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66 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva ROTEIRO DA AULA: Prezado aluno, nessa aula você continuará seu projeto. Iniciaremos o dimensionamento da sistema de translação da ponte rolante. Dessa forma, acompanhe no texto abaixo a sequência de dimensionamento de seu projeto. No final responda às 3 questões para fixação do conteúdo trabalhado. 8. Sistema de translação da ponte Possíveis configurações para mecanismos de translação: Um mecanismo de translação pode contar com motor e redutor central, com motor e redutor central e dois redutores nas rodas, motor central e dois redutores para as rodas ou sistemas independentes para cada roda com motor, redutor e freio. Nesse projeto utilizaremos uma configuração com motor, redutor e freio central distribuindo rotação e torque para a s rodas. 3. Motor 4. Redutor 5. Freio de parada 6. Eixo de transmissão de movimento 7. Rodas da ponte 8. Acoplamentos 67 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva - Configuração do sistema: 8.1 Motor de translação O motor é dimensionado considerando uma potência de aceleração que acelera a ponte até a velocidade de translação nominal e uma potência de regime que mantém o equipamento em translação. Onde: Onde: Mp - Massa da ponte com carro com carga [kg] vp- Velocidade da ponte [m/s] β - Coeficiente que leva em consideração as massas em rotação (1,1, a 1,2) ta - Tempo de aceleração da ponte [s] (NBR 8400 p. 11) ηR – Rendimento do redutor (ηR =0,9) Wp - Peso da ponte com carro e com carga [kN] wt - Resistência especifica ao deslocamento [N/kN] (Projeto Preliminar p.6) O peso e massa da ponte é dado pelas reações na roda da ponte: km é um coeficiente que leva em consideração o conjugado máximo do motor e o conjugado nominal, variando entre 1,7 a 2,0 68 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva De acordo com a potência necessária adotar o motor comercial: Catálogo de motores WEG (p. 11) adotar motor comercial de 6 polos recomendado e guardar os seguintes dados: .Nmotor [CV] .nmotor [rpm] .Carcaça 8.2 Redutor de translação O redutor é escolhido baseado na redução necessária entre motor e roda. Deve-se considerar a rotação nominal do motor e a rotação da roda. A rotação da roda deriva da velocidade de translação da ponte. Adote um diâmetro de roda é dado em fução da carga nominal e do vão da ponte segundo, Projeto Preliminar p.5 ����� = �� ���� Onde: ωroda é a velocidade angilar da roda [rad/s] Vp é a velocidade da ponte [m/s] Rroda é o raio da roda [m] A rotação da roda [rpm] é dada por: ���� = �� � . ����� - Seleção do redutor de elevação Selecionar redutor comercial segundo catálogo de redutores Cestari: Potência nominal: (FS- Tab. 1 – catalogo Cestari) Selecione o redutor baseado em [ Inec e Pnominal ] 69 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva 8.2 Freio de translação O freio é colocado normalmente no eixo de entrada devido ao baixo torque. Contudo é dimensionado baseado num valor acrescido do torque de saída do motor. 8.3 Eixo de transmissão O eixo de transmissão está sujeito somente à ação do torque de saída do redutor, como temos duas saídas o torque se distribui proporcionalmente com as reações nas rodas δ é a porcentagem de torque solicitada em cada roda - Pré dimensionamento do eixo segundo ângulo de torção Para eixos longos o ângulo de torção é mais critico que a tensão de cisalhamento: Como o eixo está sujeito somente ao torque está sujeito a tensões de cisalhamento e ângulo de torção mais critico devido ao seu comprimento: O ângulo de torção é dado por: Onde: L – comprimento do eixo [m] G – Módulo de eslasticidade transversal do aço [Pa] JT – Momento polar de inércia [m4] ϕ - ângulo de torção [rad] 70 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva O ângulo de torção por comprimnto é dado por: Determina o diâmetro do eixo e adote um diâmetro padrão de trefilado a frio para não haver a necessidade de usinagem posterior. - Verificação do eixo quanto a resistência e ângulo de torção 8.4 Conjunto da roda da ponte Agora é necessário o dimensionamento do eixo das rodas, rolamentos de sustentação e chavetas do acoplamento entre o eixo da roda e eixo de entrada, eixo de transmissão e eixo de entrada do redutor - Configuração do conjunto da roda, dimensões e cargas atuantes: A roda está sujeito a carga máxima vertical atuante FRmax e sujeita à carga horizontal FH devido ao contato da borda da roda ao boleto do trilho que depende do coeficiente de reações transversais ξ, onde: 71 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva O coeficiente de reações transversais ξ é dado pela NBR – 8400 p.11 e depende da relação entre o vão e o entre rodas do carro: Onde: av – vão da ponte (L) aR – entre rodas da ponte (R) O torque atuante é o torque na saída do motoredutor dado por: Onde: Pm[W] é a potência do motoredutor e ωR [rad/s] é a velocidade angular da roda. O momento fletor concentrado atuante no centro do eixo da roda, depende da força transversal FH e do diâmetro da roda DR, dado por: As dimensões P é a largura do cubo da roda dada na tabela de dimensões da roda. A distância entre o centro dos apoios e o centro da roda é dado por: � = � 2 + 30 [��] - Pré dimensionamento do eixo da roda: Traçar os diagramas de força cortante e momento fletor e toma o máximo momento fletor atuante no eixo Mf e o torque atuante TR. O eixo será feito de aço Sae – 1045 com: Pré dimensionando à flexo-torção tem-se: 72 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva Esquema das