número de monômeros Monossacarídeos: glicose, frutose e galactose; Dissacarídeos: sacarose = glicose + frutose lactose = galactose + glicose maltose = glicose + glicose Classificação em função do peso molecular Monossacarídeos: glicose, frutose, galactose Oligossacarídeos: sacarose, maltose, lactose Polissacarídeos: amido, celulose, glicogênio Monossacarídeos Principais características Menor e mais simples carboidrato Grupo funcional + cadeia de hidrocarboneto Anéis de 5 (furano) ou 6 carbono (pirano) Apresentam isomeria óptica * Os monossacarídeos comuns na natureza existem na forma D. Monossacarídeos Estrutura química Fórmula de Fischer As formas D e L são imagens especulares uma da outra. Todos os monossacarídeos exceto a dihidroxiacetona contêm um ou mais átomo de carbono assimétrico (quiral) e por isso ocorrem formas isoméricas optica- mente ativas L ou D. Isômeros do Glicealdeído ISOMERIA NOS CARBOIDRATOS: C C C H2C OH OH HO H C OHH C OH HO H C H O HO C H H C OH HO C H HO C H HO CH2 A ciclização leva a formação dos estereoisômeros a e b. Em solução aquosa, os monossacarídeos apresentam- se como estruturas cíclicas, onde um grupo hidroxila reage com o grupo carbonila da mesma molécula. C C O CH2OH C OHH HO CH2 OH OH C H H HO C H HO CH2 C O H C OH O C H CH2 OH O OH HO HO H OH OH O OH HO HO OH H OH Reação de Ciclização Ciclização 21 Os açúcares, especialmente os de 5 e 6C (pentoses e hexoses), existem como moléculas cíclicas ciclização Nas aldohexoses: interação entre os carbonos C1 e C5 Nas cetohexoses: interação entre os carbonos C2 e C5 Carbono Anomérico: Nome dado ao átomo de carbono da carbonila (C=O) que perde a dupla ligação durante a ciclização. 22 Ciclização D-Glicose Mutarrotação α-D-glicose β-D-glicose o açúcar cíclico pode assumir duas formas diferentes: OH da C anomérico p/ baixo anômeros OH da anomérico p/ cima Em solução, cerca de 2/3 das moléculas existem na forma beta e 1/3 na forma uma idéia alfa. mais A estrutura realística daconformacional dá forma da molécula. α e β Glicose 24 Alguns carboidratos possuem um grupamento -OH (hidroxila) livre no carbono 1 de suas moléculas, enquanto outros não AÇÚCARES REDUTORES 25 Carboidratos formados pela união de dois sacarídeos por meio de uma ligação glicosídica: Ligação glicosídica: formada quando um grupo OH de açúcar reage com o átomo de carbono anomérico de outra molécula de açúcar; Carbono anomérico envolvido na ligação glicosídica: não pode mais ser oxidado por íons férrico ou cúprico (não é mais agente redutor); Extremidade redutora: carbono anomérico livre; Ligação glicosídica: sofrem hidrólise na presença de ácido ou base. DISSACARÍDEOS Formação de um dissacarídeo Dissacarídeo Dois monossacarídeos Hemiacetal + álcool ligação glicosídica Condensação produz uma molécula de H2O Hidrólise consome uma molécula de H2O hidrólise H2O condensação H2O Sacarose -D-frutofuranosil--D-glicopiranosideo Fru(2na1)Glc = Glc(a1n2Fru Alguns dissacarídeos comuns Em que diferem os dissacarídeos Tipo de monossacarídeoGlc, Fru, Gal, Man... Configuração anomérica dos monossacarídeos ou Carbonos envolvidos na reação(14), (12), (11) A sacarose é dissacarídeo das plantas A lactose está presente no leite A trealose está presente na hemolinfa dos insetos Lactose -D-galactopiranosil-(14)--D-glicopiranose Gal(14)Glc Trealose -D-glicopiranosil--D-glicopiranosideo Glc(1n1Glc Polímeros com 3 -10 unidades de monossacarídeos unidos dos por ligações glicosídicas; Polimerização de n monossacarídeos é liberado n-1 moléculas de água (condensação); As enzimas digestivas humanas não digerem a maioria dos oligossacarídeos. Oligossacarídeo Conceito TRISSACARÍDEOS: também podem ser encontrados livres na natureza. Exemplo: rafinose encontrada na casca de sementes de algodão, é formada pela ligação glicosídica entre frutose, galactose e glicose. TETRASSACARÍDEOS: exemplo: estaquiose é distribuída no reino vegetal, principalmente nas leguminosas (feijão, ervilha e soja). É formada por 1 frutose, 1 glicose e 2 galactoses. 29 Apresentam de 10-10.000 unidades de monossacarídeos. Diferem uns dos outros: número de unidades, tipo de ligação e no grau de ramificações. Ao contrário da glicose, os polissacarídeos dela derivados não possuem sabor doce, nem são solúveis em água. Armazenamento estável de energia. Polissacarídeos Polissacarídeos Lineares (não ramificados) Ramificados Homo polissacarídeo (apenas um tipo de unidade monomérica) Hetero polissacarídeo (mais de um tipo de unidade monomérica) Quanto a presença de ramificaçõesQuanto a variedade das unidades monoméricas São vários monossacarídeos unidos entre si por ligações glicosídicas Classificação: POLISSACARÍDEO FUNÇÃO E FONTE Glicogênio Açúcar de reserva energética de animais e fungos Amido Açúcarde reserva energética de vegetais e algas Celulose