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Terapia de Reposição Hormonal no Climatério

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Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
1 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
Terapia de Reposição Hormonal no Climatério 
TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL - FREITAS 
A terapia de reposição hormonal (TRH) com estrogênio permanece como a primeira linha de tratamento para o 
manejo dos sintomas vasomotores e suas consequências e deve ser indicada para mulheres sintomáticas com menos 
de 60 anos, que estejam na perimenopausa ou com menos de dez anos de menopausa, e não apresentem 
contraindicações formais para o seu uso. 
Em mulheres que possuem útero, a TRH estrogênica deve ser sempre combinada com algum progestogênio, de 
forma cíclica ou contínua, com o intuito de proteção endometrial contra hiperplasia e câncer de endométrio. 
Apesar de o benefício mais clássico da TRH sistêmica ser relacionado ao alívio dos sintomas vasomotores (fogachos, 
por exemplo), há evidências consistentes sobre a sua ação no tratamento da atrofia urogenital e na prevenção e 
tratamento da osteoporose. 
 
 
 
A decisão de se iniciar TRH deve ser feita em conjunto com a paciente, abordando-se os riscos e benefícios, e 
individualizando vias, doses (menor dose efetiva), posologia e tempo de manutenção de acordo com o perfil e as 
comorbidades de cada paciente. Deve-se observar o tempo de instalação da menopausa, a presença de sintomas 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
2 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
vasomotores moderados a intensos e uma estratificação de risco cardiovascular com base na idade da paciente, 
pressão arterial, níveis de colesterol séricos, tabagismo e diabetes. 
Deve-se lembrar que a via oral, por meio do metabolismo de primeira passagem hepática, está associada à ativação 
do sistema renina-angiotensina-aldosterona e ao aumento dos fatores pró- trombóticos circulantes. Em pacientes 
hipertensas ou com risco de eventos tromboembólicos, incluindo-se as obesas, é preferível que se opte por uma via 
parenteral, como a transdérmica. A via oral também pode potencialmente elevar os níveis de triglicerídeos séricos, o 
que não foi demonstrado na via transdérmica. 
A via vaginal é a primeira opção para as pacientes que apresentam isoladamente a síndrome geniturinária da 
menopausa, com o benefício de não estar associada a aumento dos níveis séricos de estrogênio, quando utilizado 
em baixas doses. A melhora dos sintomas ocorre algumas semanas após o início do uso e podem ser necessárias até 
12 semanas para o efeito máximo. A paciente deve ser orientada de que a interrupção do uso acarretará retorno dos 
sintomas de atrofia. 
Existem diversas preparações e doses de estrogênios e progestogênios disponíveis para comercialização no Brasil: 
 
 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
3 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
 
O tempo de duração do tratamento dos sintomas climatéricos é um assunto controverso e não há uma idade 
arbitrária para a suspensão da reposição hormonal. Os principais estudos disponíveis que abordam essa temática 
levam em consideração especialmente o risco de câncer de mama em relação ao tempo de utilização da TRH. 
BENEFÍCIOS ADICIONAIS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL 
A TRH demonstrou ação sobre o ganho de massa óssea, reduzindo a evidência de fraturas osteoporóticas na pós-
menopausa, incluindo pacientes com osteopenia. Porém, a reposição hormonal não deve ser indicada como 
terapêutica principal ou somente com o intuito de se prevenir a osteoporose e suas consequências, pois após sua 
suspensão, os níveis de massa óssea decaem drasticamente. 
Grandes estudos, como o Women’s Health Iniciative (WHI) e o Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study 
(HERS), demonstraram redução estatisticamente significativa na incidência de diabetes melito tipo 2 (DM2) nas 
populações pós-menopáusicas tratadas com reposição hormonal, embora nenhuma dessas pesquisas tenha incluído 
a análise de um teste de tolerância oral à glicose. 
Em relação ao peso corporal, é sabido que no primeiro ano pós-menopausa há uma tendência de ganho de peso e 
redistribuição da gordura corporal. Há alguns dados disponíveis, embora em estudos menores, que relacionam a TRH 
com menor aumento no peso corporal e menor acúmulo de gordura visceral. 
