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Semiologia do Edema

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1 SEMIOLOGIA- RESUMO SEMIOLOGIA DO EDEMA DANIEL DUARTE MED79 
 INTRODUÇÃO 
O organismo humano tem como 
principal componente do peso corporal a 
água, ou os líquidos corporais. O volume 
de água e, consequentemente, sua 
representação no peso corporal vai se 
alterando com a idade, a maior fração da 
massa está no bebé e a menor em 
pessoas mais idosas, ou seja, vai 
diminuindo com a idade. 
Além disso, há variações de 
acordo com o sexo, homens apresentam 
uma maior porcentagem de líquidos 
corporais que mulheres. Isso se deve a 
maior quantidade de tecido adiposo no 
sexo feminino. 
Compartimentos: A água no 
corpo está em dois compartimentos, meio 
intracelular (2/3) e extracelular (1/3). Este 
último ainda está subdividido em plasma 
ou em interstício, o qual é o responsável 
pela formação do edema. 
 
 DEFINIÇÃO DE EDEMA 
É o excesso/acúmulo de líquido no 
espaço intersticial. Para que haja a 
formação do edema, é necessário um 
descompasso nos mecanismo 
reguladores do líquidos corporais, uma 
vez que há a passagem, de modo natural, 
do liquido vascular para o meio intersticial, 
devido a pressão hidrostática maior que a 
coloidosmótica no capilar no início do 
vaso. Entretanto, há o retorno desse 
líquido para o capilar, visto que, com a 
saída de grande quantidade de líquido, as 
pressões foram alteradas e a P. 
coloidosmótica no final do vaso é maior 
que a hidrostática. 
Para formar o edema, é 
necessário: 
 Aumento da Pressão 
hidrostática capilar; 
 Diminuição da Pressão 
coloidosmótica capilar; 
 Aumento da permeabilidade da 
membrana capilar; 
 Obstrução dos capilares 
linfáticos; 
 Aumento da concentração de 
sódio (Na+). 
Os líquidos corporais sofrem 
regulação de dois sistemas, o Sistema 
nervoso simpático e o Sistema renina-
angiotensina-aldosterona. Quanto ao 
SRAA, o rim vai detectar a necessidade 
de reter a água levando-o a 
produzir/liberar a renina, a qual vai 
converter angiotensinogênio em 
angiotensina I. A angiotensina I sofre ação 
enzimática (ECA) para ser convertida em 
angiotensina II, a qual vai atuar no rim, 
aumentando a filtração glomerular, e na 
adrenal, promovendo a liberação de 
aldosterona para aumentar a reabsorção 
de Sódio. 
 SEMIOLOGIA DO EDEMA 
Há alguns aspectos do edema que 
devem ser levados em consideração 
durante o exame clínico, a fim de facilitar 
no diagnóstico e no tratamento. Deve-se 
observar os seguintes pontos: 
 LOCALIZAÇÃO: O edema pode 
ser Localizado (associado a 
problemas Ortopédicos, 
Dermatológicos ou Alérgicos) ou 
Generalizados (associado a 
problemas cardíacos, renais e 
hepáticos); 
Membros inferiores unilateral 
(vascular, ortop. Ou dermato.) ou 
bilateral (cardíaco, renal ou 
hepático). Edemas faciais são 
renais. Anasarca: seria um edema 
difuso por todo o corpo. 
 TEMPO DE APARECIMENTO: 
Está relacionado com o momento 
do dia que o edema aparece. 
Edemas matutinos podem ser de 
origem renal, edemas vespertinos 
são de origem cardíaca, edemas 
após traumas são ortopédicos e 
edemas após lesões são 
dermatológicos. 
 EVOLUÇÃO: Se é constante 
durante todo o dia ou varia de 
acordo com alguma hora do dia. 
Se melhora em determinada 
condição ou posição. 
 INRENSIDADE: está relacionado 
com o tamanho do edema. Para 
mensurar isso, usa-se o Sinal de 
 
2 SEMIOLOGIA- RESUMO SEMIOLOGIA DO EDEMA DANIEL DUARTE MED79 
cacife ou Godet (escala de 1 a 
4+), o qual é feito a partir de um 
pressão no edema e busca-se 
saber qual é o tamanho da fóvea 
formada. Há também a medição 
do perímetro do edema. 
 
