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Disciplina: Antropologia Jurídica 
 
 
 
Professor: Lizandro Polleto 
Aluna: Flávia Cristina Camargo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aparecida de Goiânia, 28/04/2021. 
Resumo: 
O Despertar da Antropologia Jurídica 
Thais Luzia Colaço. O despertar da Antropologia Jurídica in 
Elementos de Antropologia Jurídica. 2ª ed. São Paulo: Conceito, 2010. 
Resenha de Antônio Soares Rocha Neto A doutora em Direito e mestre em 
História Thais Luzia Colaço busca, nesse texto, esclarecer e ressaltar a 
importância da Antropologia Jurídica para o estudante de Direito. O texto tem 
sua divisão na apresentação do que seria a antropologia geral, determinando 
sua conceituação e histórico e por fim, apresentando a antropologia jurídica, 
buscando fornecer os elementos que ressaltam a importância de tal área para 
o Direito, dando destaque para o Direito nas sociedades ágrafas, o qual sua 
existência foi objeto de inúmeros debates entre os juristas. 
A autora determina que a antropologia, entendida como a ciência 
que estuda o homem em seus aspectos biológicos, culturais e sociais, não 
pode ser desvencilhada daquilo que é conhecido como cultura, sendo esta um 
“complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou 
qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro 
de uma sociedade” (COLAÇO, 2011). Ou seja, a cultura é um núcleo da 
antropologia jurídica. A contraposição entre o “eu’ e o “outro” também é 
apresentada como fundamental para a disciplina em questão, visto que a 
fricção dessas duas dimensões amplia o horizonte para a compreensão do 
homem e suas objetivações, como objeto da antropologia. A jurista também 
analisa a posição etnocêntrica e colonizadora que a antropologia assumiu nos 
seus primeiros momentos, também ressaltando a relação genética desta com a 
sociologia. 
Enquanto a sociologia tentou desvendar o funcionamento da 
nascente sociedade moderna burguesa, a antropologia buscou a apreensão do 
caráter das sociedades ditas primitivas pelo olhar do europeu colonizador, 
o que ressalta a ideia da fricção entre o “eu” e o “outro”. Porém, na concepção 
atual dos objetivos da pesquisa antropológica, se busca uma posição mais 
ativa por parte do antropólogo, visando a conhecer as outras culturas e a sua 
própria. 
Em seguida, a antropologia é exposta em seu desenvolvimento 
histórico, o qual parte do renascimento, onde os europeus tiveram contato com 
outros povos e passou a ter um discurso sobre o não europeu. A antropologia 
manteve relações íntimas com o expansionismo e colonialismo europeu dos 
séculos XVI a XVIII, e com o imperialismo do século XIV, a qual teve seus 
núcleos de abordagem divididos em três temas: o pragmático (dominação), o 
romântico (fascínio) e o científico (compreensão). A influência evolucionista e 
positivista dessas práticas não é deixada de lado, salientando-se que as 
culturas eram compreendidas em uma escala de evolução que ia do simples ao 
complexo, do inferior ao superior. 
A ruptura com esses paradigmas partiu de Franz Boas e Brosnilaw 
Malinowski, os quais perceberam que os métodos das ciências naturais não se 
aplicavam às sociedades, e com isso, foi surgindo o caro conceito de 
relativismo cultural. A autora expõe de forma didática todo o percurso histórico 
da ciência, que vai das expansões marítimas europeias ao estruturalismo de 
Claude Lévi-Strauss. Passando ao tema principal do texto, Colaço busca 
desvelar a ideia do que seria a antropologia jurídica, entendendo-a como o 
estudo do Direito nas sociedades simples e contemporâneas, tendo em seu 
cerne a ideia de pluralismo jurídico, ou seja, a multiplicidade e diversidade 
práticas jurídicas em um mesmo espaço sociopolítico, em suas dimensões 
materiais, sociais e culturais. 
A ideia central e moderna que Colaço apresenta para a disciplina 
jurídica em questão é de que ela é uma contraposição às ideologias positivistas 
do monismo jurídico, o qual apenas vê o Direito como uma emanação do 
Estado. 
A partir dessa contraposição, a autora expõe a existência do Direito 
nas sociedades ágrafas, distanciando-se do euro centrismo jurídico e realçando 
a gênese do Direito, este estando inicialmente em relação de quase unidade 
com a moral e a religião. A fonte do fenômeno jurídico, de acordo com o texto, 
é a cultura humana, ou seja, o Direito é um complexo haurido das objetivações 
do ser social. Logo depois, é traçado um histórico da variante jurídica da 
antropologia, o qual inicialmente buscava compreender a normatividade das 
sociedades do “outro”, tendo sempre um viés positivista e evolucionista, até 
sua revolução ontológica, onde as análises passam a realmente compreender 
os ordenamentos jurídicos das sociedades simples e complexas, buscando 
uma maior apreensão da totalidade social do homem. Como foi dito 
inicialmente, o objetivo do texto de Thais Luzia Colaço era mostrar a 
importância da Antropologia Jurídica para os estudantes do Direito, e pode-se 
afirmar que o resultado da empreitada é positivo. 
O texto expõe a disciplina propedêutica do Direito realçando seu 
caráter de humanização do Direito, rompendo com a tradição liberal-
conservadora e possibilitando um maior desenvolvimento da compreensão do 
fenômeno jurídico e das sociedades as quais ele incide e busca efetivar 
transformações. A apresentação das ideias é didática e de fácil entendimento, 
mostrando como se desenvolveu o estudo de tal ciência, desde suas raízes 
coloniais até suas abordagens modernas e estruturalistas. A produção de Thais 
Luzia Colaço é de muita utilidade para adentrar no campo da antropologia 
jurídica e começar a buscar alternativas e concepções para entender tanto o 
“eu” como principalmente o “outro”, a fim de aperfeiçoar o sistema de justiça 
vigente, ou quem sabe transformá-lo substancialmente.

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