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Engenharias Disciplina: Engenharia e Inovação Prof. Me. Cleber do Prado Ferreira Junior Assunto da aula Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia Objetivos de Aprendizagem - Entender o conceito de transferência de tecnologia O que é um Propriedade Intelectual? A convenção da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO na sigla em inglês) define como propriedade intelectual “a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico”. O que é um Propriedade Intelectual? Ou seja, resumindo, é tudo aquilo que pode ser considerado inventividade, conhecimento, esta capacidade humana de criar coisas. Mas, se criar é humano, copiar também é. Logo, o inventor ou, por extensão, o dono dos direitos sobre o invento, precisa ter um incentivo para continuar criando, certo? Este incentivo é a propriedade intelectual, uma garantia de que a invenção estará protegida juridicamente por determinado período em nome do seu inventor ou titular do direito sobre a invenção. Estamos falando de máquinas, remédios, tecnologia, produtos de consumo, tudo que nasce da mente e se transforma em bem para a sociedade. O que é um Propriedade Intelectual? A Organização Mundial do Comércio (OMC) criou o Trips – Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights (Acordo sobre Aspectos do Direito de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio), do qual o Brasil tornou-se signatário desde 1994. O Trips estabelece um padrão de proteção mínima à propriedade intelectual, e os países que o assinaram obrigaram-se a revisar suas leis nacionais de modo a adaptá-las a esse padrão. No Brasil a legislação que regula a propriedade intelectual é a Lei 9.279, de 14 de maio de 1996. E o órgão responsável pela concessão dos direitos de propriedade intelectual no Brasil é uma autarquia federal, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. O que pode ser protegido? A propriedade intelectual abrange um vasto espectro, que é normalmente esquematizado em três grandes ramos: A propriedade industrial, que se refere a marcas, patentes, desenhos industriais e indicações geográficas utilizadas no meio empresarial. O direito autoral, que compreende os trabalhos artísticos, como livros, pinturas, músicas, filmes, poesias etc. E a proteção sui generis, que inclui obras como a topografia de circuito integrado, o cultivar e o conhecimento tradicional. O que pode ser protegido? Então, você pode proteger no INPI a sua marca, seja ela formada por palavras, imagem ou a combinação das duas coisas. E se inventou alguma nova tecnologia, seja de produto ou processo, pode também registrar no INPI a patente desta invenção. Bom, é verdade que o INPI está demorando muito, em média 11 anos, para registrar uma patente. Mas este prazo tende a diminuir, com algumas medidas que estão sendo tomadas na autarquia. Depois de registrada, sua patente terá validade por 20 anos. E se você criou um design diferenciado de óculos ou mesmo uma embalagem pode registrar também, na categoria de Desenho Industrial. O que pode ser protegido? Agora, digamos que você desenvolveu um produto único, de qualidade que é típico de sua região, um queijo, um vinho. Neste caso todos que produzem da mesma forma na sua região podem proteger os seus produtos como indicação geográfica (IG). Uma IG, além de diferenciar, valoriza o produto no mercado. O direito autoral Já a proteção das obras autorais não está na alçada do INPI e as regras, previstas na Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98), são bem diferentes. Uma obra autoral não precisa ser registrada para que esteja protegida. Mas o registro facilita a garantia dos direitos autorais para problemas futuros na esfera judicial. O registro pode ser feito em diferentes órgãos, conforme o tipo de obra. As produções literárias em geral, científicas, artísticas, musicais e de cinema são registradas na Biblioteca Nacional. Já as composições musicais, em geral, na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O direito autoral As artes visuais (desenhos, pinturas, gravuras, esculturas, etc.) na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cartas geográficas, mapas, projetos, etc. no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA). Ou seja, propriedade intelectual é a área do Direito que protege as invenções e inovações por meio de leis e regras específicas. Segue que a pirataria é o desrespeito aos direitos de propriedade intelectual, sendo considerada crime pela legislação. Transferência de Tecnologia Nenhuma empresa ou país detém toda a tecnologia, nem é capaz de se manter na fronteira do conhecimento exclusivamente por seus esforços, mediante à hodierna difusão da ciência e da tecnologia. O objetivo central da transferência tecnológica é a elevação do patamar tecnológico e competitivo de países ou empresas valendo-se do estado da arte já́ disponível. O que é transferência de tecnologia (TT)? • É a passagem de know-how, conhecimento técnico, ou tecnologia de uma organização para outra (BOZEMAN, 2000); • É a transferência formal de invenções e inovações resultantes de pesquisas científicas conduzidas das universidades até o setor comercial” (AUTM, 2003); • Processo que composto de várias etapas, que inclui a revelação da invenção, o patenteamento, o licenciamento, o uso comercial da tecnologia pelo licenciado e a percepção dos royalties pela universidade (RITTER; SOLLEIRO, 2004). * A transferência de tecnologia depende muito do contexto em que ela ocorre, tendendo a variar de acordo com a disciplina do pesquisador e os propósitos das pesquisas realizadas (BOZEMAN, 2000). Transferência de tecnologia (TT) Componentes da Tecnologia Componentes da Tecnologia Diz respeito à configuração de