Figura 1- Sinal de Cacife Positivo (++++4). 
 CONSISTÊNCIA: Edemas moles 
são de natureza aguda e edemas 
duros são de natureza crônica. 
 ELATICIDADE : Após pressionar o 
edema, ele retorna ou não para 
sua forma normal. 
 TEMPERATURA: Edemas 
quentes, normalmente, são 
associados a processos 
inflamatórios e Edemas com 
temperatura mais fria, que a área 
adjacente, apresenta uma 
cronicidade. 
OBS: Os edemas ainda podem 
apresentar um característica dolorosa (dor 
em peso, dermatológicos ou ortopédicos). 
Além disso, podem apresentar uma 
diminuição da sensibilidade no local. 
Pode existe também outras 
características, como a cianose 
(problemas vasculares e cardíacos), a 
presença de eritema (sinal de inflamação) 
e o aparecimento de alguma lesão 
dermatológica concomitante. 
OUTROS SINTOMAS: O paciente pode 
apresentar um ganho de peso, devido ao 
acúmulo de liquido e pode apresentar 
oligúria (urina pouco). Ademais, pode 
apresentar quadros de icterícia e ascite, 
em virtude de problemas hepáticos. 
OUTRAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Há casos de formação de edema, devido 
ao uso de alguns medicamentos, há 
também o mixedema (edema palpebral ou 
peripalpebral), que é uma condição clínica 
do hipotireoidismo grave e a ascite nos 
casos de desnutrição. 
 PRINCIPAIS CAUSAS DE 
EDEMAS 
 EDEMA ORTOPÉDICO 
Está associado a um trauma 
anterior, é seguido de dor local e o 
edema se encontra nessa região 
(localizado). O edema surge de 
modo súbito e melhora com 
imobilização e com repouso. 
 
 EDEMA DERMATOLÓGICO 
Está relacionado com lesões 
dermatológicas, aa quais vão 
apresentar algumas alterações 
locais, como eritema, o que 
simboliza um processo inflamatório 
levando a um aumento da 
temperatura local e um quadro de 
dor. 
 
 EDEMA ALÉRGICO 
É resultado de uma reação de 
hipersensibilidade, devido a uma 
reação antígeno anticorpo. Há a 
formação de um edema de modo 
súbito e isso se dá, em virtude do 
aumento da permeabilidade 
capilar. Há uma coloração 
avermelhada no local. 
 
 EDEMA VASCULAR 
Esse tipo de edema por apresentar 
duas naturezas, venosa ou 
linfática. Em ambas, o edema, 
normalmente, é unilateral e nos 
MMII e, por isso, é tido como 
localizado. 
Edema venoso: Pode ocorrer por 
dois fatores, 1.Problemas na 
parede venosa e insuficiência 
valvular, 2. Trombose. Em ambos 
 
3 SEMIOLOGIA- RESUMO SEMIOLOGIA DO EDEMA DANIEL DUARTE MED79 
os casos, as consequências são 
semelhantes: Dor em peso, 
aparecimento de varizes e pode 
apresentar sinais flogísticos (Calor, 
rubor, dor). 
Edema linfático: São edemas 
localizados de evolução constante 
e crônico de consistência mole. 
Não há dor e há uma dificuldade 
ao caminhar. Há três causas 
principais, 1. Cirurgias que pro 
ventura lesaram o S.linfático, 2. 
Questões hereditárias e 3. 
Infecções parasitárias (filariose). 
 
