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Lorena Bressanini Siqueira Terminologia • Urgência e Emergência → emergências são situações mais críticas do que urgência; • Na terminologia portuguesa, os significados são opostos, por isso, sugeriu-se trabalhar com as terminologias não agudas e agudas, sendo as agudas subdivididas em urgentes ou críticas. A Regulação Médica da Urgência – portaria MS 2048/2002 O médico regulador tem, fundamentalmente, duas competências: • Competência Técnica: Discernir o grau de urgência e prioridade de cada caso; • Competência Gestora: O autoriza decidir sobre os meios disponíveis, acionando-os de acordo com o seu julgamento. Avaliação e Classificação da necessidade do paciente • A classificação da necessidade do paciente vai ser diretamente proporcional a gravidade do caso, a quantidade de recursos necessários para o tratamento do paciente e o valor social que envolve o caso; • O grau de urgência é inversamente proporcional ao tempo para iniciarmos o tratamento. Ou seja, quanto maior o grau de urgência, menor o tempo para iniciar o tratamento do paciente. Classificação das necessidades em nível de prioridade • Nível 1: Vermelha Prioridade Absoluta • Nível 2: Laranja Prioridade Alta • Nível 3: Amarela Prioridade Moderada • Nível 4: Verde Prioridade Baixa • Nível 5: Azul Prioridade Mínima OBS.: seria interessante que existisse uma uniformização dessa escala de classificação em níveis de prioridades, porém existem locais que adotam escalas de classificações diferentes. Regulação: Semiologia Médica à Urgência Reconhecido pela normativa do CFM, junto a telemedicina. Etapas da Regulação Médica Recepção do Chamado • Atender prontamente → atender o telefone prontamente à primeira chamada • O atendente deve identificar-se • O atendente deve identificar o solicitante • Localizar o chamado de forma objetiva e precisa • Identificar a gravidade do caso Abordagem • Atendimento Primário: Solicitação oriunda da população; Processo de trabalho na Central de Regulação Médica de Urgências Lorena Bressanini Siqueira • Atendimento Secundário: Solicitação oriunda de profissional de saúde, pois mesmo estando dentro de um sistema de saúde, o paciente pode encontrar-se sem a assistência adequada. Falta de equipamento necessário, falta de médico, etc. Decisão e Acompanhamento • Encaminhamento para a unidade que atenda prontamente a devida necessidade → é necessário que se conheça todos os serviços oferecidos e credenciados na região para que o encaminhamento ocorra de forma adequada, sendo o mais breve e mais preciso possível; • Lembrando dos serviços que compõem as redes, o encaminhamento não precisa ser necessariamente um hospital, pode ser em UBS ou UPA, desde que tenha o serviço de atendimento que o paciente necessita. Um exemplo disso é no caso de uma crise hipertensiva, que pode ser encaminhado para uma UPA, não precisa ser encaminhado para o hospital. A vantagem disso é que acaba por desafogar os hospitais. • É essencial a equipe de regulação informar e comunicar o encaminhamento à unidade de saúde receptora-designada. Essa unidade receptora deverá ter ciência das peculiaridades do caso para que esteja preparada para o atendimento. Vaga Zero A “vaga zero” é um recurso essencial para garantir acesso imediato aos pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso, devendo ser considerada como situação de exceção e não uma prática cotidiana na atenção às urgências. Ou seja, encaminha-se um paciente para um local onde não há vaga, não há leitos disponíveis, mas tem equipe e recursos especializados no que o paciente precisa. • Tomar essa decisão é uma prerrogativa do Médico Regulador; • Reflete problema sério de estrutura e organização, mas é realizada com o objetivo de garantir o acesso de pacientes com risco de morte ou em sofrimento intenso ao tratamento adequado, devendo der uma exceção, não pode ser uma prática comum; • Equipe de atendimento deverá sempre manter contato com o médico da regulação; • Aprovou-se a Portaria 2048 de 05 de novembro de 2002; • A Área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde; • Considerando a necessidade de ordenar o atendimento às Urgências e Emergências, garantindo acolhimento, resolução, estabilização das urgências e referência adequada dos pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde, por meio do acionamento e intervenção das Centrais de Regulação Médica de Urgências; • Considerando o crescimento da demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao aumento do número de acidentes e da violência urbana; • Considerando a grande extensão territorial do País, que impõe distâncias significativas entre municípios de pequeno e médio porte e seus respectivos municípios de referência para a atenção hospitalar especializada e de alta complexidade; Instituição do Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência - Criação do SAMU: Portaria 2048, 05 de novembro de 2002 • Central de Regulação: Elemento ordenador de sistemas estaduais de urgências e emergências. Cérebro do Sistema; • Portaria 2657, 16 de dezembro de 2004: Estabelece as atribuições das Centrais de Regulação Médica de Urgências e o dimensionamento técnico para a estruturação e operacionalização das Centrais (SAMU 192); • Portaria 1010, 21 de maio 2012: Redefiniu as diretrizes do SAMU e formatou a Central da Regulação. Portaria a qual seguimos até o dia de hoje; • Basicamente são essas três portarias (2048 de 2002; 2657 de 2004; 1010 de 2012) que regulam todo sistema de