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Semiologia Neurológica - Completa

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Valeska Barimacker 
 
Clínica Médica Neurologia 
7 | P á g i n a 
 
Anamnese 
 Identificar a queixa principal e esclarecer os sintomas 
Idade 
Neonato/infância 
Erros do metabolismo 
Paralisia cerebral 
Epilepsia 
Doenças genéticas 
Adultos jovens 
Migrânea 
Esclerose múltipla 
Epilepsia 
Idoso 
Doença cerebrovascular 
Migrânea 
Evolução 
Rápida 
Segundos a minutos 
Evento vascular 
Convulsão 
Migrânea 
Meningite 
Surto de esclerose múltipla 
Remitente e recorrente 
Eventomelhoraevento 
Esclerose múltipla 
Epilepsia 
Migrânea 
Cefaleia tensional 
Progressiva 
Alzheimer 
Parkinson 
Polineuropatias 
Drogas e 
Toxinas 
Benzodiazepínicos Déficit de memória e hipersonia 
Opioides Sedação e adição 
Antiepiléticos Sedação, intoxicação e farmacodermias 
Antagonista de canal de cálcio 
Parkinsonismo medicamentoso Flunarizina 
cinarizina 
Digoxina Visão amarelada, vômito e mal-estar 
Hipervitaminose A 
Necessário pedir neuroimagem 
Acumula nas membranas lipídicas e simula a clínica de um 
tumor cerebral 
Cefaleia holocraniana tipo peso, progressiva, que piora ao 
decúbito 
Náuseas 
Borramento visual – pode haver edema de papila no exame de 
fundo de olho 
Cuidar uso de Isotretinoína (Roacutan) 
Aminoglicosídeo 
Ototoxicidade  cuidar os atb usados para tratamento de 
sepse e pneumonia neonatal 
Álcool 
Demência, neuropatia 
Ataxia – tropismo cerebelar 
Tabagismo AVE 
Anfetaminas (metilfenidato) Ansiedade, emagrecimento 
 
 
Valeska Barimacker 
 
 Neurologia Clínica Médica 
8 | P á g i n a 
 
 Anamnese com familiares – quando é necessário? 
o Crianças 
o Episódios de perda de consciência 
o Déficit mental 
o Suspeita de doença psiquiátrica que comprometa cognição 
o Déficit cognitivo – suspeita de demência 
 Doenças clínicas mais comuns 
o Paciente com déficit agudo/motor/focal/sensitivo 
 DM, HAS, dislipidemia, idoso  suspeitar de AVC 
o Doenças do colágeno 
 Síndrome de Marfan – membros alongados, dedos em aranodactilia, fragilidade capilar, 
hiperextensão das articulações  associadas à dissecção de artérias intracranianas e 
aneurismas 
 Causa enfraquecimento de uma camada vascular 
o Doença renal policística 
 Associação com aneurismas intracranianos na região do polígono de willis por 
enfraquecimento das paredes dos vasos 
o HIV positivo 
 Mesmo com CD4 baixo, é sempre uma bandeira vermelha 
 Sempre realizar neuroimagem 
 Toxoplasmose cerebral 
o Diabetes Melito e Hipotireoidismo 
 Polineuropatia periférica – parestesias, alodinia cutânea, hipoestesia em membros 
inferiores e distal  sempre testar sensibilidade de maneira simétrica com monofilamento 
o Anticoagulantes 
 Hemorragia cerebral/AVC hemorrágico – rebaixamento do nível de consciência e 
convulsões 
 Histórico de Neoplasias 
o Metástases – CA de mama, pulmão e melanoma 
o Síndromes paraneoplásicas – quando o tumor produz substâncias imunomediadas que faz com 
que haja manifestações longe do sítio primário  tira o tumor e resolve a síndrome 
paraneoplásica 
o Complicações da quimio e da radioterapia – o agente tóxico lesa ou destrói a bainha de mielina 
dos nervos 
 Histórico familiar 
o Questionar sobre casamento co-sanguíneo 
o Distúrbios mendelianos 
 Doença de Huntington – movimentos de coreia  autossômica dominante 
 Distrofia muscular de Duchenne – meninos, herda pelo X 
o Distúrbios poligênicos – de difícil rastreio genético 
 Migrânea 
 Esclerose múltipla 
 
 
 
 
 
