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TUBERCULOSE Doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosos A forma pulmonar é a mais frequente e de maior relevância. Responsável pela manutenção da sua transmissão, a tuberculose pode ocorrer em outras partes do corpo. EPIDEMIOLOGIA É uma das mais antigas doenças que acomete a humanidade, sendo uma da 10 principais causas de morte e a principal causa de mortalidade no mundo entre as doenças infecciosas com 1,3 milhão de mortes em 2017 - 13% do total dos que adoeceram. Em 2018, no Brasil ocupava a 19ª posição em número de casos novos estimados entre os 20 países responsáveis por 84% do total de casos da doença no mundo. Incidência de 91 mil casos novos da doença, com uma taxa de incidência estimada em 44 casos por 100mil habitantes. Em 2018, no Brasil, foram notificados aproximadamente 76 mil casos novos e 4,5mil mortes em decorrência da doença. Em MG, foram notificados 3.627 casos novos da doença em 2018. Dos 853 m u n i c í p i o s m i n e i ro s , 5 4 6 ( 6 4 % ) registraram pelo menos 1 caso em seus residentes. O Brasil não possui uma epidemia generalizada, mas concentrada em algumas populações mais vulneráveis como: pessoas vivendo com HIV, em situações de rua, privadas de liberdade, a população indígena e pessoas que vivem em aglomerados e em situação de pobreza. Melhora dos resultados: - crescimento economico - Redução da desigualdade na saúde - Cobertura universal do SUS - Aumento do financiamento para acoes de controle de TB A TB pode ser causada por qualquer uma das 7 es p é c i es que i n t e g ram o mycobacterium tuberculosis. TRANSMISSÃO Se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com TB ativa pulmonar ou laríngea A probabilidade de uma pessoa infectada depende de fa tores exógenos: a inventividade do caso-fonte, a duração do contato e o tipo de ambiente partilhado. QUADRO CLÍNICO Principal sintoma é a tosse que pode ou não vir acompanhada de febre ao final da tarde, suor noturno e emagrecimento. Recomenda-se que todo individuo com tosse de duração de 3 ou mais semanas seja investigado para tuberculose - sintomático respiratório - para isso, deve- se procurar a UBS mais próxima. O desconhecimento é um dos principais desafios para o controle da TB. Por isso, é m u i t o i m p o r t a n t e s e n s i b i l i z a r a comunidade a respeito da doença. Tosse persistente, com ou sem catarro, por mais de 3 semanas, podendo se acompanhada dos seguintes sintomas: • Febre, geralmente no final do dia; • Suor noturno; • Emagrecimento; • Falta de apetite; • Cansaço; • Dor no peito. TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR Tem seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos. Sua ocorrência aumenta em pacientes coinfectados pelo HIV. TB pleural: é a forma mais comum em pessoas não infectadas pelo HIV. Ocorre mais em jovens e cursa com dor torácica do tipo pleurítica. A tríade astenia, emagrecimento e anorexia TB Ganglionar: é a forma mais frequente em pessoas com HIV e em crianças sendo mais comum abaixo dos 40 anos. Cursa com aumento subagudo, indolor e assimétrico. TB Meningocefálica: responsável por 3% dos casos em pacientes não infectados pelo HIV. a meningite basal exsudativa é a apresentação clínica.. TB Pericárdica: apresentação clínica subaguda e geralmente se associa a TB pu lmonar, embora possa ocor re r simultaneamente com. TB pleural. Os principais sintomas são dor torácica, tosse seca e dispneia TB Óssea Dor lombar, dor a palpação local e sudorese noturna. Pensar em como é importante fazer o diagnóstico da TB pulmonar, evitando uma série de complicações futuras que dificultam cada vez mais o diagnóstico PREVENÇÃO A melhor forma de evitar a transmissão da doença é fazer o tratamento de forma regular. Após aproximadamente 15 dias de uso de medicamentos, os pacientes com tuberculose não transmitem mais a bactéria. Além disso, outras medidas são recomendadas, como: A vacina BCG, indicada para crianças de 0 a 4 anos, protege contra as formas graves da doença e é disponibilizada no Programa Nacional de Imunização. A i d e n t i fi c a ç ã o e a v a l i