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Direitos Humanos e Cidadania para a PRF


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DIREITOS HUMANOS 
E CIDADANIA 
PARA A PRF 
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1 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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SUMÁRIO 
INTODUÇÃO .................................................................................... 2 
1. TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ................. 3 
2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
 8 
3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO 
ESTADO 15 
4. DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 19 
5. INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS E 
GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................... 22 
6. POLÍTICA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ... 28 
7. PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
 29 
8. GLOBALIZAÇÃO E DIREITOS HUMANOS .................. 36 
9. AS TRÊS VERTENTES DA PROTEÇÃO 
INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA ....................................... 38 
9.3 DIREITO DOS REFUGIADOS .............................................. 40 
10. A CONSTITUIÇÃO BRASI- LEIRA E OS TRATADOS 
INTERNACIONAIS DE DIREI- TOS HUMANOS .............................. 41 
11. APLICAÇÕES DA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA A 
TEMAS E PROBLEMAS CONTEMPORÂNEOS DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA ............................................................................................ 45 
12. PRÁTICAS JUDICIÁRIAS E POLICIAIS NO ESPAÇO 
PÚBLICO 51 
13. ADMINISTRAÇÃO INSTITU- CIONAL DE 
CONFLITOS NO ESPAÇO PÚBLICO .................................................. 54 
14. ORIENTAÇÕES FINAIS ................................................... 57 
15. QUESTÕES ......................................................................... 58 
 
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 INTRODUÇÃO 
Olá, futuros policiais! Quem escreve aqui é o Luís Krieger, um 
dos colaboradores do Quebrando as Bancas e Policial Rodoviário 
Federal aprovado no concurso de 2013. 
Sou formado em Direito pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul e, além da PRF, também fui aprovado em alguns outros 
concursos, como Analista do MPU, Capitão da PM/RS, Oficial do 
Exército – Quadro Complementar e Técnico do Superior Tribunal 
Militar. 
Mas vamos ao que importa: 
Nosso objetivo é esgotar o edital e gabaritar, juntos, a prova da 
PRF. 
Para que o estudo funcione e você tenha êxito no concurso, você 
deve seguir algumas regras: 
1 – Leia essa apostila com atenção mais de uma vez. 
2 – Para cada hora de estudo, separe 10 min de revisão no dia 
seguinte. Depois de uma semana, revise novamente o conteúdo, por 05 
min. Repita a revisão 30 dias depois. Por fim, perto da prova, dê mais 
uma boa revisada. 
3 – Além de estudar toda esta apostila, leia o material 
complementar que disponibilizamos para você. 
4 – Faça testes até cansar! 
Seguindo as regras acima, seu sucesso será certo, amigo! 
Antes de ir para o primeiro tópico, assista a este vídeo para 
inspirar seus estudos: 
 
 
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https://www.youtube.com/watch?v=uCnIKEOtbfc
 
 
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1. TEORIA GERAL DOS 
DIREITOS HUMANOS 
 
1.1 CONCEITO 
Os Direitos Humanos (DH) podem ser definidos como os 
direitos indispensáveis para que se tenha uma vida digna. São 
direitos básicos que todas pessoas possuem (ou deveriam possuir), 
como: igualdade, direito à vida, liberdade e segurança pessoal. 
Importante dizer que não há uma lista fechada de quais são os 
Direitos Humanos. Se hoje o acesso à internet pode ainda não ser 
considerado um DH, no futuro poderá ser um bem tão essencial 
quanto a água que bebemos. 
Sobre os DH’s é importante que você saiba de suas principais 
características: 
Os direitos humanos possuem universalidade, ou seja, são 
direitos de todos humanos, pouco importando a nacionalidade, 
orientação sexual, opção política etc. Todavia, nem sempre foi 
assim. Basta lembrar o ocorrido durante o nazismo. 
A Declaração Universal de 1948 é o marco da universalidade 
dos Direitos Humanos, consagrando no art. 1º que "todos os seres 
humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos". 
Além disso, os direitos humanos possuem a característica da 
indivisibilidade. Significa que todos os DH’s possuem a mesma 
proteção jurídica, pois todos são importantes e, juntos, formam o 
conjunto de direitos humanos, os quais devem ser promovidos por 
completo, e não isoladamente. 
Além disso, os direitos humanos gozam das características de 
imprescritibilidade, inalienabilidade e indisponibilidade. 
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A imprescritibilidade implica no reconhecimento de que os 
direitos humanos sempre possuem valor, não importando quanto 
tempo se passe. Além disso, os direitos humanos não podem ser 
vendidos, não possuindo valor pecuniário. Por isso, são 
inalienáveis. 
Por fim, os direitos humanos são indisponíveis, ou seja, não 
podem ser renunciados, mesmo que o titular dos direitos queira 
renunciar. 
1.2 TERMINOLOGIA 
“Direitos Humanos” é uma expressão que recebeu muitas 
críticas no passado pela redundância. Afinal, só o ser humano é 
titular de direitos, logo todo direito seria humano. Por isso, diversas 
outras expressões foram criadas: direitos individuais, direitos 
públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades públicas, 
direitos fundamentais e direitos humanos fundamentais. 
Todavia, de forma clássica, ainda se utiliza a expressão 
direitos humanos. 
Direitos Fundamentais (DF) x Direitos Humanos (DH) 
Muitos distinguem os DH’s 
dos DF’s do seguinte modo: 
os direitos fundamentais 
seriam aqueles positivados, 
ou seja, escritos em uma 
Constituição ou Lei; já os 
direitos humanos seriam 
aqueles reconhecidos no 
plano internacional, mesmo 
sem estarem escritos. 
Portanto, os DH’s englobam os 
DF’s. 
 
Direitos 
Humanos
Plano Internacional
Direitos 
Fundametais
São DH positivados em 
uma Constituição 
interna de um Estado
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Podemos afirmar que os DF’s são os DH’s reconhecidos por 
um Estado e positivados em uma Constituição. 
1.3 ESTRUTURA NORMATIVA 
Os Direitos humanos possuem uma estrutura normativa 
variada. Muitas vezes um DH pode significar apenas um não fazer 
do Estado, como no caso da liberdade. Outras vezes, ao revés, pode 
significar um fazer do Estado, como no caso da Segurança Pública. 
Vamos analisar brevemente as possíveis estruturas dos DH’s: 
 Direito-pretensão 
Significa que uma pessoa tem direito a algo e outrem tem o 
dever de prestar. Ex.: o direito à educação faz nascer o dever 
de o Estado prestar a educação. 
 Direito-liberdade 
Significa não ser privado de suas escolhas individuais, 
implicando em uma abstenção de outrem. Ex.: liberdade de 
religião. 
 Direito-poder 
Uma pessoa, em determina situação, tem um poder em 
relação a outrem. Ex.: O preso tem o direito-poder de ser 
defendido por um advogado. 
 Direito-imunidade 
Significa que uma pessoa tem uma autorização de não sofrer 
de qualquer modo com determinada ação. Ex.: toda pessoa é 
imune à prisão, a não ser no caso de flagrante delito ou de 
ordem escrita e fundamentada de um juiz. 
 
1.4 FUNDAMENTAÇÃO 
Quando falamos em fundamentação de alguma coisa, 
estamos querendo saber dos pilares que sustentam tal coisa. Assim 
como o fundamento de um prédio, os Direitos Humanos também 
possuem suas estruturas de sustentação. Tais estruturas buscam nos 
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6 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
www.quebrandoasbancas.comdar um motivo do porquê os DH devem ser respeitados por todos. 
Não fossem esses “motivos”, ninguém respeitaria os Direitos 
Humanos. 
Duas correntes de pensamentos buscam fundamentar os 
Direitos Humanos, ou seja, demonstrar o motivo pelo qual 
devemos reconhecer e obedecer aos DH’s: corrente Jusnaturalista 
e corrente Positivista. 
O fundamento Jusnaturalista 
Defende que mesmo antes do homem criar leis e textos 
formais já existiria um conjunto de normas universais com poder 
vinculante superior às regras fixadas pelo Estado (Direito Posto). 
Na Idade Média, São Tomás de Aquino, expondo as ideias 
religiosas de Jusnaturalismo, dizia: as leis humanas devem 
obedecer às leis naturais, as quais são fruto da razão divina. 
Além dos religiosos, os contratualistas também defendiam o 
Jusnaturalismo. Para eles, a supremacia dos Direitos Humanos é 
fundada em um contrato social realizado entre a comunidade e o 
Estado, limitando este. Tal contrato não nasce de regras escritas 
pelos homens, mas de um direito preexistente e atemporal derivado 
da natureza do homem. 
Seja para os naturalistas ou para os contratualistas, o 
Jusnaturalismo firma-se na ideia de um direito preexistente às 
normas produzidas pelo homem. 
Vamos, então, resumir: os Direitos Humanos são regras 
anteriores e que se sobrepõem às regras criadas pelos homens. 
O fundamento Positivista 
Para os positivistas, tudo que é importante deve ser escrito em 
uma lei, tratado ou Constituição. Deve haver uma hierarquia entre 
as leis, sendo que no topo estaria a Constituição. Assim, os DH’s 
foram inseridos nas constituições, obtendo uma superioridade. 
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Sendo assim, para os positivistas o fundamento dos direitos 
humanos, que faz com que eles sejam obedecidos e respeitados, 
reside no fato de ele ter uma validade formal, estando previsto no 
ordenamento jurídico, como em leis, tratados, constituição, etc. 
A visão utilitarista e comunista 
Embora seja menos provável de aparecerem na prova da PRF, 
devemos ainda dar uma espiada nas teorias utilitaristas e 
comunistas de fundamentação dos Direitos Humanos. 
Para os utilitaristas, os DH’s serão respeitados e obedecidos 
se os cidadãos receberem uma vantagem por conta disso. Para eles, 
a comunidade cumpre as regras visando vantagens e utilidades, e 
não por espontaneidade. 
De outro lado, para o pensamento socialista e comunista, os 
direitos humanos são reconhecidos em abstrato, sem levar em 
consideração os meios de implementação desses dispositivos. Na 
realidade, os DH’s não resolveriam os problemas reais. A solução 
passava por uma luta de classes, com o fim do capitalismo, onde o 
homem não seria mais o opressor do próprio homem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA 
DOS DIREITOS HUMANOS 
 