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9 | P á g i n a 
 
Exame Físico 
1. Estado mental 
 Cooperação 
 Atenção 
 Humor 
 Orientação 
 Memória 
 Delírio e alucinação 
 
 
 Mini exame do estado mental – 
suspeita de demência 
 
 
 
 
 
 
 
 Escala de coma de glasgow – 
alteração do nível de consciência 
 
 
 
 
2. Inspeção geral e fácies 
 Microcefalia – paralisia cerebral, 
infecção congênita TORSH/zika vírus 
 macrocefalia – hidrocefalia na infância 
 acromegalia – tumor hipofisário 
produtor de GH 
 
 adenomas sebáceos – esclerose 
tuberosa 
 lesões herpéticas – servem de pistas 
para etiologia de neuralgias 
 tufo de pelo na linha média – espinha 
bífida oculta 
 fácies leonina – hansênica 
 
 manchas café com leite/neurofibromas 
cutâneos – neurofibromatose tipo 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 angioma cutâneo 
de face – síndrome de 
Sturge-Weber 
 
 
 
 
 
 
 
 
 máculas 
hipoestésicas – 
hanseníase 
 
 
 fácies parkinsionana – hipomimia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 fácies miastênica – miastenia 
gravis
 
 Distúrbios da comunicação 
o Disfasia/Afasia – Distúrbios de linguagem  geralmente precisa ter lesão no lado esquerdo 
do cérebro, em razão da dominância cerebral. Pacientes destros têm 90/95% da linguagem 
no lado esquerdo e pacientes canhotos têm 70/ 75% da linguagem no lado esquerdo 
 
 
 Broca – motora/verbal  paciente 
entende, mas a fala é incompreensível. Não 
consegue nomear, por não encontrar as 
palavras. Grafia também é acometida 
 
 Wernicke – receptiva/sensorial  
paciente não entende o que falam, mas fala e 
escreve corretamente 
 Pergunta uma coisa e responde outra sem 
conexão 
 Parafasia – vocábulos e frases 
erroneamente colocados 
 Perseveração – repetição do mesmo 
vocábulo 
 Jargonofasia – uso de neologismos 
 
 Global – compreensão e expressão 
comprometidas 
 Escala de AVC NIH – pesquisa de afasia 
o Disartria – alteração na articulação das palavras 
 Lesões cerebelares  Voz escandida/explosiva (parece estar alcoolizado/ébrio) 
 Parkinsonismo  voz arrastada, lenta, difícil entendimento 
 Nervos periféricos VII, IX, X, XII  voz fanhosa 
o Dislalia – perturbação da articulação das palavras sem que a causa esteja no sistema nervoso 
 É fisiológica até os 4 anos 
 Lembrar do cebolinha  tota-tola (coca-cola) 
o Disritmolalia – taquilalia e gagueira 
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o Disfonia – alteração no timbre da voz (rouca) 
 Lesão X nervo craniano  nervo vago 
 Nervo Laríngeo recorrente 
 Unilateral  rouquidão 
 Bilateral  afonia 
 Lesão de cordas vocais 
 laringite 
o Dislexia – desordem na composição das palavras e na identificação das letras 
 A pessoa não processa adequadamente as letras 
 Ocorre com todos os símbolos gráficos 
o Disgrafia – alteração na escrita  “letra feia” 
 Micrografia – Parkinson 
 Macrografia – doenças celeberales 
3. Nervos cranianos 
I NC- Olfatório 
 Teste – apresentar odores diferentes com o paciente com os olhos fechados 
 Questionar – sente cheiro? Pode identificá-lo? 
 Distúrbios 
o Anosmia – ausência de olfato 
 Sinusite e rinite 
 Tabagismo pesado 
 TCE com lesão de base de crânio 
 Parkinson 
 Tumores que envolvem bulbo olfatório 
o Hiposmia – diminuição do olfato 
o Parosmia – olfato distorcido 
 Recuperação parcial de lesão de bulbo – estrias olfatórias 
 Crises conversivas 
o Cacosmia – sensação de odor desagradável 
o Alucinação olfatória 
 
