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1 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 Janela de pulmão Na janela de pulmão há um tour de cinza. O pulmão não fica bem preto como é na janela de mediastino. A TC é feita apenas uma vez e com o janelamento é possível avaliar tanto o pulmão quanto o mediastino. A primeira janela a ser avaliada vai ser direcionada pela queixa do paciente, mas ambas as janelas devem ser avaliadas para todos os pacientes. No programa utilizado para ver os exames, é possível modificar essas janelas e fazer reconstruções em múltiplos planos. É uma avaliação mais dinâmica. Com essa janela é possível avaliar o arcabouço pulmonar, áreas de enfisema, bronquiectasias, consolidação pulmonar, áreas em vidro fosco. O pulmão é dividido em segmentos (não vai cair na prova as especificações). Saber: o pulmão direito tem 3 lobos e o pulmão esquerdo tem 2 lobos. Imagem normal: vaso maior que o brônquio. Há um vaso redondinho – em branco (líquido) e brônquio também redondinho – em preto (gás). Na imagem é possível ver uma estrutura branca linear saindo do hilo e indo para a periferia em forma radiada que são os vasos sanguíneos. Essa tomografia é transversal e tem o vaso branco com a densidade de líquido e o brônquio preto com densidade de ar, que sempre acompanha o vaso em todas as direções. Tanto o brônquio quanto o vaso vai ser tubular, comprido ou redondo, a depender da forma como o feixe de raio x incide sobre ele, vai depender do direcionamento. Resumo: A janela de pulmão realça as estruturas do parênquima e da arquitetura pulmonar, mas apaga todo o resto (arco aórtico, corpo vertebral, estruturas da parede torácica, estruturas ósseas). Avaliação de: arcabouço pulmonar, áreas de enfisema, bronquiectasias, consolidação pulmonar, áreas em vidro fosco. Se o paciente relatar queixa de bronquiectasia ou enfisema pulmonar, vamos direto para a janela de pulmão e depois coloco a janela de mediastino. Imagem: incidência paralela aos brônquios e vasos. Brônquio hipoatenuante e os vasos hiperatenuantes. O brônquio sempre acaompanha o vaso. • Incidência perpendicular → vasos e brônquios arredondados. • Incidência paralela → vasos e brônquios lineares. Anatomia Radiológica do Segmento Torácico – Tomografia Computadorizada 2 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 Essa topografia está abaixo da carina. Então já aparecem os brônquios fonte direito e esquerdo e bronquíolos. É possível avaliar os septos interlobulares (entre os lóbulos pulmonares). Normalmente, o vaso é maior que o brônquio. Quando o paciente tem uma bronquiectasia, o brônquio fica maior que o vaso → imagem clássica em ¨anel de sinete¨. Nessas imagens dá para ver bem a delimitação das fissuras ou cissuras (setas vermelhas). É uma região pobre em vasos, onde eles param de passar. Vamos revisar? Contornos normais do mediastino: VCS, AD, botão aórtico, tronco da artéria pulmonar e VE. Essa imagem se refere a um alargamento de mediastino devido um aneurisma. Tudo que foge a essa marcação em vermelho é alargamento do mediastino. Tem uma densidade do mediastino entrando em uma topografia que é do pulmão. Tem várias causas de alargamento do mediastino. Nesse caso é um bócio tireoidiano, inclusive podemos ver a traqueia sendo desviada para o lado direito. Imagem: percebe-se uns focos de calcificação vascular a nível de trato aórtico. Nódulo pulmonar, porém, podemos perceber o apagamento do contorno do átrio direito. O apagamento do contorno é o ¨sinal da silhueta¨. Se existe esse sinal, significa que está situado anteriormente (lobo médio ou superior). Infiltrado retículo- nodular acometendo ambos os campos pulmonares, predominantemente lobos superiores. Caso compatível com processo infeccioso, porém não é um tipo de infecção como a de uma pneumonia clássica, comunitária, porque seria lobar. Pode ser uma infecção viral, mas temos que avaliar a clínica do paciente. TC com infiltrado difusamente distribuído em ambos os campos pulmonares em janela de pulmão. 