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TRABALHO DIREITO DO TRABALHO AV1

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ COTIA 
DÉBORA REGINA RODRIGUES MONTEIRO DIAS 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
PRECIFICAÇÃO POR DANO MORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COTIA 
2021 
 
 
 
DÉBORA REGINA RODRIGUES MONTEIRO DIAS 
 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
PRECIFICAÇÃO POR DANO MORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 TRABALHO APRESENTADO NO CURSO DE DIREITO 
PELA DISCIPLINA DIREITO DO TRABALHO II 
ORIENTADOR DOUTOR MARLON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COTIA 
2021 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo analisar a constitucionalidade do art. 223 G § 1º 
incisos I ao IV introduzido pela Lei nº 13.467, que foi publicada no dia 13 de julho 
de 2017 e entrou em vigor 120 dias após sua publicação que se deu no dia 11 
de novembro de 2017. Sendo assim vamos avaliar com profundidade tais 
limitações para fixações das indenizações decorrentes por danos Moraes 
oriundos da relação de emprego. 
Há anos, tem-se reconhecido a existência do dano moral no ambiente de 
trabalho, e com a reforma trabalhista o assunto foi abordado com mais rigor 
pautando-se então uma nova conceituação, ou seja, o dano extrapatrimonial. 
O mesmo possui previsão no art. 223-B da consolidação das leis trabalhistas 
(CLT). Firmado então que seja uma ação ou omissão que ofenda a esfera moral 
ou existencial da pessoa física ou jurídica é visto como dano extrapatrimonial 
dando direito a reparação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A doutrina aponta o surgimento do instituto do dano moral séculos antes de cristo 
no código de Hamurabi. A partir de então o instituto sofreu evolução, superando 
a sanção através da violência física chegando a compensação financeira pelo 
dano. Durante algum tempo discutiu se no Direito Brasileiro a possibilidade de 
reparação por dano moral, uma fase que já se encontra superada. Porém é 
importante destacar que a partir do momento que o Estado assumiu tal questão, 
se excluiu a vingança. Que até então sobre o Direito Romano era seguido a linha 
de, "Olho por olho, dente por dente". 
Atualmente o direito a indenização por dano moral está consagrado no art. 5º da 
constituição federal, embora ainda seja um tema com muitas controversas, 
sobretudo em relação aos critérios para a indenização e sua possível 
banalização, havendo inclusive aqueles que afirmam existir uma indústria do 
dano moral. 
Em primeira análise é possível considerar que o dano moral está vinculado a dor, 
angustia, sofrimento e tristeza. Todavia, atualmente não é mais cabível restringir 
o dano moral a estes elementos, uma vez que ele se estende a todos os bens 
personalíssimos. Sendo assim, existe uma clara distinção sobre os danos moral 
e material, ficando claro que a principal característica distintiva entre os dois não 
é a natureza da lesão, e nem o que ocasionou tal ofensa, mas sim os efeitos 
daquela lesão, a repercussão que a mesma teve sobre o ofendido e seus bens 
tutelados. 
É importante frisar que no dano material há uma diminuição patrimonial, e 
comprovados os danos há de se ressarcir a perda, recompondo o status qual o 
ofendido obteve perda pelo dano moral, essencialmente extrapatrimonial, 
imaterial, a grande questão é a determinação do quantum indenizatório, haja 
vista ser indeterminável pecuniariamente. 
 