II NC - Óptico 
 Testar 
o Acuidade visual 
 Avaliar cada olho individualmente 
 Cartões deJaeger/Tabela de Snellen 
o Campos visuais 
 Testar por confrontação – examinador 
cobre um olho e paciente cobre o olho 
contralateral. Paciente deve fixar o olhar na 
pupila do examinador, que moverá os dedos 
de fora para dentro, nos 4 quadrantes 
visuais. Paciente deve dizer onde enxerga o 
objeto. 
 Com os olhos abertos, movimentar as 2 
mãos simultaneamente nos 4 quadrantes  
serve para detectar lesão no lobo parietal 
(desatenção visual) 
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 Defeitos 
 Amaurose – cegueira 
 Hemianopsia – perda parcial ou 
completa da visão em uma metade do 
campo visual de um ou de ambos os 
olhos 
 Hemianopsia homônima – perda 
visual em ambos os olhos que ocorre 
tanto à esquerda quanto à direita da 
linha média do campo visual 
o É a mais comum 
o Decorrente de lesão entre o trato 
óptico e o córtex cerebral contralateral 
ao defeito do campo visual  AVE e 
tumor cerebral 
 Hemianopsia heterônima – perda visual de ambos os olhos ocorre em campos 
nasais (binasal) ou temporais (bitemporais) 
o Bitemporal – causada por lesão do quiasma óptico  tumor hipófise 
 Hemianopsia altitudinal – perda da visão abaixo ou acima do meridiano horizontal 
o Fundo de olho 
 Material – oftalmoscópio 
 Avaliar 
 Disco óptico/papila – borramento pode indicar edema de papila  sinal de 
hipertensão craniana 
 Vasos retinianos – artérias mais claras e estreitas que as veias 
 Retina 
o Hemorragia subhialoide – sinal de hemorragia subaracnoide 
o Exsudatos 
o Anormalidade pigmentares – toxoplasmose 
 
III NC – Oculomotor 
 Inervação dos músculos: 
o reto medial  horizontal e medial 
o reto superior  eleva o olho quando desviado lateralmente 
o reto inferior  abaixa o olho quando desviado lateralmente 
o oblíquo inferior  eleva o olho quando desviado medialmente 
 inervação parassimpática da pupila 
IV NC – Troclear 
 Inervação do músculo oblíquo superior  abaixa o olho quando desviado medialmente 
VI NC – Abducente 
 Inervação do músculo reto lateral  horizontal e lateral 
Testes para II, IV e VI NC 
 Inspeção ocular 
o Enoftalmia – síndrome de Horner 
 
o Exoftalmia 
 Bilateral – tireotoxicose 
 Unilateral – neoplasia ocular 
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o Anel de Kayser-Fleischer – anel marrom dourado localizado no limbo 
interno da córnea  doença de Wilson 
o Ptose palpebral 
 Fixa – paralisia do elevador da pálpebra superior 
 Flutuante – miastenia gravis  é pior no final do dia 
 
 Avaliação pupilar 
o Normal – tamanho entre 3 e 5 mm, isocóricas e fotorreagentes 
o Inervação 
 Contração – realizada pelo m. esfíncter da pupila  estímulo parassimpático pelo III NC 
 Dilatação – realizada pelo m. dilatador da pupila  estímulo simpático pela divisão 
oftálmica do V NC 
o Avaliar 
 Tamanho 
 Isocóricas – tamanhos iguais 
 Anisocóricas – pupilas de tamanhos diferentes 
 Miótica – tamanho reduzido 
o Idosos – são reagentes e fisiológicas 
o Intoxicação por opioides 
o Lesão de gânglio cervical superior no pescoço, que leva à síndrome de Horner 
 miose, ptose palpebral, enoftalmia e pele quente/seca na hemiface 
ipsilateral 
o É transitória em crises de cefaleia em salvas e migrânea 
 Midriática 
o AVE do mesencéfalo 
o Herniação cerebral 
o Aneurisma de A. comunicante posterior 
o Anfetamina, cocaína – são reativas 
o Amaurose – são fixas 
o Morte encefálica – midríase bilateral fixa 
o Paralisia de III NC 
 Forma 
 Discórica – pupila de forma alterada 
 Simetria 
 Reflexos 
 Fotomotor direto – iluminar diretamente a pupila a ser testada  normal é a 
constrição 
 Fotomotor indireto ou consensual – ao iluminar um olho, observa-se a contração 
pupilar do olho contralateral 
 Convergência ou acomodação – pedir para olhar para um alvo distante e, na 
sequência, para um alvo cerca de 20cm do nariz  normal é a contração pupilar 
 Avaliação da motilidade ocular 
o Pedir para o paciente seguir seu dedo com os olhos sem movimentar a cabeça 
 