3 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 Padrões pulmonares básicos - TC Assim como no RX, a TC vai apresentar os mesmos padrões. A TC dá um detalhamento melhor da imagem, sendo o padrão ouro para doenças do parênquima pulmonar. AUMENTO DA ATENUAÇÃO Menos preto e mais branco, ou seja, reduz a transparência. Normalmente, refere-se a acúmulo de líquido e ele pode estar dentro do alvéolo ou fora do alvéolo/no interstício: • Padrão alveolar/consolidativo: pneumonia lobar, pneumonia comunitária bacteriana. • Vidro fosco (líquido intersticial): vidro fosco não é visto no raio X. Pneumonia viral, que cursa com líquido intersticial. No contexto atual, pela prevalência, até que se prove o contrário, 99% dos casos de vidro fosco são COVID-19. O que geralmente acumula líquido no pulmão é processo infeccioso, mas existem outras etiologias para o líquido, como um edema pulmonar cardiogênico, por exemplo. Não são padrões patognomônicos e, por isso, sempre é preciso correlacionar com a clínica! Importante: a base pulmonar é vista tanto no exame de abdômen quanto no exame de tórax. DIMINUIÇÃO DA ATENUAÇÃO Aumento da transparência. Lesões relacionadas ao aumento do volume de ar: • Enfisema pulmonar; • Fibrose pulmonar; OUTROS PADRÕES • Padrão intersticial (opacidade reticular ou nodular); • Nódulos e massas; • Linfonodomegalias (o raio x pode sugerir linfonodomegalia, mas quem consegue diagnosticar é a TC, porque no raio x o mediastino fica todo com densidade de líquido. Então, o máximo que se pode ver é um alargamento de mediastino no formato meio lobulariforme – caso em grande volume; em se tratando de pequenos linfonodos, nem se vê a nível de raio x). • Redução do volume pulmonar → atelectasia (puxa a traqueia para o lado atelectasiado, os arcos costais ficam mais juntos). Então, diante de um tumor pulmonar, ou de qualquer natureza, deve-se realizar a tomografia para estadiamento, pois ela que possibilita enxergar até os pequenos linfonodos de mediastino ou de tamanho normal (não precisa nem estar aumentado). Se tiver linfonodo no mediastino consegue-se observar na tomografia. • Doenças pleurais: derrame pleural, tumorações e derrames de etiologia infecciosa (ex. empiema). Técnicas de tomografia de tórax TC DE TÓRAX SEM CONTRASTE Evidenciam bem os derrames pleurais, metástases. Os cortes são de 2mm sem perder nada, sem intervalo. Ex. paciente com neoplasia. TC DE TÓRAX COM CONTRASTE São boas para identificar alguma alteração mediastínica de vaso. O corte é de 2 mm, a diferença é que esse contraste não é aquele calculado para um tempo específico, pois é uma análise de todos os vasos de uma forma uniforme. Nas tumorações pulmonares centrais com suspeita de invasão de mediastino, faz-se contraste justamente para ver se está entrando no vaso do mediastino ou não. Não se faz angio para isso, faz- se tomografia simples com contraste. Ex. suspeita de empiema pulmonar. TC DE TÓRAX EM ALTA RESOLUÇÃO É solicitada quando se busca doenças pulmonares difusas parenquimatosas, ou seja, um enfisema pulmonar, bronquiectasia ou o vidro fosco. O corte é de 1 mm e há um intervalo em que se pula 10 mm (pode perder uma pequena metástase de 5mm), então tem um filtro excelente para diagnosticar o parênquima pulmonar, mas há um GAP que não se avalia. Isso é pra doença pulmonar difusa, não sendo 4 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 indicada para pesquisar metástase. Ex. paciente com suspeita de COVID-19. ANGIO-TC DO TÓRAX Solicitar em casos de vasculites ou qualquer alteração vascular (arterite de Takayasu, ortite, aneurisma de aorta, dissecçãoda aorta, tromboembolismo pulmonar, síndrome da veia cava superior). Sempre tem contraste e é especifico, que as imagens são tiradas no tempo específico do vaso em análise e apresentam cortes bem finos de 1 mm, sem perder nenhum intervalo, em que a infusão do meio de contraste é direcionada para o tempo do vaso que se quer avaliar, por exemplo, se for aorta é um tempo e se for veia cava é outro tempo. Esse