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A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CRIANÇA DE UM A 
QUATRO ANOS EM CEI CONVENIADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RA 3806545/ Ana Carolina Melo Macedo / Diadema / 4°Semestre 
RA 3863361/ Bruna Analice Pereira Dantas / Diadema / 4°Semestre 
RA 3805514/ Simone dos Reis / Diadema / 4°Semestre 
 
 
 
A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL À CRIANÇA DE UM A 
QUATRO ANOS EM CEI CONVENIADA 
 
 
- 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
 
 
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“A Música em sua diversidade é riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós 
mesmos e ao outro – próximo ou distante” Brito (2003). 
 
RESUMO 
Esse trabalho de conclusão de curso aborda a música na educação infantil, em CEI 
(Centro de Educação Infantil). Os conteúdos relacionados a esse fazer musical 
deverão ser trabalhados de forma lúdica, fazendo parte das atividades diárias das 
crianças, pois quando essas se encontram em um ambiente afetivo, adquirem a 
capacidade de atenção, principalmente quando o professor está atento a suas 
necessidades, falando, cantando e brincando com e para elas. Nesse trabalho 
venho abordar, temas como no primeiro capítulo A influência da música no 
desenvolvimento infantil, no segundo A música com significado no processo ensino 
aprendizagem, no terceiro A interação musical no meio educacional e no quarto um 
Roteiro de observação da prática musical na educação infantil, em uma escola 
particular e em um CEI conveniado com a prefeitura. As atividades de música 
permitem que a criança se conheça melhor, desenvolva sua sensibilidade, 
concentração e autoestima. Sendo assim as atividades abordadas de forma lúdica 
possibilita uma vivência, que se torna um encontro atrelado ao autoconhecimento. 
É importante observar que a música estimula e facilita ensino aprendizagem das 
crianças, quando utilizado como instrumento na alfabetização e desenvolvimento 
do aprendizado. 
 
Palavras chaves: Música, Educação Infantil, Ensino aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Abstract 
This work of completion of course discusses the music in early childhood education, 
in CEI (Center for Early Childhood Education). The contents related to this music 
making should be worked for playful way, part of the daily activities of children, 
because when these are in an the affective environment, gain the ability of attention, 
especially when the teacher is attentive to their needs, talking, singing and playing 
with and for them. In this study I discuss topics such as the first chapter the influence 
of music on children's development, in the second the music with meaning in the 
teaching-learning process, in the third the interaction of music in the education and 
the room a roadmap for the observation of music practice in early childhood 
education, at a private school and in a CEI contracted with the municipality. The 
music activities allow the child to learn more, develop their sensitivity, concentration 
and self-esteem. Thus the activities addressed in playful way makes a living, which 
becomes a meeting coupled to the self. It is important to note that music stimulates 
and facilitates the teaching learning of children, when used as a tool in literacy and 
development of learning. 
 
Key words: Music, Early Childhood Education, Teaching learning. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 6 
1º CAPÍTULO: A INFUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL- 8 
1.1 - Ferramenta de ensino/aprendizagem-------------------------------------------8 
1.2 - Instrumento de desenvolvimento -----------------------------------------------9 
1.3 - Um processo contínuo de construção -----------------------------------------11 
2º CAPÍTULO: A MÚSICA COM SIGNIFICADO NO PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM-----------------------------------------------------------------------------------12 
2.1– O ritmo, um dos elementos fundamentais-------------------------------------12 
2.2– Segundo o RCN para a Educação Infantil ------------------------------------13 
2.3 – No brincar e no lúdico. -----------------------------------------------------------15 
3º CAPÍTULO: A INTERAÇÃO MUSICAL NO MEIO EDUCACIONAL--------------16 
3.1– Uma linguagem universal. ------------------------------------------------------16 
3.2– A música na sala de aula ---------------------------------------------------------18 
4º CAPÍTULO: ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA MUSICAL NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL ---------------------------------------------------------------------------19 
4.1 – Em escola particular --------------------------------------------------------------19 
4.2 - Em CEI conveniado ---------------------------------------------------------------21 
4.3- Paralelo da música na educação infantil ------------------------------------22 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS -------------------------------------------------------------24 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -----------------------------------------------------26 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 A música na educação infantil é uma proposta para esse 
projeto de trabalho de conclusão de curso, porque é uma atividade que invade o 
cotidiano do ser humano, tanto adulto quanto criança, jovem, adolescente e até 
terceira idade. A importância da música para o desenvolvimento infantil acontece 
quando ela chega até a criança de maneira prazerosa e chama sua atenção, 
atraindo-a, pois, a música desperta curiosidade e interesse, seja escutando, 
brincando, dançando sozinha ou em grupo, vendo imagens ou não, de qualquer 
forma a música sempre leva ao desenvolvimento físico e psicológico. 
 Ao iniciar essa pesquisa pensei na música na educação infantil, em como ela 
é trabalhada nessa faixa etária, sua influência, significações e quais seus processos 
de interação no meio educacional, por isso elaborei esse trabalho de conclusão de 
curso com essa temática. 
Em se tratando de objetivo geral e específico, faz-se necessário: Observar 
se a escola organiza práticas voltadas ao trabalho com a linguagem musical; 
Analisar essas práticas e saber qual a importância no processo ensino-
aprendizagem; Ressaltar a influência da música no processo da Educação Infantil, 
com o objetivo de ampliar os conhecimentos sobre a prática pedagógica musical; 
Exercitar a diversidade de trabalhos que podem ser realizados com esta arte e a 
contribuição da temática para formação cidadã dos pequenos. 
 Através das atividades de musicalização, a criança passa a se conhecer 
melhor, a desenvolver seu gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da 
sensibilidade, criatividade, senso rítmico, imaginação, memória, concentração, 
atenção, autoestima, ampliando o desempenho das crianças e contribuindo para 
integrá-lo à sociedade. Sendo assim as atividades abordadas de forma lúdica 
possibilita uma vivência, que se torna um encontro atrelado ao autoconhecimento. 
 Para Brito (2004) “O aprendizado só acontece se a criança for protagonista 
dele”. Por isto, os educadores precisam selecionar o olhar em relação à criança e 
questionar o que sabem, do que gostam e como se manifestam, para a partir deste 
elaborar um trabalho que vise o melhor do ensino-aprendizagem envolvendo a 
música. 
 