Evidências recentes corroboram a hipótese de que a TRH, quando iniciada logo após a transição menopausal, tenha 
impacto positivo sobre o humor. 
RISCOS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL 
Um dos assuntos mais controversos em relação à TRH é o risco de doenças cardiovasculares (DCV). Com a publicação 
dos primeiros resultados do WHI nos anos 2000, que associaram aumento do risco de DCV nas usuárias de TRH com 
estrogênios conjugados e medroxiprogesterona, instalou-se grande polêmica na prescrição de reposição hormonal. 
Entretanto, análises secundárias dos dados desse mesmo estudo, anos após, em conjunto com novos estudos que 
incluíram avaliação do risco cardiovascular versus TRH (como o Danish Osteoporosis Prevention Study, Nurse’s 
Health Study e o ELITE Trial), demonstraram que mulheres que iniciaram TRH no período de transição menopáusica 
ou próximo dela tiveram incidência significativamente menor de DCV. No entanto, as evidências não permitem se 
indicar a TRH para mulheres pós-menopáusicas assintomáticas, com o único objetivo de prevenção de risco 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
4 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
cardiovascular. Em contrapartida, o início da TRH após muitos anos de menopausa foi associado ao aumento no risco 
de mortalidade relacionado a doenças cardiovasculares. 
A hipertensão arterial sistêmica não constitui contraindicação ao uso de TRH, somente deve-se preferir a via 
transdérmica para se evitar o metabolismo de primeira passagem hepática do estrogênio. Quanto aos 
progestogênios, a escolha deve recair sobre aqueles com menor perfil androgênico. 
 
 
 
Outro aspecto importante é o risco de eventos tromboembólicos associados à estrogenioterapia por via oral. Esse 
risco surge nos primeiros dois anos do início da TRH e parece diminuir substancialmente ao longo do tempo. A via 
transdérmica demonstrou menor risco de tromboembolismo venoso (TEV) em grandes estudos observacionais como 
o French E3N Study e ESTHER. 
Muito se questiona sobre a existência de aumento de risco do câncer de mama nas pacientes que fazem terapia de 
reposição hormonal. Dados do WHI de fato evidenciam aumento no diagnóstico de câncer de mama nas mulheres 
usuárias de TRH com estrogênio e progestogênio, porém o fenômeno começou a ser observado após o quinto ano 
de uso da terapia e não houve aumento nas taxas de mortalidade global entre os grupos. O excesso de risco 
corresponde a um acréscimo de oito casos de câncer de mama a cada 10 mil mulheres que recebem TRH a cada ano 
de tratamento (risco absoluto: 38 casos/10.000/ano), em relação à população pós-menopáusica sem uso de 
hormônios (risco excedente: 30 casos/10.000/ano). O risco relativo de câncer de mama em usuárias de TRH é de 
1,24 (IC 95%, 1,01-1,54). As pacientes que fizeram uso de TRH com estrogênio isolado não apresentaram aumento 
no risco de câncer de mama em um período de sete anos. Apesar disso, ainda não está claro o papel do 
progestogênio no aumento do risco dessa patologia. Quanto às populações portadoras das mutações de BRCA 1 e 2, 
não há incremento do risco de câncer de mama em relação ao basal desse grupo com o uso de TRH. O manejo dos 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
5 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
sintomas climatéricos nas pacientes com história prévia de câncer de mama é um grande desafio da prática clínica. 
Embora não existam evidências consistentes queassociem a reposição hormonal com o aumento do risco de 
recorrência do tumor, visto que os dois maiores estudos disponíveis (HABITS e Stockholm Study) apresentam 
resultados contraditórios, é consenso entre as sociedades que a TRH é contraindicação nas pacientes com história 
pessoal de câncer de mama.Nesses casos, os sintomas vasomotores devem ser manejados com métodos não 
hormonais. Já o tratamento da síndrome geniturinária da menopausa deve ser preferencialmente realizado com 
métodos tópicos não hormonais, como lubrificantes vaginais. A utilização de estrogênios por via vaginal está 
indicada nos casos refratários, devendo ser individualizada e discutida juntamente com a paciente e seu oncologista. 