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V NC – Trigêmio 
 Funções: 
o Sensibilidade da face, parte anterior do couro cabeludo e 2/3 anteriores da língua 
o Inervação motora dos músculos da mastigação 
o Sensibilidade dos dentes, das gengivas e das mucosas de bochechas, nariz, seios da face e 
grande parte do palato e da nasofaringe 
 Avaliar 
o Sensibilidade de face 
 Tátil e dolorosa 
 V1 – divisão oftálmica 
 V2 – divisão maxilar 
 V3 – divisão mandibular 
o Reflexo córneo-palpebral 
 Pedir para o paciente olhar para cima e, com a ponta de um algodão, se toca a córnea 
lateralmente  normal é haver o reflexo de piscar bilateralmente 
 Via aferente – V NC 
 Via eferente – VII NC 
o Musculatura mastigatória 
 
 Pedir para o paciente morder com força e palpar mm. : 
 Temporais e masseteres  movimento de dedução para testar 
 Pterigoides laterais  se houver paresia, a mandíbula desloca para o lado 
parético (é ipsilateral) 
 
o Reflexo mandibular 
 
 Pedir para deixar a boca ligeiramente aberta e percutir abaixo do lábio 
inferior 
 Normal – arreflexia 
 Alterado – estados demenciais ou de hiperreflexia 
 
VII NC – Facial 
 Função: 
o Inervação motora dos músculos da mímica e platisma 
o Sensação gustatória dos 2/3 anteriores da língua 
 mm. da mímica 
o inspeção 
 buscar assimetrias 
 redução de rugas unilateralmente 
 simetria das piscadas e do falar/sorrir 
o pedir para enrugar a testa 
o fechar os olhos com força 
 facial fecha 
 oculomotor abre 
o sorrir e inflar as bochechas 
o enrugar o pescoço 
 
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o paralisia facial periférica 
 paciente que não consegue contrair a testa e fechar os 
olhos 
 lesão no trajeto entre o núcleo e o nervo facial 
 mais comum é a paralisia de Bell – processo inflamatório 
do nervo 
 
o paralisia facial central 
 lesão acima do núcleo do N. facial – entre o córtex cerebral 
e o núcleo 
 AVE e tumores cerebrais 
 Sensibilidade gustatória 
o Geralmente não é testada 
o Colocar sabores em 2/3 anteriores da língua 
 
VIII NC – Vestíbulo Coclear 
 Divisão coclear – audição 
o Normal – condução aérea é mais audível do que a óssea 
o Surdez condutiva – condução óssea é melhor do que a aérea 
 Doença na orelha média 
o Surdez neurossensorial – aérea é melhor do que a óssea, mas ambas estão comprometidas 
 Doença no nervo auditivo 
 
Prova de Rinne – colocar um diapasão vibrando frente ao 
meato auditivo externo e perguntar ao paciente se ele escuta. 
A seguir, colocar o diapasão sobre o mastoide e perguntar se 
ainda ouve e pedir para que diga quando o som cessar. Quando 
isso acontecer, colocar o diapasão novamente em frente ao 
meato  normal é ser audível 
 
 Rinne negativo – não se ouve o som no meato  surdez condutiva 
 Rinne positivo – o som no meato ainda é ouvido  surdez neurossensorial 
 
Prova de Weber – colocar o diapasão no centro da testa e perguntar para o paciente 
se ele escuta o som igual bilateralmente 
 
 Surdez neurossensorial – paciente escuta melhor no lado normal 
 Surdez de condução – paciente escuta melhor no lado afetado 
Obs: descrevercomo “prova de weber lateralizada para direita ou esquerda 
 
 Divisão vestibular – equilíbrio  possui conexão com labirinto, tronco encefálico e cerebelo 
o Pesquisar presença de nistagmo – movimentos rítmicos involuntários oculares 
o Avaliar estática – desequilíbrio 
o Avaliar marcha – ataxia 
o Os pacientes tendem a desequilibrar para o lado da lesão 
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IX e X NC – Glossofaríngeo e Vago 
 Funções 
o Sensibilidade da faringe, amigdalas palato mole e 1/3 posterior da língua 
o Sensibilidade gustatória do 1/3 posterior da língua 
o Inervação motora para os músculos do palato e da faringe 
o Inervação motora das cordas vocais – somente o vago 
 Avaliar 
o Tom de voz, disfagia e regurgitação nasal de líquidos 
o Rouquidão – paralisia de corda vocal – n. laríngeo recorrente (ramo do vago) 
o Palato, úvula e faringe – pedir para o paciente abrir bem a boca e dizer “ah” 
o Reflexo de vômito – usar swab com ponta de algodão e tocar no fundo da garganta  avalia 
a sensibilidade e motricidade do palato e da faringe 
 