 
7 
 
 Conforme o estudo da obra de Costta (2012, p.26) 
Você pode contar uma história em que as crianças vão emitir sons curtos 
ou longos, conforme cada tipo de personagem, vendo por esse aspecto, a 
música na contação de história contagia, encanta, agrada e contribui para 
diversos propósitos, como chamar a atenção, fixar a mensagem que se 
quer passar, proporcionar socialização e ampliar a imaginação e 
criatividade das crianças, podendo ser trabalhadas conforme a duração do 
som. 
 É considerado música, a totalidade do que estáorganizado em sons, pulsos 
e ritmos é que estabelece alguns critérios de seleção consciente, humano ou não. 
As atividades musicais proporcionam as crianças da educação infantil à interação 
com outros, fazendo com que aprendam a lidar com a diferença e vivenciando das 
mesmas experiências. 
A música integra as crianças, motiva e facilita no desenvolvimento, 
proporciona um ambiente agradável e alegre. Ao se envolverem em atividades 
musicais, as crianças melhoram o grau de sensibilidade auditiva, aprimoram e 
desenvolve a coordenação, sua capacidade de compreensão, interpretação e 
raciocínio, descobrem sua relação com o meio em que vive, desenvolve a 
expressão corporal e a linguagem oral. Quanto mais elas têm oportunidade de 
comparar as ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a 
sua inteligência o seu conhecimento, vão se desenvolvendo. 
 Para estudar como a música é trabalhada pelos docentes, optei pela 
observação, embasada em uma pesquisa de cunho qualitativo, pois acredito que a 
interpretação dos dados e a atribuição de significados são essenciais para o 
processo de estudo científico. Em relação á técnica de coleta de dados, o 
instrumento a ser utilizado é a observação. 
 Esta pesquisa tem a pretensão de auxiliar a construção da concepção de que 
a música é uma arte cuja definição é bastante ampla, e que pode ser percebida em 
tudo aquilo que fazemos e que nos cerca, seja em nossa fala, escuta diária, seja na 
maneira como nos relacionamos com a natureza e a compreendemos, seja nas 
nossas interações com o outro que nos acompanha no cotidiano. O estudo da 
relação da música com a formação humana, analisa o tratamento metodológico 
dado à expressão musical para a criança, e sua importância na educação infantil. 
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 Nesse trabalho venho abordar, temas como no primeiro capítulo A influência 
da música no desenvolvimento infantil, no segundo A música com significado no 
processo ensino aprendizagem, no terceiro A interação musical no meio 
educacional e no quarto um Roteiro de observação da prática musical na educação 
infantil, em uma escola particular e em um CEI conveniado com a prefeitura. 
1º CAPÍTULO: A INFUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
1.1 - Ferramenta de ensino/aprendizagem. 
Atos como pensar e sentir a música leva o ser humano ao crescimento 
intelectual, afetivo e social e torna amplo o campo de atuação da linguagem musical. 
Nas concepções e nas práticas com a musicalização, ao usar a música como 
ferramenta de ensino/aprendizagem, é de grande importância utiliza-la em sala de 
aula com as crianças. 
Entendendo sobre o que é, e o uso da mesma no ambiente da educação 
infantil, considera-se a música uma ferramenta rica de possibilidades para facilitar 
a aprendizagem e o ensino da criança em foco. A música é um conjunto de sons 
que combina entre si e que agrada os ouvidos, é um instrumento de grande valia na 
pré-escola, pois auxilia a criança na articulação correta das palavras, ajuda a 
levantar a autoestima, e também na socialização, com sua utilização a criança fica 
mais desinibida e extrovertida. 
 Música é tudo que produz som, através de movimentos, de materiais como 
instrumentos musicais, ela ajuda no desenvolvimento linguístico da criança, na 
ampliação do vocabulário, na percepção auditiva, facilita a aprendizagem do 
conteúdo e por fim ajuda no desenvolvimento psicomotor da mesma. É definida 
como: 
Arte de combinar som, e formar com eles melodiam e harmonia. A 
linguagem musical pode ser um meio de ampliação da percepção e da 
consciência, porque permite vivenciar e conscientizar fenômenos e 
conceitos diversos (BRITO 2003, p. 26). 
Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de 
ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa ritmos evidenciados por diversos 
aspectos. Ao frequentar aulas de musicalização, a criança aprende a cantar, além 
de contribuir, também influencia na forma de melhorar a comunicação e interação. 
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 Quando a criança canta, ou está envolvida com papéis de interpretação 
sonora em coletividade, sente-se integrada no grupo e adquire a consciência de que 
seus conhecimentos são igualmente importantes. Ela compreende a necessidade 
de cooperação com os colegas, para chegarem ao objetivo comum. Estudando 
música em conjunto, a criança torna-se mais comunicativa e convive o tempo inteiro 
com regras de socialização, aprende respeitar o tempo e a vontade do próximo; a 
criticar de forma construtiva; a ter disciplina; a ouvir e interagir com o grupo. 
A criança não é um artista, nem um ser meramente contemplativo, mas 
antes de tudo um ser ‘rítmico-mímico’, que usa espontaneamente os 
gestos ao saber da sensação que eles despertam (BRITO 2004, p.67). 
 
