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4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Habilidades Urologia Exame Físico da Genitália Masculina Revisão clínica na infância, adolescência ou vida adulta o Recém-nascidos: ambiguidade sexual, Hidrocele, edema escrotal (hérnias), criptorquidia e dismorfias penianas o Infância: balanopostites, torção do cordão espermático o Jovens: DSTs e tumores testiculares o Meia-idade: priapismo (ereção prolongada e sem desejo sexual), Hidrocele secundária, prostotavesiculite, CA pênis, doença de Peyronie o Após 60 anos: obstruções urinárias de origem prostática, CA de próstata e bexiga Queixa clínica específica genital ou queixas indiretas mas que podem estar associadas à patologias genitais o Na adolescência tem aumentado muito, para informar sobre DSTs e gravidez Exame físico: sempre explicar a importância e obter o consentimento do paciente O(a) médico(a) deve demonstrar segurança, firmeza e profissionalismo ao tocar um paciente intimamente Exame do saco escrotal Inspeção: Volume e formato da bolsa (simetria) Rugosidade e coloração cutânea o Existe uma área lisa, lustrosa, com assimetria? – na criança é normal ser lisa o Patologias inflamatórias: orquite, torção testicular – sinais flogísticos Aspectos vasculares Normalmente, o testículo esquerdo é mais baixo que o direito Palpação: paciente em decúbito dorsal ou de pé Calor da pele, com o dorso da mão – comparar os 2 lados Densidade dos tecidos subcutâneos – identificar nódulos, cistos, celulite, abcessos Testículos – polegar e indicador o Normalmente fibroelástico, liso Epidídimo: procurar por cabeça, corpo e cauda Cordão espermático/canal deferente: palpar até o anel inguinal externo Canal inguino-escrotal: procurar por hérnia inguinal o Manobra de Valsalva Palpar também linfonodos Possíveis patologias: Abcessos: precisa drenar; sinais flogísticos – se não tratado, pode evoluir para Fasciite necrosante o Síndrome de Fournier: perda tecidual por ação de germes e bactéria gram-negativa Furúnculos: parece uma espinha; coceira, machucado com mão suja Cistos sebáceos: locais com pelos; não dói, não causa problemas, porém é feio esteticamente. Úlceras: herpes genital é a úlcera mais comum na genital; pode ir e voltar sozinho; geralmente dói 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Telangiectasias: malformações da pele com vasos sanguíneos muito superficiais que sangram facilmente (pontinhos roxos/vermelhos) Micose: candidíase, por exemplo; desequilíbrio da flora bacteriana – faz com que os fungos se sobressaem; vai e volta o Placa/mancha vermelha que coça e descama o No pênis pode dar secreção branca Vitiligo: manchas de vitiligo, geralmente são espelhadas Psoríase: pode se apresentar parecido com micose Tumores de pele Neoplasia de testículo: aumento de volume escrotal sem dor; nódulos na esfera, endurecimento tem grande importância clínica Hidrocele: assimetria indolor, consistência flutuante, sem sinais flogísticos o Não comunicante: volume estável o Comunicante: relação com hérnia o Teste da transiluminação positiva Varicocele: dilatação das veias do cordão espermático por uma dificuldade de levar o sangue de volta; dor após esforço o “Saco de minhocas” o 98% do lado esquerdo – drena para a veia renal esquerda, enquanto do lado direito drena para a cava o 2% do lado direito – pode ser por um tumor intrabdominal que está comprimindo a cava Cistos escrotais/espermatocele Escrotolito: nodulação calcificada no subcutâneo do testículo; é duro – sem relevância clínica, sem dor Hérnia inguinal Criptorquidia: não descida dos testículos; muito comum; precisa retirar por cirurgia, uma vez que o testículo no abdome têm maior chance de câncer Adenopatia inguinal: inflamações, tumores (principalmente de pênis) Orquite: causa dor testicular, pode ser traumática ou infecciosa Exame Físico Peniano Inspeção: observar com e sem retração prepucial (única maneira de obter uma boa visualização da glande e do sulco balanoprepucial) Implantação dos pelos Volume e simetria do pênis – pode parecer pequeno em crianças obesas Rugosidade e coloração cutânea Observação de secreções ou corrimentos Palpação: Calor da pele Densidade dos tecido subcutâneos Prepúcio e frênulo Corpo Glande Uretra e meato uretral – avaliar corrimento e sinais de inflamação o Diâmetro normal: 8 mm Patologias: muitas semelhantes às dos testículos 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Cistos sebáceos Verrugas: pensar em HPV; é muito mais visível no homem que na mulher, tratar para que não transmita para mulheres Úlceras: importância em relação à sífilis; muito comum; geralmente na dobro do sulco Balanites: inflamação do sulco balanoprepucial Vitiligo: Psoríase: Tumores de pênis: geralmente aparece como uma úlcera ou verruga Fimose: pele não consegue ser retraída Parafimose: pele é retraída pra trás mas não volta – enforca a glande, restringe a circulação, dói Freio curto: Hipospádia: uretra se abre em outro lugar que não na glande. Doença de Peyronie: nódulo no pênis à palpação + curvatura na ereção + dor na ereção = micro fratura que causa fibrose, retraindo o pênis o Ao exame físico: placas fibrosas endurecidas no trajeto dos corpos cavernosos o Faz cirurgia Fratura peniana: túnica albugínea rompe; dá vazão ao sangue até o tecido subcutâneo Gonorreia: corrimento branco abundante, disúria. o Mulheres: geralmente assintomática; o Conjuntivite gonocócica, Faringite ou Amigdalite muito purulenta 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Genitália ambígua: Hipospádia + criptorquidia bilateral Bexiga Inspeção: simetria do abdome; pode mudar seu formato, fazendo a região infra umbilical aumentar (apenas visível em pessoas magras) Palpação: densidade, mobilidade (bimanual – toque retal + abdominal) Bexiga vazia: não é palpável pelo abdome Bexiga cheia: palpável acima da sínfise púbica, consistência fibroelástica, relativamente móvel o Bexigoma – causa mais comum é hiperplasia prostática; faz incontinência urinária por transbordamento e hidronefrose = insuficiência renal pós-renal Percussão: vai ser maciço quando cheia; Ausculta: diagnóstico diferencial – aneurisma, fecaloma, neoplasias abdominais, gravidez (em mulheres) Próstata Palpação: toque retal (a próstata é localizada na parede anterior do reto, é uma glândula arredondada com lobos simétricos, sulco mediano e bordos arredondados). Decúbito dorsal com as pernas “em sapinho” relaxadas Materiais: luvas descartáveis + Xilocaína em gel Consistência fibroelástica Superfície lisa Volume prostático = 10g por polpa digital o Próstata normal: 20-30g o Aumentada: >30g o Difícil medir mais de 50g Contraindicações do toque retal plicoma, condilomas, retrações, fissuras, hemorroidas, úlceras O posicionamento correto do paciente, lubrificação abundante e introdução digital suave são as condições fundamentais para o toque retal. Deve-se esvaziar a bexiga ao máximo Inspeção externa: melhor realizado em decúbito lateral esquerdo (posição de Sims), com as pernas retraídas Inspecionar cuidadosamente a região anoperineal, examinando-se a pele em volta do ânus em busca de sinais inflamatórios, alterações provocadas pelo ato de coçar, fissuras, pertuitos fistulosos, condilomas e abscessos. A inspeção do orifício anal pode revelar a presença de mamilos hemorroidários. HPB: Aumento de volume, consistência fibroelástica (normal) e simetria mantida Prostatite: Muito comum em idosos Aumento do volume e consistência amolecida, por vezes assimétrica 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Dor ao toque+ PSA aumentado + sintomas associados CA de próstata: Volume normal ou aumentado, consistência endurecida, nodulação ou assimetria Cisto prostático – utrículo: Nodulação central (sulco) e fibroelástica