 
 
TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL - BEREK & NOVAK 
→ A terapia hormonal ainda é uma opção bem razoável para mulheres saudáveis com fogachos, sobretudo nos 
primeiros 10 anos após a menopausa ou antes dos 60 anos de idade. 
→ A terapia hormonal deve ser usada na menor dose eficaz durante o menor tempo possível para alcançar seus 
objetivos. 
→ A necessidade de continuação deve ser avaliada pelo menos 1 vez ao ano. 
O uso de estrogênio sem oposição da progesterona está associado a aumento do risco de hiperplasia e câncer do 
endométrio. Portanto, recomenda-se a terapia com associação de estrogênio-progesterona em todas as mulheres 
que tenham útero. O tratamento pode ser sequencial, com administração de estrogênio diariamente e de um 
progestágeno durante 12 a 14 dias do mês, ou contínuo combinado com administração diária de estrogênio e uma 
dose menor de progestágeno. Os esquemas sequenciais promovem o sangramento vaginal regular e previsível. A 
maioria das mulheres tratadas com esquemas contínuos combinados tem amenorreia ao fim de 1 ano de 
tratamento, mas o sangramento que ocorre é irregular e imprevisível. Em geral, a terapia hormonal combinada de 
baixa dose (p. ex., Prempro, 0,45/1,5 e 0,3/1,5 mg/dia) está associada a menor incidência de sangramento 
intercorrente e de mamas doloridas. 
As mulheres tratadas com baixas doses de estrogênios orais ou transdérmicos podem preferir o uso intermitente de 
um progestágeno (p. ex., 14 dias a cada 3 a 4 meses), embora esses esquemas não sejam aprovados. 
Um dispositivo intrauterino com progestágeno aprovado para contracepção antes da menopausa garante proteção 
endometrial em mulheres na menopausa tratadas com estrogênio, embora não seja aprovado para essa indicação. 
→ Ao usar esses esquemas alternativos, é aconselhável aumentar a vigilância endometrial. 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
6 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
Algumas mulheres podem preferir a administração transdérmica de estradiol por adesivo, spray ou gel. Nos casos de 
pacientes que estejam fazendo reposição de hormônio tireoidiano ou apresente baixa libido, pode ser conveniente 
evitar o “efeito de primeira passagem hepática” dos estrogênios orais sobre lipídios, globulinas de ligação e fatores 
da coagulação. A administração transdérmica de estradiol, ao contrário da administração oral, não parece aumentar 
o risco de tromboembolia venosa ou de doença biliar, embora ainda seja contraindicada em mulheres sob alto risco 
de doença tromboembólica venosa ou com doença ativa do fígado ou da vesícula biliar. 
Muitas mulheres mostram interesse em usar “hormônios bioidênticos”, popularizados pela mídia, para tratamento 
dos sintomas da menopausa. Em geral, são hormônios com estrutura idêntica à dos hormônios “naturais” 
produzidos pelo ovário, dentre eles, como o estradiol e a progesterona. Os produtos orais e transdérmicos de 
estradiol aprovados pela FDA são disponibilizados em diversas doses, bem como em uma apresentação oral de 
progesterona micronizada (100 a 200 mg/dia), a qual deve ser tomada ao deitar, pois pode causar sonolência. O uso 
de formulações personalizadas de hormônios bioidênticos, embaladas em farmácias de manipulação, pode 
aumentar consideravelmente o risco e não traz nenhum benefício conhecido. 
As contraindicações à terapia hormonal são: cânceres de mama ou endométrio suspeitos ou confirmados, 
sangramento genital anormal não diagnosticado, doença cardiovascular (inclusive coronariopatia, doença 
cerebrovascular e distúrbios tromboembólicos) e doença ativa do fígado ou da vesícula biliar. As contraindicações 
relativas são os estados de alto risco para os distúrbios supracitados. Essas situações exigem avaliação cuidadosa de 
possíveis riscos e benefícios, além da documentação do consentimento livre e esclarecido da paciente antes do 
tratamento. 