2.1 A ANTIGUIDADE ORIENTAL E 
O ESBOÇO DA CONSTRUÇÃO DE 
DIREITOS 
Foram criados nesse período códigos de comportamentos 
baseados no amor e respeito ao próximo. Alguns pensadores da 
época podem ser citados: Buda, Confúcio e Zaratrustra. 
De outro lado, algumas codificações normativas também 
foram criadas, como a Codificação de Menes, no Antigo Egito, e o 
Código de Hammurabi, na Babilônia. Tais codificações criam 
esboços de direitos individuais, como direito à vida, propriedade e 
honra. 
2.2 GRÉCIA E DEMOCRACIA 
ATENIENSE 
A Grécia tem importante papel na promoção dos DH em 
relação aos direitos políticos: a democracia ateniense adotou a 
participação política dos cidadãos. Além disso, na sua obra A 
República, Platão trouxe a ideia de igualdade e a noção de bem 
comum - preceitos alinhados com as ideias de DH’s. 
2.3 A REPÚBLICA ROMANA 
Roma deixou para Humanidade a Lei das Doze Tábuas, 
buscando controlar os arbítrios do soberano. De outro lado, O 
Direito Romano trouxe ainda a consagração de diversos direitos, 
como: propriedade, liberdade e personalidade jurídica. Além disso, 
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tivemos a consolidação do princípio da legalidade, o qual buscava 
defender o cidadão dos abusos e promover o bem comum. 
2.4 A INFLUÊNCIA DA IGREJA 
A Bula Sublimis Deus, de Paulo III (1537), é lembrada como 
uma importante intervenção da Igreja na promoção dos DH’s ao 
condenar a escravidão. Outra importante manifestação religiosa em 
prol dos DH’s foi o Édito de Nantes (Henrique IV) estabelecendo 
tolerância religiosa e colocando fim na guerra entre católicos e 
protestantes. 
2.5 A CRISE DA IDADE MÉDIA E O 
SURGIMENDO DA IDADE 
MODERNA 
Na Idade Média, podemos citar a Magna Carta Inglesa de 
1215, a qual consistiu em um catálogo de direitos dos indivíduos 
contra o Estado – época do Rei João Sem Terra. Após o 
renascimento, surgiram os Estados Nacionais europeus. 
Na Idade Moderna, surge a “Bill of Rights” (1689). Em 
síntese, essa carta consagrava a ideia de redução do poder dos reis 
ingleses de forma definitiva. 
2.6 MUNDO CONTEMPORÂNEO 
Os Direitos Humanos, como os conhecemos hoje, surgiram 
na reconstrução da sociedade ocidental ao final da segunda Guerra 
Mundial. O sistema global nasce em 1945, com a criação da ONU, 
que é a sucessora da Liga das Nações, a partir da Carta das Nações 
Unidas. 
Portanto, a Carta das Nações inaugurou o sistema global de 
proteção aos Direitos Humanos. Pela primeira na história as 
Nações Unidas firmaram um tratado com o objetivo de favorecer a 
proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais para 
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todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião (art. 1º, III; 
13, § 1º, b; 55, c; 56; 62; 68; 72, c). 
Importante: a Carta da ONU não define o que são os direitos 
humanos e liberdades fundamentais. Por isso, foi necessária a 
criação de outros documentos. Em 10/12/1948, a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos foi criada, complementando a 
Carta das Nações Unias. 
 O sistema global tem quatro instrumentos: 
1) Carta da ONU; 
2) DUDH; 
3) DIDCP; 
4) DINESC. 
Além do sistema global, há também sistemas regionais de 
proteção aos Direitos Humanos, como o Pacto de São José da Costa 
Rica, para as “Américas”. 
Alguns documentos internacionais são importantes para 
nosso estudo, pois podem ser cobrados no concurso da PRF: 
2.6.1 DECLARAÇÃO UNIVERSAL 
DOS DIREITOS HUMANOS 
Amigo futuro policial, o tema da DUDH é muuuuito 
importante em concurso público. Normalmente as questão são 
centradas na leitura do texto “seco” da Declaração, mas questões 
teóricos também podem ser cobradas. 
Por isso, apresentarei aqui um estudo teórico da DUDH e 
você fica obrigado a fazer a leitura fria do texto da Declaração 
(disponível no material complementar). 
Conforme já falado, após os diversos crimes e atrocidades 
ocorridos contra a humanidade, após a 2ª Guerra Mundial 
entendeu-se necessária a reconstrução dos Direitos Humanos. 
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Nesse sentido, afirmou o CESPE em concurso do DEPEN em 
2015: 
“Consensualmente considerada um prolongamento natural 
da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU, 1945), 
a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi 
aprovada pela Assembleia-geral da ONU em 1948 
(Resolução 217–A). O documento reflete o desejo de paz, 
justiça, desenvolvimento e cooperação internacional que 
tomou conta de quase todo o mundoapós duas grandes 
guerras no espaço de apenas duas décadas. ” 
 A DUDH, sob um prisma estritamente legalista, não 
apresenta força jurídica obrigatória e vinculante. Todavia, pelo fato 
da DUDH não obrigar seu cumprimento, já que é apenas uma 
recomendação, foram elaborados tratados que passavam a 
incorporar os direitos constantes da Declaração: o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional 
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 Portanto, a DUDH, por si só, não é vinculante e nem traz um 
rol de órgãos que fiscalizem e exijam seu cumprimento, pois é uma 
mera “recomendação”. Todavia, a partir da DUDH foram criados 
tratados que tornaram obrigatórios o cumprimento de direitos que 
foram extraídos da DUDH. 
Características da Declaração Universal: 
 Faz parte do Sistema Global de Proteção aos Direitos 
Humanos. 
 A declaração não apresenta um rol fechado de direitos, 
podendo ser ampliado. 
 Fundamenta-se na ideia de que todos nascem iguais em 
dignidade e direitos. 
 Orienta-se pelos princípios da universalidade, igualdade e 
não-discriminação. 
 Não trata da pena de morte. 
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 Os exercícios de direitos não podem justificar a violação dos 
direitos de outrem. 
Fique ligado! O CESPE gosta bastante de cobrar esse 
dispositivo da DUDH: 
Artigo XXVI 
Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será 
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. 
A instrução elementar será́ obrigatória. A instrução técnico-
prossional será acessível a todos, bem como a instrução 
superior, está baseada no mérito. 
 