dimensões do eixo: Observação: O diâmetro da do eixo de saída deverá ser compativel com o furo de entrada do acoplamento. - Verificação do eixo da roda quanto à resistência Deverão ser verificadas tres seções do eixos conforme figura abaixo: - Seção A A Onde: A tensão combinada segundo NBR-8400 é dada por: - Seção B B Onde: 73 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva A tensão combinada segundo NBR-8400 é dada por: - Seção C C Na seção CC não há ação nem de força cortante e mpmento fletor logo está sujeita ao cisalhamento devido ao torque apenas: - Verificação do eixo da roda quanto à fadiga O eixo apresenta duas seções criticas a seção AA onde há um ajuste por interferencia e a seção BB onde há um rebaixo com pequeno raio para ajuste de do rolamento, conforme figura baixo. Segundo a NBR – 8400 a tensão admissivel àfadiga é dada pela tensão de resistencia à fadiga corrigida pelo coeficiente de concentração de tensões. O valor de kf é determinado pelos fatores: Onde: A tensão de fadiga σfa é determinada a partir da tensão de resistência do material empregado para o caso de flexão alternada em aço carbono SAE 1045, é dada por ��� = �� � então: 74 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva Os coeficientes são dados por: - Verifcação Seção AA: Ajuste por interferência Seção BB: RebaixoO coeficiente δ depenede do grupo do mecanismo dado pela NBR – 8400 p.32 – Tabela 26. - Dimensionamento da interferência entre eixo e roda A interferência entre eixo e roda depende do diâmetro do eixo, do diâmetro do cubo e do valor da interferência dado pelo ajuste dimensional entre eixo e furo. A pressão unitária que ocorrerá após amontagem por interferência é dada por: 75 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva Onde: r – raio do eixo [m] r 0 – raio do cubo [m] r i -raio do furo [m] E 0 e E i - módulo de elasticidade do cubo e do eixo [Pa] ν 0 e ν i – coeficiente de Poisson do cubo e do eixo δ - Interferência diametral mínima [m] Ajuste recomendados entre eixo e cubo no sistema furo base: .H7m6 . H7p6 . H7r6 . H7s6 . H7z6 - Verificação quanto aos esforços: A pressão unitária deverá garantir que a roda na gire em relação ao eixo, sob a ação do torque e nem translade axialmente sob a ação da força horizontal Torque admissivel Força axial admissivel Diâmetro do eixo: d1 Diâmetro do cubo: O Largura do cubo: P 76 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva - Verificação quanto aos esforços eixo e roda: Tanto o eixo quanto a roda não pode escoar na montagem logo é necessário verificar a resistência do eixo e do cubo. - Rolamentos da roda Como o eixo da roda é mais carregado será utilizado rolamentos autocompensadores de rolos. Para o dimensionamento toma-se a maior reação vertical nos apoios e a força horizontal será o esforço axial no rolamento. 77 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva Fr – Maior reação RA ou RB no eixo da roda FA-Força horizontal FH Diâmetro do assento (d) diâmetro d2 Verificação quanto à carga estática O coeficiente de segurança CS é determinado pelo fabricante SKF e C0 é a capacidade de carga estática do rolamento. Verificação quanto à carga dinâmica Onde: L10h – Vida em horas de funcionamento n - rotação da roda [rpm] C- capacidade de carga dinâmica do rolamento [N] P-carga dinâmica equivalente [N] p – expoente de vida onde p=3 para rolamentos de esferas e p=10/3 para rolamentos de rolos. Determinação da carga estática equivalente P0 e carga dinâmica equivalente P, segundo o fabricante SKF. Segundo o fabricante SKF: Encosto do rolamento no eixo: 78 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva 8.5 Seleção dos acoplamentos Na seleção de um acoplamento, é imprescindível considerar o torque da máquina acionadora e a irregularidade da transmissão, como também a magnitude das massas a serem aceleradas. Para a seleção inicial do acoplamento é necessário considerar os fatores de serviço descritos abaixo, os quais multiplicados pelo torque nominal da máquina acionadora, determinarão o torque equivalente (Meq). O torque nominal (Tkn) do acoplamento escolhido deverá ser maior ou igual ao torque equivalente. Adote um acoplamento comercial do catálogo Denflex p. 14, onde: 8.6 Chaveta entre eixo de saída da roda e acoplamento ou acoplamento e eixo de saída do redutor Chavetas são elementos mecânicos que permitem a transmissão do movimento de um eixo para cubos como os de engrenagens e polias. São geralmente feitas de aço com formas que variam de acordo com as características de trabalho e tipos de esforços . Tipos de chavetas planas 79 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva As dimensões das chavetas são norma DIN 6885/1 mostrada abaixo: Verficação das chavetas: O material da chaveta deve ser de um material cuja resistência seja menor que a do eixo como estamos trabalhando com um eixo de aço SAE 1045, propõe-se o uso de uma chaveta de aço SAE 1020 ou SAE 1040 como proposto. Num eixo a chaveta está sob ação da força tangencial que é proporcional ao torque a ser transmitido e ao diâmetro do eixo como mostrado. 80 AULA 8 – SISTEMA DE TRANSLAÇÃO DA PONTE Projetos de Máquinas Prof. Gilberto Machado da Silva 8.7 Rolamentos de sustentação do eixo de transmissão Devem ser rolamento autocompensadores com furo cônico e bucha de montagem montados em caixas de mancal que serão fixados na viga principal. - Espaçamento máximo entre os mancais do eixo de transmissão Onde: l é o espaçamento máximo entre mancais [cm] d é o diâmetro do eixo [cm]
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