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Deontologia 2

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DEONTOLOGIA
Professora Marina de Neiva Borba
DOCUMENTOS MÉDICOS
Os documentos médicos têm origem remota,
perdendo-se nas brumas do tempo. Um documento é
"qualquer base de conhecimento, fixada
materialmente, e disposta de maneira que se possa
utilizar para consulta, estudo, prova, etc.". É um
termo muito amplo que contempla diversas
possibilidades.
Documentos médicos, na atualidade, são
diariamente elaborados, redigidos e guardados pelos
médicos e pelas instituições prestadoras de saúde;
são essenciais para resguardar judicialmente os
médicos. A preocupação de registrar fatos da vida
profissional sempre foi uma prerrogativa e uma
preocupação do profissional médico.
Desde a Antiguidade, o médico tem se
preocupado em deixar guardadas suas anotações de
casos difíceis, da orientação terapêutica adotada, de
seus sucessos e insucessos. São sempre lembrados os
papiros de Beugsch, Ebers e Edwin Smith, que datam
de cerca de 1500 anos antes de Cristo, nos quais
encontramos a descrição de doenças e lesões, da
orientação clínica ou cirúrgica, e ainda de
encantamentos e fórmulas terapêuticas. Além disso,
há os escritos de HIpócrates, Galeno e Vesálio. Graças
às suas anotações, possibilitaram que conhecêssemos
hoje o pensamento médico da antiguidade.
Atestado médico
Declaração pura e simples, por escrito, de um
fato médico e suas consequências. "A utilização e a
segurança do atestado estão intrinsecamente
vinculadas à certeza de sua veracidade". Outra visão
sobre atestado sugere tratar-se de relato escrito e
singelo de uma dedução médica e seus
complementos, cuja finalidade é sintetizar, de forma
objetiva e singela, o que resultou do exame feito em
um paciente, sugerindo um estado de sanidade ou
um estado mórbido, anterior ou atual, para fins de
licença, dispensa ou justificativa de faltas ao serviço,
entre outros.
Declaração de óbito (DO)
Documento que confirma o óbito fornecido
pelo médico a paciente ao qual vinha prestando
assistência (exceto em situações específicas). Possui a
finalidade de definir uma causa mortis e responder
aos interesses de ordem legal, ética e
médico-sanitária, sendo considerado como
documento-base do Sistema de Informação sobre
Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).
É importante não confundí-la com a certidão
de óbito, também conhecida como "certificado de
óbito", o qual é um documento emitido pelos
cartórios, utilizando dados constantes da declaração
de óbito.
Laudo médico
Termo comumente utilizado para a
interpretação de exame médico complementar, ou
resultado de perícia médica, elaborada por médico. O
laudo médico, a priori, não é instrumento,
isoladamente, para definir "gozo de licença médica
para tratamento de saúde".
Relatório médico
Descrição escrita, minuciosa e
circunstanciada de fatos clínicos ocorridos e
decorrentes de um ato ou atendimento médico.
Boletim médico
Documento escrito com uma breve notícia,
podendo ser diário, que expõe ao público a condição
e a evolução clínica e terapêutica de um paciente,
geralmente internado.
NORMAS DEONTOLÓGICAS
Capítulo X CFM: Documentos Médicos
É vedado ao médico:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter
praticado ato profissional que o justifique, que seja
tendencioso ou não corresponda à verdade.
Art. 81. Atestar como forma de obter
vantagem.
Art. 82. Usar formulários institucionais para
atestar, prescrever e solicitar exames ou
procedimentos fora da instituição a que pertençam
tais formulários.
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha
verificado pessoalmente ou quando não tenha
prestado assistência ao paciente, salvo, no último
caso, se o fizer como plantonista, médico substituto
ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente
ao qual vinha prestando assistência, exceto quando
houver indícios de morte violenta.
Art. 91. Deixar de atestar atos executados no
exercício profissional, quando solicitado pelo paciente
ou por seu representante legal.
Resolução CFM n° 1.658/2002
Alterada pela Resolução CFM n 1851/2008.
Normatiza a emissão de atestados médicos e
dá outras providências.
Art. 1° - O atestado médico é parte integrante
do ato médico, sendo seu fornecimento direito
inalienável do paciente, não podendo importar em
qualquer majoração de honorários.
→ Não podemos negar o atestado ao
paciente ou cobrar um valor extra por isso.
