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Didática Profa. Ms. Cleide Maria dos Santos Muñoz 1 Evolução Histórica Vamos pensar no trabalho do professor • A forma como o professor trabalha em sala influencia a aprendizagem dos alunos • Como? • O que é didática? Didática – Objeto de Estudo O que vem a ser? O objeto de estudo da Didática é o processo de ensino- aprendizagem. Ensino-aprendizagem é um processo em que está sempre presente, de forma direta ou indireta, o relacionamento humano. Conceito de Educação A palavra educação tem sido utilizada, ao longo do tempo, em dois sentidos: o social e o individual. Do ponto de vista social: • É a ação que as gerações adultas exercem sobre as mais jovens; • É uma manifestação da cultura; • Sua origem, no verbo latino educare, expressa a ideia de algo externo dado a alguém; • Surge a escola, como instituição social. Mas afinal, o que é Educação? Do ponto de vista Individual: • Educação refere-se ao desenvolvimento de aptidões e potencialidades de cada indivíduo; • Expressa a ideia de estimulação e liberação de forças latentes; A educação está ligada ao aspecto formativo. Processo de Ensino É uma atividade conjunta de professores e alunos, organizada sob a direção do professor, com a finalidade de prover as condições e meios pelos quais os alunos assimilam ativamente conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções. EDUCAÇÃO ESCOLAR = ENSINO Continuando nosso diálogo, poderia explicar o que é Pedagogia e Didática? Vamos lá... Pedagogia é o estudo sistemático da educação. Didática é uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento. Assim, a Pedagogia pode ser conceituada como a ciência e a arte da educação. A Didática é definida como a ciência e a arte do ensino. Ainda falando sobre educação, o que vem a ser Processo Ensino- aprendizagem? Bem, podemos dizer que: Ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. A Didática não pode tratar do ensino, por parte do professor, sem considerar simultaneamente a aprendizagem por parte do aluno. Podemos afirmar que a Didática é o estudo da situação instrucional, isto é, do processo de ensino-aprendizagem e, nesse sentido, ela enfatiza a relação professor-aluno. Vamos conhecer um pouco da Evolução Histórica da aprendizagem? Vamos lá... Da Antiguidade até o início do século XIX, predominou uma aprendizagem onde aprender era quase que exclusivamente memorizar . Nessa aprendizagem a compreensão desempenhava papel reduzido. • Ensinava-se por meio de repetição; • Os conhecimentos eram reduzidos, utilizava-se o método catequético; • Catecismo vem do grego, katechein, que significa “fazer eco” . Esse método consistia na apresentação de perguntas com respostas prontas, reproduzindo palavra por palavra, na mesma ordem. Sócrates (século V a.C.) • Para ele, saber não é algo que alguém (o mestre) transmite à pessoa que aprende (o discípulo); • A função do mestre, segundo ele, é apenas ajudar o discípulo a descobrir, por si mesmo, a verdade; • Parte do conhecido para o desconhecido, do fácil para o difícil, formulando questões que levem o discípulo a descobrir e formular suas próprias respostas, reproduzindo palavra por palavra, na mesma ordem. Jan Amos Comenius (1592 – 1670) Quem foi Comenius? Jan Amos Komenský nasceu em 28 de março de 1592, na cidade de Uherský Brod (ou Nivnitz), na Morávia, Europa central, região que pertencia ao antigo Reino da Boêmia e hoje integra a República Checa. Viveu e estudou na Alemanha e na Polônia. • Dada a sua formação cristã, acreditava que o fim último do homem é a felicidade eterna. O objetivo da educação é ajudar o homem a atingir essa felicidade. • Para ele, os jovens deveriam ser educados juntos (surge a escola), valorizava o processo dedutivo, afirmava que este estava mais de acordo com a natureza. • Propõe a inclusão dos fenômenos físicos. Didática Magna O que é a Didática Magna? Um livro escrito por Comenius. A Didática Magna foi criada no século XVII, Jan Amos Comenius – “Arte de ensinar tudo a todos”. Para Comenius, haviam três atributos essenciais a serem trabalhados: 1. Instrução; 2. Virtude; 3. Piedade. Nesse sentido... O homem está inserido no mundo, sendo que seu fim último é a eterna bem-aventurança com Deus, devendo ser preparado por meio da instrução, virtude e piedade. Por isso, Comenius ressalta a importância do ensino na primeira infância. Tudo o que a criança aprender, levará por toda a vida, enfatizando também o ensino cristão, “o sentimento de piedade deve ser incutido desde a primeira infância” (COMENIUS, 2006, p. 274). Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) • Para ele, o homem em estado de natureza é bom, mas se corrompe na sociedade, que destrói sua liberdade. • Centraliza os interesses pedagógicos no aluno, não mais no professor. • Para ele, o homem deveria ser educado para ele, não para Deus ou para a vida em sociedade. • Valoriza a experiência, a educação ativa voltada para a vida, para a ação cujo principal motor é a curiosidade. • Não atribui muito valor ao conhecimento transmitido e quer que a criança aprenda a pensar, não como um processo que venha de fora para dentro, mas ao contrário, como desenvolvimento interno e natural. Vamos ampliar nossos conhecimentos conhecendo mais alguns teóricos? Henrich Pestalozzi (1746 – 1827) • Acreditava que o ser humano nascia bom e o caráter do mesmo era formado pelo ambiente que o rodeava. • Para ele, a Didática encontrava-se, sobretudo, em princípios e não em regras. • O principal objetivo da educação era favorecer o desenvolvimento físico, intelectual e moral, através de experiências selecionadas. John Frederich Herbart (1776 – 1841) • Situa-se no plano didático ao defender a ideia “Educação pela Instrução”. • Ao nascer, o ser humano não é bom nem mau, mas desenvolve-se num sentido ou no outro a partir das influências externas. • Deveria despertar no aluno o interesse pelas matérias a serem estudadas como forma de assegurar que novas ideias ou representações fossem assimiladas e integradas organicamente. John Dewey (1859 – 1952) • O homem, antes de existir como ser pensante, é um ser que age. A teoria resulta da prática. • Logo, o conhecimento e o ensino devem estar intimamente ligados à ação, à vida prática, à experiência. • O saber tem caráter instrumental: é um meio para ajudar o homem na sua existência e na vida prática. Fim do século XIX, início do século XX • Muitas tentativas de renovação. • Inicia-se o movimento da Escola Nova. • Tendências pedagógicas. • Alguns pressupostos didáticos atualmente adotados não são construções inteiramente recentes, mas foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo e reformulados a partir de um processo de: Reflexão Ação Reflexão E qual a continuidade desse contexto histórico? Bem, entre o anos 20 e 50... Escola nova busca superar os postulados da escola tradicional, reformando internamente a escola. Proposta Didática: • Interesses espontâneos; • Atividades; • Individualização; • Liberdade. Podemos dizer que no período dos anos 20 e 50 a criança era considerada CRIANÇA COMO CENTRO DO PROCESSO CRIANÇA COMO ADULTO EM MINIATURA VISÃO ALUNO PASSIVO - RECEPTOR ALUNO ATIVO “APRENDER FAZENDO” O enfoque nos anos 60 e 80 ENFOQUE HUMANISTA CENTRADO NO PROCESSO INTERPESSOAL DIMENSÃO TÉCNICA PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Ação Intencional Sistêmica Facilitar o processo de aprendizagem Brasil No Brasil, toma-se o termo Didática como o campo que se informa, através de “disciplinas básicas”, de modo a estabelecer a“organização e otimização dos processos de aprendizagem”. Assim, uma pessoa com “didática” é alguém que “explica bem determinado assunto” e, em circunstâncias diversas, sabe organizar e otimizar processos de ensino- aprendizagem”. A Didática se caracteriza como mediação entre as bases teóricos-científicas da educação escolar e a prática docente. Ela opera como uma ponte entre o “o quê” e o “como” do processo pedagógico escolar. Papel da Didática A didática passa assumir um papel significativo na formação do educador: não poderá deduzir-se e dedicar-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolva um processo de ensino-aprendizagem. Deverá ser um modo crítico de desenvolver uma prática educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão somente pelo educador, mas por ele conjuntamente com o educando e outros membros, dos diversos setores da sociedade. A didática deve servir como mecanismo de tradução prática, no exercício educativo, de decisões filosóficas-políticas e epistemológicas de um projeto histórico de desenvolvimento do povo. Ao exercer seu papel específico, a didática estará apresentando-se como o mecanismo tradutor de posturas teóricas em práticas educativas. Qual a situação da didática atual? • Oscila entre diferentes paradigmas; • Tem como núcleo central o ENSINO, que muitas vezes ficou obscurecido pelo conceito de método; • Condena-se a didática quando o conteúdo não é satisfatório; • A Didática deve conviver com a teoria e a prática; • A Didática, como disciplina e campo de estudos, parece acelerar o progresso no sentido de uma autoconsciência de sua identidade - encontrada em seu núcleo central - e de sua necessária interdisciplinaridade. Conseguir plenamente a autonomia, sem prejudicar suas relações com disciplinas, é um projeto que depende tanto de um esforço teórico e reflexivo, quanto de um avanço no campo experimental. Esta é tarefa para o século XXI. Bibliografia Básica QUELUZ, Ana Gracinda (orientação); ALONSO, Myrtes (org.). O trabalho docente Teoria & Prática: Pioneira Thomson Learning. 2003. SCHON, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Artmed. 2003 ZABALA, Miguel A. Diários de aula. Porto Alegre. Artmed. 2004 Bibliografia Complementar CASTRO, Amélia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (Org). Ensinar a Ensinar-Didática para a Escola Fundamental e Médio. São Paulo: Pioneira Thompson Learning. 2006. LIBÂNEIO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 9 ed. São Paulo: Cortez. 2005 PERRENOUD, Phillippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 2000. PIMENTA, Selma Garrido. Docência do Ensino Superior. Cortez, 2015. VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Técnicas de ensino: Por que não? 18. Ed. Campinas: Papirus, 2007.
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