XI NC – Acessório 
 Função: Inervação motora para a porção superior do trapézio e esternocleidomastoideo (ECOM) 
 Testando ECOM 
o Colocar a mão contra o lado direito da face do paciente e pedir para que ele gire na direção 
ipsilateral. Observar a contração do ECOM esquerdo e comparar com o lado contralateral 
o Posicionar a mão sobre a testa do paciente e pedir para flexionar anteriormente o pescoço. 
Observar a simetria dos ECOMs 
o Paresia unilateral do ECOM – dificuldade para girar a cabeça para o lado oposto 
 Testando trapézio 
o Posicionar-se atrás do paciente, colocar as mãos sobre seus ombros e pedir para que ele erga 
os ombros contra a resistência 
o Paresia do trapézio – ombro caído unilateral e dificuldade de abdução do membro superior 
 
XII NC – Hipoglosso 
 Função: movimentação da língua 
 Inspeção da língua 
o Em repouso, avaliar: 
 Atrofias – hemiatrofia  AVE 
 Fasciculações – ELA 
 Macroglossia – Síndrome de Down 
 Língua despapilada – anemia perniciosa, deficiências de vit. do complexo B 
o Pedir para protrair após imobilizar bilateralmente 
 Paralisia unilateral – atrofia ipsilateral e desvio da língua para o lado afetado 
 
4. Sistema Motor 
 Avaliar os 4 membros e simetria 
Inspeção 
 Avaliar: 
o Deformidades 
o Assimetria 
o Volume muscular 
o Atrofia 
 Generalizada – doenças sistêmicas, miopatias 
 Focal – lesão de nervo periférico 
 Proximal – distrofias musculares 
 Distal – início de ELA 
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 Movimentos involuntários 
o Tremor – ansiedade, essencial, hipertireoidismo, Parkinson 
o Coreia – movimentos aleatórios em várias direções 
o Distonias – contração involuntária de um grupo musculas 
o Fasciculações 
 Contração muscular pequena, local, breve e involuntária 
 Excesso de cafeína, privação de sono, excesso de exercício físico, ELA 
o Clônus – série de contrações musculares involuntárias devido a um estiramento súbito do 
músculo 
 
Tônus 
 É o grau de tensão presente em um músculo em repouso 
 Realizar movimentos de flexão, extensão e rotação das articulações 
 Hipotonia – redução do tônus 
o A musculatura aparenta estar frouxa, com pouca ou nenhuma resistência à movimentação 
passiva 
o Miopatias, lesão aguda espinhal, lesões cerebelares 
 Hipertonia – aumento do tônus e resistência à movimentação 
o Espástica – a resistência é maior no grupo muscular que nos seus antagonistas, mais marcada 
no início do movimento e subitamente vencida  “CANIVETE” 
o Plástica – possui resistência de mesma intensidade nos agonistas e nos antagonistas e a 
hipertonia é mantida durante todo o movimento ”TUDO DE COBRE” 
Força 
 Realizar movimentos de flexão e extensão contra a resistência do 
examinador 
 
 Descrever os graus – resistência contra uma força exercida 
o 0 – Contração muscular não visível 
o 1 – Contração muscular visível com ou sem indício de movimento 
o 2 – Movimentos dos membros, mas não em relação à gravidade 
o 3 – Movimento do membro contra a gravidade, mas sem resistência 
o 4 – Movimento do membro em relação a pelo menos alguma resistência 
imposta pelo examinador 
o 5 – Força normal 
Obs: para uma pessoa ficar em pé, é necessário, no mínimo, grau 3. 
 