urgência e emergência. Regulação Médica de Urgência Objeto de trabalho • A Regulação Médica das Urgências, operacionalizada através das Centrais de Regulação Médica de Urgências, é um processo de trabalho através do qual se garante escuta permanente pelo Médico Regulador, com acolhimento de todos os pedidos de socorro que acorrem à central e o estabelecimento de uma estimativa inicial do grau da urgência de cada caso, desencadeando a resposta mais adequada e equânime a cada solicitação; • Há monitorização continua do grau de urgência até a finalização do caso; • Assegura-se a disponibilidade dos meios necessários para a efetivação da resposta definitiva, de acordo com grades de serviços previamente pactuadas, pautadas nos preceitos de regionalização e hierarquização do sistema. SAMU • As Centrais, micro ou macrorregional, devem prever acesso a usuários, por intermédio do número público gratuito nacional 192; Lorena Bressanini Siqueira • Exclusivo para as urgências médicas; • Funcionando como importante “porta de entrada” do sistema de saúde; • Esta porta de entrada necessita, portanto, de “portas de saída” qualificadas e organizadas, por meio das demais centrais do complexo regulador da atenção, garantindo acesso à rede básica de saúde, à rede de serviços especializados (consultas médicas, exames subsidiários e procedimentos terapêuticos), à rede hospitalar (internações em leitos gerais, especializados, de terapia intensiva e outros), assistência e transporte social e outras que se façam necessárias. Atribuições específicas da Regulação Médica de Urgências I. Manter escuta médica permanente e qualificada para este fim, nas 24 horas do dia, todos os dias da semana, pelo número gratuito nacional das urgências médicas: 192; II. Identificar necessidades, e classificar os pedidos de socorro oriundos da população em geral; • Identificar, qualificar e classificar os pedidos de socorro oriundos de unidades de saúde, julgar sua pertinência e exercer a telemedicinasempre que necessário. Discernir sobre a urgência, a gravidade e o risco de todas as solicitações; III. Hierarquizar necessidades; IV. Decidir sobre a resposta mais adequada para cada demanda; V. Garantir os meios necessários para a operacionalização de todas as respostas necessárias; VI. Monitorar e orientar o atendimento feito pelas equipes de Suporte Básico e Suporte Avançado de Vida; VII. Providenciar os recursos auxiliares de diferentes naturezas necessários para complementar a assistência, sempre que necessário; VIII. Notificar as unidades que irão receber pacientes, informando às equipes médicas receptoras as condições clínicas dos pacientes e possíveis recursos necessários; IX. Permear o ato médico de regular por um conceito ampliado de urgência, acolhendo a necessidade expressa por cada cidadão, definindo para cada um a melhor resposta, não se limitando apenas a conceitos médicos pré-estabelecidos ou protocolos disponíveis; X. Constituir-se em “observatório privilegiado da saúde e do sistema”, com capacidade de monitorar de forma dinâmica, sistematizada, e em tempo real, todo o seu funcionamento; XI. Respeitar os preceitos constitucionais do País, a legislação do SUS, as leis do exercício profissional médico, o Código de Ética Médica, bem como toda a legislação correlata existente. SAMU 192 • Serviço Assistencial Móvel de Urgência; • Componente assistencial móvel da rede de atenção às urgências, que tem como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde, mediante o envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número "192" e acionado por uma Central de Regulação; • Regionalização: O componente SAMU 192 é regionalizado, a fim de ampliar o acesso às populações dos Municípios em todo o território nacional, por meio de diretrizes e parâmetros técnicos definidos. Central de Regulação das Urgências Estrutura física constituída por profissionais: médicos, telefonistas, auxiliares de regulação médica e rádio operadores capacitados em regulação dos chamados telefônicos que demandam orientação e atendimento de urgência, por meio de uma classificação e priorização das necessidades de assistência em urgência. Base descentralizada Infraestrutura que garante qualidade e racionalidade na utilização dos recursos do componente SAMU 192 regional ou sediado em Município de grande extensão territorial e/ ou baixa densidade demográfica, conforme definido no Plano de Ação Regional, com a configuração mínima necessária para abrigo, alimentação, conforto das equipes e estacionamento da(s) ambulância(s). SAMU Considera-se: • Coordenador do Serviço: profissional oriundo da área da saúde, com experiência e conhecimento comprovados na atividade de atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas; • Responsável Técnico: profissional médico responsável pelas atividades médicas do serviço; • Responsável de Enfermagem: profissional enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem; • Médicos Reguladores: profissionais médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários, sendo os responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização, utilizam de protocolos técnicos para o adequado atendimento do paciente. Lorena Bressanini Siqueira Composição da central de Regulação das Urgências I. Médicos com capacitação em regulação médica das urgências (MR); II. Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM); III. Radio-Operador (RO) Normas Gerais e Fluxo da Regulação • A Central de Regulação Médica de Urgências deve ser acessada pelo número gratuito Móvel 192; • O funcionamento deve ser ininterrupto, na sala de regulação, nas 24 horas, todos os dias; • Todo chamado deve ser atendido pelo telefonista auxiliar de regulação médica e, após a devida identificação e localização do solicitante, ser repassado ao médico regulador; • Nos trotes ou enganos, o chamado deverá ser registrado, mas não contabilizado como “caso” e a ligação pode ser encerrada sem a interveniência do médico regulador; • O telefonista auxiliar de regulação médica deverá ser treinado e devidamente instrumentalizado para atender aos pedidos de informação que acorrerem à central; • Os chamados em que o solicitante necessite apenas de informação que não caracterize pedido de socorro de urgência, o telefonista auxiliar de regulação médica está autorizado a fornecer a informação, se ela estiver disponível em suas ferramentas de trabalho e encerrar a solicitação, sem a interveniência do médico regulador. Caso não possua a informação, deverá repassar o chamado ao médico regulador, para que ele dê a melhor orientação possível ao solicitante; • O médico regulador, ao receber o caso, deverá, num curto espaço de tempo (de 30 segundos a 1 minuto), por meio da utilização de técnicas específicas para este fim, julgar a gravidade de cada caso e, em se tratando de situação crítica, deverá desencadear imediatamente a melhor resposta, acionando, inclusive, múltiplos meios, sempre que necessário, podendo, em seguida, concluir o detalhamento do caso; • Em casos de menor gravidade, o médico poderá optar inclusive pelo não envio de equipe ao local, orientando o solicitante sobre como proceder em relação à queixa relatada; • Nos casos de simples orientação, o médico regulador deve colocar-se à disposição do solicitante para novas orientações, caso haja qualquer mudança em relação ao quadro relatado na primeira solicitação; • Caso o médico regulador opte pelo envio de equipe de suporte básico ou avançado de vida ao local, deve monitorar todo seu deslocamento e receber o relato do caso quando a equipe lá chegar, confirmando ou alterando a gravidade estimada inicialmente; • Após essa reavaliação, o médico regulador deverá tomar uma segunda decisão a respeito da necessidade do paciente, definindo inclusive para qual unidade de saúde o paciente deve ser transportado; • Se o paciente for transportado, cabe ao médico regulador monitorar e acompanhar todo o atendimento prestado no trajeto; • O médico regulador deve estabelecer contato com o médico do serviço receptor, repassando a ele as informações técnicas sobre cada caso, para que a equipe local possa preparar-se para receber o paciente da melhor maneira possível; • Nas situações de atendimento médico no pré-hospitalar móvel, sempre que possível e com conhecimento e autorização do médico regulador, o médico assistente deverá manter-se em contato direto com o médico assistente do serviço de destino definido pela regulação, para repasse das informações sobre o paciente, a fim de instrumentalizar a organização da melhor recepção possível para os casos graves; • Após o adequado recebimento do paciente no serviço determinado, o médico regulador poderá considerar o caso encerrado. Indicadores do SAMU 192 I. Número geral de ocorrências atendidas no período; II. Tempo mínimo, médio e máximo de resposta; III. Identificação dos motivos dos chamados; IV. Quantitativo de chamados, orientações médicas, saídas de Unidade de Suporte Avançado (USA) e Unidade de Suporte Básico (USB); V. Localização das ocorrências; VI. Idade e sexo dos pacientes atendidos; VII. Identificação dos dias da semana e horários de maior pico de atendimento; VIII. Identificação dos dias da semana e horários de maior pico de atendimento; IX. Pacientes (número absoluto e percentual) referenciados aos demais componentes da rede, por tipo de estabelecimento Espécies das Unidades Móveis I. Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um condutor Lorena BressaniniSiqueira de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem; II. Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 3 (três) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico; III. Equipe de Aeromédico: composta por no mínimo um médico e um enfermeiro; IV. Equipe de Embarcação: composta por no mínimo 2 (dois) ou 3 (três) profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enfermagem, em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida; V. Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento para condução de motolância; VI. Veículo de Intervenção Rápida (VIR): tripulado por no mínimo um condutor de veículo de urgência, um médico e um enfermeiro. N° de profissionais Médicos Reguladores (MR) Mínima Telefonistas Auxiliares de Regulação Médica (TARM) Rádio Operadores (RO) Recursos Financeiros A liberação dos recursos de que trata esta Portaria ficará condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira do Ministério da Saúde. • As despesas de custeio mensal do componente SAMU 192 são de responsabilidade compartilhada: 1. União: 50% (cinquenta por cento) da despesa; 2. Estado: no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) da despesa; 3. Município: no máximo, 25% (vinte e cinco por cento) da despesa; • Os custos do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências devem estar previstos no Plano de Ação Regional e o registro da produção no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) é obrigatório, mesmo não se convertendo em pagamento.
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