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Lesão Medular Traumática Fisioterapia 5º Semestre Clínica em Neurologia Profa. Me. Josiane Santos Anatomia e função da medula Anatomia e função da medula Anatomia e função da medula Localização: Dentro do canal vertebral, limitando-se superiormente com o bulbo ao nível do forame magno do occipital e inferiormente ao nível da 2ª vértebra lombar. Intumescência – cervical e lombar Plexos braquial e lombossacral. Medula Espinhal 31 pares de nervos emergem da Medula Espinhal Possui três envoltórios 1. Dura-máter: mais externa, espessa e resistente; 2. Aracnóide: entre a dura-máter e a pia-máter; 3. Pia-máter: mais delicada e mais interna Conecta o sistema nervoso periférico ao cérebro através de vias motoras e sensitivas; Vias Motoras/Eferentes são Piramidais e Extrapiramidais; VIAS PIRAMIDAIS Tracto Córtico Espinhal Lateral -Tracto Córtico Espinhal Tracto Córtico Espinhal Anterior Tracto Córtico Nuclear VIAS EXTRAPIRAMIDAIS -Tracto Rubro-Espinhal -Tracto Tecto-Espinhal -Tracto Vestíbulo-Espinhal -Tracto Retículo-Espinhal Anatomia e função da medula Vias Sensitivas/ Ascendentes Fascículo Grácil FUNÍCULO POSTERIOR Fascículo Cuneiforme Propriocepção Consciente (cinestesia): situar parte do corpo no espaço. – RECEPTORES: fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos. Tato discriminativo (epicrítico): discriminação de dois pontos. – RECEPTORES: corpúsculos de Ruffini e de Meissner. Sensibilidade vibratória: RECEPTORES: corpúsculos de Vatter Pacini. Estereognosia: perceber com as mãos a forma de um objeto. Anatomia e função da medula Vias Sensitivas/ Ascendentes FUNÍCULO ANTERIOR Tracto espino-talâmico lateral: temperatura e dor. RECEPTORES: terminações nervosas livres. Tracto espino-cerebelar posterior: propriocepção insconsciente. RECEPTORES: fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos. Tracto espino-cerebelar anterior: informam quando os impulsos chegam a medula e sua intensidade – participam do controle da motricidade. Anatomia e função da medula ETIOLOGIA Lesões Traumáticas e Não-Traumáticas Lesões traumáticas •Acidentes envolvendo automóveis (45,6%); •Quedas (19,6%); •Violência (17,8%); •Esportes recreativos (10,7%); •Outras causas (6,3%). Lesões não-traumáticas •Disfunções vasculares; •Infecções (sífilis, mielite transversa) •Neoplasias medulares; •Siringomielia; •Abcessos da medula espinhal; •Esclerose Múltipla ou Esclerose Lateral Amiotrófica Nível Funcional da Lesão Lesão se localiza na medula cervical ocasiona tetraplegia (quadriplegia) por comprometer a função dos MMSS, do tronco e dos MMII, inclusive dos músculos respiratórios Lesão nos segmentos medulares torácicos, lombares ou sacrais provoca paraplegia, comprometendo a função do tronco e dos MMII Classificação da Lesão Medular O nível exato de tetraplegia ou da paraplegia é determinado pelo segmento mais caudal da medula com funções motora e sensitiva normais em ambos os lados do corpo – nível neurológico. Nível sensitivo: é definido como o segmento mais distal da medula que tem função sensitiva normal em ambos os lados do corpo. O nível motor é o último nível em que a força é pelo menos grau 3 e o nível acima tem força muscular normal (grau 5). Classificação da Lesão Medular A American Spinal Injury Association (ASIA) padronizou a classificação neurológica da lesão medular utilizando o músculo-chave para determinar o nível motor e o ponto-chave de sensibilidade para definir o nível sensitivo. Classificação em 5 categorias: -ASIA “A” = Lesão Completa: Sem preservação das funções motora e sensitiva no segmento sacral S4 - S5 -ASIA “B” = Lesão Incompleta: Perda da função motora, porém função sensitiva preservada abaixo do nível neurológico e inclui sensibilidade do segmento sacral S4-S5 -ASIA “C” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 (apesar de haver contração muscular, não são capazes de vencer a gravidade) -ASIA “D” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força igual ou superior a 3 (vencem a gravidade) -ASIA “E” = Lesão Incompleta: Funções Motora e sensitiva são normais. “ASIA B”: APENAS sensibilidade anal e não tem qualquer função motora abaixo do nível neurológico (se o indivíduo tiver alguma função motora abaixo do nível neurológico ele é automaticamente classificado como “ASIA C”). Caso o indivíduo tenha algum grau de contração esfincteriana, esta pessoa não é uma “ASIA B”, porque a classificação B deixa claro que não deve haver função motora abaixo do nível neurológico; e a contração voluntária do esfíncter representa função motora abaixo do nível neurológico ASIA C: mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 ASIA D: mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força igual ou superior a 3. A pessoa classificada como "ASIA E" não apresenta déficits detectáveis pelos critérios da escala ASIA. Atenção!!! O exame da ASIA não avalia a presença de espasticidade, de dor neuropática, e de fraqueza sutil, as quais podem acontecer em casos de lesão