tempo se determina pelo detector que dispara quando o contraste chega. Quando for pedir uma tomografia de tórax só precisa colocar a suspeita (história clínica): Não tem nenhum sentido você pedir uma tomografia de tórax em alta resolução para ver um nódulo pulmonar ou pra pesquisa de metástases pulmonares. TC de tórax em alta resolução INDICAÇÃO: • Avaliação de pacientes com suspeita de doença infiltrativa pulmonar (doença difusa pulmonares), mas com achados normais ou inespecíficos ao Rx. Ex. COVID-19. Padrão de alta atenuação • Aumento da atenuação se refere à opacificação na TC de alta resolução. • Quando obscurece (apaga) os vasos subjacentes, chama-se consolidação, que se refere à preenchimento do espaço aéreo por sangue, pus, edema ou células. • Quando não obscurece os vasos subjacentes, chama-se opacidade em vidro fosco. • Ambos indicam doença ativa e reversível. Esse padrão ocorre quando há acúmulo de líquido. A diferenciação entre esses dois padrões é a visualização dos vasos sanguíneos. Se não há vaso → consolidação; se há vaso → vidro fosco. CONSOLIDAÇÃO X VIDRO FOSCO CONSOLIDAÇÃO Consolidação: líquido intra- alveolar. O brônquio está cheio de ar e não há imagens de vasos, pois os alvéolos estão cheios de líquido. Então, o padrão de consolidação que é um padrão visto na pneumonia bacteriana/lobar. Há o apagamento das imagens dos vasos e realce dos brônquios (Broncograma aéreo). Em amarelo, há um apagamento do contorno dos vasos do mediastino (sinal da silhueta), que seria dado pelo arco aórtico, pois há uma densidade de líquido intra-alveolar, de processo bacteriano (exsudato bacteriano). Normalmente, os brônquios não aparecem porque os alvéolos estão cheios de ar. VIDRO FOSCO Vidro fosco: líquido intersticial. Há o aumento da atenuação, só que os contornos dos vasos ainda são presentes. Isso significa que o líquido não é intra-alveolar. Importante: o que diferencia a consolidação do vidro fosco são os vasos sanguíneos. Apagou → consolidação. Não apagou → vidro fosco. OUTROS EXEMPLOS Consolidação: as setas evidenciam os brônquios (sinal de broncograma aéreo). Então, há líquido intra- alveolar devendo correlacionar com a clínica para saber se é um processo pneumônico ou não. Vidro fosco: Janela de pulmão. 5 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 Vidro-fosco Vidro fosco: Área cardíaca gigante. A área cardíaca é medida da mesma forma que no RX. No plano coronal, mede-se a área cardíaca (linha vermelha) e compara com a medida do diâmetro torácico interno (linha verde). Nesse caso, não tem derrame pericárdico, mas eu só posso afirmar que não tem se eu olhar a janela de mediastino. Protocolo dos exames de imagem na COVID-19 • TC de alta resolução (TCAR). • Não está indicado o uso do meio de contraste endovenoso. • Os achados radiográficos não são patognomônicos. • Diagnóstico: clínico + laboratorial com PCR (é o mais sensível, mas não é 100%. Existe um potencial de falso negativo, ou seja, a pessoa tá com o COVID e o PCR dá negativo). • A TC tem uma sensibilidade muito boa, pois os vírus têm predileção pelo pulmão, mesmo sendo uma virose sistêmica (acomete todas as partes do corpo humano, de uma forma geral. Ex. perda de memória, alteração de humor, dor muscular intensa nas pernas, acometimento renal, miocardite). • A alteração pulmonar é muito prevalente no acometimento pelo COVID e é preciso que se faça a TC de tórax para acompanhar a evolução, pois a alteração típica é a atenuação em vidro- fosco, que pode aparecer até mesmo em pacientes assintomáticos. O protocolo de internação é uma TC, pois se tiver vidro-fosco vai para a enfermaria de COVID. Se não tiver vidro fosco vai para a enfermaria dos não COVID. • A TC acabou virando um exame de triagem. Então, a favor do uso da TC para a COVID 19 tem o fato da alta sensibilidade e do rápido tempo (resultado na hora) de aquisição do exame (PCR pode levar até 48h e tem um percentual de falso negativo). Além disso, é um exame que não tem invasão, não é necessário acesso