Antes ainda de começar a falar, podemos ver o bebê cantar, gorjear, 
experimentando os sons que podem ser produzidos com a boca. Observando uma 
criança pequena, podemos vê-la cantarolando um versinho, uma melodia, ou 
emitindo algum som repetitivo e monótono, balançando-se de uma perna para a 
outra, ou ainda para frente e para trás, como que reproduzindo o movimento do 
acalanto. Essa movimentação bilateral desempenha papel importante em todos os 
meios de expressão que se utilizam do ritmo, seja a música, a linguagem verbal, a 
dança etc. 
As crianças sentem prazer em acompanhar as músicas com movimentos do 
corpo, tais como palmas, sapateados, danças, volteios de cabeça, mas, 
inicialmente, é esse movimento bilateral que ela irá realizar. E é a partir dessa 
relação entre o gesto e o som que a criança – ouvindo, cantando, imitando, 
dançando – constrói seu conhecimento sobre música, percorrendo o mesmo 
caminho do homem primitivo na exploração e na descoberta dos sons. 
Quando a criança entra em contato com os objetos, ela inicia a sua 
integração com o mundo sonoro, que é o embrião da música, e, nessa 
medida, qualquer objeto que produz ruído torna-se para ela um 
instrumento musical capaz de prender sua atenção por muito tempo 
(BRITO 2004, p.66). 
 
1.2 - Instrumento de desenvolvimento 
 A musicalização contribui, entre outros fatores, para uma maior afetividade e 
um melhor relacionamento entre a criança e seus pais ou responsáveis. Os pais 
assumem um papel importante no desenvolvimento musical de seus filhos 
participando das aulas, cantando, dançando, tocando músicas, enfim, 
proporcionando um ambiente adequado para este desenvolvimento. 
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Quando oferecemos música e um ambiente sonoro em diferentes 
situações, permitimos que bebês e crianças iniciem, intuitivamente, seu 
processo de musicalização. Escutando os diferentes sons de brinquedos, 
dos objetos, do ambiente e do próprio corpo, há observação, descoberta 
e reações. (UNESCO, 2005) 
A musicalização infantil é um poderoso instrumento que possibilita o 
desenvolvimento da criança, não somente no que diz respeito à sensibilidade 
referente à música, mas também qualidades como: concentração, coordenação 
motora, socialização, respeito a si próprio e ao grupo, destreza de raciocínio, 
disciplina pessoal, equilíbrio emocional, e inúmeros outros atributos que colaboram 
na formação desses pequenos. 
 É preciso preocupar-nos em relação à formação das crianças, não apenas 
com o ensino dos conhecimentos sistematizados, mas também com o ensino de 
expressões, movimentos corporais e percepção. 
 A sonorização de história ocorre quando as narrativas podem ser 
acompanhadas por objetos sonoros e instrumentos musicais. Nesta atividade, longe 
de fazer, ouvir e reproduzir sons sem refletir, as crianças percebem questões 
relacionadas aos sons e a música, inseridas em contextos de realizações musicais 
muito significativas. Certamente crianças que tenham a oportunidade de uma 
vivência musical desta qualidade terão todas as condições para improvisar e criar. 
Ao se envolverem em atividades musicais, as crianças melhoram o grau de 
sensibilidade auditiva,aprimoram e desenvolve a coordenação, suas capacidades 
de compreensão, interpretação e raciocínio, descobrem sua relação com o meio em 
que vivem, desenvolvem a expressão corporal e linguagem oral. Quanto mais elas 
têm oportunidade de comparar as ações executadas e as sensações obtidas 
através da música mais sua inteligência, o seu conhecimento vão se 
desenvolvendo. 
A música na educação infantil atende a objetivos, a questões próprias dessa 
linguagem que favorece a criança e o desenvolvimento afetivo, estético, cognitivo, 
além de aguçar o raciocínio e aprendizagem. Entender a importância da linguagem 
musical é refletir sobre nossa prática pedagógica, por que utilizar musica 
simplesmente como apoio pedagógico quando posso enriquecer as minhas aulas 
estudando essa linguagem que tanto influencia a vida da criança. 
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 Através do estudo que apresenta a música como manifestação do 
sentimento do ser humano, ela possibilita à criatividade, a crítica, a reivindicação, a 
emoção, a aprendizagem entre outros. É a arte de combinar sons, usando a beleza 
das formas e das expressões, está relacionada ao canto, ao ritmo, a fala, a escuta, 
a natureza, a realidade enfim a música e a linguagem que se traduz em formas 
sonoras, capazes de expressar e comunicar sensações sentimentos e 
pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e 
o silêncio, esta relação contribui para que a construção do conhecimento ocorra em 
contexto significativo. 
1.3 - Um processo contínuo de construção 
 Fundamentar nessa concepção de linguagem para compreender a música e 
seus processos de ensino aprendizado significa então, tomá-la como um sistema 
simbólico cuja apropriação só é possível pela conquista da significação sendo que 
esse processo é primordialmente inter-relacional. A apreensão do sistema musical 
só pode ocorrer por meio de uma profunda e bem orientada imersão nos mais 
diversos gêneros e estilos de música, dos vários períodos da história, dos diferentes 
países, grupos étnicos, culturais etc., buscando, compreender os sentidos musicais 
em sua realização sonora concreta. 
Com base no estudo da obra de Brito “Música na Educação Infantil, (2003, 
p.33)”, o ensino da música favorece a educação, a aprendizagem, estimula os 
sentimentos com a sensibilidade e a emoção, e auxilia a elaboração de hipóteses, 
descobertas, questionamentos, experimentos, entre outros. 
A música é um processo contínuo de construção que envolve perceber, 
sentir, experimentar, imitar, criar e refletir, proporcionando a criança o contato com 
o mundo lúdico, fatores que auxiliam a aprendizagem relacionada ao cotidiano. 
A criança é um ser brincante e brincando, faz música, pois assim se 
relaciona com o mundo que descobre a cada dia. Fazendo música, ela 
metaforicamente, “transforma – se em sons”, num permanente exercício: 
receptiva e curiosa, a criança pesquisa materiais sonoros “descobre 
instrumentos”, inventa e imita motivos melódicos e rítmicos e ouve com 
prazer a música de todos os povos. (BRITO, 2003, p.35) 
Quem aprecia esta arte consegue extrair dela o maior impulso para as 
atividades cotidianas e habituais, mesmo admitindo que não tenha nenhuma 
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possibilidade real de fazer. Ouvir música é experiência profundamente pessoal, a 
sociedade está a caminho do convencional e informal, é realmente corajoso 
descobrir que cada indivíduo é único, isto é, com uma mente e gostos individuais 
em arte. Ouvir e compreender a música ajuda a criança a descobrir como ela é 
singular e única. 
Segundo O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / 
Conhecimento de Mundo (1998), “aprender musica significa integrar experiências 
que envolvem a vivencia, a percepção e a reflexão”. Procurando responder as 
questões sobre, a música na educação infantil, a prática pedagógica musical, o 
envolvimento das crianças com a música, a aprendizagem que essa temática 
proporciona a esses pequenos, a integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, 
estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, 
conforme caráter significativo á linguagem musical, é uma das formas importantes 
de expressão humana, que só justifica sua presença no contexto da educação, de 
um modo geral e na educação infantil, de um modo particular. 
 É preciso que a criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde 
os primeiros anos de sua vida, pois a música é um poderoso recurso educativo, 
utilizado na pré-escola, que representa uma importante fonte de estímulos, 
equilíbrio e felicidade, assim, na educação infantil os fatos musicais devem induzir 
ações, comportamentos motores e gestuais. A inteligência musical está relacionada 
à capacidade de organizar sons de maneira criativa, pessoas dotadas dessa 
inteligência não precisam de aprendizado formal para colocá-la em prática. Isso é 
real, pois não está sendo questionado o resultado da aplicação da inteligência, mas 
sim a potencialidade para se trabalhar com a música. 
 