 
 
 EDEMA CARDÍACO 
É causado pela ICC, a qual produz 
um quadro de hipovolemia, devido 
à diminuição da contratilidade do 
coração e da diminuição do débito 
cardíaco. Isso leva os 
barorreceptores a atuar sobre o 
rim, a fim de que esse produza e 
libere a renina. 
A renina vai transformar 
angiotensinogênio em 
angiotensina I, a qual vai até a 
circulação pulmonar para sobrer a 
ação da enzima convertase 
angiotensina e ser convertida a 
angiotensina II. 
Angiotensina II volta para o rim, 
onde aumenta a filtração 
glomerular, a fim de reter mais 
água. Além disso, ele vai até a 
suprarrenal para induzir a 
liberação de aldosterona, a qual 
aumenta a reabsorção de sódio, o 
que leva a um aumento da 
reabsorção de água. 
Desse modo, há um excesso de 
liquido corporal, o qual vai ser 
extravasado para o espaço 
intersticial. 
SINTOMAS DA ICC: 
 Dispneia, progressiva, 
ortopneia e dispneia 
paroxística noturna, 
 Tosse; 
 Oligúria; 
 Cianos; 
 Hemoptise. 
 
 EDEMA RENAL 
O edema renal pode surgir a partir 
de duas síndromes, a nefrítica e a 
nefrótica. O edema é generalizado, 
intenso e extenso (anasarca), 
facial com edema palpebral 
(mixedema). Matutino e com 
derramescavitários. 
SÍNDROME NEFRÍTICA: Há uma 
lesão renal ou inflamação renal, 
que acaba por levar a uma 
redução da filtração glomerular. 
Desse modo, não há a excreção 
ideal da quantidade de íons, 
sobretudo, o sódio. Isso leva a um 
aumento da P. Hidrostática (PH) 
capilar e da retenção da água 
provocando um edema de origem 
renal, o qual é matutino e melhora 
com o decorrer do dia, comum na 
face, porém ocorrer em outros 
locais. 
SÍNDROME NEFRÓTICA: 
Caracterizada por uma lesão 
glomerular, no capilar, o que leva a 
uma redução da excreção de sódio 
e uma proteinúria, sobretudo, da 
albumina (hipoalbuminemia). 
Desse modo, há uma elevação do 
PH e da retenção de liquido, assim 
como, na nefrítica. Entretanto, há 
também uma diminuição da 
pressão oncótica no plasma e no 
capilar, uma vez que tá se 
eliminando proteína na urina. Há 
um quadro mais grave do edema 
renal. 
 
 EDEMA HEPÁTICO 
Há uma doença no fígado que 
vai desencadear três fatores 
responsáveis por levar ao 
desenvolvimento do edema 
hepático, são eles: 
1. Redução da síntese de 
albumina, o que leva a uma 
hipoalbuminemia e uma 
diminuição da P. oncótica; 
 
4 SEMIOLOGIA- RESUMO SEMIOLOGIA DO EDEMA DANIEL DUARTE MED79 
2. Aumento da resistência portal, 
o que leva ao aumento da P. 
Hidrostática e a um quadro de 
ascite. 
3. Vasodilatação periférica. 
Todos esse fatores vão levar a 
uma contração do volume intra-
arterial, o que resulta numa 
espécie de hipovolemia levando a 
ativação do SRAA e a retenção do 
sódio e da água, por mecanismos 
que já foi explicado na parte de 
edema cardíaco. 
Uma dessas doenças é a 
cirrose, a qual apresenta os 
seguinte sintomas: 
 Icterícia 
 Eritema Palmar 
 Encefalopatia hepática 
 Hálito hepático 
 Equimoses 
 Hematêmese / melena 
 Esplenomegalia 
 Aranhas Vasculares 
 Hipotrofia muscular 
 Alopecia, ginecomastia, atrofia 
testicular 
 Ascite 
 Circulação colateral 
 
 
 
 EDEMA NA GRAVIDEZ 
Edema fisiológico e 
Toxemia gravida.

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