venoso. Indicações dos exames de imagem • Pacientes com quadro clínico e laboratorial de suspeição da doença, principalmente naqueles com quadro clínico mais grave, ou seja, com alguma queixa pulmonar, falta de ar. Mas agora está sendo usada como rastreamento, muitos médicos têm utilizado da tomografia indiscriminadamente para diagnóstico, mas não é a recomendação. • A TC do tórax NÃO deve ser realizada para rastreamento da doença, mas nos pacientes hospitalizados sintomáticos com radiografias normais ou com achados indeterminados; • Os exames de imagem estão indicados na avaliação de complicações e pesquisa de diagnóstico alternativo. A TC deve ser feita para investigação de sintomas (ex. diminuição da saturação). Achados dos exames de imagem na COVID-19 • Raios X de tórax: geralmente normal nas fases iniciais, quando a TC já evidencia achados típicos. Raio X de tórax em PA: é possível visualizar a bolha de ar gástrica com nível hidroáereo e não tem nenhuma alteração. TC: partes circuladas → áreas de infiltrado em vidro fosco. É possível dizer se o acometimento é menos que 25% do pulmão, entre 25-50%, 50-75% ou acima de 75%. 6 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 Paciente do sexo feminino, de 59 anos, que apresentou quadro de febre após viagem internacional. O RT-PCR foi positivo para a COVID- 19. TC com 5 dias após o início do quadro. • Padrão de opacidade em vidro fosco, bilateral, periférico e predominantemente basal. • Ausência de linfonodomegalia, derrame pleural, escavação e nódulos; • Cerca de 50% dos pacientes podem ter TC normal na fase inicial (0 a 2 dias do início dos sintomas). Habitualmente, quando tem indicação e quando for um paciente idoso, com muita comorbidade, principalmente, a TC é feita entre o 7º-10º dia. Até porque se o paciente já tiver um acometimento pulmonar, e não for desprezível, tem indicação de iniciar corticoide para diminuir a inflamação. • Pode evoluir para fibrose em presença de doença pulmonar grave. O vidro fosco pulmonar demora muito tempo para regredir depois da cura do paciente. Ex. paciente que teve COVID-19 no início de janeiro e mantém alterações até março, mesmo que assintomático e com IgG positivo. Considerar outros diagnósticos na presença de: ❖ Derrame pleural; ❖ Linfonomegalia; ❖ Lesão ou lesões pulmonares escavadas; ❖ Padrão de consolidação lobar (típica de pneumonia bacteriana); ❖ Padrão de “árvore em brotamento”. Quando não pensar em COVID-19 Padrão de derrame pleural Janela de mediastino (Ideal para ver derrame pericárdico e derrame pleural) - pulmão preto. Exame com contraste. A densidade da aorta é muito próxima da densidade do osso (seria igual se fosse uma fase arterial típica. Na angio, o contraste fica bem forte). Sem contraste a aorta estaria com a densidade igual do derrame pleural, densidade de líquido. Trata-se de um derrame pleural bilateral. Padrão de linfonodomegalias Janela de mediastino. Exame com contraste. As bolinhas circuladas chamam atenção para a linfonodomegalia em mediastino e cavo axilar. Logo, diante de linfonodomegalia, procurar diagnósticos alternativos que não seja a pneumonia pelo COVID.Um monte de bolinha, até que se prove o contrário, é linfonodomegalia. Lipoma geralmente só se vê um e tem densidade de gordura. Padrão de lesão pulmonar escavada O círculo azul no RX mostra uma escavação/caverna. Na TC também tem esse padrão circulado. O outro local circulado é o padrão de árvore em brotamento. Paciente com TB pulmonar. Diante de uma imagem com escavação ou cavitação, pensar em outro diagnóstico que não seja COVID 19. A validade do RX é diferenciar o normal do que não está normal. Padrão de consolidação lobar Pensar, talvez, em pneumonia bacteriana e não em COVID. Correlacionar com a clínica. 