SINTOMAS VASOMOTORES 
A terapia sistêmica com estrogênio é o tratamento mais eficaz dos sintomas vasomotores e o único aprovado 
atualmente pela Food and Drug Administration (FDA) para essa indicação (ver as formulações existentes para terapia 
hormonal. Embora as doses convencionais geralmente sejam eficazes, as mulheres jovens e aquelas submetidas à 
ooforectomia recente podem necessitar de doses maiores. As mulheres saudáveis e não fumantes em transição 
perimenopausa que apresentam fogachos, mas ainda menstruam, podem ser beneficiadas por contraceptivos orais. 
As doses suprafisiológicas de estrogênios e progestágenos contidas em contraceptivos orais tratam eficazmente os 
sintomas vasomotores e controlam o ciclo. Muitas vezes, a terapia com estrogênio em baixas doses também é eficaz 
no alívio do fogacho. Estrogênios conjugados (EC) orais em baixas doses (0,3 mg/dia), estradiol oral (0,5 mg/dia) e 
estradiol transdérmico (0,025 e 0,014 mg/semana) costumam ser eficazes e estão associados a um grau mínimo de 
efeitos colaterais e estimulação do endométrio. 
A administração concomitante de progestágeno é necessária nas mulheres não submetidas à histerectomia, embora 
o tratamento intermitente com progestágeno possa ser uma opção na terapia com baixas doses de estrogênio. 
Em virtude dos riscos conhecidos, descritos em detalhes mais adiante neste capítulo, a terapia hormonal deve ser 
usada na menor dose efetiva durante o menor tempo possível para alcançar seus objetivos. A maioria das mulheres 
saudáveis com fogachos muito incômodos devido à transição menopáusica será beneficiada pelo tratamento a curto 
prazo, com retirada gradual dos hormônios após vários anos de uso. 
Como os sintomas vasomotores parecem resultar da supressão do estrogênio, e não da simples diminuição dos seus 
níveis, a dose deve ser reduzida aos poucos quando se deseja interromper a terapia com estrogênio. A suspensão 
abrupta do tratamento pode levar ao reaparecimento dos incômodos sintomas vasomotores. Essa recomendação 
baseia-se na experiência clínica, pois não foram realizados estudos controlados para verificar o melhor método de 
interrupção da terapia hormonal. Uma possível estratégia para interromper o tratamento é reduzir aos poucos a 
dose e os intervalos de administração (p. ex., a cada 2 ou 3 meses) e deixar que os sintomas da paciente determinem 
o ritmo da interrupção. 
→ Quando uma mulher prefere não tomar estrogênio ou quando este é contraindicado, há outras opções. 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
7 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
O tratamento isolado com progestágeno é uma opção para algumas mulheres. O acetato de medroxiprogesterona 
(20 mg/dia) e o acetato de megestrol (20 mg/dia) tratam eficazmente os sintomas vasomotores. Vários fármacos 
que alteram as vias centrais do neurotransmissor são eficazes. Fármacos que reduzem o tônus noradrenérgico 
central, como a clonidina, aliviam fogachos, embora o efeito não seja acentuado. Os possíveis efeitos colaterais são 
hipotensão ortostática e sonolência. 
ATROFIA UROGENITAL 
A terapia sistêmica com estrogênio é muito eficaz para o alívio do ressecamento vaginal, da dispareunia e dos 
sintomas associados. A aplicação vaginal de baixas dosesde estrogênio é preferível à terapia sistêmica com 
estrogênio quando não há sintomas vasomotores, tendo em vista a absorção sistêmica mínima e a maior segurança. 
→ Baixas doses de estrogênio em creme (0,5 g) são eficazes quando usadas apenas 1 ou 2 vezes/semana. 