 
2º CAPÍTULO: A MÚSICA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM 
2.1 – O ritmo, um dos elementos fundamentais. 
Em todas as civilizações costuma-se acalentar os bebês com cantos e 
movimentos. Quantas vezes vemos uma mãe balançar suavemente seu filho, ao 
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som de algumas melodias, para acalmá-lo ou adormecê-lo? Na verdade, antes 
mesmo de nascer, ainda no útero materno, a criança já toma contato com um dos 
elementos fundamentais da música - o ritmo -, através das pulsações do coração 
de sua mãe. 
 Antes ainda de começar a falar, podemos ver o bebê cantar, gorjear, 
experimentando os sons que podem ser produzidos com a boca. Observando uma 
criança pequena, podemos vê-la cantarolando um versinho, uma melodia ou 
emitindo algum som repetitivo e monótono, balançando-se de uma perna para a 
outra, ou ainda para frente e para trás, como que reproduzindo o movimento do 
acalanto. Essa movimentação bilateral desempenha papel importante em todos os 
meios de expressão que se utiliza do ritmo, seja a música, a linguagem verbal, a 
dança etc. 
As crianças sentem prazer em acompanhar as músicas com movimento do 
corpo, tais como palmas, sapateado, danças, volteios de cabeça, mas inicialmente 
é esse movimento bilateral que ela irá realizar. E é a partir dessa relação entre o 
gesto e o som que a criança – ouvindo, cantando, imitando, dançando – constrói 
seu conhecimento sobre música, percorrendo o mesmo caminho do homem 
primitivo na exploração e na descoberta dos sons. 
Quando a criança entra em contato com os objetos, ela inicia a sua 
integração com o mundo sonoro, que é o embrião da música, e nessa 
medida qualquer objeto que produz ruído torna-se para ela um 
instrumento musical capaz de prender sua atenção por muito tempo 
(BRITO 2004, p.66) 
 A música está presente em todas as culturas e pode ser utilizada como fator 
determinante nos desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os 
indivíduos. É necessário contemplar e analisar que tipo de contribuição pode 
ocorrer com o trabalho de musicalização para bebês, como isso pode acontecer e 
as influências que a mesma pode proporcionar na formação do desenvolvimento 
futuro dos seres humanos. 
2.2 – Segundo o RCN para a Educação Infantil 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / 
Conhecimento do Mundo (1998) 
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[...] aprender música significa integrar experiências que envolvem a 
vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez 
mais elaborados. Procurando responder as questões sobre: A música na 
educação infantil; A prática pedagógica musical; O envolvimento das 
crianças com a música; A aprendizagem que a temática proporciona aos 
pequenos. Conforme o RCNEI / Conhecimento de Mundo (1998), integrar 
a música, implica que o professor deva assumir uma postura de 
disponibilidade em relação a essa linguagem. Considerando-se que a 
maioria dos professoresde educação infantil não tem uma formação 
específica em música, sugere-se que cada profissional faça um contínuo 
trabalho pessoal consigo mesmo no sentido de: sensibilizar-se em relação 
às questões inerentes a música; reconhecer a música como linguagem 
cujo conhecimento se constrói; entender e respeitar como as crianças se 
expressa musicalmente em cada fase, para, a partir dai, fornecer os meios 
necessários (vivências, informações, materiais) ao desenvolvimento de 
suas capacidades expressivas. 
Para que a música se torne um aliado na educação infantil, são utilizadas 
estratégias, que leva a exploração de algumas reações do cérebro ao ser 
estimulado pela música. É pela vivência que a criança se descobre como ser com 
possibilidades de construção de significados, o que torna a música uma aliada no 
processo educacional, através de atividades musicais como vivência rítmica, canto, 
dança e representação, pois possibilita o desenvolvimento de suas capacidades 
motoras, criativas e de apreciação. 
 A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e prazer 
para a criança, mas, para que isso efetivamente aconteça na educação infantil, os 
fatos musicais devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais, 
indispensáveis para trabalhar e desenvolver a percepção. 
Até o primeiro ano de vida, a criança deve ser estimulada pelos pais com 
algumas atividades como, contar histórias, colocar música no aparelho de som para 
a criança ouvir, agarrar e beijar ou brincar com a fala, são estímulos que ajudam o 
aperfeiçoamento das regiões sensoriais do cérebro. 
Os primeiros anos de aprendizagem são propícios para que a criança 
comece a entender o que é linguagem musical, aprenda a ouvir sons e a reconhecer 
diferenças entre eles. 
 Assim, todo o trabalho a ser desenvolvido na educação infantil deve buscar a 
brincadeira musical, aproveitando que existe uma identificação natural da criança 
com a música. A atividade deve estar muito ligada à descoberta e à criatividade 
(BRITO 2004, p.157). 
 A linguagem musical tem sido apontada como uma das áreas de 
conhecimentos mais importantes a ser trabalhada na Educação Infantil, ao lado da 
linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da matemática e das 
ciências humanas e naturais. 
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2.3 – A Música no brincar 
A música é importante no ponto de vista da maturidade individual, isto é, do 
aprendizado das regras sociais por parte da criança. Quando uma criança brinca de 
roda, por exemplo, ela tem a oportunidade de vivenciar, de forma lúdica, situações 
de perda, de escolha, de decepção, de dúvida, de afirmação. Tratam de temas tão 
complexos e belos, falam de amor, de disputa, de trabalho, de tristezas e de tudo 
que a criança enfrentará no futuro, queiram seus pais ou não. São experiências de 
vida que nem o mais sofisticado brinquedo eletrônico pode proporcionar. 
 A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da 
expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso 
meio de integração social, torna o indivíduo capaz de realizar outras atividades, 
causa prazer, enfim deve-se dar a música o lugar que merece dentro da educação. 
Em alguns países desenvolvidos, como por exemplo China, Japão, França e 
outros é exigida que o professor de Educação Infantil tivesse uma formação 
artística, uma boa voz, saiba tocar um instrumento, além de conhecer os 
fundamentos pedagógicos e os princípios que devem nortear um trabalho eficiente. 
O professor que vivencia essas experiências, segundo a exigência dessas 
instituições, sente-se mais apto a fazer um trabalho efetivo, em um ambiente de 
espontaneidade e simpatia que tanto a criança precisa. Sendo assim, a escola deve 
respeitar as habilidades de cada um, e também propiciar o contato com atividades 
que trabalhem outras inteligências. 
As atividades relacionadas à música também servem de estímulo para 
crianças com dificuldades de aprendizagem e contribuem para a inclusão de 
crianças portadoras de necessidades especiais. As atividades de musicalização, 
por exemplo, servem como estímulo a realização e o controle de movimentos 
específicos, contribuem na organização do pensamento, e as atividades em grupo 
favorecem a cooperação e a comunicação. Além disso, a criança fica envolvida 
numa atividade cujo objetivo é ela mesma, onde o importante é o fazer, participar, 
não existe cobrança de rendimento, sua forma de expressão é respeitada, sua ação 
é valorizada, e através do sentimento de realização ela desenvolve a autoestima. 
 Sadie apud Brescia (2003, p.50) afirma que: 
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Crianças mentalmente deficiente e autista geralmente reagem à música, 
quando tudo o mais falhou. A música é um veículo expressivo para o alivio 
da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem, em 
alguns casos, a terapia musical foi usada para melhorar a coordenação 
motora em pacientes portadores de paralisia cerebral e distrofia muscular, 
também é usada para ensinar o controle da respiração e da dicção nos 
casos de distúrbio da fala. 
 