Art. 2° - Ao fornecer o atestado, deverá o
médico registrar em ficha própria e/ ou prontuário
médico os dados dos exames e tratamentos
realizados, de maneira que possa atender às
pesquisas de informações dos médicos peritos das
empresas ou dos órgãos públicos da Previdência
Social e da Justiça.
Art. 3º - Na elaboração do atestado médico, o
médico assistente observará os seguintes
procedimentos:
● I- especificar o tempo concedido de dispensa
à atividade, necessário para a recuperação do
paciente;
● II- estabelecer o diagnóstico, quando
expressamente autorizado pelo paciente;
● III- registrar os dados de maneira legível;
● IV- identificar-se como emissor, mediante
assinatura e carimbo ou número de registro
no Conselho Regional de Medicina.
Parágrafo único. Quando o atestado for
solicitado pelo paciente ou seu representante legal
para fins de perícia médica deverá observar:
● I- o diagnóstico;
● II- os resultados dos exames complementares;
● III- a conduta terapêutica;
● IV- o prognóstico;
● V- as conseqüências à saúde do paciente;
● VI- o provável tempo de repouso estimado
necessário para a sua recuperação, que
complementará o parecer fundamentado do
médico perito, a quem cabe legalmente a
decisão do benefício previdenciário, tais
como: aposentadoria, invalidez definitiva,
readaptação;
● VII- registrar os dados de maneira legível;
● VIII- identificar-se como emissor, mediante
assinatura e carimbo ou número de registro
no Conselho Regional de Medicina. (Redação
dada pela Resolução CFM nº 1851, de
18.08.2008).
Do ponto de vista prático, esse “atestado
médico” deve ser feito no formato de “relatório
médico” (Marques Filho, 2018).
Atestado médico para afastamento do trabalho
Os atestados ou relatórios para afastamento
do trabalho são frequentes na prática médica.
Informações importantes:
● O trabalhador em período de afastamento
por licença médica não poderá ser demitido
do emprego.
● O pagamento dos primeiros 15 dias da pessoa
com vínculo empregatício é de
responsabilidade da empresa.
● Permanecendo o afastamento, o trabalhador
deve ser encaminhado ao Instituto Nacional
de Seguro Social (INSS), para ser submetido a
perícia médica, que concluirá pela concessão
ou não do benefício. Em caso positivo caberá
ao INSS o pagamento do auxílio-doença até
que o atendido recupere sua capacidade
laboral.
● Somente médicos e odontólogos, no âmbito
de sua profissão, podem fornecer atestados
destinados afastamento do trabalho.
Resolução CFM n° 1.658/2002
Artigo 4º - É obrigatória, aos médicos, a
exigência de prova de identidade aos interessados na
obtenção de atestados de qualquer natureza
envolvendo assuntos de saúde ou doença.
§ 1º Em caso de menor ou interdito, a prova
de identidade deverá ser exigida de seu
responsável legal.
§ 2º Os principais dados da prova de
identidade deverão obrigatoriamente constar
dos referidos atestados.
Artigo 5º - Os médicos somente podem
fornecer atestados com o diagnóstico codificado ou
não quando por justa causa, exercício de dever legal,
solicitação do próprio paciente ou de seu
representante legal.
Parágrafo único No caso da solicitação de
colocação de diagnóstico, codificado ou não,
ser feita pelo próprio paciente ou seu
representante legal, esta concordância deverá
estar expressa no atestado.
Artigo 6º - Somente aos médicos e aos
odontólogos, estes no estrito âmbito de sua profissão,
é facultada a prerrogativa do fornecimento de
atestado de afastamento do trabalho.
§ 1º Os médicos somente devem aceitar
atestados para avaliação de afastamento de
atividades quando emitidos por médicos
habilitados e inscritos no Conselho Regional
de Medicina, ou de odontólogos, nos termos
do caput do artigo.
§2º O médico poderá valer-se, se julgar
necessário, de opiniões de outros
profissionais afetos à questão para exarar o
seu atestado.
§ 3º O atestado médico goza da presunção de
veracidade, devendo ser acatado por quem
de direito, salvo se houver divergência de
entendimento por médico da instituição ou
perito.
§ 4º Em caso de indício de falsidade no
atestado, detectado por médico em função
pericial, este se obriga a representar ao
Conselho Regional de Medicina de sua
jurisdição.