→ O comprimido vaginal de estradiol (10 μg), administrado 2 vezes/semana, é mais “limpo” e mais fácil de usar que 
o creme. 
→ Um anel vaginal com estrogênio (7,5 μg/dia) é outra formulação conveniente; é inserido na vagina a cada 3 meses 
e libera lentamente uma baixa dose de estradiol. Estudos do uso do comprimido e do anel vaginal com baixa dose de 
estrogênio confirmam um pequeno aumento dos níveis séricos de estradiol e estrona, mas esses níveis permanecem 
dentro dos limites normais para mulheres na pós-menopausa. 
Estudos do uso dos comprimidos e do anel vaginal com duração de até 1 ano confirmaram a segurança para o 
endométrio, mas não há estudos sobre os efeitos endometriais a longo prazo da terapia vaginal, com baixas doses 
de estrogênio. 
→ As mulheres tratadas com estrogênio vaginal devem ser instruídas a informar qualquer episódio de sangramento 
vaginal, o qual deve ser muito bem avaliado. Em geral, não se prescreve progestágeno concomitante com o 
estrogênio vaginal em baixas doses. Hidratantes vaginais de ação prolongada, vendidos sem prescrição, são uma 
alternativa não hormonal eficaz para tratamento de sintomas de atrofia urogenital, quando usados 2 a 3 
vezes/semana. Os lubrificantes vaginais não hormonais aumentam o conforto durante a relação sexual. 
A terapia vaginal com estrogênio parece reduzir os sintomas urinários, como polaciúria e urgência, bem como a 
probabilidade de infecções urinárias recorrentes na pós-menopausa. O efeito do estrogênio sobre a incontinência 
urinária é obscuro; embora os resultados de alguns estudos sugiram melhora, outros mostram agravamento dos 
sintomas. 
OSTEOPOROSE 
 A terapia hormonal previne e trata eficazmente a osteoporose. Estudos observacionais mostraram redução 
aproximada de 50% das fraturas relacionadas com a osteoporose pela estrogenioterapia iniciada logo após a 
menopausa e mantida por um longo período. O estudo da Women’s Health Initiative (WHI) confirmou diminuição 
considerável (34%) das fraturas de quadril em mulheres saudáveis designadas aleatoriamente para terapia hormonal 
(0,625 mg de estrogênio conjugado/dia) após acompanhamento médio de 5,6 anos. Combinada ao cálcio e à 
vitamina D, até mesmo a terapia com doses baixas de estrogênio (estrogênio conjugado, 0,3 mg/dia; estradiol 
transdérmico, 0,014 mg/dia) produz aumento considerável da densidade mineral óssea em comparação com o 
placebo. 
DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
Como os estudos epidemiológicos identificam uma queda de aproximadamente 50% da doença coronariana (DC) em 
mulheres tratadas com hormônios, a prevenção da doença cardíaca foi considerada um possível benefício dos 
hormônios após a menopausa. Essa diminuição observada da DC foi considerada secundária aos efeitos benéficos da 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
8 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
terapia hormonal sobre a parede vascular e os níveis de lipídios. Os estudos observacionais são propensos a viés e, 
em geral, as mulheres que usaram terapia hormonal foram mais saudáveis e tiveram menor risco de DC. 
O estudo controlado randomizado do WHI da terapia hormonal em comparação com placebo mostrou que a terapia 
hormonal não evitou doenças cardíacas em mulheres saudáveis e ainda aumentou o risco de distúrbios 
cardiovasculares em mulheres idosas. O WHI foi um estudo realizado durante 15 anos e patrocinado pelo National 
Institutes of Health, que avaliou métodos de prevenção de doença cardíaca, osteoporose e câncer de mama e 
colorretal em mulheres. Existem vários estudos diferentes no WHI, com a participação de mais de 160.000 mulheres 
saudáveis após a menopausa. O estudo controlado randomizado do WHI inscreveu cerca de 16.000 mulheres, entre 
50 e 79 anos de idade, de todo o país; a idade média das participantes foi de 63 anos. O principal objetivo do ensaio 
clínico do WHI era verificar se a terapia hormonal com associação de estrogênio e progesterona evitava a doença 
cardíaca e avaliar os benefícios e os riscos associados. Após uma média de 5 anos de acompanhamento, houve 
aumento do risco (razão de risco [hazard ratio]) de DC (1,3), câncer de mama (1,3), acidente vascular cerebral (1,4) e 
embolia pulmonar (EP) (2,1) e diminuição do risco de fratura de quadril (0,7) e câncer colorretal (0,6). O aumento 
absoluto do risco por 10.000 mulheres-ano atribuível à terapia hormonal foi pequeno, com sete ocorrências a mais 
de DC, oito de câncer de mama, oito de acidente vascular cerebral e oito de embolia pulmonar, com menos seis 
ocorrências de câncer colorretal e menos cinco de fratura de quadril. 