Entendendo e conhecendo a importância da música e os seus benefícios 
para a saúde física e mental, inclui-la no cotidiano escolar certamente trará 
benefícios tanto para professores quanto para alunos. É importante que os 
educadores encontrem na música, mais um recurso, e os alunos se sentirão 
motivados, se desenvolvendo de forma lúdica e prazerosa. 
Para cada fase da primeira infância, existem atividades e objetivos 
direcionados, como por exemplo, reconhecimento de percepção dos movimentos 
corporais, desenvolvimento motor, atividades corporais como engatinhar, rodar, 
caminhar, correr, saltar, deslocar-se sentada, galopar, marchar, marcar ritmos, 
arrastar-se; reproduzir melodias simples e pequenas, imitar sons conhecidos, 
comunicar através dos sons, desenvolvimento sensorial; percepção auditiva, 
discriminar, identificar, reproduzir, classificar os sons; audição de canções 
folclóricas, eruditas e popular; sociabilidade, jogos musicais em grupo entre outros. 
Baseado nisso, chega-se à conclusão que a música, como um todo, tem um 
universo tão amplo quanto às possibilidades que se tem de criar s ituações de 
aprendizagem através dos seus elementos ou da música elaborada. 
 
 
 
 
 
 
 
3º CAPÍTULO: A INTERAÇÃO MUSICAL NO MEIO EDUCACIONAL 
3.1 – Uma linguagem universal 
A presença da música na vida dos seres humanos é indiscutível. Ela está 
presente em todas as regiões, em todas as culturas, em todas as épocas: ou seja, 
a música é uma linguagem universal, que ultrapassa as barreiras do tempo e do 
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espaço, tem acompanhado a história da humanidade, ao longo dos tempos, 
exercendo as mais diferentes funções. 
 A roda de música é considerada uma boa ação para criar oportunidade para 
que as crianças “aprendam a verbalizar”. A disposição em círculo permite que todos 
se correspondam sem precisar ficar se mexendo e visualizem gestos, caras e bocas 
de todos que estão presentes. Pode haver certa excitação ou dispersão na ocasião 
da roda de música, mas adotando esse procedimento constantemente, as crianças 
se acostumarão para a roda, sempre que solicitados para isso. 
Analisando a música e as diferentes formas de expressão como: desenhar, 
dançar e cantar permite conhecer distintas manifestações artísticas. O trabalho com 
as linguagens corporal, musical e visual dá significado ao mundo imaginário das 
crianças em suas diferentes formas. 
O mais rico é quando acontece o entrelace de experiência, que possibilita aos 
pequenos, por exemplo, cantar enquanto modelam o barro ou contar uma história 
ao mesmo tempo em que desenha, diz Marisa Szpigel, (formadora de 
professores em Arte e selecionadora do Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10 
em 2012). 
 