 
 
 
 
2.6.2 Pacto de São José da Costa 
Rica 
A Convenção Americana de Direitos Humanos, também 
chamada de Pacto de San José da Costa Rica, foi assinada em 22 
de novembro de 1969, na cidade de San José, na Costa Rica, e 
ratificado pelo Brasil em setembro de 1992. Faz parte do sistema 
regional de proteção dos Direitos Humanos, englobando as 
américas. 
Tem como escopo buscar entre os países americanos a 
consolidação dos valores de liberdade pessoal e de justiça social, 
independentemente de onde a pessoa tenha nascido. 
Importante destacar que, conforme o Pacto: “Ninguém deve 
ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de 
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de 
Dica: Artigo 14 
§1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar 
asilo em outros países. 
§2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente 
motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e 
princípios das Nações Unidas. 
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inadimplemento de obrigação alimentar.” Retomaremos este 
assunto mais para frente. 
Merece destaque também a seguinte observação: há algumas 
situações em que o Estado poderá exigir um trabalho de um cidadão 
sem que isso configure trabalho forçado ou obrigatório: 
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo: 
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em 
cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária 
competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob a vigilância e 
controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os executarem não devem 
ser postos à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter 
privado; 
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de 
consciência, qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; 
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que ameacem a 
existência ou o bem-estar da comunidade; 
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. 
Corte Interamericana de Direitos Humanos 
Criada pelo Pacto de São José, a Corte Interamericana de 
Direitos Humanos tem a finalidade de julgar casos de violação dos 
direitos humanos ocorridos em países que integram a Organização 
dos Estados Americanos (OEA), que reconheçam sua competência. 
A Corte é um órgão judicial autônomo, com sede na Costa 
Rica, cujo propósito é aplicar e interpretar a Convenção Americana 
de Direitos Humanos e outros tratados de Direitos Humanos. 
Basicamente analisa os casos de suspeita de que os Estados-
membros tenham violado um direito ou liberdade protegido pela 
Convenção. 
Necessário destacar que, conforme o § 4º do art. 5º da CF, “O 
Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a 
cuja criação tenha manifestado adesão”. 
Não confunda: Comissão X Corte 
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 Comissão Interamericana de Direito Humanos: foi 
criada para promover a defesa dos Direitos Humanos, 
servindo como instância consultiva da Organização. 
 
 Corte Interamericana de Direitos Humanos: é um 
órgão judicial autônomo criado com o objetivo de 
aplicar e interpretar a Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos. Possui função jurisdicional e 
consultiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dica: o artigo 44 do Pacto de San José permite que qualquer 
pessoa, grupo de pessoas ou entidades não governamentais 
legalmente reconhecidas em um ou mais Estados-membros da 
Organização apresentem à comissão petições que contenham 
denúncias ou queixas de violação da Convenção por um 
Estado-parte. 
 
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15 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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3. DIREITOS HUMANOS E 
RESPONSABILIDADE DO 
ESTADO 
Este tópico, caro futuro PRF, não é comum de ser encontrado 
nos manuais e resumos de Direitos Humanos. Algumas apostilas 
até abordam o tema, porém por vezes aprofundando muito mais do 
que deveria e, em outras, falando de forma demasiadamente 
superficial. 
Por isso, pare este tópico vamos usar como referência um 
texto que apresenta um equilíbrio perfeito entre aprofundamento na 
matéria e sintetização: o estudo de Tatiana Botelho, publicado 
Revista da Faculdade de Direito de Campos, Ano VI, Nº 6 - Junho 
de 2005. 
3.1 A RESPONSABILIDADE 
INTERNACIONAL DOS ESTADOS POR 
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
O principal infrator dos direitos humanos de acordo com a 
jurisprudência internacional é o Poder Executivo. Muitas vezes as 
regras internacionais são violadas por agentes públicos que agem 
de acordo com as normas internas. 
Caso um particular pratique um ato que venha a ferir os 
Direitos Humanos, ficando o Estado inerte, poderá haver uma 
responsabilização por violação aos DH’s. 
De outro lado, pode haver também uma responsabilização 
internacional do Estado no caso de um ato judicial violar os direitos 
humanos. Tal violação pode ocorrer pelo fato da decisão ser tardia 
ou inexistente, ou ainda quando a decisão viola direitos humanos. 
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16 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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O Estado tem a responsabilidade de disponibilizar 
ferramentas aptas a reparar uma violação aos DH’s que tenha 
ocorrido aos indivíduos. Caso o Estado não repare uma violação, 
responderá duplamente: pela violação inicial dos DH’s e por não 
prover ao indivíduo os recursos internos aptos a reparar o dano. 
Tem o Estado o dever de investigar e punir os responsáveis 
pela violação de DH’s. De igual modo, deve o Estado reparar as 
vítimas por tais violações. Além disso, deve combater a 
impunidade. 
3.2 A REPARAÇÃO DOS DANOS 
NA VIOLAÇÃO DE DIREITOS 
HUMANOSQuando uma regra internacional é violada, quem pode 
pleitear a reparação é o Estado e não o indivíduo, pois o Estado é o 
titular do direito de exigir no plano internacional. Todavia, no caso 
de violação aos DH’s, busca-se a responsabilização internacional 
do Estado. 
Por esse motivo, prevalece a proteção do indivíduo e, em 
consequência, deve-se aceitar que ele, enquanto vítima, tenha o 
direito de obter a reparação. 
 
3.3 AS SANÇÕES COLETIVAS E 
UNILATERAIS POR VIOLAÇÃO DE 
DIREITOS HUMANOS 
Toda vez que uma obrigação internacional é violada surge 
como reação uma sanção. Temos dois tipos de sanções: 
 Sanções coercitivas: são medidas de imposição de 
penalidades para que o Estado cumpra obrigação violada. 
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17 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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 Sanções punitivas: são medidas de punição a Estados por 
seus comportamentos. 
No campo do Direito Internacional, consagrou-se a adoção 
das sanções coercitivas, abandonando-se as punitivas. Quando o 
um Estado viola normas internacionais, há um conjunto de medidas 
unilaterais que buscam forçar o Estado violador a cumprir com suas 
obrigações. O nome desse conjunto de medidas é a contramedida. 
 Na prática, as contramedidas são medidas de represálias com 
ênfase nas medidas de cunho econômico. Cada Estado decide (pela 
sua vontade discricionária) se vai utilizar ou não de tais medidas 
contra o Estado violador de Direitos. 
 
3.4 RESPONSABILIDADE CIVIL DO 
ESTADO EM CASO DE MORTE DE 
DETENTO 
Trata-se de um tema que revolta muita gente, mas, amigo, não 
estamos aqui para discutir nossas opiniões, mas sim porque você 
quer ser Policial Rodoviário Federal, não é mesmo? 
Então vamos lá.... 
A Responsabilidade civil do Estado pode ser caracterizada 
como a obrigação que a Administração Pública tem de indenizar os 
danos patrimoniais ou morais que seus agentes, atuando nesta 
qualidade, causarem a terceiros. 
Importante consignar que a responsabilidade civil do Estado 
é objetiva. Veja o que diz a CF: 
Art. 37 (...) 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
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terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 Veja que o dolo e a culpa são exigidos apenas para a ação de 
regresso. Portanto, contra o Estado não se exige a demonstração de 
dolo ou culpa. Por isso se diz que a responsabilidade é objetiva. 
Se um detento é morto dentro da unidade prisional, haverá 
responsabilidade civil do Estado? 
Sim, pois conforme o art. 5º, XLIX, da CF, é assegurado aos 
presos o respeito à integridade física e moral. Desse modo, poderá 
o poder público indenizar pelos danos que o preso venha a sofrer, 
independentemente de o Estado ter agido com dolo ou culpa, já que 
a responsabilidade é objetiva. 
E se o preso tiver em uma situação degradante, cabe 
indenização? 
Sim, veja esta notícia retirada do site do STF, em fevereiro de 
2017: 
“O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, nesta quinta-
feira (16), que o preso submetido a situação degradante e a 
superlotação na prisão tem direito a indenização do Estado 
por danos morais. No Recurso Extraordinário (RE) 580252, 
com repercussão geral reconhecida, os ministros 
restabeleceram decisão que havia fixado a indenização em 
R$ 2 mil para um condenado. ” 
 
 
 
 
 
 
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19 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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4. DIREITOS HUMANOS NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Chegamos, agora, a uma das partes mais importantes de nosso 
estudo. Você, que será em breve um Policial Rodoviário Federal, 
deve saber o que nossa lei maior diz sobre os Direitos Humanos, 
pois toda ação policial deve se ater a preservar e garantir tais 
direitos. 
Sendo assim, em nosso estudo devemos focar nossas energias 
nos dispositivos constitucionais mais importantes sobre direitos 
humanos. Vamos lá! 
4.1 PREVALÊNCIA DOS DIRIETOS 
HUMANOS (art. 4º, II, da CF) 
Nossa Constituição determina que a República Federativa do 
Brasil, nas suas relações internacionais, deverá se guiar pelo 
princípio da prevalência dos direitos humanos. Mas, na prática, 
o que significa isso? 
Na prática, significa que o Brasil está mandando o seguinte 
recado para os outros países: "então, galera, nós aqui no Brasil nos 
comprometemos com os Direitos Humanos e os colocamos em 
primeiro lugar nas nossas relações". É como se fosse um "selo 
Direitos Humanos" ter uma regra constitucional assim. 
Um aviso: para nosso concurso só importa o que está escrito 
na CF, pouco importando o descompasso que possa existir com a 
realidade. 
 