Presunção da veracidade
A validade e os efeitos do documento
decorrem de lei federal que confere ao médico o
poder de atestar, com fé pública, os atos profissionais
pertinentes ao exercício da Medicina.
O Código de Ética Médica confere a
competência e a obrigação quando legitimamente
requerido.
Atestado para isenção de impostos na compra de
veículos: Lei N 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.
Dispõe sobre a Isenção do Imposto sobre
Produtos Industrializados - IPI, na aquisição de
automóveis para utilização no transporte autônomo
de passageiros, bem como por pessoas portadoras de
deficiência física, e dá outras providências.
(Redação dada pela Lei nº 10.754, de 31.10.2003)
Art. 1º Ficam isentos do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) os automóveis de
passageiros de fabricação nacional, equipados com
motor de cilindrada não superior a 2.000 cm³ (dois
mil centímetros cúbicos), de, no mínimo, 4 (quatro)
portas, inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a
combustível de origem renovável, sistema reversível
de combustão ou híbrido e elétricos, quando
adquiridos por: (Redação dada pela Lei nº
13755, de 2018
● IV – pessoas portadoras de deficiência física,
visual, mental severa ou profunda, ou
autistas, diretamente ou por intermédio de
seu representante legal; (Redação dada
pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003) (Vide ADIO
nº 30)
§ 1o Para a concessão do benefício previsto
no art. 1o é considerada também pessoa portadora
de deficiência física aquela que apresenta alteração
completa ou parcial de um ou mais segmentos do
corpo humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de
membro, paralisia cerebral, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções.
(Incluído pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003)
§ 2o Para a concessão do benefício previsto no
art. 1o é considerada pessoa portadora de deficiência
visual aquela que apresenta acuidade visual igual ou
menor que 20/200 (tabela de Snellen) no melhor
olho, após a melhor correção, ou campo visual
inferior a 20°, ou ocorrência simultânea de ambas as
situações. (Incluído pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003)
§ 4o A Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República, nos termos da
legislação em vigor e o Ministério da Saúde definirão
em ato conjunto os conceitos de pessoas portadoras
de deficiência mental severa ou profunda, ou autistas,
e estabelecerão as normas e requisitos para emissão
dos laudos de avaliação delas. (Incluído pela Lei nº
10.690, de 16.6.2003)
ESTERILIZAÇÃO
Histórico
A esterilização está contida em uma parte do
direito denominada direitos sexuais e reprodutivos, o
qual também envolve o aborto e técnicas de
reprodução assistida.
O código penal brasileiro, o qual encontrou
em vigor em 1940, considerava a esterilização
voluntária como um crime por resultar em perda ou
incapacidade da função reprodutiva do homem ou da
mulher. Apesar de não utilizar esse termo
explicitamente, se enquadra como crime de lesão
corporal.
Decreto- Lei no 2.848, de 7 de novembro de 1940
A partir deste decreto, caso um médico
realizava a esterilização voluntária, ele estaria
cometendo um crime de lesão corporal grave. Vale
mencionar que a esterilização voluntária aqui diz
respeito ao método utilizado em indivíduos que, por
livre espontânea vontade, não querem aumentar sua
prole. Difere-se, portanto, de esterilizações
decorrentes de necessidades de saúde, como por
exemplo devido ao processo de quimioterapia.
Em razão dessa interpretação restritiva do
código penal de 1940, o Código de Ética Médica entre
1929 e 1965 constava uma vedação ética expressa de
procedimentos esterilizadores:
Artigo 52º - A esterilização é condenada,
podendo, entretanto, ser praticada em casas
excepcionais, quando houver precisa indicação
referenciada por mais dois médicos ouvidos em
conferência.
Em consequência dessa proibição, várias
cirurgias eram realizadas durante partos por
cesariana, de forma que o procedimento ocorria logo
após o parto, de forma ilegal. Além disso, fora do
parto, as esterilizações eram registradas como outros
procedimentos médicos.
O início da ruptura desse pensamento tem
início com o CFM de 1984, no qual altera-se a
vedação expressa à prática de esterilização
secundária pela vedação para descumprir legislação
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.690.htm#art2art1%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.690.htm#art2art1%C2%A71
específica sobre esterilização (entretanto, tal
legislação era inexistente). Já em 1988, foi
acrescentado o artigo 67, vedando ao médico
desrespeitar o direito do paciente de decidir sobre
seu método contraceptivo. Sendo a esterilização um
desses métodos, esse artigo traz uma mudança de
paradigma e posicionamento da CFM.