Para favorecer tais situações, é importante que os professores conheçam os 
materiais e suas possibilidades de uso, que monte um acervode instrumentos 
musicais, adereços e vestimentas que propiciem a integração entre as atividades 
musicais e corporais, disponibilize aparelho de som e CDs com musica de gêneros 
variados. 
 Costa (2012, p.43) afirma que “o trabalho com a atividade auditiva deve 
proporcionar a percepção de diferentes sonoridades”. O importante é chamar a 
atenção do aluno para cada som e os estimular a perceber a diversidade sonora 
que se altera conforme o ambiente. Como sugestão de atividade, para iniciar a 
primeira audição sonora na sala de aula como no parque, no pátio ou ainda em local 
escolhido é necessário chamar a atenção dos alunos para que treine o exercício do 
silêncio e também, para que percebam sua real importância. 
A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem 
como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o 
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer 
de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, 
autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, 
também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de 
movimentação. (BRÉSCIA, 2003, p.30) 
18 
 
 
Na verdade, a música sempre se entrega pela metade, exige do homem que 
a ouve ser estabelecida na integralidade de sua essência, as modificações que a 
música, provoca em nossa vida interior, como, aliás, toda a impressão exterior que 
age sobre as profundezas do nosso ser significam outro tanto de ampliação, de 
diferenciação, de aprofundamento em nossa substância intima, ou melhor, é, no 
sentido próprio de termo, a causa do despertar de nossas faculdades. 
Segundo Howard, a música é a relação entre sons e não o próprio som, 
qualquer que seja o grau de artificio e de complexidade de sua sucessão, 
ou melhor, ainda, compreender e fazer música são primeiro ser dotado da 
faculdade de perceber intervalos e de estabelecer relações entre eles. 
São os intervalos que faz a música, enfatiza que a musicologia atinge 
todos os domínios da vida interior do homem não descreve uma coisa 
morta, mas algo inseparável do homem vivo. (Howard, 1984, p.12), 
 Na musicalização, um dos seus principais objetivos, está em estimular a 
percepção dos sons e as habilidades musicais, e esse processo se torna mais 
aproveitável e prazeroso na organização da sala em roda, ao utilizar materiais como 
instrumentos de percussão, com sucatas que produzam som, guizos e 
CDs. Algumas cantigas e brincadeiras de roda convidam à marcação do pulso 
básico ou do tempo forte da música, outras propõem uma experiência 
rítmica, estimulando o acompanhamento de canções com palmas, brinquedos ou 
instrumentos musicais feitos com sucata ou objetos do cotidiano. No processo de 
avaliação, não espere uma coordenação rítmica exata nas atividades, esse ainda 
não é o objetivo, o mais importante é proporcionar a experiência de fazer música e 
compartilhá-la com os amigos em momentos de alegria e sensibilidade. 
 
3.2 – A música na sala de aula 
A música tem seu destaque na escola, pelo simples fato de ser um desejo 
natural das próprias crianças, pois elas gostam de cantar, tocar, marcar ritmos com 
os dedos, com lápis, régua ou com os próprios pés. Ao se envolver integralmente 
com a música, a criança descobre através da linguagem sensitiva seu próprio 
potencial criativo, tornando-a mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo em 
que está inserida. Essa criatividade é importante em todas as situações, pois uma 
criança criativa raciocina melhor e inventa meios de resolver as suas dificuldades. 
A motivação um dos aspectos mais importantes, do papel da música nas escolas, 
ela envolve o ritmo, o som, a audição, a voz, a execução instrumental, a recreação, 
19 
 
as danças, portanto pode-se afirmar que, a música é uma motivação agradável para 
diversas atividades escolares, atingindo objetivos educacionais os quais seriam 
dificilmente alcançados, por outros processos. A capacidade criativa no ser 
humano, assim como a inteligência, nasce da necessidade de motivação, quanto 
mais estimulação, mais a criança desenvolve esse potencial. 
 Faz-se necessária a sensibilização dos educadores para despertar a 
conscientização quanto às possibilidades da música, para favorecer o bem-estar e 
o crescimento das potencialidades dos alunos, pois esse contato pessoal, individual 
ou coletivo com a musicalização, fala diretamente ao corpo, a mente e as emoções, 
todavia em uma sala de aula, existem diversas situações onde a utilização da 
música facilita a comunicação e interação entre educador e educando. Uma 
situação muito comum em uma sala de educação infantil é a rodinha, outra é a hora 
de guardar os brinquedos ou até mesmo os momentos das refeições, pois além de 
cantar, as crianças estarão bem mais motivadas a executar os comandos solicitados 
pelo educador. 
Portanto a utilização da música como ferramenta para facilitação da 
aprendizagem pode ser feita de forma ampla, desde que o educador utilize de 
criatividade e pesquisa, pois quanto mais ele pesquisar repertório e descobrir novas 
formas de estimulação sonora, mais sucesso terá em suas atividades diárias e 
rotineiras. 
As canções populares fazem parte da rotina escolar e devem estar sempre 
inseridas e entrelaçadas a conteúdos, com o único propósito de evitar que se perca 
e caia no esquecimento, cabe ao professor de sala de aula, uma leitura diferenciada 
sobre o papel da música em sua rotina, bem como do seu papel enquanto educador. 
 