 
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20 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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4.2 INVERTENVEÇÃO FEDERAL 
POR VIOLÇÃO A DIREITOS 
HUMANOS 
Conforme determina o art. 34, VII, “b”, os direitos da pessoa 
humana são considerados como princípios sensíveis da 
Constituição Federal. O que significa isso? Significa que se houver 
violação aos direitos humanos por parte dos Estados, a União 
poderá realizar uma intervenção federal. 
 
4.3 FEDERALIZAÇÃO DOS 
CRIMES CONTRA DIREITOS 
HUMANOS (art. 109, V-A e §5º) 
Quando ocorre uma violação a Direito Humano no território 
brasileiro, quem se responsabiliza no Plano Internacional é a 
União, nos termos do art. 21, I, da CF. Sendo assim, se um pequeno 
Município do interior brasileiro violar os Direitos Humanos e a 
União não tiver culpa alguma, ainda assim será ela a responsável 
no plano internacional. 
Assim sendo, a União deve ter mecanismos para controlar o 
respeito aos Direitos Humanos. Um dos instrumentos é a 
federalização dos crimes contra Direitos Humanos, envolvendo 
casos mais graves: 
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere 
o §5º deste artigo; 
(...) 
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21 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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§5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o 
Procurador-Geral da República, com a finalidade de 
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o 
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior 
Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou 
processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal”. 
O que seria uma grave violação de direitos humanos? 
Exemplos: tortura; homicídio motivado por preconceito de raça, 
sexo etc. Todos esses casos são graves e podem motivar o 
deslocamento da competência para a Justiça Federal, desde que 
obedecidos os demais requisitos. 
É muito importante que você memorize os requisitos para a 
federalização de crime violador dos direitos humanos: 
 Grave violação de direitos humanos 
 Necessidade de assegurar o cumprimento das 
obrigações decorrentes de tratados internacionais 
 O pedido deve ser realizado pelo PGR em qualquer fase 
do inquérito ou processo perante o STJ 
 
 
 
 
 
 
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22 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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5. INSTITUCIONALIZAÇÃO 
DOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
 
O que estudaremos a seguir é assunto que deve ser 
aprofundado no estudo de Direito Constitucional. Em nosso estudo 
focaremos no que é mais importante para a prova de DireitosHumanos. 
De qualquer sorte, aconselhamos fortemente que você leia 
todos os artigos constitucionais mencionados uma, duas, três ou 
quantas vezes forem necessárias até que você memorize os 
aspectos principais. 
É importante que você saiba que os direitos e garantias 
fundamentais são para todos, valendo inclusive para o estrangeiro 
que esteja de passagem pelo Brasil, em virtude da princípio da 
primazia dos direitos humanos nas relações internacionais do 
Brasil (art. 4º, II, da CF). 
Além disso, os Direitos Fundamentais não valem apenas entre 
o Estado x Indivíduos (eficácia vertical dos direitos fundamentais), 
mas também entre Indivíduos x Indivíduos (eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais). 
5.1 NOÇÕES GERAIS 
Primeiramente, é importante que você saiba que nenhum 
direito fundamental é absoluto. Nem mesmo o direito à vida é 
absoluto, já que a própria Constituição Federal admite a pena de 
morte no caso de Guerra Declarada (art. 5º, XLVII). 
Outra característica importante dos direitos fundamentais é a 
vedação ao retrocesso: os direitos devem sempre avançar. A 
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23 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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legislação pode até modificar os direitos fundamentais, mas sempre 
para deixá-lo mais forte. 
Os direitos e garantias fundamentais foram instituídos na 
Constituição Federal brasileira no Título II, estando divididos nos 
seguintes grupos de direitos: 
 Direitos e deveres individuais e coletivos: 
o Previsão – em maior peso no art. 5º da CF. 
o Constituem as liberdades negativas, ou seja, 
determinam um “não fazer do Estado”. Ex.: tenho 
o direito de ir e vir e o Estado não pode intervir 
nessa liberdade. 
 Direitos sociais: 
o Previsão – art. 6º a 11 da CF. 
o São as chamadas liberdades positivas. Significa 
que o estado tem o dever de realizar um “fazer” 
em benefício do cidadão. 
o São característicos de um Estado Social. 
 Direitos de nacionalidade: 
o Previsão – arts. 12 e 13 da Constituição. 
o Nacionalidade é o vínculo jurídico de direito 
público interno entre uma pessoa e um Estado. 
o A nacionalidade significa que um indivíduo 
possui determinados direitos em relação ao Estado 
de que é nacional, tais como: direito de residir, 
votar e ser votado, direito de não ser expulso etc. 
o No Brasil, prevalece o critério ius soli: ou seja, é 
brasileiro quem nasce no território nacional, como 
regra. 
 Direitos políticos: 
o Previsão – art. 14 da CF. 
o São denominados direito de cidadania, tendo em 
vista que regulam a participação popular nos 
rumos da nação. 
 Partidos políticos: 
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24 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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o Previsão – art. 17 da CF. 
o Os partidos políticos, de acordo com a CF, têm 
liberdade de criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos político. 
5.2 DIMENSÕES DE DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
No início, falava-se em gerações de Direitos Fundamentais. 
Todavia, a ideia de geração passa a impressão de que quando se 
muda de geração a que fica para trás não mais existe. Por isso, 
prefere-se o uso da expressão “dimensão de direitos fundamentais”, 
pois todas as dimensões coexistem. 
Direitos Fundamentais de 1ª Dimensão: 
Há um foco nas liberdade individuais em relação ao Estado, 
ou seja, há uma abstenção do Estado na interferência da vida do 
indivíduo. Tais direitos, abarcados na primeira dimensão, estão 
relacionados às liberdades públicas e aos direitos políticos, focando 
na liberdade. 
O titular dos direitos da primeira dimensão é o indivíduo. São 
direitos de resistência frente ao Estado. 
Alguns documentos históricos podem ser mencionados como 
precursores dos direitos fundamentais de primeira dimensão, 
conforme ensina Pedro Lenza (você não precisa memorizar a lista 
abaixo – o objetivo é contextualizar): 
 Magna Carta de 1215 
 Paz de Westfália (1648) 
 Habbeas Corpus Act (1679) 
 Bill of Rights (1688) 
 Declaração Americana e Francesa 
Como exemplo de direito fundamental de primeira dimensão 
podemos citar o direito de ir e vir. 
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25 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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Direitos Fundamentais de 2ª Dimensão: 
 Lembra-se das suas aulas de história que mostrava as 
precárias condições de trabalho no século XIX durante a revolução 
industrial? Não mais havia escravos, todavia, para sobreviver, 
muitas pessoas chegavam a trabalhar 20h sem descanso. Fora isso, 
não havia qualquer amparo em caso de acidentes ou problemas de 
saúde, surgindo uma massa de pessoas em situação de extrema 
vulnerabilidade e pobreza. 
Por isso, por meio de movimentos sociais, como a Comuna 
de Paris, em 1848, e o Movimento Cartista, ocorrido na Inglaterra, 
a população exigiu que o Estado fornecesse aos cidadãos uma 
proteção, com direitos sociais, culturais e econômicos, bem como 
direitos coletivos, correspondendo aos direitos de igualdade. 
Dentro dessa ideia de direitos da segunda dimensão, podemos 
citar: 
 Constituição do México, de 1917; 
 Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha. 
Se nos direitos de primeira dimensão queria-se uma omissão 
do Estado em relação ao indivíduo, nos direitos da segunda 
dimensão, pelo contrário, buscava-se uma atitude. São direitos de 
titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações 
do Estado. 
Direitos Fundamentais de 3ª Dimensão: 
Com o avanço da sociedade, surgem novas preocupações 
mundiais: preservação ambiental, proteção dos consumidores etc. 
Nesta dimensão de direitos, o ser humano passa a pertencer à 
coletividade, surgindo a ideia de direitos ligados à solidariedade e 
fraternidade. São direitos transindividuais, em rol exemplificativo, 
destinados à proteção do gênero humano. 
Bonavides identifica os seguintes direitos da 3ª Dimensão: 
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26 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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 Direito ao desenvolvimento; 
 Direito ao meio ambiente; 
 Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da 
humanidade; 
 Direito de comunicação. 
Direitos Fundamentais de 4ª Dimensão 
Tais direitos, segundo Bonavides, decorrem da globalização 
dos direitos fundamentais. Há uma ideia de globalização política, 
de universalidade (eu sei, é confuso mesmo, mas memorize as 
palavras-chaves). 
Os exemplos de direitos de 4ª Dimensão: 
 Democracia 
 Informação 
 Pluralismo. 
 