 
 Paresia – redução da força 
 plegia – perda da força  Lembrar que plegia possui perda de função do membro acometido 
 Paraparesia – redução em MMII 
 Paraplegia – perda em MMII 
 Diplegia – paralisia que afeta partes simétricas do corpo humano 
 Diparesia – paresia que afeta partes simétricas do corpo humano 
 Hemiplegia – paralisia que afeta metade do corpo à direita ou à esquerda 
 Hemiparesia – paresia que afeta metade do corpo á direita ou à esquerda 
 Alterações – Síndromes do I e do II neurônio 
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Postura e Equilíbrio 
 Paciente em pé com os pés juntos e com olhos fechados 
 Sinal de Romberg – paciente apresenta pouca oscilação com os olhos abertos, mas intensa 
quando com os olhos fechados. Há déficit proprioceptivo como neuropatias e doenças 
medulares 
Marcha 
 Pedir para que o paciente caminhe em linha reta 
 Pedir para que o paciente caminhe na pontas dos pés e calcanhares – avaliar força 
 Marcha pé ante pé 
 
 
Marcha festinante – Parkinson 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Reflexo 
 Deixar o peso do martelo definir a força do golpe  punho deve estar flexível 
 Paciente deve estar relaxado e com o músculo levemente distendido 
 Tendinosos profundos 
 
Reflexo bicipital 
C5  N. musculocutâneo 
 
Reflexo supinador/braquio-
radial – C5 e C6  N. radial 
Marcha Ceifante – Pós AVE Marcha Atáxica – doenças cerebelares Marcha Anserina - miopatias 
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 Superficiais 
o Reflexo cutâneo-abdominal – T7 a T12 
 passar objeto de ponta romba de lateral para medial nos 4 quadrantes abdominais 
 exacerbado – pessoas ansiosas 
 ausente – lesão do sistema piramidal 
o reflexo cutâneo-plantar 
 estimular a porção lateral da região plantar com uma ponta romba e depois se curvar 
medialmente em direção à articulação metatarsofalangeana média 
 
 normal – flexão do hálux e pododáctilos 
 anormal – sinal de Babinski  extensão do 
hálux e demais pododáctilos se abrem em leque 
e se estendem  indica lesão piramidal 
 
 
 
6. Sensibilidade 
 testar sempre de forma simétrica 
 Tato – ponta do dedo, chumaço de algodão 
 Dor – alfinete 
 Propriocepção – sensibilidade posicional 
 Sensibilidade vibratória – diapasão 
 Hipoestesia – diminuição de sensibilidade 
 anestesia – ausência de sensibilidade 
 Parestesia – sensações cutâneas subjetivas e espontâneas  ausência de estimulação 
 Alodinia – estímulos cutâneos não dolorosos são percebidos como dor  há toque 
 
7. Coordenação 
 Ataxia – perda de coordenação 
 Cerebelar – são déficits ipsilaterais 
 Sensitiva – piora ao fechar os olhos 
 Prova dedo-nariz – com o membro superior abduzido, pedir para tocar a ponta do dedo indicador 
na ponta do nariz 
 Dismetria – dificuldade para tocar o alvo 
 Tremor intencional – surge quando o dedo chega próximodo alvo 
 Prova calcanhar-joelho – apoiar o calcanhar no joelho contralateral e arrastar pela perna 
 Ataxia apendicular – movimentos incoordenados 
Reflexo Tricipital – C6 e C7 
N. Radial 
Reflexo Aquileu – S1 
N. Poplíteo Medial 
Reflexo Patelar – L3 e L4 
N. Femoral 
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 Prova de movimentos alternados rápidos – testar com movimentos alternados rápidos de 
pronação e supinação em membros superiores 
 Disdiadocinesia – incapacidade de realizar movimentos alternados rápidos 
 Pesquisa de ataxia de marcha 
 
8. Sinais de irritação meníngea 
 
 
Exames Complementares 
 Neuroimagem 
o Pedir exame de imagem do crânio sempre que houver alguma alteração do pescoço para cima 
o Tipos? 
 Tomografia computadorizada 
 Ressonância magnética 
 Eletroencefalograma 
o Quando pedir? 
 Síncope – sem saber a causa 
 Suspeita de crise epilética 
 Paciente comatoso 
 Punção lombar 
o Quando pedir? 
 Suspeita de neuroinfecção – meningite ou encefalite 
 Suspeita de esclerose múltiplas – pesquisa de bandas oligoclonais 
o Como faz? 
 Paciente em decúbito lateral e em posição fetal – amplia 
os espaços intervertebrais, pois a agulha precisa entrar entre 
os espaços dos processos espinhosos 
Ou 
 Paciente sentado com as pernas para fora da maca e 
dobrado 
 Lembrar da anatomia – a medula espinal acaba em L1  
usar como referência a linha imaginária entre as cristas ilíacas 
L3-L4 
Em negros, geralmente é um pouco mais para baixo 
 