Pesquisa sobre Demografia e Saúde (PNDS, 1966)
● Esterilização feminina: consistia de 52% de
todos os métodos contraceptivos utilizados,
seguida em segundo lugar e com considerável
distância, pela pílula, usada por 27% da
população feminina.
● Esterilização masculina: era menos praticada
(2,4%) do que métodos tradicionais, como a
abstinência periódica (4%) e o coito
interrompido (4%).
● Mais de 50% de todas as esterilizações
ocorreram durante um nascimento por
cesariana. Nas regiões mais desenvolvidas do
país, estas estimativas chegam a 70%,
indicando um abuso deste procedimento
como meio de esterilização.
Regulamentação
Atualmente, está em vigor a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, na qual há o
reconhecimento formal do direito ao planejamento
familiar, o qual também está contido nos direitos
sexuais e reprodutivos. Dentro do planejamento
familiar incluem-se as possibilidades de aumento da
prole (como por reprodução assistida), além da
limitação da mesma (como por esterilização).
Art. 226. A família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado.
§7º - Fundado nos princípios da dignidade
humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal,
competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e científicos para o exercício desse
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte
de instituições oficiais ou privadas.
Esse direito ao planejamento familiar, além
de ser reconhecido pela CF/88, foi ratificado pelo STF
no julgamento da ADI 3510 sobre pesquisas com
células-tronco embrionárias.
Em 1996, é aprovada a Lei do planejamento
familiar, a qual foi publicada especificamente para
regulamentar o §7º do art. 226 da CF. Vale ressaltar
que no art. 10 diz-se que o direito está garantido a
homens e mulheres com capacidade civil plena
(adulto capaz), o qual tecnicamente seria o indivíduo
maior de 18 anos, lúdico, em posse de suas
faculdades mentais. Todavia, o artigo traz restrições,
exigindo que o indivíduo tenha mais que 25 anos ou
com dois filhos vivos → critérios ilógicos, sem
justificativa plausível, fazendo com que essa porção
do artigo esteja sendo questionado no STF. Outro
ponto questionado é o parágrafo quinto, no qual a
liberdade do indivíduo está condicionada à vontade
do cônjuge.
A resolução do CFM que dizia respeito às
restrições citadas acima acerca da esterilização foi
revogada após o questionamento do STF.
Normas deontológicas
O CFM de 2018, atualmente vigente, veda ao
médico descumprir legislação específica sobre
esterilização e desrespeitaro direito do paciente.
PUBLICIDADE MÉDICA
Decreto-Lei Nº 4113
A publicidade médica é regulamentada pelo
Decreto-Lei Nº 4113, de 14 de fevereiro de 1942, que
ainda está em vigor, o qual regula a propaganda de
médicos, cirurgiões, dentistas, parteiras, massagistas,
enfermeiros, de casas de saúde e de
estabelecimentos congêneres, e a de preparados
farmacêuticos.
Comentários
I- caso o médico veja na clínica que algum
tratamento está funcionando, ele deve fazer um
relato de múltiplos casos e publicá-lo, mas não pode
disseminar informação antes de uma publicação com
análise ética.
III- está vigente até hoje, de forma que ao
fazermos publicidade, só podemos divulgar duas
especialidades, acompanhado do número de registro
no CRM e seu estado, assim como o registro da
especialidade.
IV- não é permitido fazer uma consulta sem
realizar o exame clínico do paciente → problema
atual: telemedicina (Pandemia); foi regulamentada
temporariamente devido a situação emergencial.
VII- veda a auto-promoção, como
compartilhamento sistemático de posts de
influencers.
IX- não se pode divulgar tratamentos
experimentais à pacientes ou redes sociais; o local
para tal são eventos científicos, nos quais há um
comitê de ética que avaliará o trabalho desenvolvido.
Resolução CFM Nº 1974/2011
Principal norma deontológica do CFM sobre o
tema + Código de Ética Médica, a qual já foi
atualizada duas vezes: estabelece os critérios
norteadores da propaganda em Medicina,
conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos
médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as
proibições referentes à matéria.