5.3 RESTRIÇÕES DE DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
Nossa Constituição Federal prevê dois momentos em que os 
direitos fundamentais serão restringidos. Tais hipóteses estão 
relacionados a momentos de crise. São elas: estado de defesa e 
estado de sítio. 
O estado de defesa (previsto no art. 137 da CF) é uma medida 
menos severa que o estado de sítio (previsto no art. 137 e 138 da 
CF). Enquanto no estado de sítio exige-se autorização do 
Congresso Nacional para ser decretado, no de defesa não. 
Os pressupostos para a utilização do estado de defesa são 
grave ou iminente instabilidade institucional ou calamidades de 
grandes proporções da natureza. Os direitos fundamentais que 
podem ser restringidos no estado de defesa são: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
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27 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; 
d) garantia da prisão somente em flagrante delito ou por 
ordem de autoridade judicial competente pelo prazo 
máximo de 30 dias, prorrogável uma vez por igual período 
(o prazo da prisão não poderá exceder 10 dias, salvose o 
Judiciário autorizar, sendo vedada a incomunicabilidade 
do preso). 
O estado de sítio envolve medidas mais severas. Por isso, 
necessita de autorização do Congresso Nacional, por maioria 
absoluta. Tem cabimento em situação de comoção grave de 
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a 
ineficácia de medida tomada durante o estado defesa. Outra 
hipótese de cabimento é no caso de declaração de guerra ou de 
resposta a agressão armada estrangeira. 
No caso de estado de sítio decretado em decorrência de 
comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de 
defesa, somente poderão ser tomadas as seguintes medidas: 
a) obrigação de permanência em localidade determinada; 
b) detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por 
crimes comuns; 
c) restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo 
das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; 
d) suspensão da liberdade de reunião; 
e) busca e apreensão em domicílio; 
f) intervenção nas empresas de serviços públicos; 
g) requisição de bens. 
Já no caso de estado de sítio decretado em decorrência de 
declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira, todos os direitos e garantias fundamentais poderão ser 
restringidos, devendo, contudo, haver previsão acerca disso no 
decreto presidencial, após autorização do Congresso. 
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28 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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6. POLÍTICA NACIONAL DOS 
DIREITOS HUMANOS 
Após a ditadura, com o retorno do governo civil, percebeu-se 
a necessidade de adoção de uma Política Nacional de Direitos 
Humanos, em 1985, com o objetivo de se desenvolver políticas 
públicas para a afirmação dos direitos humanos na sociedade 
brasileira. Com o Governo FHC, houve uma intensificação no 
desenvolvimento da Política Nacional de Direitos Humanos. 
Apesar do Brasil figurar entre as 10 maiores economias do 
mundo, é apenas o 79º no ranking de desenvolvimento humano, 
conforme relatório de Desenvolvimento Humano dos Programas 
das Nações Unidas. Portanto, é necessária a implementação de uma 
política forte de desenvolvimento dos Direitos Humanos. 
Ministério dos Direitos Humanos 
É o órgão responsável por implementar, promover e assegurar 
os direitos humanos no Brasil. O órgão foi criado pelo FHC em 
1997, na forma de Secretaria de Direitos Humanos. No Governo 
Dilma foi elevado ao Ministério. Recentemente, o Governo Temer 
havia extinto o Ministério dos DH. Todavia, em fevereiro de 2017 
voltou atrás, recriando-o. 
 
 
 
 
 
 
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29 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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7. PROGRAMAS NACIONAIS 
DE DIREITOS HUMANOS 
A busca por uma melhor qualidade de vida para os cidadãos 
brasileiros começa pela implementação de uma política pública de 
direitos humanos, que busque aproximar nosso desenvolvimento 
econômico do desenvolvimento humano. 
Os Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDH) 
constituem o primeiro passo para o desenvolvimento de uma 
política de valorização dos Direitos Humanos. Até a presente data, 
o Governo já elaborou três PNDH’s. 
 
PNDH-1 (Decreto nº 1904, de 1996) 
O primeiro PNDH, elaborado juntamente com a sociedade 
civil por meio de debates, tinha como meta realizar um diagnóstico 
da situação dos Direitos Humanos no Brasil, bem como verificar 
Dica: A competência administrativa de realizar políticas 
públicas de implementação dos direitos humanos é comum a 
todos os entes federados, conforme se extrai do art. 23, X, da 
CF/88: 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios: 
(...) 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de 
marginalização, promovendo a integração social dos setores 
desfavorecidos; 
Assim sendo, os Estados e Municípios também podem criar 
programas de direitos humanos. 
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30 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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as medidas para a sua defesa e promoção (conforme art. 1º, do 
Decreto nº 1904). Portanto, a missão do PNDH identificar os 
problemas de direitos humanos e executas, a curto, médio e longo 
prazo as medidas de promoção e defesa desses direitos. 
Importante: o PNDH não possui força cogente, ou seja, não é 
obrigatório que se obedeça a suas disposições, já que é mero 
decreto presidencial que busca dar fiel execução às leis. Todavia, 
serve como importante orientação para as ações governamentais. 
O PNDH-1 é bastante voltado à garantia de proteção dos 
direitos civis, tendo foco no combate à impunidade e à violência 
policial. Adotou também como meta a adesão brasileira aos 
tratados de direitos humanos. 
Podemos apontar como fruto do PNDH-1: 
 Reconhecimento das mortes de pessoas desaparecidas 
em razão de participação política, com indenização às 
famílias (Lei nº 9140/95); 
 Transferência da justiça militar para justiça comum dos 
crimes dolosos contra a vida praticados por policiais 
militares (Lei nº 9299/96); 
 Tipificação do crime de tortura (Lei nº 9455/97) 
 Proposta de emenda constitucional sobre a reforma do 
Poder Judiciário, na qual se inclui a chamada 
“federalização” dos crimes de direitos humanos. 
PNDH-2 (Decreto nº 4229, de 2002) 
Assim como o PNDH-1, foi elaborado a partir do diálogo com 
a sociedade civil, incluindo consulta pública por meio da internet, 
tendo como ênfase os direitos sociais em sentido amplo. 
Enquanto o PNDH-1 concentrou-se nos direitos civis 
(lembre-se, a ditadura havia acabado de terminar), o PNDH-2 
focou nos problemas sociais e nos grupos vulneráveis, lançando 
518 tipos de ações governamentais. 
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31 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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PNDH-3 (Decreto nº 7037, de 2009) 
É o único programa que ainda está em vigor. O PNDH-3, 
assim como seus antecessores, também contou com a participação 
da sociedade civil. Foi dividido em seis eixos orientadores, 25 
diretrizes, 82 objetivos estratégicos e 521 linhas de ações. O 
PNDH-3 foi muito mais detalhista que os anteriores e previa 
algumas ideias, como: descriminalização do aborto, laicização do 
Estado, responsabilidade social dos meios de comunicação, 
conflitos sociais no campo e repressão política da ditadura militar. 
Em relação ao aborto, o texto do PNDH-3 previa: “Apoiar a 
aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, 
considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus 
corpos”. Após repercussão negativa, o Governo alterou o texto para 
o seguinte: “considerar o aborto tema de saúde pública, com a 
garantia do acesso aos serviços de saúde”. 
Necessário destacar, ainda, que foi criado o Comitê de 
Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3, com objetivo de 
monitorar as ações. Objetivava-se, com isso, que o programa não 
fosse apenas uma folha de papel, mas que efetivamente fosse um 
instrumento para a implantação dos Direitos Humanos. 
Por fim, para nosso estudo é imprescindível a leitura da tabela 
abaixo, que trata dos eixos e diretrizes do PNDH-3. 
Dica: Leia três vezes a tabela abaixo e, próximo à prova da 
PRF leia mais outras três vezes. 
 