 
 
 Rigidez de Nuca  Sinal de Brudzinski  Sinal de Kernig 
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o Contra indicação: 
 Distúrbios de coagulação (plaquetopenia, NR alto) – hematoma adentra o espaço dural e 
comprime as raízes da cauda equina 
 Infecção local na pele 
 Lesão ocupando espaço + sinais de hipertensão intracraniana 
 Tumor 
 Edema de papila 
 Queixa de borramento visual 
 Náuseas 
 Redução do nível de consciência 
 HIV + 
A massa corre o risco de deslocar estruturas e, quando puncionar, alterar a dinâmica do 
encéfalo e gera uma herniação, comprimindo o tronco encefálico 
Então, paciente sonolento, HIV+, convulsionou nos últimos 7 dias, déficit focal  não 
puncionar sem um exame de neuroimagem 
Método Neurológico de Avaliação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO 
 
1. Síndrome piramidal – I neurônio motor ou neurônio motor superior 
Lembrar que algumas vias cruzam nas pirâmides, por isso temos de cuidar o lado 
afetado e relacionar corretamente com os sinais. 
 Localização 
o Córtex cerebral – hemiparesia facial e braquio-crural contralaterais à lesão  
marcha ceifante 
o Cápsula interna – hemiparesia facial e braquio-crural contralaterais à lesão  
marcha ceifante 
Diagnóstico sindrômico 
 Síndrome piramidal – I 
neurônio motor 
 Síndrome do II neurônio 
motor 
 Síndrome extrapiramidal 
 Síndrome cerebelar 
 Síndromes medulares 
 Síndrome de 
hipertensão 
intracraniana 
 Síndrome meníngea 
 Síndromes demenciais 
 Síndromes epiléticas 
 Síndromes álgicas 
Diagnóstico anatômico 
 Sistema nervoso central 
o Córtex cerebral 
o Núcleos da base 
o Tronco encefálico 
o Cerebelo 
o Medula espinal 
 Sistema nervoso 
periférico 
o Nervo periférico 
 Sensitivo 
 Motor 
o Junção 
neuromuscular 
o Músculos 
 
Definir a fisiopatologia 
+ 
exames 
complementares 
Valeska Barimacker 
 
 Neurologia Clínica Médica 
22 | P á g i n a 
 
 
 
o Tronco encefálico – “síndrome alterna”  hemiparesia braquio-crural 
contralateral à lesão e paresia de nervos cranianos ipsilateral à lesão, porque já 
cruzou e pegou o núcleo deles 
 
 
 
o Medula espinal – paresia braquio-crural homolateral à lesão, porque já cruzou 
 Sinais de liberação piramidal – estabelecimento após 24h, quando passar o choque medular 
o Hiperreflexia profunda – percutimos e há um reflexo exagerado 
o Clônus – movimento repetitivo e involuntário em uma região após flexionar de maneira 
abrupta uma articulação 
o Hipertrofia espástica – tônus aumentado após a lesão 
o Sinal de babinski 
 Sinais deficitários 
o Paresia/plegia 
o Abolição de reflexos superficiais-cutâneos-abdominal – não testamos de rotina 
 Diagnóstico etiológico 
o Acidente vascular encefálico ou medular 
o Tumor encefálico ou medular 
o Esclerose múltipla 
o Traumatismo crânio-encefálico 
2. Síndrome do II neurônio/neurônio motor inferior 
 Paralisia flácida 
 Atrofia muscular significativa 
 Arreflexia 
 Fasciculações – uma espécie de 
“minhoquinhas” na pele 
Pode ser normal em casos em que há 
hipertrofia muscular e, por falta de 
estímulo, as placas motoras passam a 
diminuir por diminuição das fibras 
musculares, ocorrendo desnervação  é 
fisiológico 
É preocupante quando é involuntário e recorrente 
 Reflexo cutâneo abdominal preservado 
 Reflexo cutâneo plantar em flexão – sinal de babinski negativo 
 Localização e diagnóstico etiológico 
o Corno anterior da medula – poliomielite e ELA 
o Raiz anterior da medula – hérnias de disco e síndrome de guillain-Barré 
(polirradiculoneuropatia) 
o Nervo periférico – neuropatias periféricas 
o Junção neuromuscular – miastenia gravis 
o Músculo –miopatias e distrofias musculares  paciente apresenta uma postura lordótica 
para compensar a paresia, gerando uma marcha anserina 
 
