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JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 1 NEOPLASIAS I Neoplasia = novo crescimento. Massa anormal de tecido que cresce de maneira descontrolada e desordenada, ultrapassando o limite do tecido normal. O tumor tem uma certa autonomia, pois cresce independente de mecanismos que regulam o crescimento. Mutação no DNA (defeito genético), essa mutação pode, muitas vezes, ser herdada ou pode ser adquirida (devido ao estilo de vida, infecções...). Mais comum em casos de neoplasia maligna. Auto suficiência nos sinais de crescimento, ausência de resposta aos sinais inibidores do crescimento, evasão da morte celular, potencial replicativo ilimitado, desenvolvimento de angiogênese, capacidade de invasão e disseminação a distância, reprogramação de vias metabólicas e capacidade de escapar do sistema imune. O tumor depende do hospedeiro, ele não se desenvolve fora do corpo. Neoplasia benigna x maligna: Benigno: não tem potencial metastático, as características macro e microscópicas são inofensivas, é de fácil remoção cirúrgica. Maligno (câncer): invasão das estruturas adjacentes, se dissemina a distancia, potencial letal. Exemplo: lipoma – é um tumor benigno de tecido adiposo; na microscopia há imagem negativa de gordura, núcleos rechaçados para a periferia, mitoses típicas, uma massa de coloração clara; lipossarcoma – tumor maligno de tecido adiposo; na microscopia há imagens negativas de gordura atípicas, núcleos enegrecidos (hipercromatismo nuclear) e dispersos, atipia, áreas eosinofílicas ao redor (pela maior nutrição para o tumor). Obs: ela também deu como exemplos tumores uterinos (leiomiomas uterinos) e intestinais (pólipos como são popularmente conhecidos). Parênquima e estroma: Parênquima é a porção funcional do tecido (no caso da neoplasia é composto por células neoplásicas especificas da região acometida, o nome da neoplasia se origina daqui). Ex: lipoma -> o parênquima são os adipócitos. Estroma é o tecido de sustentação (tecido conjuntivo, vasos, células inflamatórias...) que proporciona suprimento e suporte para o desenvolvimento/crescimento do tumor. Com pouco estroma tende a se desenvolver menos e vice versa. Obs: os sarcomas tendem a ter pouco estroma. JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 2 Nomenclatura de tumores benignos: Tipo celular (parênquima) + OMA Exemplo: fibroma, condroma, lipoma No caso das neoplasias epiteliais algumas vezes o nome é dado pelo padrão microscópico ou macroscópico. Exemplo: adenoma -> adeno é uma característica microscópica (tecido que forma glândula ou originaria de tecido glandular). Outro exemplo: neurofibroma (a neoplasia está no filete nervoso com componente fibroso entremeado). Exemplo de neoplasia que não possui aspecto microscópico glandular, mas origina-se de uma glândula: adenoma córtex da supra-renal. Papilomas: neoplasias epiteliais benignas; muito comum nas lesões induzidas pelo HPV (proliferações digitiformes -> “verrugas”). Adenoma que forma cistos: a massa cresce e forma cavidade com conteúdo sólido ou liquido -> cistoadenoma Nomenclatura de neoplasias malignas: Origem mesenquimal: tipo celular + SARCOMA Exemplos: lipossarcoma, condrossarcoma, fibrossarcoma. Origem epitelial: CARCINOMA; se for numa área que forma glândula é adenocarcinoma (também pode variar dependendo do padrão microscópico ou macroscópico, assim como no benigno). Exemplo: carcinoma gástrico Obs: pérola córnea: característica microscópica de neoplasias malignas que produzem queratina, chamado de carcinoma de células escamosas. Comum em tumores epiteliais, de cabeça e pescoço, útero, brônquios e esôfago. No caso dos tumores malignos além do nome já dado referente ao tecido acrescenta-se ainda o grau de diferenciação, ou seja, como aquele tumor está crescendo. Tumores mistos: São os tumores que possuem populações proliferantes diferentes durante a diferenciação do tumor. Exemplo: adenoma pleomórfico (tumor misto da glândula salivar, normalmente a parotida). Adenoma seria tumor benigno de tecido de origem glandular, pleomórfico significa que gera formas diferentes. Nesse caso podem surgir diferentes tecidos (como ósseo, cartilaginoso, etc) em meio ao tecido epitelial glandular. JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 3 Teratoma: Tem origem nas células embrionárias (totipotentes), essas células podem se diferenciar em qualquer tipo de célula, podendo gerar tecidos maduros/especializados, quando pode definir o que esta sendo formado (dentes, pelos, retina, etc), ou pode