 
4º CAPÍTULO - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA MUSICAL NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
4.1 – Em escola particular 
Durante o processo de realização dessa pesquisa, para dar maior 
credibilidade a esse trabalho de conclusão de curso, ao visitar uma escola particular, 
e conversar com a professora que tem formação em música. Fiquei muito encantada 
20 
 
com o espaço, as crianças e a maneira como a professora desenvolve esse 
trabalho, com muito amor, carinho e comprometimento. As crianças desse espaço 
se encontram na faixa etária de zero a cinco anos, no berçário e no maternal. 
Ao visitar essa instituição particular, fui muito bem recebida na portaria, logo 
em seguida uma auxiliar me acompanhou até a professora de música, que me 
convidou a observar as crianças e participar de uma de suas aulas. 
Quando a primeira turma chegou, ela muito carinhosa me apresentou a todos 
e disse que eu iria assistir a uma aula, em seguida todos me desejaram uma boa 
tarde e assim pude observá-los e acompanhar, cantando e dançando com eles. A 
aula foi muito animada, pois podemos contar com o auxilio dos instrumentos 
musicais como flautas em uma turma, chocalhos em outra, pandeiros em outra e 
assim notei que ela dispõe de instrumentos variados para turmas variadas, cada 
uma de acordo com sua idade e seu desenvolvimento. 
A sala de aula conta com o apoio de auxiliares para ajudar a professora e 
materiais para o aprendizado como no caso da música, instrumentos musicais 
variados, às vezes a professora usa desenhos nas atividades, tem também 
materiais reciclados, observei alguns instrumentos no acervo entre eles: flautas, 
pandeiros, baquetas, caxixi, sino, reco-reco, pratos, tampas, violão e outros. 
A música nessa instituição educacional é uma disciplina, na qual a professora 
ministra sua aula em todas as turmas, ao menos uma vez por semana, e a mesma 
e realizada de acordo com as orientações das diretrizes curriculares. Ao conversar 
com a professora ela diz que a aula de música é como uma aula de arte, dessa 
forma sempre está junta, não podendo separar uma da outra. 
Ao trabalhar com música, a professora não só desenvolve nas crianças, a 
coordenação, elas expressam suas emoções, o respeito. No decorrer da sua aula, 
ela usa o desenho como recurso e por fim termina com uma música de relaxamento. 
E esse processo ela faz com todas as turmas, sempre trocando os instrumentos, de 
acordocom sua aula do dia e com a faixa etária. Ao terminar suas aulas a professora 
me acompanhou em um passeio pela escola para conhecer as outras salas. Notei 
que há realmente uma grande diferença entre as escolas particulares e 
conveniadas. 
 
 
 
21 
 
4.2 - Em CEI conveniado 
A música na escola tem seu destaque pelo fato de ser natural das próprias 
crianças. E sua instituição no dia-a-dia escolar é muito importante, pois ela tem a 
capacidade de reunir e dominar de forma mágica um determinado grupo. Ela serve 
também de motivação para diversas atividades do currículo escolar, atingindo 
objetivos educacionais, as quais nela são desenvolvidas atividades de expressão 
corporal e de oralidade. A criança se envolve integralmente com a música, 
exercitando sua criatividade e sua imaginação. 
Ao visitar uma CEI (Centro de Educação Infantil) conveniada da prefeitura de 
São Paulo, percebi que a música e vista com outro olhar. O professor de educação 
infantil, conforme o (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) RCNEI 
/ Conhecimento de Mundo (1998), “Considerando-se que a maioria dos professores 
de educação infantil não tem uma formação específica em música, sugere-se que 
cada profissional faça um contínuo trabalho pessoal consigo mesmo no sentido de: 
sensibilizar-se em relação às questões inerentes a música; reconhecer a música 
como linguagem cujo conhecimento se constrói; entender e respeitar como as 
crianças se expressa musicalmente em cada fase, para, a partir dai, fornecer os 
meios necessários ao desenvolvimento de suas capacidades expressivas”. 
O trabalho no CEI conveniado, é voltado ao cuidar e o educar, não tem na 
sua rotina diária, um dia da semana específico para ensinar as crianças, o ritmo, a 
melodia, as notas musicais ou mesmo os exercícios para que a criança se torne um 
conhecedor da arte da musicalização, então por entender a importância da música 
na educação infantil, o professor como profissional incorpora essa prática na sua 
rotina, como por exemplo, na minha visita ao CEI, na sala do berçário dois, quando 
cheguei percebi que as professoras receberam as crianças com música, seja em cd 
ou dvd, a primeira ação das professoras foi proporcionar um ambiente sonoro e 
acolhedor para receber seus alunos. Depois ao sair com sua turma para o refeitório, 
para o café da manhã, foram cantando, alegres e animados, em seguida ao retornar 
a sala de aula, as professoras fizeram uma roda de conversa com as crianças que 
iniciou com uma música de “Bom Dia” onde todos cantaram alegremente. De acordo 
com um planejamento diário as professoras realizam uma atividade com sua turma, 
às vezes cantando, outra dançando e outra até mesmo desenhando ou pintando ou 
outra que esteja no planejamento. Após a atividade cantaram novamente para se 
prepararem para a hidratação a musiquinha “meu suquinho”, em seguida cantaram 
22 
 
novamente, para lavar as mãos e se prepararem para o almoço, ao irem para o 
refeitório cantaram a musiquinha do almoço, depois do descanso ao acordarem 
cantaram novamente para tomar o leite, em seguida cantaram de novo para 
preparar para o jantar e se prepararem para ir embora para casa ver a mamãe. 
Ao observar esse dia, no CEI percebi algo que para mim, foi um detalhe muito 
importante, todas essas músicas, as crianças já sabiam de cor, isso quando eles 
mesmos não escolhiam as que queriam cantar e se as professoras permitirem no 
fim do dia enquanto estão esperando a mamãe ainda pedem as professoras para 
cantar mais um pouco. Muitas vezes não precisava nem a professora cantar, eles 
preferiam ficar sentados na frente da televisão assistindo, cantando e dançando 
junto com a Xuxa, o Patati Patatá, a Galinha Pintadinha e outros clássicos musicais 
da educação infantil. 
Para concluir esse trabalho de conclusão de curso e após essa visita ao CEI 
pergunto “É mesmo necessário que essa professora tenha uma formação musical? 
Depois de passar oito horas por dia, cinco dias por semana, cantando e dançando 
com sete, quatorze, dezoito ou até mesmo vinte e quatro crianças diariamente? ”. 
 