Art 1º Entender-se-á por anúncio, publicidade
ou propaganda, a comunicação ao público, por
qualquer meio de divulgação, de atividade
profissional de iniciativa, participação e/ou anuência
do médico. → ampla definição de publicidade
médica, incluindo diversas redes sociais.
Art 2º Os anúncios devem conter,
obrigatoriamente, os seguintes dados:
a) Nome do profissional;
b) Especialidade e/ou área de atuação, quando
registrada no Conselho Regional de Medicina;
c) Número de inscrição no Conselho Regional de
Medicina;
d) Número de registro de qualificação de especialista
(RQE), se o for.
Parágrafo único. As demais indicações dos
anúncios deverão se limitar ao preceituado na
legislação em vigor.
Art 3º É vedado ao médico:
a) Anunciar, quando não especialista, que trata de
sistemas orgânicos, órgãos ou doenças específicas,
por induzir a confusão com divulgação de especialista;
b) Anunciar aparelhagem de forma a lhe atribuir
capacidade privilegiada;
c) Participar de anúncios de empresas comerciais ou
de seus produtos, qualquer que seja sua natureza,
dispositivo este que alcança, inclusive, as entidades
médicas sindicais ou associativas;
d) Permitir que seu nome seja incluído em
propaganda enganosa de qualquer natureza;
e) Permitir que seu nome circule em qualquer mídia,
inclusive internet, em matérias desprovidas de rigor
científico;
f) Fazer propaganda de método ou técnica não
reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como
válido para a prática médica.
g) Expor a figura de seu paciente de forma de divulgar
técnica, método ou resultado de tratamento, ainda
que com autorização expressa do mesmo, ressalvado
o disposto no art. 10 desta resolução; → proibido
realizar antes e depois; é permitido realizar em
eventos científicos, caso o paciente autorize.
h) Anunciar a utilização de técnicas exclusivas;
i) Oferecer seus serviços por meio de consórcio e
similares;
j) Oferecer consultoria a pacientes e familiares como
substituição da consulta médica presencial;
k) Garantir, prometer ou insinuar bons resultados do
tratamento;
l) Fica expressamente vetado o anúncio de
pós-graduação realizada para a capacitação
pedagógica ou por especialidades médicas e suas
áreas de atuação, mesmo que em instituições oficiais
ou por estas credenciadas, exceto quando estiver
relacionado à especialidade e área de atuação
registrada no Conselho de Medicina. → o CFM
apenas reconhece como modo de conseguir título de
especialista é realizar residência ou realizar prova
ligada à AMB.
Art 4º Sempre que em dúvida, o médico
deverá consultar a Comissão de Divulgação de
Assuntos Médicos (Codame) dos Conselhos Regionais
de Medicina, visando enquadrar o anúncio aos
dispositivos legais e éticos.
Parágrafo único. Pode também anunciar os
cursos e atualizações realizados, desde que
relacionados à sua especialidade ou área de atuação
devidamente registrada no Conselho Regional de
Medicina.
Art 5º Nos anúncios de clínicas, hospitais,
casas de saúde, entidades de prestação de assistência
médica e outras instituições de saúde deverão
constar, sempre, o nome do diretor técnico médico e
sua correspondente inscrição no Conselho Regional
em cuja jurisdição se localize o estabelecimento de
saúde. → é o diretor quem responderá pelas
publicidades.
Art 7º Caso o médico não concorde com o
teor das declarações a si atribuídas em matéria
jornalística, as quais firam os ditames desta resolução,
deve encaminhar ofício retificador ao órgão de
imprensa que a divulgou e ao Conselho Regional de
Medicina, sem prejuízo de futuras apurações de
responsabilidade.
Art 8º O médico pode, utilizando qualquer
meio de divulgação leiga, prestar informações, dar
entrevistas e publicar artigos versando sobre assuntos
médicos de fins estritamente educativos.
Art 9º Por ocasião das entrevistas,
comunicações, publicações de artigos e informações
ao público, o médico deve evitar sua autopromoção e
sensacionalismo, preservando, sempre, o decoro da
profissão.
Art 10º Nos trabalhos e eventos científicos
em que a exposição de figura de paciente for
imprescindível, o médico deverá obter prévia
autorização expressa do mesmo ou de seu
representante legal.
Art 11º Quando da emissão de documentos
médicos, os mesmos devem ser elaborados de modo
sóbrio, impessoal e verídico, preservando o segredo
médico.