Valeska Barimacker 
 
Clínica Médica Neurologia 
 
23 | P á g i n a 
 
3. Síndrome extrapiramidal 
 São lesões de vias motoras fora do sistema piramidal  responsáveis pela coordenação e 
modulação dos movimentos 
 Paciente chega tremendo e curvado 
 Hipocinética – doença de Parkinson 
o Hipomimia 
o Tremor parkinsoniano 
o Bradpsiquimos 
o Hipocinesia 
o Hipertonia (rigidez) plástica – rigidez em roda denteada 
o Marcha de pequenos passos 
 Hipercinética – coreias, balismos 
o Movimentos coreicos  involuntário 
o Hipotonia muscular 
o Alterações cognitivas 
o Pacientes em uso de antipsicóticos a muito tempo podem apresentar a coreia quando 
tenta-se retirar o medicamento 
o Pode ocorrer em crianças no pós-infecção de garganta por Streptococcus – coreia de 
Sydenham 
4. Síndrome cerebelar – coordenação motora 
 Ataxia apendicular – hemisférios cerebelares 
 Ataxia de tronco/marcha – vermes cerebelar 
 Hipotonia muscular 
 Dismetria 
 Disdiadococinesia 
 Assinergia 
 Tremor cinético incoordenado 
 Reflexos pendulares 
 Voz escandida 
 Lembrar que é sempre ipsilateral 
 Diagnóstico etiológico 
o Tumor 
o Esclerose múltipla 
o Cerebelite 
o Ataxias espinocerebelares 
o Degeneração alcoólica 
5. Síndromes medulares 
 Síndrome da secção medular 
o Anestesia e plegia completa abaixo do nível da lesão 
o Fase de choque medular: hipotonia e arreflexia 
o Fase crônica: síndrome piramidal 
o Diagnóstico anatômico 
 Tetraplegia – lesão da medula cervical 
 Paraplegia – lesão da medula torácica 
 Hemissecção medular – Síndrome de Brow-Séquard 
o Plegia ipsilateral à lesão 
o Perda de sensibilidade proprioceptiva e tato epicrítico ipsilateral à lesão 
o Perda da sensibilidade termoalgésica e tato protopático (pressão) contralateral à lesão 
Valeska Barimacker 
 
 NeurologiaClínica Médica 
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6. Síndrome de hipertensão intracraniana 
 Definição: pressão intracraniana > 15mmHg ou 20cm H2O 
 Cefaleia progressiva 
 Vômitos, que podem ser em jato 
 Vertigem 
 Sinais focais variados 
 Anisocoria 
 Paralisia do VI nervo craniano  causa diplopia (abducente) 
 Alteração do nível de consciência 
 Papiledema – papila borrada 
 Tríade de cushing – hipertensão, bradicardia e bradipneia  por causa de alterações do tronco 
encefálico 
 Diagnóstico etiológico 
o Tumores cerebrais 
o Meningite complicada 
o Hemorragia cerebral 
o Traumatismo cranioencefálico 
7. Síndrome meníngea 
 Cefaleia holocraniana 
 Fotofobia 
 Vômitos 
 Rigidez de nuca 
 Sinal de kernig 
 Sinal de brudzinski 
 Convulsões 
8. Síndromes demenciais 
 Déficit de memória – geralmente 
progressivo 
 Apraxias 
 Disfasia 
 Dislexia 
 Disgrafia 
 Discalculia 
 Alterações comportamentais 
 Desorientação em tempo e espaço 
9. Síndromes epiléticas 
 Movimentos involuntários 
o Tônico-clônico 
o Mioclônico 
o Complexos intermitentes 
 As crises são geralmente breves 
 Com ou sem alteração da consciência 
 Pode haver liberação esfincteriana e 
mordedura de língua 
 Pode ser focais ou generalizadas 
10. Síndromes álgicas 
 Migrânea 
 Neuralgia do trigêmeo 
 Neuralgia pós-herpética 
 Radiculopatia 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Aulas da Professora Drª Ana Luiza Dozza, Médica Neurologista 
MANUAL MERCK ON-LINE. Como Avaliar a Força Muscular. Disponível em:< 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
neurol%C3%B3gicos/exame-neurol%C3%B3gico/como-avaliar-a-for%C3%A7a-muscular>. Acesso 
em 30/04/2021.

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