4.3- Paralelo da música na educação infantil 
Nesse quarto capitulo, após uma visita a uma escola particular e um CEI 
conveniado, é possível fazer um paralelo, de como a musica e trabalhada nesses 
dois tipos bem clássicos de educação infantil. Onde de um lado a professora tem 
uma formação específica, materiais próprios, uma auxiliar, uma sala equipada, 
entende de parâmetros musicais, o estudo e o aprendizado dos elementos básicos 
da música, direciona esse aprendizado ao ato de execução e aplicabilidade desses 
elementos, ou seja, tocar instrumentos, cantar com técnica, esse geralmente é um 
professor devidamente capacitado, enquanto do outro lado à professora tem que ter 
uma formação polivalente, além de saber que é muito importante encontrar na 
música, mais um recurso, para motivar as crianças a se desenvolverem de forma 
prazerosa, entender que é significativo que se ensine música, mas essa mesma 
professora não tem uma auxiliar pra ajudar, não tem instrumentos para realizar um 
bom trabalho, muitas vezes ela mesma tem que confeccionar seus próprios 
instrumentos com materiais reciclados, tem que adaptar o espaço, o tempo e ainda 
mostrar um trabalho de qualidade, é mesmo correto traçar um paralelo entre esses 
dois tipos de educação infantil musical? 
23 
 
Podemos fazer uma reflexão sobre a música e o desenvolvimento infantil, 
observando que para cada fase da primeira infância, existem atividade e objetivo 
direcionado como, por exemplo: reconhecimento dos movimentos corporais, 
desenvolvimento motor como engatinhar, rodar, caminhar, reprodução de melodias 
simples e pequenas, percepção auditiva, desenvolvimento rítmico, sociabilidade e 
outros. Muitas vezes canções simples de domínio público, além de contribuir para 
a preservação da cultura é também um material de apoio didático nas aulas de 
educação infantil. 
A PIPOCA 
Quando a pipoca puxa assunto na panela 
Outra pipoca vem correndo responder 
Aí começa um tremendo falatório 
 
Que não dá pra ninguém entender 
É um tal de ploc, plo ploc, ploc, ploc 
Ploc, plo ploc, ploc, ploc. 
Essa música desenvolve movimento, coordenação motora e conceitos de 
esquema corporal. 
 
NA CASA DO SEU JUQUINHA 
De abóbora faz melão de melão faz melancia 
Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce de maracujá (bis). 
Quem quiser aprender dançar, vá na casa do seu Juquinha 
Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha (bis) 
 
Além de socialização e movimento, trabalha-se com essa música, a atenção e abre-
se ainda, a possibilidade para trabalhar natureza e sociedade. 
Quando utilizar a música, como recurso em sala de aula, e necessário que 
se tenha em mente quais conteúdos e conceitos pode-se trabalhar, dessa forma 
visualiza-se a música através de outro eixo da educação musical, isto é a música 
como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
24 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Podemos aprender e transformar a realidade que nos cerca de maneira 
musical, pois a música está presente em vários momentos do dia a dia, os sons 
invadem o ambiente por onde quer que estejam, as crianças têm a oportunidade de 
expressar diferentes sentimentos e opiniões sobre o que ouvem, conhecendo novos 
instrumentos, diferentes processos de criação, enfim vivenciando atividades 
prazerosas que podem abranger tanto músicas do repertório familiar dessas 
crianças como músicas de diferentes povos e culturas. 
Neste trabalho vimos o quanto a musica pode estimular e facilitar o 
aprendizado das crianças, quando utilizado como importante instrumento na 
alfabetização e desenvolvimento do aprendizado. 
A presença da música na educação auxilia a percepção, estimula a 
memória e a inteligência, ao desenvolver procedimentos que ajudam a criança a se 
reconhecer e a se orientar melhor no mundo. Além disso,a música também vem 
sendo utilizada como fator de bem estar no trabalho e em diversas atividades 
terapêuticas, como elemento auxiliar na manutenção e recuperação da saúde, em 
uma técnica conhecida como musicoterapia. 
As atividades de musicalização também favorecem a inclusão de crianças 
portadoras de necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão, 
não apresentam pressões nem cobranças de resultados, é uma forma de aliviar e 
relaxar a criança, auxiliando na desinibição, contribuindo para o envolvimento 
social, despertando noções de respeito e consideração pelo outro, e abrindo espaço 
para outras aprendizagens. 
É possível observar as profundas mudanças que podem ajudar a 
desenvolver uma nova percepção sobre a relação da educação no contexto escolar. 
Pois a educação é um meio de desenvolvimento social. O contato com a música é 
imprescindível desde os primeiros anos da educação infantil, ela tem que ser 
entendida como linguagem e não como forma de estratégia para banaliza-la, tem 
que mostrar um amplo universo de sons para a criança. 
25 
 
O trabalho com musicalização é um poderoso instrumento que desenvolve 
além da sensibilidade a música, fatores como: memória, coordenação motora, 
socialização. Completando esse conhecimento, a música é um importante recurso 
que atua nos aspectos sensoriais, motor, mental e afetivo. Essa experiência é única 
e intransferível e favorece as condições para o desenvolvimento destas ações. 
Para Cage. 
”A música não é só uma técnica de compor sons (e silêncio), mas um meio 
de refletir e de abrir a cabeça do ouvinte para o mundo. [...] com sua 
recusa a qualquer predeterminação em música, propõe o imprevisível 
como lema, um exercício de liberdade que ele gostaria de ver estendido 
à própria vida, pois tudo o que fazemos (todos os sons, ruídos e não sons 
incluídos) é música”. (CAMPOS, in CAGE, 1985 – prefácio, p.5, apud. 
BRITO 2003, p.27). 
 
Assim, acredito que esse trabalho de conclusão de curso tenha contribuído 
efetivamente para o meu aprimoramento e conhecimentos, agregando valores a 
minha formação profissional, ao refletir sobre a importância e funcionalidade do 
som, dentro da linguagem infantil, e da realidade em que vivemos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
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