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AUTONOMIA:
- é capacidade de uma pessoa para decidir fazer ou buscar aquilo que ela julga ser o melhor para si mesma
- para exercer a autonomia é necessário:
i) capacidade para agir intencionalmente, o que pressupõe compreensão, razão e deliberação para decidir coerentemente entre as alternativas que lhe são apresentadas
ii) liberdade, no sentido de estar livre de qualquer influência controladora para esta tomada de posição
- respeitar a autonomia significa respeitar os pontos de vista e opiniões, valores e convicções, ou seja preservar os direitos fundamentais do homem, aceitando o pluralismo ético-social
- Kant, em sua ética deontológica, explicita que a dignidade das pessoas provém da condição de serem moralmente autônomas e que, por isso, merecem respeito. É um dever moral tratar as pessoas como um fim em si mesmas e nunca apenas como um meio
- J.S.Mill, diz que deve ser permitido aos cidadãos se desenvolverem de acordo com suas convicções pessoais, desde que não interfiram com a mesma expressão de liberdade dos outros
- A autonomia obriga o profissional de saúde a dar ao paciente a mais completa informação possível, com o intuito de promover uma compreensão adequada do problema, condição essencial para que o paciente possa tomar uma decisão
- ajudar o paciente a superar seus sentimentos de dependência, equipando-o para hierarquizar seus valores e preferências legítimas para que possa discutir as opções diagnósticas e terapêuticas (rejeitar o Paternalismo)
- Situações que impedem a autonomia:
I) a incapacidade: tanto a das crianças e adolescentes como aquela causada,
em adultos, por diminuição do sensório ou da consciência, e nas patologias
neurológicas e psiquiátricas severas;
II) as situações de urgência
- definição de autonomia: todo ser humano é agente moral autônomo e como tal deve ser respeitado por todos os que mantêm posições morais distintas, nenhuma moral pode impor-se aos seres humanos contra os ditames de sua consciência
- Significa autogoverno, autodeterminação da pessoa de tomar decisões que afetem sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica, suas relações sociais.
- Refere-se à capacidade de o ser humano decidir o que é “bom”, ou o que é seu “bem- estar”.
- A pessoa autônoma é aquela que tem liberdade de pensamento, é livre de coações internas ou externas para escolher entre as alternativas que lhe são apresentadas
- ato autônomo se baseia na liberdade de opção e liberdade de ação, requer que a pessoa seja capaz de agir conforme as escolhas feitas e as decisões tomadas.
- a autonomia do paciente está regulamentada pelo Código de Ética Médica pelo artigo 46 que veda ao médico “efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu representante legal, salvo em iminente perigo de vida”, artigos 56 e 59 reforçam o direito de o paciente decidir
livremente sobre a execução de práticas diagnósticas e terapêuticas, e o seu direito à informação sobre o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e objetivos do tratamento
- o princípio da autonomia é diferente de respeitar a autonomia de outra pessoa:
I) Respeitar a autonomia é reconhecer que ao indivíduo cabe possuir certos pontos de vista e que é ele quem deve deliberar e tomar decisões segundo seu próprio plano de vida e ação, embasado em crenças, aspirações e valores próprios, mesmo quando divirjam daqueles dominantes na sociedade ou daqueles aceitos pelos profissionais de saúde. O respeito à autonomia requer que se tolerem crenças inusuais e escolhas das pessoas desde que não constituam ameaça a outras pessoas ou à coletividade.