EIXOS E DIRETRIZES DO PNDH-3 
 
EIXO ORIENTADOR DIRETRIZES 
I - Eixo Orientador I: 
Interação democrática entre 
Estado e sociedade civil: 
a) Diretriz 1: Interação 
democrática entre Estado e 
sociedade civil como 
instrumento de fortalecimento 
da democracia participativa; 
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b) Diretriz 2: Fortalecimento 
dos Direitos Humanos como 
instrumento transversal das 
políticas públicas e de interação 
democrática; e 
c) Diretriz 3: Integração e 
ampliação dos sistemas de 
informações em Direitos 
Humanos e construção de 
mecanismos de avaliação e 
monitoramento de sua 
efetivação; 
II - Eixo Orientador II: 
Desenvolvimento e Direitos 
Humanos: 
a) Diretriz 4: Efetivação de 
modelo de desenvolvimento 
sustentável, com inclusão 
social e econômica, 
ambientalmente equilibrado e 
tecnologicamente responsável, 
cultural e regionalmente 
diverso, participativo e não 
discriminatório; 
b) Diretriz 5: Valorização da 
pessoa humana como sujeito 
central do processo de 
desenvolvimento; e 
c) Diretriz 6: Promover e 
proteger os direitos ambientais 
como Direitos Humanos, 
incluindo as gerações futuras 
como sujeitos de direitos; 
III - Eixo Orientador III: 
Universalizar direitos em um 
contexto de desigualdades: 
a) Diretriz 7: Garantia dos 
Direitos Humanos de forma 
universal, indivisível e 
interdependente, assegurando a 
cidadania plena; 
b) Diretriz 8: Promoção dos 
direitos de crianças e 
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33 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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adolescentes para o seu 
desenvolvimento integral, de 
forma não discriminatória, 
assegurando seu direito de 
opinião e participação; 
c) Diretriz 9: Combate às 
desigualdades estruturais; e 
d) Diretriz 10: Garantia da 
igualdade na diversidade; 
IV - Eixo Orientador IV: 
Segurança Pública, Acesso à 
Justiça e Combate à 
Violência: 
a) Diretriz 11: Democratização 
e modernização do sistema de 
segurança pública; 
b) Diretriz 12: Transparência e 
participação popular no sistema 
de segurança pública e justiça 
criminal; 
c) Diretriz 13: Prevenção da 
violência e da criminalidade e 
profissionalização da 
investigação de atos 
criminosos; 
d) Diretriz 14: Combate à 
violência institucional, com 
ênfase na erradicação da tortura 
e na redução da letalidade 
policial e carcerária; 
e) Diretriz 15: Garantia dos 
direitos das vítimas de crimes e 
de proteção das pessoas 
ameaçadas; 
f) Diretriz 16: Modernização da 
política de execução penal, 
priorizando a aplicação de 
penas e medidas alternativas à 
privação de liberdade e 
melhoria do sistema 
penitenciário; e 
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34 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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g) Diretriz 17: Promoção de 
sistema de justiça mais 
acessível, ágil e efetivo, para o 
conhecimento, a garantia e a 
defesa de direitos; 
V - Eixo Orientador V: 
Educação e Cultura em 
Direitos Humanos: 
a) Diretriz 18: Efetivação das 
diretrizes e dos princípios da 
política nacional de educação 
em Direitos Humanos para 
fortalecer uma cultura de 
direitos; 
b) Diretriz 19: Fortalecimento 
dos princípios da democracia e 
dos Direitos Humanos nos 
sistemas de educação básica, 
nas instituições de ensino 
superior e nas instituições 
formadoras; 
c) Diretriz 20: Reconhecimento 
da educação não formal como 
espaço de defesa e promoção 
dos Direitos Humanos; 
d) Diretriz 21: Promoção da 
Educação em Direitos 
Humanos no serviço público; e 
e) Diretriz 22: Garantia do 
direito à comunicação 
democrática e ao acesso à 
informação para consolidação 
de uma cultura em Direitos 
Humanos; e 
VI - Eixo Orientador VI: 
Direito à Memória e à 
Verdade: 
a) Diretriz 23: Reconhecimento 
da memória e da verdade como 
Direito Humano da cidadania e 
dever do Estado; 
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35 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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b) Diretriz 24: Preservação da 
memória histórica e construção 
pública da verdade; e 
c) Diretriz 25: Modernização da 
legislação relacionada com 
promoção do direito à memória 
e à verdade, fortalecendo a 
democracia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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36 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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8. GLOBALIZAÇÃO E 
DIREITOS HUMANOS 
Globalização é um processo de integração, em nível mundial, 
em relação aos aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais. 
Tudo isso está relacionado a uma redução de distâncias temporais 
e espaciais, com o desenvolvimento tecnológico. Como 
consequência, há uma ruptura do protecionismo interno dos 
Estados. 
O processo de desenvolvimento da globalização pode ser 
dividido em 04 fases: 
1ª Fase: século XV até a Revolução Industrial 
2ª Fase: Revolução Industrial até a 2ª Guerra Mundial 
3ª Fase: 2ª Guerra Mundial até 1989 (Guerra Fria). 
4ª Fase: Nova Ordem Mundial. 
Na última fase há uma grande expansão da globalização, a 
qual traz benefícios e prejuízos. Tivemos melhorias no transporte, 
no acesso à informação e o maior desenvolvimento da tecnologia. 
Características da Globalização: 
 Pilares da Globalização: capital e tecnologia. 
 Consumo. 
 Formação de Blocos Econômicos (Regionais) – 
destaque para a União Europeia, que possui moeda 
única. 
 Internacionalização dos fluxos de capitais. 
 Empresas Transnacionais. 
Importante apontar o fortalecimento das empresas 
transacionais com a globalização, fazendo com que surgisse uma 
nova divisão internacional do trabalho. As grandes empresas, com 
sedes nos países desenvolvidos, fixam suas fábricas nos países 
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subdesenvolvidos, em face da mão de obra mais barata, remetendo 
o lucro novamente para os países desenvolvidos. 
Agora, focando no aspecto dos Direitos Humanos, podemos 
afirmar que globalização, a partir do momento em que facilitou a 
comunicação entre os povos, tornou mais fácil e célere as 
denúncias por violação a Direitos Humanos. Dessa forma, é como 
se os Direitos Humanos pudessem mais facilmente serem 
fiscalizadas por todos. 
Por outro lado, com a facilitação dos transportes, também 
ocorreram diversos crimes relacionados à globalização, como o 
tráfico de drogas, de armas e de pessoas. Buscando combater esses 
crimes transacionais, o Brasil aderiu à Convenção de Palermo, que 
combate o tráfico em suas diversas formas. 
Desse modo, fruto da Globalização, foi a intensificação da 
proteção em nível internacional dos Direitos Humanos, por meio 
de Tratados, Pactos e tribunais internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. AS TRÊS VERTENTES DA 
PROTEÇÃO INTERNACIONAL 
DA PESSOA HUMANA 
Podemos falar que existem dois “tipos” de direitos humanos. 
Em sentido estrito, DH’s são aqueles garantidos em tempos de paz. 
Já em sentido amplo, os DH seriam compostos pelo Direito 
Humanitário e pelo Direito dos Refugiados. 
9.1 DIREITOS HUMANOS 
Os povos tendem, por natureza, a dominar os mais fracos, 
impondo a lei do mais forte. Para conter os excessos da 
humanidade, são necessárias regras jurídicas, trazendo civilização 
ao estado da barbárie. Como se sabe, se não houver freios, o 
homem tende a explorar, escravizar e causar o mal. Basta olhar para 
a história da humanidade e perceber todas as atrocidades que o 
homem já cometeu. 
Partindo desse pressuposto, de que o homem tende a causar o 
mal, é necessária a adoção de um conjunto de regras e ideias 
capazes de afastar esse estado maléfico do aspecto humano. 
Conforme aponta Ricardo Castilho, “um dos fatores mais 
relevantes dos últimos séculos,no sentido de refinar o 
comportamento do homem, em sociedade, foram, precisamente, os 
direitos humanos”. 
 Mas, objetivamente, o que você deve fixar para concurso é: 
os Direitos Humanos, em sentido estrito, são um conjunto de 
atividades que buscam assegurar ao homem a dignidade e evitar 
que passe sofrimentos. 
 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada em 
1948 após a Segunda Guerra Mundial, determina que todas as 
pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos, são dotadas 
de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com 
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espírito de fraternidade; que toda pessoa tem capacidade para gozar 
os direitos e liberdades estabelecidas na Declaração, sem distinção 
de qualquer espécie (raça, cor, sexo, língua, religião, opinião 
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, 
nascimento, ou qualquer condição); e que toda pessoa tem direito 
à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
Direitos Humanos X Direitos Fundamentais 
Parte da doutrina distingue os direitos humanos (DH’s) dos direitos 
fundamentais (DF’s). Os DF’s seriam aqueles positivados, ou seja, 
reconhecidos pelos Estados e existentes nas leis e constituições 
nacionais. Já os DH’s seriam aqueles previstos no plano 
internacional, ou seja, fora dos Estados. 
 