 
1. DANOS MORAIS 
Quando se fala de danos morais fora das relações trabalhistas, uma das 
principais regras é a análise das condições financeiras e sociais tanto do 
ofendido quanto do ofensor, para que não haja o enriquecimento sem causa da 
vítima, o que leva a concluir que uma pessoa mais rica sofre mais do que uma 
pessoa sem condições financeiras. O valor estabelecido na justiça brasileira, 
normalmente, é estabelecido pelo próprio juiz, conforme seu bom senso e sua 
experiência, havendo portanto, uma discrepância de valores que, em alguns 
casos, pode causar indignação por parte da vítima. Portanto, é perfeitamente 
razoável se admitir o cálculo dos danos materiais, uma vez que sua reparação 
deve oferecer o que a pessoa deixou de ganha. 
Existem dois tipos de indenização, a indenização moral e a indenização material 
com uma diferença básica entre ambas. A indenização por danos moral possui 
um caráter objetivo e outro subjetivo. Objetivo porque advém de um ato ilícito 
visível e concreto, e subjetivo porque somente pode ser verificado pelos sujeitos 
que circundam o lesionado quando este exterioriza seu aspecto espiritual e 
psíquico abalado pela dor moral. Em qualquer uma das situações relacionadas 
aos danos morais é extremamente importante ter provas para serem 
apresentadas e o valor exigido seja compatível com a realidade para que o juiz 
entenda que o que está sendo exigido seja exatamente aquilo que por direito 
será dado ao reclamante. Já a indenização por danos materiais é mais fácil de 
ser sentenciada, pois são comprovadas em papel os valores do prejuízo onde é 
estipulado o ressarcimento podendo-se pedir também dano moral junto com o 
dano material. 
Independente de dano material ou moral, tem que se ter provas para ser 
apresentadas ao juiz para aí sim ele decretar sentença. Porém o dano moral 
exige uma certa cautela para que o juiz não interprete como a má-fé. 
Maciçamente reclamado e, atualmente, aplicado com cautela, o dano moral 
ainda retrata um direito de reparação subjetivo, no momento de verificar a sua 
verdadeira ocorrência e, em um segundo momento, de precifica-la e qualifica-lo. 
O mesmo decorre da responsabilidade civil de quem, sendo pessoa física ou 
jurídica, praticou o ato ilícito ou indevido, gerando dano a alguém. Mediante 
decisão judicial, passa a ser obrigado a reparar este dano, o qual é convertido 
em valor monetário. 
 
 
2. O DANO MORAL NO DIREITO DO TRABALHO 
Nas relações trabalhistas, antes da reforma os valores das indenizações por 
danos morais era estabelecido conforme o convencimento do juiz responsável 
pelo processo, tomando como base o Código Civil, uma vez que não havia 
qualquer definição sobre o tema na legislação trabalhista. Sendo assim a reforma 
trabalhista, buscando atender tal questão, estabeleceu um critério de cálculo de 
danos morais a partir do salário da vítima, o que torna o cálculo mais criterioso 
e justo. E claro que é evidente que não se pode aplicar o mesmo processo em 
caso de danos morais não vinculados as relações trabalhistas, embora a 
legislação tenha o cuidado de estabelecer também esse tipo de cálculo. 
No direito brasileiro prevalece a posição doutrinária que é favorável à reparação 
dos danos morais. A jurisprudência brasileira também tem pacificado seu 
entendimento, aplicando a corrente que defende a obrigação de indenizar 
quando alguém causa danos morais a outrem. Sendo assim é obrigatório a 
legitimidade do ressarcimento por danos morais como estipulado no art. 223-B 
da CLT, inserido pela lei 13.467. 
O dano moral trabalhista advém da relação de emprego, envolvendo empregado 
e empregador. Com menos frequência porém não impossível ocorrem situações 
em que o empregador seja o ofendido, porém é com mais intensidade que ocorre 
situações a favor do empregado, seja por dolo ou por culpa do empregador. O 
ordenamento jurídico exige que alguns elementos estejam presentes para que 
se caracterize dano moral trabalhista. 
• Ato ilícito ou abusivo, por impulso do agente, ação ou omissão, 
componente de antijuricidade. 
• O resultado lesivo e o dano moral. 
• O nexo etiológico ou de causalidade entre dano e a ação alheia. 
Entende-se que a grande questão da reforma trabalhista, é a limitação dos 
valores. Anteriormente, a CLT não apontava os valores a serem pagos, com a 
nova legislação, as indenizações serão calculadas de acordo com a categoria da 
ofensa, ou seja o empregado terá direito com a gravidade de cada caso, levando 
em consideração o salário do empregado. 
 