gerar um tecido imaturo/não especializado, onde não se identifica o tipo de tecido formado ou forma-se vários tecidos juntos (massa heterogênea). Se for especializado/maduro é benigno, se for imaturo é maligno. Obs: não confundir teratoma com tumor misto. No tumor misto uma célula já adulta, já especializada começa a gerar células diferentes do que aquela célula normalmente poderia gerar, no teratoma as células embrionárias ainda não são especializadas, podendo gerar qualquer tipo celular. Exceções da nomenclatura: Linfoma: apesar de terminar em oma, é um tumor maligno do tecido linfoide Mesotelioma: tumor maligno do mesotélio (pleura, peritônio) Semioma: tumor maligno do epitélio germinativo dos túbulos seminíferos dos testículos Melanoma: tumor maligno dos melanocitos Leucemia: não tem definição como “sarcoma”, “carcinoma”, mas é uma neoplasia maligna das células hematopoiéticas. Hamartoma: proliferação celular própria do tecido, mas de forma desordenada. Não é uma neoplasia verdadeira, apesar de terminar em oma. Coristoma: resto ectópico de células, normalmente com o crescimento dos órgãos fica um “resquício” de algum outro órgão na parede do órgão vizinho. Não é maligno. Exemplo: pâncreas ectópico na parede gástrica. Obs: nevos: neoplasias benignas dos melanócitos (pintas). Um nevo apesar de benigno pode evoluir para um melanoma (neoplasia maligna), por isso deve-se estar atento ao contorno das margens, tonalidade, se cresce ou não... se realmente houver risco de malignização é necessário remover o sinal + uma área (da pele) de segurança. Existe um ABCDE do melanoma (5 características que requerem atenção): assimetria (no caso do melanoma as bordas são irregulares), coloração (mudança de cor, tons diferentes...), diâmetro (se tiver diâmetro maior que 0,6 centimetros já é um risco), evolução (crescimento rápido não é bom). *Luisa pulou o B kkkkkkk não sei qual é JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 4 Obs: de acordo com Luisa tem que saber essa tabela! Características importantes diante de neoplasia maligna: diferenciação e anaplasia, taxa de crescimento, invasão local, metástase. Diferenciação: grau de semelhança do tumor com a função e forma das células de origem do tecido afetado. A OMS divide em bem diferenciado, moderadamente e pouco diferenciado. Tumores benignos: bem diferenciados, significa baixo índice mitótico, devido a grande semelhança das células neoplásicas com o tecido de origem. Tumores malignos: podem ser bem, moderadamente ou pouco diferenciados. O tumor bem diferenciado é similar ao tecido de origem, JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 5 o pouco diferenciado quase não tem semelhança com o tecido de origem. Anaplasia: indiferenciação, não da pra reconhecer de onde aquele tumor se originou, é mais agressivo. Obs: em alguns tumores pode ocorrer uma produção inesperada de determinadas substancias. Exemplo: produção de ACTH no carcinoma brônquico. O hormônio é produzido devido a um tumor no pulmão (exemplo, pois também pode acontecer produção de outros hormônios devido a outros tumores), uma coisa não tem ligação com a outra, isso se chama Síndrome Paraneoplásica (acontece mais em casos de diagnosticos atrasados). Displasia:alteração/desorganização do tecido, tanto no seu formato, quanto nas células. Às vezes a percepção dessas alterações displasicas não significa ainda um tumor maligno, mas sim uma lesão pré neoplásica, é um sinal de alerta. Politicas de rastreio podem perceber essas lesões e repara-las a tempo (exemplo: preventivo para lesão uterina). Critérios de displasia epitelial: alterações da arquitetura -> estratificação epitelial irregular, perda da proliferação da célula basal, cristas epiteliais em forma de gota, aumento das figuras de mitose, mitoses superficiais anormais, pérolas de queratina...; alterações celulares -> variação anormal do tamanho do núcleo, da forma do núcleo, variação anormal do tamanho da célula e da forma da célula. Displasia leve: só no nível basal Moderada: nível basal e médio Severa: pega todas as camadas do epitélio Carcinoma in situ: todas as camadas do epitélio + essas “gotas”, porém ainda presas ao epitélio Carcinoma invasor: a partir do momento que a lesão solta do epitélio, estando no seu potencial de se disseminar JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 6 Anaplasia: total indiferenciação, a célula perde totalmente qualquer informação sobre onde iniciou aquela neoplasia. A célula apresenta alterações nucleares e celulares como pleomorfismo, anisocariose (núcleo