Aproximadamente 11.000 mulheres sem útero participaram de um estudo separado do WHI e foram designadas 
aleatoriamente para tratamento apenas com estrogênio ou com placebo. Após um acompanhamento médio de 7 
anos, não houve aumento do risco de doença cardíaca em usuárias de estrogênio. Os desfechos foram semelhantes 
aos observados no braço do WHI tratado com estrogênio mais progesterona no que diz respeito à tromboembolia 
venosa, acidente vascular cerebral e fraturas osteoporóticas; não houve efeito sobre o câncer colorretal. 
Estudos confirmaram que o aumento do risco de DC no WHI ocorre principalmente em mulheres idosas muitos anos 
depois da menopausa. Em uma análise secundária de dados dos estudos do WHI combinados, não foi observado 
aumento do risco de DC em mulheres entre 50 e 59 anos ou cuja menopausa ocorrera há menos de 10 anos. Embora 
a terapia hormonal tenha aumentado o risco de acidente vascular cerebral, sem levar em conta a idade ou os anos 
decorridos desde a menopausa, o aumento absoluto do risco de AVC nas mais jovens foi mínimo. Esses dados não 
respaldam o papel da terapia hormonal na prevenção das doenças cardíacas, mas oferecem tranquilidade no que diz 
respeito à segurança do uso de hormônios no tratamento dos incômodos fogachos e suores noturnos em mulheres 
saudáveis por ocasião da transição da menopausa. 
Os estudos do WHI examinaram o tratamento apenas com estrogênios equinos conjugados e acetato de 
medroxiprogesterona. Os efeitos de outros estrogênios orais, estradiol transdérmico, tratamento com outros 
progestágenos ou terapia hormonal cíclica podem ser diferentes. Em estudos observacionais, o tratamento com 
estrogênio transdérmico não está associado a aumento do risco de doença tromboembólica venosa. A idade média 
das mulheres que participaram desses estudos correspondia a mais de 15 anos além da idade em que as mulheres 
costumam iniciar a terapia hormonal para alívio de sintomas vasomotores. É possível que o início precoce de terapia 
hormonal resulte em um perfil de risco-benefício mais favorável. 
CÂNCER DE MAMA 
Os fatores de risco do câncer de mama incluem idade, história familiar, menarca precoce, menopausa tardia e 
doença mamária prévia, inclusive atipia epitelial e câncer. O risco é menor em mulheres submetidas à ooforectomia 
bilateral ou que tiveram uma gravidez a termo antes de 30 anos. Muitos desses fatores de risco são compatíveis com 
a hipótese de que a exposição prolongada ao estrogênio aumenta o risco de câncer de mama. 
O uso prolongado de terapia hormonal, geralmente definido como mais de 5 anos, é associado a um aumento do 
risco de câncer de mama (risco relativo [RR] = 1,3) em estudos de observação. Os resultados de vários estudos 
sugerem que o risco de câncer de mama associado ao uso isolado de estrogênio pode ser menor, com maior risco 
para as usuárias de estrogênio mais progesterona. 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
9 Trio Help Med – Ana Luísa UzêdaO estudo controlado randomizado WHI mostrou aumento considerável (26%) do risco de câncer de mama invasivo 
após o uso de terapia hormonal por cerca de 5 anos. Em mulheres submetidas à histerectomia prévia, não houve 
aumento do risco de câncer de mama após o uso isolado de estrogênio durante, em média, 7 anos. 