medular. http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2011/11/escala-asia.html Quadro n1 – Classificação neurológica da lesão medular Músculo-chave C5 Flexores do cotovelo C6 Extensores do punho C7 Extensor do cotovelo C8 Flexor profundo do 3º dedo T1 Adutor do 5º dedo L2 Flexores do quadril L3 Extensores do joelho L4 Dorsiflexores do tornozelo L5 Extensor longo do hálux S1 Flexores plantares do tornozelo Lesão Completa X incompleta Lesões Completas: transecção completa da medula; não há nenhuma função motora ou sensorial nos segmentos sacrais inferiores (S4 e S5) Lesões Incompletas: são chamadas de síndromes ou lesão, sinais e sintomas relacionados com as regiões anatômicas afetadas. Lesões incompletas: ocorre preservação neurológica abaixo do nível da lesão Lesões incompletas: Síndrome de Brown-Séquard Lesão Medular Anterior Lesão Medular Central Lesão Medular Posterior Lesão da Cauda Equina Síndrome de Brown-Séquard Hemissecção da medula espinhal Causada por ferimentos por penetração (tiro ou facada) Características Assimétricas Ipsilateral: perda de sensibilidade dos reflexos, clônus e sinal de Babinsk positivo Perda de propriocepção, cinestesia e sentido vibratório Contra-lateral: perda da sensibilidade a dor e da temperatura Lesão Medular Anterior Lesão em flexão da região cervical Dano na parte anterior da medula e/ou déficit no suprimento vascular da artéria espinhal anterior Perda da função motora, perda da sensibilidade a dor e a temperatura Atenção!!! Propriocepção, cinestesia e sentido vibratório se encontram preservados neste tipo de lesão Síndrome centro-medular • Lesão em hiper-extensão: comprime a medula espinhal entre o corpo vertebral e o disco intervertebral • Comum em pacientes com espondilose cervical • Envolvimento mais severo nos MMSS (os tratos cervicais estão localizados mais no centro) • Comprometimentos sensoriais são menos severos que os motores Atenção!!! •Funções sexual, intestinal e vesical podem permanecer normais; Síndrome Centro - medular Lesão Medular Posterior •Síndrome rara •Lesão dos fascículos grácil e cuneiforme •Tabes Dorsalis – estágio final da sífilis •Preservação da função motora e das vias de dor e temperatura •Perda da propriocepção consciente e sensações epicríticas (estereognosia, discriminação de dois pontos) •Ataxia profunda – padrão de marcha com base ampla e batida forte do calcanhar. Lesão da cauda equina •São com freqüência lesões incompletas •Lesões de nervos periféricos neurônio motor inferior • Apresenta potencial de regeneração Preservação sacral Lesão incompletana qual os tratos sacrais localizados mais ao centro são preservados Sensação perianal e contração do esfíncter anal externo. Manifestações clínicas Choque Medular período de arreflexia ausência de toda a atividade reflexa, flacidez e perda de sensibilidade e função motora abaixo do nível da lesão pode durar dias ou semanas Comprometimentos motores e sensoriais perda parcial ou completa da função muscular depende do tipo de lesão Manifestações clínicas Disreflexia autonômica Reflexo autonômico patológico que geralmente acontece em lesões acima de T6 Causa mais comum: distensão da bexiga Sintomas: Hipertensão, bradicardia, cefaléia, sudorese, aumento da espasticidade, vasodilatação, congestão nasal, piloereção e visão turva Manifestações clínicas Hipotensão Postural Decréscimo da PA quando se assume a posição ereta ou vertical Redução do fluxo sanguíneo encefálico e decréscimo do retorno venoso no coração – vertigens, tonturas e desmaios. Comprometimento da termorregulação Hipotálamo não regula mais o fluxo sanguíneo cutâneo Perdide-se a habilidade de arrepiar Ausência de vasodilatação no calor e vasoconstrição no frio Manifestações clínicas Comprometimento respiratório Lesões entre C1 e C3 – inervação do nervo frênico e respiração espontânea comprometida – VM. Lesões em T1 e acima perdem cerca de 30 a 40% da função respiratória Necessidade de ventilação mecânica em alguns casos ( da pO2 e da pCO2, lesão ascendente devido a edema ou hipóxia); Atelectasias, infecções, pneumonia, broncopneumonia e embolia pulmonar são comprometimentos comuns; Pneumotórax e Hemotórax podem ocorrer em lesões decorrentes de impacto. Manifestações clínicas Caracterizada por hipertonicidade, reflexos de estiramento hiperativos e pelo clônus Ocorre abaixo do nível da lesão, após o choque medular Estímulos que aumentam a espasticidade: -Mudanças no posicionamento -Estímulos cutâneos -Temperatura ambiente -Roupas apertadas -Impactação fecal -Infecção do trato urinário. Espasticidade Complicações indiretas As três mais comuns: Peneumonia, Ulceras de Pressão e TVP. •Contraturas •Ossificação heterotópica •Dor – traumática, radicular, musculoesquelética e disestesias medulares •Osteoporose e Cálculo renal Bibliografia O,Sullivan, Susan B. Fisioterapia: Avaliação e tratamento. Cap. 23 Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional Stokes, Maria. Neurologia para fisioterapeutas
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