irregular), hipercromasia nuclear, nucléolos evidentes e proeminentes, células bizarras (multinucleação), mitoses frequentes e atípicas... Taxas de crescimento: Neoplasia benigna: crescimento lento, em casos de influencia hormonal pode ter um crescimento mais exacerbado Obs: existem tumores que apesar de benignos devido ao seu local são extremamente danosos, ainda mais com o crescimento do tumor. Muitas vezes se assemelham a um tumor maligno devido aos danos. Exemplo: adenoma de hipófise Neoplasia maligna: crescimento muito rápido, podendo invadir estruturas vizinhas. Quanto mais indiferenciado for maior é essa capacidade. Obs: o crescimento do tumor está sempre relacionado as células que estão se dividindo, isso é importante devido ao tratamento. A quimioterapia, por exemplo, age nas células que estão se dividindo, então se tem um tumor com alta taxa de crescimento a quimioterapia tende a ser efetiva, já um tumor com ritmo de crescimento lento não apresenta tanta resposta a quimio. Invasão local: Neoplasia benigna: localizada, cresce lentamente, às vezes forma uma capsula envolta (restringindo a área), não faz metástase, nem invade locais distantes, apenas cresce no local em que ela surgiu. Neoplasia maligna: infiltração progressiva, com compressão e destruição das células adjacentes, até cair no vaso sanguíneo ou linfático, conseguindo se disseminar a distancia. Obs: desmoplasia: estroma fibroso abundante. Comum em casos de câncer de mama, é uma tentativa do organismo de reagir. Metástases: São implantes secundários em tecidos distantes, sem continuidade com o tumor primário. Restrito as neoplasias malignas, mas nem todas as neoplasias malignas fazem metástase (carcinoma basocelular tende a ser muito local) . Como normalmente a disseminação ocorre pelos vasos sanguíneos ou linfáticos, órgãos que recebem muito sangue são mais propensos a metástases, como fígado, pulmão e cérebro. JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 7 Vias de disseminação: Implante nas cavidades corporais: o tumor cresce localmente e invade uma cavidade vizinha a área tumoral. Comum nos tumores ovarianos, muitas vezes eles crescem muito rápido e podem estouras os ovários, se disseminando pela cavidade abdominal gerando comprometimento de intestino, fígado e toda a cavidade peritoneal. Linfatica: quando a célula maligna cai nos vasos linfáticos. Mais comum em carcinomas, por isso é importante analisar o linfonodo sentinela. Hematogenica: quando a célula maligna cai nos vasos sanguíneos. Mais comum nos sarcomas. Existem tumores que geram embolização para o plexo paravertebral (mais comum em casos de próstata e tireoide) e invasão da veia renal (mais comum em adenocarcinomas renais). -> tumores com metástases mais especificas. É raro a musculatura esquelética ser sitio de metástase. Estadiamento: Quando um paciente recebe o diagnostico de câncer ele é classificado em relação ao risco, prognostico e caracteristicas micro e macroscópicas. Classificação TNM, onde T é o tamanho do tumor, N é nódulos linfáticos acometidos e M é metástase a distancia. Após passar por essa classificação monta-se o tratamento. Existe um TNM padrão para cada região do corpo. Epidemiologia do câncer no Brasil: A cada 3 anos o INCA libera uma estimativa dos casos de câncer. A estimativa para 2020 é que 20 milhoes de pessoas no mundo vao ter câncer e 600 mil desses novos casos são no Brasil, 60% terão diagnósticos avançados, isso gera um alto impacto socioeconômico (exige muito do SUS), o câncer é a segunda causa de morte no Brasil e em breve deve ser a primeira causa. 1/3 dos casos de câncer poderiam ser evitados. Os 10 casos de câncer mais comuns nos homens: próstata, cólon e reto, traqueia, brônquio e pulmão, estomago, cavidade oral, esôfago, bexiga, linfoma não Hodgkin, laringe e leucemias. Os 10 casos de câncer mais comuns nas mulheres: mama, colon e reto, colo do útero, traqueia, brônquio e pulmão, tireoide, estomago, ovário, corpo do útero, linfoma não Hodgkin, SNC Fatores que influenciam na incidência e mortalidade: sexo, fatores geográficos e ambientais (exemplo: no japao a incidência de câncer de estomago é muito alto devido a constante ingestão de comida crua – outro exemplo: exposição a asbesto, raios UV, etc), idade (tumores malignos tendem a surgir mais em pacientes entre 55 e 75 anos, JULIA ULRICK – 2025.1 PATOLOGIA 8 tumores “líquidos” como leucemias, linfomas, tumores do SNC, sarcomas de parte mole... acometem mais crianças), alteração genética hereditária...
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