a ç ã o d e sintomáticos respiratórios (indivíduos que apresentam tosse por 3 semanas ou mais) em UBS, domicílios e instituições de longa permanência Medidas ambientais, como iluminação e ventilação adequada de ambientes públicos, de moradia e trabalho Identificação e tratamento da infecção latente da tuberculose, que evitará novos casos de tuberculose. Objetivos da busca: descoberta precoce das pessoas com TB. Sintomático respiratório: pessoa com tosse por tempo igual ou superior a 3 semanas. DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO Resultados bacteriológicos positivos confirmam a tuberculose ativa em pacientes com quadro clínico sugestivo de TB e em sintomáticos respiratórios identificados através da busca ativa. EXAME MISCROSCÓPICO DIRETO - BACILOSCOPIA DIRETA A pesquisa de BAAR é a técnica mais utilizada. Permite detectar 60 a 80% dos casos de TB pulmonar em adultos Indicações: - No sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa - Caso de suspeita clínica ou radiologia de TB pulmonar independente do tempo de tosse - Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial. TESTE RÁPIDO MOLECULAR PARA TUBERCULOSE - TRM-TB Está indicado para diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes É um teste de amplificação de ácidos nucleicos utilizados para detecção de DN dos bacilos do complexo M. tuberculosis e tr iagem de cepas resistentes à rifampicina pela técnica de reação em cadeia da PCR em tempo real. Resultado em 2 horas com amostra de escarro Indicações: • Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos CULTURA PARA MICOBACTÉRIA, I D E N T I F I C A C A O E T E S T E D E SENSIBILIDADE A cultura é um método de elevada especificidade e sensibi l idade no diagnóstico da TB Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da doença Teste de sensibilidade Indicação: - Todo caso com diagnóstico de TB por meio de TRM-TB deverá realizar a cultura e TS, independentemente de apresentar ou não a resistência a rifampicina - Todo caso suspeita de TB com TRM-TB negativo, com persistência do quadro clínico - Todos os casos com suspeita de TB DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Radiografia de tórax: é o método de e s c o l h a n a a v a l i a ç ã o i n i c i a l d o acompanhamento da TB pulmonar. Nela podem ser observados vários padrões radiológicos sugestivos de doença, como cavidades, nódulos, c o n s o l i d a d o s e a l a rg a m e n t o d e mediastino. Tomografia computadorizada de tórax: mais sensível para demonstrar alterações de órgãos ou tecidos comprometidos e é indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é normal, e na diferenciação com outras doenças torácicas, especialmente em pacientes imunossuprimidos. Imagem 1: miolo de pão Imagem 2: cavernas DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO A biópsia é um método empregado na investigação de formas pulmonares que apresentam radiofonicamente como d o e n ç a d i f u s a e n a s f o r m a s extrapulmonares. A identificação de granulosa com necrose de caseificacao é compatível com diagnóstico de TB. Na TB óssea em coluna, não faz biópsia, faz punção e avaliação do líquido. D I A G N Ó S T I C O D A I N F E C Ç Ã O LATENTES PELO M. TUBERCULOSIS Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-se, dependendo do grau de exposição, da inventividade do caso índice e de fatores imunológicos individuais. As pessoas infectadas em gera l , permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo. Essa condição é conhecida como infecçãolatente pelo Mycobacterium tuberculosis. Esses individuos não apresentam nenhum sintoma e não transmitem a doença. Antes de afirmar que um individuo tem ILTB é fundamental excluir a TB ativa, por meio da anamnese, exame clínico e radiografia de tórax. INVESTIGAÇÃO DE ILTB Diagnóstico pela prova tuberculínica - PT ou PPD A prova tuberculínica PT, é utilizada para diagnóstico de ILTB e pode auxiliar o diagnóstico de tuberculose ativa em crianças. Não há evidencias para utilização de PT como método auxiliar no diagnóstico de TB pulmonar ou extrapulmonar no adulto. Uma PT positiva não confirma diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não exclui. Diagnóstico pelo IGRA TRATAMENTO Disponível pelo SUS Importante que paciente tome os medicamentos de forma regular e pelo tempo previsto mínimo de 6 meses. Mesmo com melhora dos sintomas o tratamento não pode ser interrompido. O comparecimento às consultas mensais na UBS, a realização dos exames de escarro e a testagem para o HIV são fundamentais para o sucesso do tratamento. O estabelecimento do vínculo médico paciente e a equipe de saúde, assim como a tomada supervisionada dos medicamentos por profissional de saúde são impor tan tes es t ra tég ias que colaboram para o êxito de tratamento e a cura. Medicamento antiTB interferem no s is tema enz imát ico do baci lo ou bloqueiam a síntese de algum metabólico essencial para o seu crescimento Os fármacos só atuam quando há atividade metabólica, ou seja, os bacilos em estado de latência não são atingidos pelos medicamentos. 4 fármacos na fase intensiva e 2 na fase de manutenção . A ap resen tação farmacológica dos medicamentos é de comprimidos em doses fixas combinadas com a apresentação tipo 4 em 1 ou 2 em 1. R: Ri fampic ina; H: Isoniaz ida; Z: Pirazinamina E: Etambutol. TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO Pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos profissionais de saúde. Incluir a observação da ingestão dos medicamentos, que deve ser realizada 3x por semana. 1. Acolher paciente 2. Avaliar a presença de efeitos adversos / interações medicamentosas 3. Informar os nomes dos medicamentos administrados 4. Entregar os medicamentos de uso oral com um copo d’água MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA TUBERCULOSE FORMA PRIMÁRIA Infecção há menos de 3 anos, mais comum em crianças. Autolimitada, não tem apresentação clínica importante. Ao exame radiológico, apresenta opacidade no parênquima. Ao exame físico, apresenta linfadenomegalia. FORMA PÓS PRIMÁRIA Doença crônica, mais comum dos 15-40 anos. Quadro clínico: - Febre vespertina - Sudorese noturna - Perda ponderal - Tosse crônica e produtiva > 3 semanas - Anorexia - Fraqueza DIAGNÓSTICO Radiografia de Tórax: infiltrados e cavitações em lombos superiores. Baciloscopia: deve ser realizada sempre que se suspeita. Pelo menos 2 amostras de escarro, tentando corar com BAAR. Usada há 100 anos e barata. Porém a sensibilidade é de 65%. Cultura: pode ser realizada para identificação do agente e o perfil de sensibilidade. Indicado para casos suspeitos com BAAR negativo, pacientes com alto risco de resistência ao tratamento inicial ou pacientes que não reagem bem ao tratamento. PPD: teste de triagem. Verifica se teve contato com o bacilo, injeta o antígeno e vê se dá reação local. 0 a 4mm: não reator ≥ 5mm: reator. Teste Molecular (TRM-TB): PCR - detecta o DNA do Mycobacterium tuberculosis e se o mesmo é resistente a rifampicina. Escarro / escarro induzido (diagnóstico de TB pulmonar ou laringea) Diagnóstico em 2h Resultados possíveis: - Mycobacterium tuberculosis: detectado / não detectado / indeterminado - Resistência à Rifampicina: detectado / não detectado / indeterminado Se o resultado vier indeterminado para qualquer um dos dois, SOLICITAR NOVO EXAME. QUESTÕES 1. Quais as formas existentes de Tuberculose? 2. Classifique forma primária e pós primária. 3. Qual a forma de transmissão da tuberculose? 4. Qual ao quadro clínico clássico de uma TB pulmonar? 5. Qual o quadro clínico de uma TB ganglionar? 6. Como realizar diagnóstico de TB óssea? 7. Como realizar diagnóstico de TB pulmonar e laríngea? 8. Qual a forma que mais acomete pacientes com HIV? 9. Qual a forma menos frequente em pacientes com HIV? 10. Qual a bactéria responsável pela tuberculose? 11. Qual o tratamento da tuberculose? 12. Como se apresentam os indivíduos com infecção latente por Mtcobacterium tuberculosis? 13. Como é realizada a investigação de ILTB? 14. Qual o segmento do tratamento de um paciente com TB? 15. Qual tuberculose tem o tratamento diferente do padrão? 16. Quais os efeitos adversos que podem ser causados pelos medicamentos do tratamento?
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