A terapia hormonal não deve ser prescrita a mulheres com história de câncer de mama e só deve ser usada por 
mulheres com alto risco depois de avaliação rigorosa dos possíveis riscos e benefícios. Um estudo randomizado de 
uso de terapia hormonal em mulheres com história do câncer de mama e fogachos foi interrompido depois de 
apenas 2 anos, em virtude do maior número de novos cânceres de mama diagnosticados nas mulheres que 
receberam terapia hormonal. 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
Embora vários estudos menores sugiram a possibilidade de a terapia hormonal diminuir o risco de doença de 
Alzheimer, um estudo controlado, randomizado em mulheres com doença leve a moderada, mostrou que 1 ano de 
terapia com estrogênio não retardou o avanço da doença nem melhorou a cognição. 
O WHI Memory Study (WHIMS) foi um estudo randomizado e controlado por placebo que avaliou o efeito da terapia 
hormonal sobre a função cognitiva em mulheres com idade a partir de 65 anos inscritas na WHI. Ao contrário do 
constatado por estudos observacionais, houve duplicação do risco de demência (em especial, doença de Alzheimer) 
em mulheres do WHIMS designadas aleatoriamente para terapia hormonal. A terapia hormonal foi associada a um 
efeito adverso sobre a cognição, visto que as mulheres randomizadas para terapia hormonal tiveram pontuação bem 
menor no Miniexame do Estado Mental Modificado que as mulheres tratadas com placebo. 
Dada a maior incidência de acidente vascular cerebral identificada em usuárias de terapia hormonal no estudo WHI, 
é possível que, nesse grupo, fosse maior a probabilidade de pequenos acidentes vasculares cerebrais não serem 
detectados, aumentando o risco de demência. 
DISFUNÇÃO SEXUAL 
A estrogenioterapia é muito eficaz no tratamento do ressecamento vaginal e da dispareunia; no entanto, não há 
evidências que apoiem um efeito importante do estrogênio sobre o interesse sexual, a excitação e a resposta 
orgásmica, apesar de seu papel no tratamento de sintomas da menopausa. O tratamento dos sintomas da 
menopausa de uma mulher angustiada com a diminuição da libido e o início concomitante de incômoda sudorese 
noturna, perturbação do sono e fadiga aumenta o interesse sexual, mas é provável que esse efeito seja secundário à 
promoção do bem-estar, e não a um efeito direto do estrogênio sobre a libido. 
Um estudo randomizado duplo-cego do tratamento com estrogênio oral e vaginal combinado de 285 mulheres 
sexualmente ativas na pós-menopausa mostrou diminuição da dispareunia e melhora considerável do prazer do 
orgasmo e do interesse sexual nas mulheres tratadas com estrogênio em comparação com outras tratadas com 
placebo. Como esse estudo usou uma combinação de estrogênios sistêmicos e vaginais, não é possível determinar o 
impacto relativo de efeitos sistêmicos e locais. 
Ao contrário do tratamento com estrogênio, a utilização de androgênio costuma melhorar a função sexual em 
populações selecionadas de mulheres na pós-menopausa. Os possíveis riscos da terapia com androgênio são 
hirsutismo, acne, engrossamento irreversível da voz e alterações desfavoráveis da função hepática e dos níveis de 
lipídios. Como a maioria dos androgênios é aromatizada em estrogênios, é possível que haja aumento do risco de 
problemas cardiovasculares ou de câncer de mama. O adesivo transdérmico de testosterona é aprovado na Europa 
para tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo em mulheres na pós-menopausa cirúrgica concomitante 
com o uso de estrogênio. Um grupo de especialistas da FDA desaconselhou a aprovação nos EUA enquanto se 
aguardam outros dados sobre a segurança a longo prazo. 
 
Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
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Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
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Módulo X – Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar 
 
12 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
 
 
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