Função estrutural. Compõe a parede celular das células vegetais e algas Quitina Função estrutural. Compõe a parede celular de fungos e exoesqueleto de artrópodes Ácido hialurônico Função estrutural. Cimento celular em células animais Polissacarídeos Polissacarídeos Peptidoglicanas - parede celular bacteriana Glicosaminoglicanas - matriz extracelular - líquido sinovial - humor vítreo Quitina 1 1 HOCH2 O OH HOCH2 H OH O CH3 N O C O 4 CH3 HN O C Peptídeoglicanos Staphylococcus aureus Local de clivagem da lisozima L-Ala D-Glu L-Lys D-Ala Pentapeptídeo de Gly (ligação cruzada) Extremidade redutora (b14) N acetilmurâmico ácido (Mur2Ac) N-acetilglicosamina (GlcNAc) Parede celular de bactérias Exemplo ao lado gram+ 3 unidades estruturais: 1. Cadeias NAM-NAG 2. Tetrapeptídeos 3. Pontes de pentaglicina (Gram- não tem pentaglicina) Podem ser destruídos pela enzima lisozima (lágrima, saliva) Bacteriófagos também expressam lisozima Tem síntese inibida por penicilina Fonte de reserva energética dos vegetais Polímero de glicose (+ de 1400 moléculas de glicose). Formado: amilose e amilopectina, em proporção que varia com a espécie e grau de maturação (banana, milho); Constitui de 50% a 65% do peso das sementes de cereais secos, e até 80% da substância seca dos tubérculos. Amido Polissacarídeos Estrutura química do amido Polissacarídeos Glicogênio Ocorre somente em animais e fungos Formado por + 30.000 moléculas glicose Armazenado no fígado e músculo Ligações do tipo -D-1,4 e -D-1,6 Mais ramificado que o amido Hidrolisado a glicose, fonte imediata de energia (jejum, sono, trabalho) Fontes: fígado, leite fresco (5%) Celulose Substância orgânica abundante nos vegetais; Formada por 4.000 moléculas de glicose, unidas por ligações β-glicosídicas do tipo 1-4 Não digerida, fibras dietéticas Parede celular de vegetais superiores: celulose + lignina Estabilizada por pontes de hidrogênio, insolúvel em água Polissacarídeos Polissacarídeos Heparina Mucopolissacarídeo inibidor da coagulação sanguínea prevenindo contra a formação de trombos. Armazenada pelos mastócitos e basófilos Formados de unidades repetitivas de dissacarídeo: Polissacarídeos Ácido Hialurônico Ocorre na substância gelatinosa dos espaços intercelulares, tem a função estrutural (coesão entre as células) e proteção contra microorganismos. É destruida pela hialuronidase, enzima secretada por algumas bactérias patogênicas para facilitar a invasão. Formados de unidades repetitivas de dissacarídeo: Ácido glicurônico + N-ace3t9ilglicosamida Polissacarídeos 40 Agarose: D-Gal 3,6-anidro-L-Gal2S Agarose Presente nas paredes celulares de algas do mar Copolímero de: D-Gal 3,6-anidro-L-Gal2S Usado na industria de alimentos como espessante (não digerível em humanos, diet!!!) Forma géis Utilizado no laboratório Para separar moléculas de DNA (1 4) Lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) Lipidio A Estrutura comumum a maioria das bactérias Estrutura comum a muitas bactérias Cadeia específica Váriavel entre diferentes bactérias, é um dos principais determinantes do sorotipo (reatividade imunológica) da bactéria Porção central Kdo -- ác. 3-desoxi-D-manno-octulosonic Hep -- é L-D-glicero manoheptose AbeOAc (abequose) -- 3,6 dideoxyhexose acetilada Seis ácidos graxos Alvos primários dos anticorpos produzidos pela resposta imune Sistema imune tem receptor de LPS – resposta imune inata Extremamente pró- inflamatórios Local da inflamação Fluxo do sangue Rolamento Adesão Passagem Linfócito T Célula do endotélio Integrina Selectina P Glicoproteína ligante de integrina Glicoproteína ligante de selectina Glicídios de superfície na inflamação (Diapedese) Diapedese é a passagem de linfócitos da circulação para o tecido conjuntivo frouxo subjacente ao endotélio A inflamação faz com que o endotélio expresse mais integrinas e selectinas A ligação de integrinas e selectinas a glicoproteínas de superfície do linfócito faz com este role sobre o endotélio O passo seguinte é atravessar o endotélio alcançando o tecido conjuntivo Selectinas são uma família de lectinas membrana plasmática que mediam o reconhecimento e adesão celular- em uma ampla variedade de processos. Como os açúcares se ligam às proteínas O- ligado N-ligado Os açúcares se ligam covalentemente às cadeias laterais de aminoácido Ligação a serina ou treonina (OH) O- ligados Ligação à asparagina (C=O.NH2; amida) N-ligados Resumo de polissacarídeos e glicoconjugados Polissacarídeos Reserva energética Estruturais Homopolissacarídos Heteropolissacarídos Parede vegetal Parede bacteriana Parede de algas Exoesqueletos Glicogênio Amido Quitina Matriz extracelular Glicosaminoglicanos (GAGs) Proteoglicanos Glicoproteínas Celulose Peptídeoglicano Agarose Membrana bacterianaLipopolissacarídeo Copolimeros
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