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EXCELENTÍOSSIMO JUIZ DE DIREITO DO JUÍZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL

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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DO JUÍZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL.
ALICE, brasileira, separada, contadora, inscrita no CPF sob o n., portadora do RG n. m residente na rua..., n. bairro, na cidade de Caxias do Sul, através de seu advogado/procurador que esta subscreve (Doc. 1 – procuração), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 19 e seguintes da Lei 11.340/06, apresentar pedido de MEDIDAS PROTETIVAS DE URGENCIA, em desfavor de ARMANDO, brasileiro, separado, arquiteto, inscrito no CPF sob o n., portador do RG n., residente na rua..., pelos motivos adiante aduzidos.
I – DOS FATOS E DO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SOFRIDO
A requerente teve um relacionamento estável durante 2 anos com o agressor. O qual teve fim no último mês, pois ela resolveu se separa indo morar com uma irmã.
Alice se decepcionara com o comportamento do companheiro, que nos últimos meses, por várias vezes passou a lhe ofender, “vagabunda, inútil, rameira” dentre outros tantos, se mostrando um homem extremamente possessivo, ciumento e imprevisível. Ainda que o mesmo adquiriu uma pistola, ostentando-a, dizendo que aquela arma era para garantir a “felicidades e convívio entre eles”.
Nas últimas semanas, Armando enviou dezenas de mensagens no celular da requerente, nas quais afirmou que se ela não reatasse com ele, iria encontrá-la e onde estivesse lhe mataria.
Algumas mensagens transcritas a seguir “Amor... pensa no que te disse..., você só tem uma chance, voltar pra mim ou receber um tiro na cabeça”. [...] Eu vou acabar com a sua vida e depois me junto a você”.
No dia 01/03/2021, Armando foi até o local em que Alice trabalha (o escritório de contabilidade FKcia, situado no centro da cidade de Caxias do Sul), e na saída do expediente, pegou Alice pelo braço e tentou coloca-la à força em seu veículo. Alice, entretanto, resistiu à investida, ocasião em que armando lhe deu forte soco nas costas e fugiu, pois, colegas de trabalho de Alice disseram que haviam chamado a polícia.
O boletim de ocorrência foi lavrado, sendo Alice encaminhada ao IML para exame de corpo de delito. Diante dos acontecimentos a requerente solicita medida protetiva de urgência.
II – DO DIREITO
As situações de violência doméstica são amparadas pela Lei 11.340/2006, cuja intenção é criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, inclusive, dando comando ao art. 226, §8º da Constituição Federal.
Nesse passo, são os princípios da Lei 11.340/06 elencados no art. 3º abaixo colacionados:
No Art. 22 estão previstas várias medidas protetivas, sendo necessários neste caso, que se alcance à vítimas as seguintes:
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
E a referida Lei foi ampla no sentido de que a violência doméstica e familiar contra a mulher (ação ou omissão) não se configura apenas com a morte ou lesão, mas também o sofrimento físico, sexual, e em especial nesse caso, PSICOLÓGICO e dano moral ou patrimonial (art. 5º, caput, da Lei 11.340/2006).
Isso porque a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos (art. 6º, da Lei 11.340).
No que estava ao seu alcance, a requerente colheu nesses dias informações e provas da violência que vêm sofrendo por parte de ARMANDO:
Copias das mensagens de texto recebidas no telefone, imagens do fato no seu local de trabalho e ainda testemunho pessoal de seus colegas e vizinho do trabalho.
III – DOS PEDIDOS
Ante ao exposto e da gravidade da situação, requer-se, por ser necessário, o deferimento cumulativo das hipóteses previstas, no intuito de salvaguardar a integridade física e psicológica da ofendida.
 I - O recebimento e processamento do pedido na forma legal e a juntada dos documentos
II - O deferimento da concessão das medidas protetivas de urgência previstas nos art. 22, da Lei 11.340/06.
a) Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
b) Proibição de determinadas condutas, entre as quais:
1.b) Aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
2.b) Contato com a ofendida, seis familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
3.b) Frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
III - A intimação do órgão ministerial;
IV - A intimação do agressor ARMANDO.
Sendo certo estarem presentes todos os pressupostos fáticos para a adoção das medidas que este MM. Juízo achar pertinente, é o pedido de direito que se faz em favor da Requerente, para, assim evitar que a situação chegue ao extremo.
Portanto, restou demonstrado que é indispensável, nesse caso, a intervenção do Poder Judiciário para coibir outras atitudes danosas, presentes e futuras, advindas do agressor contra a ofendida.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Robson xxx
Robson xxxx
OAB-RS 109.999
12 de março de 2021
Abaixo, o rol inicial de testemunhas e informantes cientes da situação:
Jorge Colega
Maria Chefia
Pedro Padeiro

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