9.2 DIREITO HUMANITÁRIO 
Durante a Primeira Guerra Mundial diversos combatentes e 
civis foram vítimas de situações de crueldade extrema. Com a 
segunda Grande Guerra, novas atrocidades se repetiram, o que 
levou diversos países a elaborar a Convenção de Genebra, a qual é 
formada por outras quatro convenções: 
 Convenção para a Melhoria da Sorte dos Feridos, 
Enfermos e dos Exércitos em Campanha; 
 Convenção para a Melhoria da Sorte dos Feridos, 
Enfermos e Náufragos das Forças Armadas no Mar; 
 Convenção para a Proteção dos Prisioneiros de Guerra 
e Convenção para a Proteção dos Civis em Tempos de 
Guerra. 
A Convenção de Genebra buscou, portanto, regrar o 
tratamento dos prisioneiros de guerra e da população civil dos 
países em conflito. Buscou-se asseguras os Direitos Fundamentais. 
Podemos definir o Direito Humanitário como: 
regulamentação jurídica do emprego da força e violência no âmbito 
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internacional, impondo uma limitação à atuação dos Estados 
perante os indivíduos diante de uma situação e conflito. 
9.3 DIREITO DOS REFUGIADOS 
Surgido após a Segunda Guerra Mundial, em 1951 a ONU 
promulgou a Convenção que trata do Estatuto dos Refugiados. 
Buscou-se que os países acolhessem e protegessem pessoas que 
fossem perseguidas em suas terras de origem em virtude de: raça, 
religião, nacionalidade, filiação a certo grupo social ou em razão 
de suas opiniões políticas. 
A Convenção determina que o refugiado deverá obedecer às 
leis do país que lhe oferecer refúgio e terá direito a não ser 
discriminado quanto à raça, religião ou país de origem, podendo 
continuar a residir no país asilante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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41 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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10. A CONSTITUIÇÃO BRASI- 
LEIRA E OS TRATADOS 
INTERNACIONAIS DE DIREI- 
TOS HUMANOS 
Galera, esse tema é muito importante em concurso público. 
Então, não preciso nem dizer né... Atenção total! 
Primeiro: é importante que você tenha uma noção de 
hierarquia das normas. Faremos isso brevemente aqui, apenas para 
que você possa entender o assunto. Se já sabe, pule para o próximo 
parágrafo. 
Vamos lá! A Constituição Federal está no topo da hierarquia 
das normas. Nenhuma norma pode se sobrepor à CF. Abaixo da CF 
estão todas as leis, as quais devem obedecer à CF, seja lei ordinária 
ou lei complementar. E abaixo das leis estão os Decretos, os quais 
devem obedecer às leis e à CF. Então, como regra, esse é o 
panorama: 
 
 
 
 
 
 
 
A Constituição Federal possui normas originárias e 
derivadas. As primeiras, foram inseridas na Constituição pelo 
próprio Poder Constituinte Originário, no caso o Poder Legislativo 
ao criar a CF. Já as derivadas são fruto de uma necessidade de 
Constituição Federal 
Leis Ordinárias e 
Complementares 
Decretos, Portarias, Resoluções, 
etc. 
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atualização do texto constitucional, a fim de manter a sua 
atualidade, sendo materializadas em emendas de revisão e emendas 
constitucionais. 
As normas constitucionais originárias servem de parâmetro 
para todas as outras normas, inclusive para as Emendas à 
Constituição. Assim, as EC devem respeitar as normas 
constitucionais originárias. Portanto, há uma diferença entre 
normas constitucionais originárias e emendas constitucionais. 
Desde 2004, a nossa pirâmide hierárquica sofreu uma 
modificação. A Constituição Federal, por meio de uma Emenda 
Constitucional de 2004, em seu art. 5º, §3º, nos diz que: os tratados 
e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às Emendas Constitucionais. Memorize isso! 
Podemos citar como exemplo de convenção/tratado 
internacional sobre Direitos Humanos com equivalência à Emenda 
Constitucional a “Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência e de seu Protocolo Facultativo”. 
Portanto, se o Tratado for aprovado conforme prevê a CF e 
versar sobre Direitos Humanos, terá ele a mesma força que uma 
Emenda à Constituição. 
E como fica a situação de um tratado/convenção sobre 
direitos humanos que não tenha sido aprovado conforme a regra do 
art. 5º, §3º, da CF? 
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, se o 
tratado ou convenção internacional sobre direitos humanos tiver 
sido aprovado antes de 2004, ou seja, antes da regra do art. 5º, §3º, 
da CF, terá ele valor supralegal, ou seja, abaixo da Constituição 
Federal, mas acima de todas as leis. Este tema é bastante cobrado 
em concurso público! 
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Por outro lado, se o tratado ou convenção internacional não 
for sobre direitos humanos, ele terá força de lei ordinária. 
Então a nossa pirâmide ficaria assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidado! Os tratados 
 
Cuidado! Tratados e convenções sobre DH aprovados 
conforme o art. 5º, §3º, da CF, não equivalem a normas 
constitucionais originárias, mas a emendas constitucionais, 
ou seja, normas constitucionais derivadas. 
A questão do Depositário Infiel 
A CF, no art. 5º, LXVII, afirma que não é admitida a prisão 
civil por dívida, salvo no caso de obrigação alimentícia e no caso 
de depositário infiel. Portanto, de acordo com a CF, seria possível 
a prisão do depositário infiel. 
Ocorre que o Pacto de São José da Costa Rica, que versa 
sobre Direitos Humanos, em seu art. 7º, parágrafo 7º, proíbe a 
prisão civil por dívida, excetuado o devedor voluntário de pensão 
Constituição Federal e 
Tratados/convenções sobre DH 
aprovados conf. Art. 5º, §3º, da 
CF 
Tratados/convenções sobre DH não 
aprovados conf. Art. 5º, §3º, da CF 
Decretos, Portarias, Resoluções, etc. 
Leis Ordinárias e Complementares, 
Tratados e Convenções 
Internacionais 
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44 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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alimentícia. O Pactode São José não foi aprovado nos termos do 
art. 5º, §3º, da CF, logo tem status supralegal. Por isso, todas as leis 
que o contrariem estão revogadas. 
Assim, embora a Constituição Federal permita, é necessário 
que uma lei diga como seria a prisão do depositário infiel. Todavia, 
tal lei iria contrariar o Pacto. Assim sendo, decidiu o STF que não 
é possível a prisão do depositário infiel. 
A questão é um pouco confusa, mas o importante a 
memorizar é: 
1. O Pacto de São José da costa Rica tem status supralegal. 
2. Não é possível a prisão do depositário infiel, pois 
qualquer lei que afirma que a prisão é possível irá 
contrariar o Pacto de São José. 
 
Introdução de um Tratado no ordenamento jurídico brasileiro 
O processo de internalização de um Tratado começa depois 
da assinatura, quando o Ministro das Relações Exteriores 
encaminha uma Exposição de Motivos ao Presidente da República. 
O Presidente, após receber o documento, se concordar com o 
tratado, encaminha uma Mensagem ao Congresso Nacional. No 
Congresso, o tratado será examinado na Câmara dos Deputados e 
depois no Senado Federal. Uma vez aprovado, o Congresso emite 
um Decreto Legislativo. 
O ato seguinte é a ratificação pelo Presidente da República e, 
por fim, a promulgação por meio de decreto de execução, também 
de competência do Chefe do Poder Executivo da União 
 
 
 
 
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45 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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11. APLICAÇÕES DA 
PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA 
A TEMAS E PROBLEMAS 
CONTEMPORÂNEOS DA 
SOCIEDADE BRASILEIRA 
 
11.1 A IGUALDADE JURÍDICA 
A Constituição Federal prevê: 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes (...). 
É importante referir que a igualdade ela não é 
necessariamente matemática, ou seja, não implica em distribuir os 
bens sociais em porções iguais a cada pessoa. Se determinado 
cidadão é rico, ele necessita de menos bens sociais do que outro 
que é pobre. Da mesma forma uma pessoa cega irá necessitar de 
muito mais bens sociais do que alguém que possui capacidade 
física plena. 
Se os bens sociais fossem distribuídos de forma 
matematicamente igual para todos, teríamos apenas uma igualdade 
formal. Todavia, buscamos mais que isso, queremos uma igualdade 
material, ou seja, substancial. Conforme ensinou Rui Barbosa, 
devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, 
na medida de suas desigualdades. 
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Em virtude do princípio da igualdade material, ou da 
equidade, quando você for aprovado na prova objetiva e na 
redação, você será convocado para o TAF e lá verificará que há 
uma diferença nos índices: para os homens são exigidos índices 
mais severos do que para as mulheres, em função da maior força 
física que possuem os indivíduos do sexo masculino. 
Não entendeu? 
Então veja a imagem abaixo e entenderá: 
Igualdade Formal Igualdade Material (equidade) 
 