Utrículo: remanescente embriológico Principal sintoma: hematoespermia Câncer ou pólipo retal: Lesão vegetante, úlcera com bordos elevados, friável ou sangrante Lesão da mucosa do reto Fecaloma ou fecalito: Massa endurecida na luz retal, impedindo a saída das fezes e causando inchaço abdominal, dor e obstrução crônica Ao toque, é amassável Infecções Sexualmente Transmissíveis Introdução Introdução pelo contato sexual, prioritariamente Sempre considerar o tratamento não só do paciente, como também dos parceiros sexuais Comum associação entre vários agentes infecciosos concomitantemente Mais incidente em jovens, raça negra, usuários de drogas, etilismo, baixa condição socioeconômica No Brasil: Nordeste (+ CA de pênis) e cidades portuárias/turismo sexual Abordagem sindrômica é mais prática (trata “tudo” de uma vez) Uretrites Uretrites são infecções da uretra que comumente causam disúria (dor à micção), odor desagradável, edema de glande e corrimento/secreções (pode ser claro ou purulento). As mulheres são assintomáticas na maioria das vezes. Seu diagnóstico é essencialmente clínico, podendo realizar-se bacterioscopia, cultura, PCR, coleta com swab e (comum na urologia) a coleta de urina de 1° jato. Complicações possíveis: orquite, prostatites, estenose de uretra Gonoccócicas: Uretrite exuberante, corrimento abundante e purulento, muita dor, conjuntivite e faringite Neisseria gonorrhoeae – diplococo gram negativo Incubação < 7 dias Tratamento: ceftriaxone 250-1000 mg dose única OU ciprofloxacino 500mg dose única Não-gonoccócicas: Uretrite leve e intermitente, disúria Micoplasma, ureaplasma, clamídia Incubação > 10 dias Tratamento: doxiciclina 1000mg 12/12h por 7 dias OU azitromicina 1g dose única OBS.: a recorrência de uretrite pode sinalizar infecção por Trichomonas vaginalis – associar o tratamento à metronidazol 2g Úlceras Genitais Úlceras são lesões de contiguidade cutânea, podendo ser dolorosas ou indolores, únicas ou múltiplas, associadas à edema, hiperemia, secreção, linfadenopatia inguinal e odor. Diagnóstico: clínico e laboratorial específico 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Sífilis: Treponema pallidum – espiroqueta sem gram Incubação 10-90 dias e média de 20 dias Lesão primária: única, bordas endurecidas e bem delimitada (cancro duro), indolor e limpa Pode sumir espontaneamente Diagnóstico: clínico, pode ser utilizado exsudato de campo escuro, VDRL e FTA-ABS o Controle de cura: ¼ de queda d VDRL + IgM negativo Tratamento: benzetacil 2400000 IM dose única Outras fases: secundária (pápulas), latente (assintomática) e terciária (multissistêmica) Cancro Mole: Haemophilus ducreyi – cocobacilo gram negativo Incubação 3-15 dias Lesões múltiplas e dolorosas, borda e fundo irregulares, doloroso e sujo com secreção Auto inoculação Adenopatia supurativa Diagnóstico: clínico ou bacterioscopia em gram Tratamento: azitromicina 1g dose única OU ciprofloxacino 500 mg por 3 dias OU ceftriaxone 1g IM dose única Herpes Genital: HSV 1 e 2 – vírus intracelular Incubação desconhecida Lesões vesiculosas múltiplas e agrupadas unilateralmente, dolorosas, hiperemia periférica (pústulas que evoluem para úlceras que evoluem para crostas) Tratamento: aciclovir 400mg 8/8h por 5-10 dias OU valciclovir 500 mg 12/12h 5-10 dias o Existe também o tratamento para herpes de repetição, por meses Linfoadenogranuloma venéreo: Clamydia tracomatis Incubação 3-10 dias 2 fases: inoculação e linfática o Inoculação: lesão papular, pústula indolor o Linfática: 1-6 semanas após; supuração e fístulas múltiplas de adenopatia – bubão unilateral, febre, emagrecimento, sudorese noturna, artralgia Tratamento: doxiciclina 21 dias OU bactrim 21 dias Donovanose ou Granuloma Venéreo: Calymmatobacterium granulomatis Incubação 15 dias-6 meses Úlceras múltiplas, hipertróficas, evoluem para vegetações Pode evoluir para CA epidermoides Diagnóstico: biópsia com corpúsculos de Donavan Tratamento: doxiciclina 21 dias OU bactrim 21 dias OU ciprofloxacino até a cura 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Verrugas Genitais Papilomavírus Humano - HPV: Múltiplos subtipos oncogênicos Incubação desconhecida Lesões verrucoides e vegetantes tipo “couve flor” e indolores Diagnóstico clínico, peniscopia, captura híbrida HPV, PCR Recorrência é comum e não há tratamento clínico ou supressivo Tratamento: podofilina, ácido tricloroacético, imiquimode, cauterização, crioterapia, etc Molusco Contagioso: Poxvírus Incubação 1 semana a 6 meses Lesões papulosas, róseas com umbilicação central, indolores Auto inoculação Tratamento: podofilina, ácido tricloroacético, imiquimode, cauterização, crioterapia, etc Conclusão Sempre pesquisar doenças crônicas (HIV, HbsAg, VDRL, anti-VHC) na oportunidade de diagnóstico Sempre tratar e comunicar parceiros Imunizações: vacinas Hepatite B e HPV Prevenção: políticas públicas, orientação, higiene e uso de preservativo Anticoncepção Masculina Preservativo masculino Proteção do tipo barreira Dupla função: anticoncepção preventivo de ISTs Prático, de fácil uso, conhecido e barato É reversível 98% de eficácia em boa prática, porém 85% em uso comum Efeitos adversos: ruptura, alergia ao látex Cirurgia esterilizadora masculina: Vasectomia Cirurgia de caráter ambulatorial, com anestesia local Consiste na não descontinuação ds ductos deferentes: o Incisão cutânea escrotal de 1cm, bilateral o Incisão do ducto deferente o Cauterização das extremidades o Ligadura com fio inabsorvível (geralmente mononylon) Controle de eficácia é sempre realizado, entre 60- 90 dias após, por meio de Espermograma o Azoospermia: sem sptz no esperma OU < 100 mil sptz/mL imóveis o Homem fértil: mais de 15 milhões sptz/mL É reversível cirurgicamente Efeitos adversos: dor, edema, hematoma, dor à ejaculação (raro) Eficácia de 99% - recanalização espontânea tardia em < 1% dos casos 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Sondagem Vesical Indicações Controle de diurese Identificação e proteção da bexiga em cirurgias pélvicas Desobstrução da via urinária Tipos de sondagem Sondagem vesical ou ureteral de alívio: Desobstrução episódica Cateterismo intermitente (auto-cateterismo) em bexiga neurogênica, por exemplo o Trauma raquimedular, meningomielocele, AVE, pós-operatório de grandes cirurgias retroperitoeais, outras alterações neurológicas Dilatação uretral (8→10→12→14→16 Fr...) Técnica: o Higiene o Xilocaína uretral o Introdução da sonda até o final o Retirada gradual Sondagem vesical de demora: Permanece por horas ou dias (até 30 dias) Sonda Foley ou siliconada – trabalho em Fr 2 ou 3 vias, tamanhos desde 8 até 24 Fr Técnica: o Higiene o Luvas estéreis o Antissepsia e campos o Testar o balonete o Xilocaína uretral o Introdução da sonda até o final o Esperar a urina descer o Inflar o balonete com água destilada o Conectar a sonda ao saco coletor Pode ser necessária instrumentação com guia metálica com médico urologista Geralmente causa infecção urinária mais facilmente que a sonda de alívio Cistostomia supra-púbica: Desobstrução permanente realizada por urologista ou cirurgião geral Impossibilidade de sondar via uretra (por trauma de bacia, trauma uretral, estenose uretral, hiperplasia prostática, etc) Antecipar drenagem urinária (fístulas uretro ou vesicoretais,uretro ou vesicovaginais, Fournier, etc) Com Foley siliconada 16-18Fr Técnica: o Higiene o Luvas estéreis o Antissepsia e campos o Testar o balonete o Anestesia local 2cm acima da sínfise púbica o Incisão cutânea com bisturi o Identificação da aponeurose o Punção vesical com agulha (volta urina) o Punção com trocater o Passagem de sonda guiada por trocater, introduzindo até o final o Inflar o balonete o Fixar na pele o Acoplar bolsa coletora
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