7 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 Padrão de nódulos centrolobulares tipo ¨árvore em brotamento¨ É quando tem um infiltrado pulmonar que vai se distribuindo dentro do sistema dos bronquíolos terminais e forma essa imagem parecida com cacho de uva (círculos azuis). No nosso meio é praticamente patognomônico de TB pulmonar. Muito comum em pacientes imunocomprometidos que tem reativação de tuberculose, paciente com HIV, onde faz o diagnóstico e o paciente inicia o tratamento. Outro exemplo com padrão árvore em brotamento. Se é visto esse padrão, não é COVID, é tuberculose. Diagnóstico diferencial na COVID-19 Mulher de 72 anos, com quadro de febre e cefaleia. O RT-PCR foi negativo para a COVID-19. Diagnóstico de pneumonia por micoplasma. Melhora clínica com uso de moxifloxacino. TC de alta resolução: pneumonia comunitária por agente atípico. Opacidades multifocais com atenuações em vidro fosco, predominantemente peribroncovasculares nos lobos superiores e inferior direito, similares as vistas no SARS-COV-2. O vidro fosco não é patognomônico da COVID-19, porém, diante da pandemia que estamos vivendo, até que se prove o contrário, vidro fosco é COVID-19 (elevada prevalência). Padrão de baixa atenuação – enfisema Enfisema envolve o alargamento anormal e irreversível do espaço aéreo distal, associada à destruição parenquimatosa. É um padrão de redução da atenuação ou aumento da transparência (mais preto). Há um aprisionamento aéreo em forma de bolhas. Este é um outro padrão de enfisema, o centrolobular. É possível ver a destruição através das áreas pretas no parênquima pulmonar. Padrão de espessamento septal interlobular em ¨favo de mel¨- Honeycombing O termo padrão em favo de mel é usado para descrever uma doença fibrosante em estágio final, irreversível e com pobre prognóstico. A TC em alta resolução mostra espaços císticos aéreos de distribuição subpleural e basal, associada à septos interlobulares, brônquios e bronquíolos com as paredes espessadas. Este achado pode ser acompanhado por outros sinais de fibrose, tais como bronquiectasias de tração. Ocorrem espaços císticos aéreos, acomete muito base pulmonar. Anormalidade reticular: espessamento do septo interlobular Opacidades reticulares são vistas na TC do tórax em alta resolução como resultado de espessamento dos septos interlobulares por edema, por infiltração 8 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 7 de células neoplásicas ou por fibrose. É uma alteração inespecífica, mas quando é vista pode estar associada a várias doenças, inclusive, a infiltração por líquidos, processo pneumônico, doenças fibrosantes. Múltiplos pequenos nódulos metastásicos Quando os nódulos são múltiplos (setas), deve sempre pensar em doença metastática, principalmente se esses nódulos forem de várias dimensões diferentes. Nesse caso, não há uma preocupação com contorno, pois já se pensa logo em metástase, afinal, são múltiplos e de vários tamanhos, tem uma distribuição periférica. Esse é o típico de metástase, fica muito próxima dos vasos e geralmente tem o contorno liso. Obs.: Padrão de calçamento de Crazy (perfusão em mosaico). Pode acontecer em doenças onde há o aprisionamento aéreo. Padrão nodular – nódulo solitário Quando o nódulo é solitário/único, pensa-se em tumor primário e é importante observar se tem calcificação. Se o nódulo for todo calcificado já é algo que fala a favor de benignidade. Outra coisa a se observar é o tamanho, o contorno. Diante disso a tomografia vai entrar para o estadiamento, inclusive observar todo o restante do pulmão para ver se tem mais algum nódulo e o mediastino para observar se tem linfonodos. • Múltiplos → metástase; • Único → primário; • Benigno → contorno liso, < 1 cm, todo calcificado. • Maligno → contorno espiculado, > 1-2 cm (aumenta a chance de ser maligno). Bronquiectasia de tração Dilatação anormal da árvore brônquica como consequência de fibrose intersticial. A bronquiectasia pode estar associada ao padrão de fibrose, que é a dilatação dos brônquios. Anel de sinete: quando o brônquio se torna maior que o vaso - característica de bronquiectasia. Então, essa imagem possui o anel de sinete, porque o brônquio dilatou. A seta indica outro anel de sinete.
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