máquinas, equipamentos, disposi9vos, instrumentos, processos, estruturas ;sicas (plantas, escritórios, instalações) e respec9vo layout, necessários à produção de bens e serviços (infra ;sica e objetos). Componentes da Tecnologia Trata do “know-how” necessário para cumprir, desempenhar determinada tarefa (conhecimento específico direto sobre a tecnologia). Componentes da Tecnologia São os conhecimentos cien-ficos e tecnológicos, entendimentos e habilidades técnicas, para se lidar com a tecnologia. Conhecida como “know-what” e “know-why” da tecnologia (experiência e conhecimento tácito). Componentes da Tecnologia Compreende a complexa rede de suporte para propiciar o efe3vo uso e gerenciamento da tecnologia. Motivações para transferência de tecnologia Fatores Econômicos Economias de custo; crescimento econômico; melhoria na balança de comércio; geração de exportação; aumento na taxa de vendas; aumento dos royalties; aumento das vendas de tecnologia; aumento na lucratividade; aumento na base de conhecimentos; Fatores Sociais Melhoria da qualidade de vida; aumento de empregos; elevação do status político e social; enriquecimento e evolução cultural; avanço da sociedade; melhoria do ambiente por meio de novas tecnologias; Fatores Operacionais Mudanças na escala de produção ou serviço; uso mais eficiente do capital e do trabalho; melhoria nas habilidades de trabalho; diminuição no tempo de realização do trabalho; melhoria na P&D; aumento da capacidade de inovação; acesso à novos mercados; ganhos de produtividade e etc; Motivações para transferência de tecnologia Fatores Estratégicos Entrada em mercados internacionais; incremento da inovação de produto; melhoria da qualidadedo produto e/ou serviço; melhoria da flexibilidade gerencial e produtiva; gestão tecnológica; serviços baseados na internet; Fatores Pessoais Benefícios de aprendizado; melhoria do status da disciplina/ profissão; aumento das habilidades empreendedoras; aumento de rendimento financeiro. Entendendo as motivações dos atores diretamente envolvidos com TT Caracterís)cas dos stakeholders do processo de transferência de tecnologia. Aspectos-chave em Processos de Transferência de Tecnologia (TT) • O receptor necessita de um nível mínimo de capacitação para identificar, escolher, negociar e adquirir a tecnologia necessária. É preciso assimilar completamente a nova tecnologia (KOVALESKI; MATOS, 2002). • O processo difusão tecnológica não é simples. A atividade inventiva permeia todo o processo de transferência de tecnologia (BELL; PAVITT, 1993). • Requer que o receptor seja capaz de entender, manipular e criar soluções inovadoras para a adaptação, ajuste e viabilização efetiva da nova tecnologia. • A utilização de qualquer tecnologia envolve um conjunto de conhecimentos não- explicitados, ditos “tácitos”. • No âmbito universitário se reconhece que a chave para o sucesso da comercialização de uma tecnologia está no envolvimento do inventor no processo de sua transferência (GRAFF; HEIMAN; ZILBERMAN, 2002). Mecanismos de TT O que é inovação disruptiva? “A pesquisa de inovação disruptiva descreve um processo em que os novos operadores desafiam as empresas estabelecidas, muitas vezes, apesar dos recursos inferiores. Isso pode acontecer de duas maneiras: Os participantes podem segmentar segmentos negligenciados do mercado com um produto considerado inferior pelos clientes mais exigentes do operador histórico e, posteriormente, ascender ao mercado à medida que o produto melhora. Podem criar mercados onde não existe mercado e transformar não consumidores em consumidores. É importante ressaltar que o cenário de pesquisa que mapeado sugere que a ruptura não se refere apenas à tecnologia, mas sim à combinação de tecnologias e inovação do modelo de negócios.” O que é inovação radical? “Inovação Radical, por outro lado, deriva da criação de novos conhecimentos e da comercialização de ideias ou produtos completamente novos. A pesquisa sobre inovação radical, portanto, enfoca os tipos de comportamento organizacional e estruturas que explicam e preveem a comercialização de ideias inovadoras. Para ser disruptivo, um negócio deve primeiro ganhar aceitação no segmento mais baixo do mercado, o segmento em geral ignorado pelos incumbentes que preferem clientes high-end (finais) mais lucrativos. Um bom exemplo é o Netflix.” O que é inovação radical? “O negócio inicial de locação de filmes por correspondência não era atraente para um grande grupo de clientes da Blockbuster. Apelou para um nicho nerds de filmes. Somente com o surgimento da tecnologia, incluindo eventualmente a capacidade de transmitir pela Internet, a Netflix conseguiu ampliar seus negócios e, eventualmente, oferecer filmes sob demanda e TV a um grande público, de maneira conveniente e econômica. Foi a invasão inicial do mercado low-end (baixo mercado) que tornou a Netflix perturbadora. Um foco em um segmento de mercado maior inicialmente poderia ter induzido uma resposta de combate pela Blockbuster. A conquista de uma posição de baixo custo permitiu à Netflix se movimentar com um modelo de negócios completamente diferente, que acabou sendo atraente para os principais clientes da Blockbuster. O caso da Netflix também mostra que a interrupção pode levar tempo. A Netflix foi fundada em 1997; A Blockbuster faliu em 2010. Agora, a Netflix tem como alvo outros provedores de entretenimento e está destinada a interromper mais uma parte de sua indústria.” Referência bibliográfica • https://certi.org.br/blog/parque- tecnologico/#:~:text=O%20parque%20tecnol%C3%B3gico%20 pode%20ser,entendam%20a%20import%C3%A2ncia%20do% 20local. • fm2s.com.br/inovacao-radical-e-disruptiva/ https://certi.org.br/blog/parque-tecnologico/
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