 
11.2 OS DIREITOS DE CIDADANIA 
A cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, 
políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. A 
cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão, 
indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos 
pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente 
articulada. 
Na prática, cidadania significa poder participar da vida 
política de um país, tendo direitos e deveres, em virtude do status 
de cidadão. 
No ordenamento jurídico brasileiro há diversos direitos de 
cidadania, incluindo o Estatuto da Criança e do Adolescente e o 
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Código de Defesa do Consumidor. Todos os direitos de cidadania 
derivam dos direitos previstos na Constituição Federal. 
Vamos destacar aqui os principais direitos de cidadania: 
 Todos são iguais perante a lei. 
 Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei. 
 Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
humano degradante. 
 São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurando o direito de 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação. 
 A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou durante o dia, por determinação judicial. 
 É plena a liberdade de associação para fins lícitos, 
vedada a de caráter paramilitar. 
 O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor. 
 Todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de interesse particular, ou de interesse 
coletivo geral, que serão prestadas na lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
 São a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: o direito de petição dos poderes 
públicos em defesa dos direitos ou contra a ilegalidade 
ou abuso de poder; a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimentos de situações de interesse pessoal. 
 A prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da 
lei. 
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 É assegurado aos presos o respeito à integridade física 
e moral. 
 Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judicial 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei. 
11.3 O PLURALISMO JURÍDICO 
O pluralismo jurídico está caracterizado na concomitância de 
duas ou mais ordens pré-existentes num mesmo Estado. As regras 
de condutas no não vem apenas da fonte estatal, mas também de 
forças paralelas de outras organizações. 
A Igreja, em seu interior, possui regras morais e de conduta 
próprias, que diferem das regras que o cidadão comum é 
submetido. Na Igreja Católica os padres não podem casar, por 
exemplo, tendo uma severa restrição em sua liberdade. 
Outro exemplo de uma outra fonte de regras de condutas 
paralela é o que o ocorre dentro da Organização Criminosa do PCC: 
eles possuem regras próprias e inclusive um tribunal. Para seus 
integrantes, as regras do PCC constituem uma outra ordem jurídica 
que deve ser obedecida. 
Portanto, o pluralismo jurídico é um fenômeno social, e não 
legislativo. 
Anderson de Souza Prado nos explica, de forma resumida, o 
que é o pluralismo jurídico: 
“O pluralismo jurídico é composto pela diversidade de 
normas que vigem em uma determinada sociedade de forma 
simultânea, sendo considerada uma questão social e em partes 
como antagonismo ao monismo jurídico, que é o monopólio das 
normas jurídicas exercidas pelo Estado. ” 
Em alguns casos o próprio Estado reconhece o pluralismo 
jurídico. Podemos citar o tratamento constitucional conferido aos 
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povos indígenas, aos quais se reconhece o direito de autonomia e 
autogoverno nas questões relacionadas aos assuntos locais dos 
indígenas. 
Nesse sentido, a Constituição Federal Brasileira, nos arts. 231 
e 232, reconhece orespeito às formas de organização própria dos 
povos indígenas, além de suas crenças costumes, usos e tradições 
bem como os direitos originários dos povos indígenas sobre suas 
terras. 
O CESPE já cobrou este assunto (inclusive na prova da PRF), 
então fique atento. Segundo Bobbio, há quatro espécies de ordens 
jurídicas não-estatais: 
a. ordenamentos acima do Estado, como o ordenamento 
internacional e, segundo algumas doutrinas, a Igreja 
Católica; 
b. ordenamentos abaixo do Estado, propriamente sociais, 
reconhecidos pelo Estado e por ele limitados ou 
absorvidos; 
c. ordenamentos ao lado do Estado, como a Igreja 
Católica, conforme determinadas acepções ou a ordem 
jurídica internacional, na teoria denominada dualista; 
d. ordenamentos contra o Estado, como organizações 
criminosas, seitas secretas ou paramilitares. 
 
11.4 O ACESSO À JUSTIÇA 
No passado, quando o Estado ainda não era organizado, por 
óbvio, não existia a Justiça. Assim, os conflitos eram resolvidos por 
meio da força, vencendo o mais forte. 
Com a estruturação do Estado, este avocou a solução dos 
conflitos e passou a deter o poder de dizer quem tinha o direito, 
tendo o monopólio da Justiça. Assim, o vencedor de um conflito 
não mais será a parte mais forte, mas sim a parte que possui o 
direito. 
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Em face do Estado deter o monopólio da Justiça, deverá ele 
também propiciar acesso à Justiça. Por isso, a Constituição Federal 
prevê a garantia constitucional de acesso à Justiça: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: XXXV - a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
Para Uadi Lammêgo Bulos, o objetivo da garantia 
constitucional do acesso à justiça é “difundir a mensagem de que 
todo homem, independente de raça, credo, condição econômica, 
posição política ou social, tem o direito de ser ouvido por um 
tribunal independente e imparcial, na defesa de seu patrimônio ou 
liberdade. ” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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51 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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12. PRÁTICAS JUDICIÁRIAS E 
POLICIAIS NO ESPAÇO 
PÚBLICO 
O tópico que vamos iniciar agora é daqueles que se você tiver 
bom senso não precisa nem estudar. De qualquer modo, vou lançar 
aqui algumas ideias gerais que até quem não possui bom senso vai 
matar a questão rsrs. 
Vamos nessa, futuro policial... 
A atuação policial no espaço público deve partir do seguinte 
pressuposto: garantir a segurança de todos com cidadania. O que 
significa isso? 
Significa que os policiais devem tratar o cidadão de forma 
respeitosa, conforme determina o Decreto nº 1.171/94 (Código de 
Ética): 
XIV – São deveres fundamentais do servidor público: 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, 
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os 
usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito 
ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, 
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de 
causar-lhes dano moral; 
O respeito a tal regra de conduta não significa que, diante de 
um infrator social, deverá o policial quedar-se em inércia. Se 
preciso for, a força deverá ser utilizada. Todavia, não se pode 
confundir o uso legítimo da força, dentro da legalidade, com 
truculência. 
Outro ponto necessário de destaque nesse tópico é: ao policial 
cabe cumprir a lei e fazê-la cumprir. Portanto, não pode o policial 
descumprir a legislação valendo-se de seu cargo público. 
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É óbvio que, diante de uma situação concreta, o policial 
poderá acabar violando algumas regras como do Código de 
Trânsito, por exemplo, como num caso de acompanhamento tático 
de indivíduos que efetuaram um roubo e estão fugindo pela 
rodovia. Há casos em que será necessário até mesmo andar pela 
contramão da via. 
O que se deve ter em mente é: não se pode violar às normas 
sem um motivo que justifique. 
Por fim, é importante que você, futuro PRF, saiba que quando 
estiver uniformizado, você representa toda a instituição. Então cada 
ação sua deve ser acertada, pois um erro poderá condenar toda a 
instituição. 
Em relação à prática judiciária no espaço público, de 
importante temos para destacar os casos de fiscalização da atuação 
policial. 
Sabemos que, como regra, cabe ao Ministério Público 
fiscalizar a atuação policial. Todavia, o Judiciário também poderá 
realizar um controle indireto da atividade policial, ao analisar, por 
exemplo, as prisões em flagrante efetuadas pelos policiais. 
Com esse objetivo (fiscalizar a atuação policial), o Conselho 
Nacional de Justiça editou a Resolução nº 213, de 15/12/2015, 
dispondo sobre a apresentação de toda pessoa presa à autoridade 
judicial no prazo de 24h. 
A questão do uso de algemas 
Muito importante! Fique ligado. 
Conforme a Súmula Vinculante nº 11 do STF, só é lícito o 
uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga 
ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do 
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, 
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou 
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
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53 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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Tratando-se de Súmula Vinculante, significa que tal regra 
deve ser obedecida pela Administração Pública e seus agentes. 
Recentemente, regulando o uso de algemas, o Presidente 
Temer editou o Decreto nº 8.858/2016, o qual prevê que é 
permitido o emprego de algemas apenas em casos de resistência e 
de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria 
ou alheia, causado pelo preso ou por terceiros, justificada a sua 
excepcionalidade por escrito (art. 2º). Na prática, repetiu-se o que 
já havia sido previsto pelo STF. 
Dispõe ainda o Decreto que é vedado o emprego de algemas 
em mulheres presas em qualquer unidade do sistema penitenciário 
nacional durante o trabalho de parto, no trajeto da parturiente entre 
a unidade prisional e a unidade hospitalar e após o parto, durante o 
período em que se encontrar hospitalizada (art. 3º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICA: Pode-se usar as algemas nos casos 
PRF: Perigo – Resistência – Fuga 
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54 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PARA A PRF - 1ª Edição 
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13. ADMINISTRAÇÃO INSTITU- 
CIONAL DE CONFLITOS NO 
ESPAÇO PÚBLICO 
 
O tema da Administração institucional de conflitos é bastante 
difícil de ser localizado em livros ou apostilas. Por isso, aqui vou 
me valer de meu caderno de anotações das aulas de Direitos 
Humanos ministradas no Curso de Formação da PRF e em alguns 
outros materiais... Vamos nessa! 
A Constituição Federal determina, em seu art. 1º, que o Brasil 
é um Estado Democrático de Direito. E o que isso significa? 
Significa que os cidadãos devem respeitar as leis e os direitos dos 
outros. Do contrário, haverá consequências, já que é dever do 
Estado garantir a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do 
patrimônio. 
Como sabemos, as manifestações são livres. Todavia, o 
direito de manifestação

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