3. Precificação nos danos morais 
A princípio, a reforma trabalhista estabelecia que a indenização devia servinculada ao salário do trabalhador que sofreu qualquer agressão moral e de 
acordo com o dano sofrido, o juiz poderia definir a indenização baseado no último 
salário variando o valor de 3 a 50 vezes. Sendo assim, pessoas que sofreram o 
mesmo tipo de agressão recebiam valores completamente diferentes, no entanto 
tal reforma virou alvo de diversas críticas. 
Diante disso, a indenização por danos morais teve algumas alterações, onde 
começou a se usar uma tabela, onde a mesma não está vinculada ao último 
salário mas sim ao benefício pago pela Previdência Social. E tal decisão é válida 
na Justiça do Trabalho quanto na Justiça Comum. 
São apontados no novo texto quatro categorias de ofensas. A de natureza leve, 
a de natureza média, a de natureza grave e a de natureza gravíssima. Segundo 
a nova legislação o cálculo para danos morais deve ser fixado pelo juiz 
observando alguns tetos máximos baseados em benefícios da Previdência 
Social. Já nos danos materiais pode-se calcular em cima do que a vitima deixou 
de ganhar em consequência do ato em questão exigindo então reparação 
integral de seu prejuízo. 
 
4. PRECIFICAÇÃO POR DANOS MORAIS NO TRABALHO 
O dano extrapatrimonial possui previsão no art. 223-B na consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), introduzido pela lei 13.467/2017 o qual determinou que 
"Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a 
esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares 
exclusivas do direito à reparação. O cálculo feito sobre a ofensa de natureza leve 
será de até três vezes o valor do último salário do empregado. Já o de natureza 
média vai até cinco vezes 
O STJ, em recente decisão entendeu que, para fugir da subjetividade era preciso 
tanto na verificação da ocorrência ou não do dano moral, e em seguida do valor 
a ser fixado para tal correspondente reparação do dano, foi fixado duas 
premissas importantes, onde precedentes em relação ao mesmo tema e 
características do caso concreto. 
Segue cálculo sobre danos morais baseado na Previdência Social 
• Danos morais de natureza leve: R$ 18.303,18 (3 vezes o teto do INSS); 
• Danos morais de natureza média: R$ 30.505,3 (5 vezes o teto do INSS); 
• Danos morais de natureza grave: R$ 122.021,2 (20 vezes o teto do INSS); 
• Danos morais de natureza gravíssima: R$ 305.053 (50 vezes o teto do INSS). 
A fixação destes parâmetros foi o principal motivo que levou os legisladores a 
regulamentar o dano extrapatrimonial na seara trabalhista, uma vez que consta 
nas exposições de motivos do projeto de lei da reforma trabalhista, como seus 
principais argumentos, as alegações da existência de uma indústria do dano 
moral, de insegurança jurídica, de enriquecimento ilícito das vítimas, 
desproporcionalidade das indenizações em casos semelhantes e de ausência 
de critérios objetivos e de razoabilidade nas decisões. Todavia, embora a 
mensagem do legislador tenha sido a de dar proporcionalidade e razoabilidade 
para a fixação das indenizações, terminou praticando a injustiça de atrelar o 
salário contratual do trabalhador ao valor da reparação de danos não 
patrimoniais por ele sofrido, provocando a discriminação entre trabalhadores 
com salários diferentes, de modo que um mesmo fato poderia ser reparado de 
formas diferentes a depender do quanto for o salário contratual do obreiro 
lesado, ferindo assim os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade 
da pessoa humana. 
 
 
CONCLUSÃO 
O dano moral corresponde ao abalo psíquico, intelectual ou moral que uma 
pessoa sofre, seja ele na sua imagem na sua intimidade, na sua honra, em sua 
privacidade, sua honra e até mesmo físico. O dano material podem ser 
classificado como prejuízo ou até mesmo quando se deixa de lucrar. Ambos tem 
que ser avaliados de forma justa para não causar prejuízo para nenhuma das 
partes, pois já tivemos momentos que o danos morais era visto como uma forma 
de enriquecimento. Porém com a reforma trabalhista os danos extrapatrimoniais 
conhecido também como dano moral obteve-se mais êxito com a tarifação, 
apesar que existem controversas que dizem existir discriminação entre os seres 
humanos com base em seus aspectos econômicos, há quem diga até que violou 
a dignidade da pessoa humana extinguindo os direitos de personalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. www.poletize.com.br 
2. Anapaularauvin.jusbrasil.com.br 
3. www.pitadasdedireito.com 
4. www.tsj.jus.br 
5. ambitojuridico.com.br 
6. www.migalhas.com.br 
7. Portal.trt12.jus.br 
8. Questão de direito 071 youtube 
9. Advocacia na prática youtube 
10. Justiça do trabalho youtube 
 
http://www.poletize.com.br/
http://www.pitadasdedireito.com/
http://www.tsj.jus.br/
http://www.migalhas.com.br/

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