II) O respeito pela autonomia da pessoa conjuga-se com o princípio da dignidade da natureza humana, aceitando que o ser humano é um fim em si mesmo, não somente um meio de satisfação de interesses de terceiros, comerciais, industriais, ou dos próprios profissionais e serviços de saúde. Respeitar a pessoa autônoma pressupõe a aceitação do pluralismo ético-social, característico de nosso tempo
- O ser humano não nasce autônomo, torna-se autônomo, e para isto contribuem variáveis estruturais biológicas, psíquicas e socioculturais
- pessoas que, de forma transitória ou permanente, têm sua autonomia reduzida: as crianças, os deficientes mentais, as pessoas em estado de agudização de transtornos mentais, indivíduos sob intoxicação exógena, sob efeito de drogas, em estado de coma
- Nas situações de autonomia reduzida cabe a terceiros, familiares ou mesmo aos profissionais de saúde decidirem pela pessoa não-autônoma
- A pessoa acometida por transtornos mentais, assim como os indivíduos retidos em estabelecimentos hospitalares ou de custódia, não devem ser vistos como totalmente afetados em sua capacidade decisional → diagnóstico de uma doença mental não implica que ocorra incapacidade do indivíduo para todas as decisões a serem tomadas com respeito à sua saúde ou vida
- a autonomia do médico pode fazer com que ele se oponha autonomia do paciente usando a cláusula da consciência, na qual se oponha a realizar certos procedimentos, tais como técnicas de reprodução assistida, eutanásia ou aborto, mesmo que haja amparo legal ou deontológico para tais ações
- o profissional de saúde pode infringir a autonomia do paciente quando esse tentar realizar alguma ação de perigo de vida ou suicídio (nesse caso o constrangimento da vítima deixa de ser crime) → nossa legislação garante ao cidadão o direito à vida, mas não sobre a vida; ele tem plena autonomia para viver, mas não para morrer
- em situações em que a autonomia está reduzida devam prevalecer os princípios da beneficência e da não-maleficência
PATERNALISMO:
- é a interferência do profissional de saúde sobre a vontade de pessoa autônoma, mediante ação justificada por razões referidas, exclusivamente, ao bem-estar, alegria, necessidades, interesses ou valores da pessoa que está sendo tratada
- paternalismo existente na interação médico-paciente é concebido como sendo uma característica relacional básica → privilégio terapêutico
- tem origem nos fundamentos hipocráticos no qual o médico deveria aplicar “os regimes para o bem dos doentes, segundo seu saber e razão (...)”, não concedendo lugar à autonomia da pessoa que tratava
- é a ação necessária empreendida pelo médico no interesse daquele a quem trata.
- conduta paternalista acabaria por ter um fim restaurador da autonomia individual, de condições adequadas de compreensão, deliberação e tomada de decisão → o ato paternalista seria uma resposta a incapacidades, e não uma negação dos direitos das pessoas
- paternalismo como resultado do caráter assimétrico da relação médico- paciente, caracterizada pela fragilidade do paciente e pela força do médico.
- paternalismo forte: exercido sobre pessoas autônomas, passando por cima de sua autonomia, ou seja, desconsiderando-as
- paternalismo fraco: exercido sobre pessoas incapazes sob o ponto de vista jurídico ou pessoas incompetentes sob o ponto de vista moral
NÃO-MALEFICIÊNCIA
- o profissional de saúde tem o dever de, intencionalmente, não causar mal e/ou danos a seu paciente
- princípio fundamental da tradição hipocrática da ética médica: “cria o hábito de duas coisas: socorrer (ajudar) ou, ao menos, não causar danos”.
- se não cumprido coloca o profissional de saúde numa situação de má-prática ou prática negligente da medicina
- dano de um procedimento pode estar justificado se o benefício esperado com o resultado deste procedimento for maior que o risco existente
- teoria moral do duplo efeito: o paciente sofre um dano menor (amputação de um membro) em benefício da sobrevivência = a dor ou o dano valem o benefício para o paciente
*não-maleficência = abstenção; beneficência = ação.
* não-maleficência = obrigação de não causar danos, e beneficência = obrigação de prevenir danos, retirar danos e promover o bem
BENEFICIÊNCIA
- ato de fazer o bem
- manifestação da benevolência → procura e realização do bem dos outros e que, do mesmo modo, temos propensão a cuidarda nossa própria vida, saúde e bens particulares
- temos a obrigação moral de agir para o benefício do outro
- É usar todos os conhecimentos e habilidades profissionais a serviço do paciente, considerando, na tomada de decisão, a minimização dos riscos e a maximização dos benefícios do procedimento a realizar
- contribua para o bem estar dos pacientes, promovendo ações:
a) para prevenir e remover o mal ou dano que, neste caso, é a doença e a incapacidade
b) para fazer o bem, entendido aqui como a saúde física, emocional e mental
- ações positivas → atue para beneficiar seu paciente
- benevolência, forma genérica da beneficência, de acordo com os autores citados, tem as seguintes características:
I) é uma disposição emotiva que tenta fazer bem aos outros
II) é uma qualidade boa do caráter das pessoas, uma virtude
III) é uma disposição para agir de forma correta
IV) de forma geral, todos os seres humanos normais a possuem.
- O princípio da beneficência tenta, num primeiro momento, a promoção da saúde e a prevenção da doença e, em segundo lugar, pesa os bens e os males buscando a prevalência dos primeiros
- “todo ato terapêutico, toda decisão, tem como único alvo proporcionar um auxílio eficaz a uma pessoa enferma em perigo”
* Relatório Belmont: apresenta os princípios básicos que podem ajudar na solução dos problemas éticos surgidos da pesquisa com seres humanos. Princípios básicos da moral alicerçada no: 1) o princípio do respeito às pessoas; 2) o princípio da beneficência; 3) o princípio da justiça

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