Art 12º O médico não deve permitir que seu
nome seja incluído em concursos ou similares, cuja
finalidade seja escolher o "médico do ano",
"destaque", "melhor médico" ou outras
denominações que visam ao objetivo promocional ou
de propagando, individual ou coletivo.
Art 13º As mídias sociais dos médicos e dos
estabelecimentos assistenciais em Medicina deverão
obedecer à lei, às resoluções normativas e ao Manual
da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos
(Codame).
§1 Para efeitos de aplicação desta Resolução são
considerados mídias sociais: sites, blogs, Facebook,
Twitter, Instagram, YouTube, WhatsApp e similares.
§2 É vedada a publicação nas mídias sociais de auto
retrato (selfie), imagens e/ou áudios que caracterizem
sensacionalismo, autopromoção ou concorrência
desleal.
§3 É vedado ao médico e aos estabelecimentos de
assistência médica a publicação de imagens do "antes
e depois" de procedimentos, conforme previsto na
alínea "g" do artigo terceiro da Resolução CFM n
1877/11.
§4 A publicação por pacientes ou terceiros, de modo
reiterado e/ou sistemático, de imagens mostrando o
"antes e depois" ou de elogios a técnicas e resultados
de procedimentos nas mídias sociais deve ser
investigada pelos Conselhos Regionais de Medicina.
Código de Ética Médica: Capítulo XIII- Publicidade
médica
Proibições gerais
SIGILO MÉDICO
Regulamentação
O sigilo profissional é regulamentado pelo
Capítulo IX do Código de Ética Médica, segundo o
qual, é vedado ao médico:
Art. 73. Revelar fato de que tenha
conhecimento em virtude do exercício de sua
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou
consentimento, por escrito, do paciente.
→ Motivo justo: proteção da saúde de um terceiro,
por exemplo.
Parágrafo único. Permanece essa proibição: a)
mesmo que o fato de conhecimento público ou o
paciente tenha falecido; b) quando de seu
depoimento como testemunha (nessa hipótese, o
médico comparecerá perante a autoridade e
declarará seu impedimento); c) na investigação de
suspeita de crime, o médico estará impedido de
revelar segredo que possa expor o paciente a
processo penal.
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado
a pacientecriança ou adolescente, desde que estes
tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus
pais ou representantes legais, salvo quando a não
revelação possa acarretar dano ao paciente.
→ Caso a criança ou adolescente não tenha
consciência do acontecido ou o paciente possa sofrer
dano, o sigilo pode ser quebrado.
Art. 75. Fazer referência a casos clínicos
identificáveis, exibir pacientes ou imagens que os
tornem reconhecíveis em anúncios profissionais ou
na divulgação de assuntos médicos em meios de
comunicação em geral, mesmo com autorização do
paciente.
→ Vedada a identificação dos pacientes, mesmo com
autorização. Exemplo: fotos antes/depois discutidas
na publicidade médica.
Art. 76. Revelar informações confidenciais
obtidas quando do exame médico de trabalhadores,
inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou
de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a
saúde dos empregados ou da comunidade.
→ Dever de sigilo para os trabalhadores e
empregados.
Art. 77. Prestar informações a empresas
seguradoras sobre as circunstâncias da morte do
paciente sob seus cuidados, além das contidas na
declaração de óbito, salvo por expresso
consentimento do seu representante legal.
● Resolução CFM nº 1.819/2007: proíbe a
colocação do diagnóstico codificado (CID) ou
tempo de doença no preenchimento das
guias da TISS de consulta e solicitação de
exames de seguradoras e operadoras de
planos de saúde concomitantemente com a
identificação do paciente e dá outras
providências.
● A ANS passou exigir que os médicos
colocassem o diagnóstico em alguns
documentos burocráticos; o CFM judicializou
a questão e ganhou, de forma que essa
solicitação é injusta.
● A revelação, pelo médico assistente, de dados
sigilosos do paciente em formulários de
encaminhamento para outros profissionais, a
permitir a identificação do diagnóstico,
codificado ou não, por parte dos planos de
saúde, fere normas éticas e legais vigentes.
Art. 78. Deixar de orientar seus auxiliares e
alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que
seja por eles mantido.
Art. 79. Deixar de guardar o sigilo profissional
na cobrança de honorários por meio judicial ou
extrajudicial.
→ Dever de sigilo dos alunos, residentes, estagiários.

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