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Existencial-Humanista

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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS 
DISCIPLINA: ​CLÍNICA DA CRIANÇA - ​PROF.:​ PAULA PIMENTA 
ALUNA:​ TÍFANE JÚLIA FRANCO DE CASTRO 
 
TRABALHO SOBRE EXISTENCIAL-HUMANISMO 
Dibs: Em busca de si mesmo 
 
1) Descreva qual foi a queixa sobre a criança, que a levou à terapia. 
Dibs, uma criança de 5 anos, é encaminhado a terapia a partir de uma demanda da escola, 
tal qual frequenta a quase dois anos. Suas professoras relatam que ele quase nunca fala, não 
faz contato visual direto, se mantém isolado e solitário, não participa das atividades 
individuais ou em grupo, não sorri, demonstra-se a maior parte do tempo desligado e absorto 
em si mesmo, ficando imóvel ou engatinhando pouco ao redor da sala, além disso, 
ocasionalmente tem acessos de raiva e violência. Para mais, Dibs se apresenta hostil a 
aproximação das pessoas, muitas vezes se balança para frente e para trás, morde um lado da 
mão, chupa o polegar direito e deita-se rigidamente de bruços no chão. Em relação a 
realização das atividades, por vezes expõe indícios de retardamento mental, mas em outros 
momentos realiza-as com rapidez e tranquilidade, como se tivesse um nível de inteligência 
superior. Dibs já havia passado pela observação da psicóloga e do pediatra da escola, mas 
estes não conseguiram chegar a uma conclusão ou ajudá-lo. 
 
2) Realize uma Análise Situacional com os dados fornecidos pela autora (considere: 
criança [dentro e fora da terapia], pais, outras pessoas de seu convívio, locais que 
frequenta etc). 
A análise situacional deve ser realizada para verificar de quem é a crise e identificar se a 
criança encaminhada realmente necessita de atendimento, visando conhecer todo o seu campo 
de relações. 
 
Dibs e suas relações no início do processo terapêutico 
- Relação com a mãe: Dibs não conversa e não demonstra afeto. A mãe 
constantemente fica o ensinando, testando e observando, sempre o pressionando e 
colocando em dúvida suas capacidades. Na sua relação com Dibs, ela não se apresenta 
receptiva e age de forma fria e robótica, sem demonstrar afeto pelo filho. A mãe por 
sua vez era cirurgiã, tinha boa colocação profissional mas a deixou após o nascimento 
de Dibs, abrindo mão de diversos planos e afastando-se do círculo de amizades, além 
do mais, relata sentimentos de culpa, derrota, frustração e fracasso devido a sua 
relação com o marido e filho, mas negava-os e reprimia. 
- Relação com o pai: não conversa muito com o pai. Em suas expressões nas 
brincadeiras demonstra ter raiva, medo e ressentimentos para com o pai, visto que este 
era agressivo com ele também. O pai não dá importância às falas de Dibs e corta as 
conversas​, ​além disso, em muitas situações, o trata de forma ríspida, chamando-lhe 
atenção de forma exacerbada. Quanto a sua profissão, trata-se de um cientista 
renomado, assim passa muito tempo ocupado. 
- Relação com a irmã: possui uma irmã um ano mais nova chamada Dorothy, mas não 
tem muito convívio com ela, pois a mesma estuda em internato. Quando juntos Dibs a 
agride sempre que se aproxima dele ou de seu quarto, muitas vezes acredita que ela 
destruirá seus pertences. 
- Relação com a avó: Dibs demonstra grande afeto e alegria em relação a sua avó, 
apesar de não conversarem muito, apresentam bom relacionamento. A avó o aceita 
como ele é e tem paciência para deixar com que ele se expresse da maneira que se 
sente mais à vontade. 
- Relação com as professoras (Miss Jane e Hedda): ignora as tentativas de 
aproximação, se apresenta estático nas interações, obedece alguns comandos mas tem 
ataques de raiva quando contrariado. 
- Relação com os colegas: por vezes Dibs agride os colegas quando estes tentam 
interagir e evita qualquer contato físico com as crianças. Contudo, sabe o nome de 
todos os colegas de classe, apesar de achá-los interessantes, acredita que não gostam 
dele. 
- Outras relações: demonstra afeição pelo antigo jardineiro de sua casa, gostando de 
suas conversas e buscando apreender os conhecimentos que lhe eram passados nestas. 
 
Quanto aos locais que frequenta: 
- Comportamento geral: não se trata a si próprio como "eu", não conversa, chupa o 
dedo, tem ataques de raiva e não olha nos olhos das pessoas. 
- Comportamento na escola: não tira o casaco e gorro por si mesmo, rejeita as ofertas 
de tarefa, não demonstra capacidade de concentrar a atenção (salta de um brinquedo 
pra outro) ou fixa-se em uma atividade por um longo período, mantém-se quieto e 
observador, examina diversos objetos e livros. 
- Comportamento em casa: possui um quarto com muitos brinquedos e livros no qual 
fica muito tempo. Demonstra-se infeliz e é muito silencioso. Não tem convívio com 
amigos e parentes. Costuma ser trancado em seu quarto. 
- Hora lúdica e comportamento na terapia: ​inicialmente troca um brinquedo por 
outro, demonstrando anseio para explorar, identificar e experimentar todos. Apresenta 
capacidade de leitura, vocabulário rico, habilidades matemáticas e sabe observar, 
definir e solucionar problemas, além disso, demonstra capacidade de organização. 
Oscila entre exteriorizar suas habilidades e demonstrar seu nível intelectual, e por 
outro lado, ter atitudes comuns a um bebê e retornar a um comportamento infantil. Em 
suas brincadeiras, expõe suas buscas e desejos a partir da linguagem. Demonstra 
compreender o que a terapeuta lhe diz, respeita os limites colocados e tem boa relação 
com Miss A. 
 
História pessoal/desenvolvimento: 
- Entrevista com a mãe: segundo a mãe de Dibs, sua gravidez não foi planejada e ela 
esteve doente por quase todo o período, por sua vez, ela relata o lento progresso dele e 
a possibilidade de deficiência orgânica. Dibs quando bebê não reagia a nada, a 
rejeitava, se enrijecia e gritava sempre que era tirado do berço, ademais, ao longo de 
seu desenvolvimento não falava, não brincava, demorou para andar e batia nas 
pessoas. Contudo, aprendeu a ler aos 2 anos. 
- Histórico médico: passou pelo neurologista e não foi encontrada nenhuma causa 
orgânica para seu comportamento. Também recebeu parecer psiquiátrico, pelo qual 
não apresentava nenhum problema além de carência emocional. 
 
Após o processo terapêutico, as relações com a família se estreitaram, todos apresentaram 
avanço nas relações afetivas, Dibs passou a ser compreendido e respeitado, assim como 
demonstrou amplo desenvolvimento na escola, visto que, passou a conversar, demonstrar 
habilidades, fazer contato visual etc. 
 
3) Assinale ​cinco intervenções da terapeuta que produziram efeitos para o tratamento. 
Descreva​ quais foram os efeitos decorrentes. 
1. ​"- É. Foi isso que disse, Dibs - repliquei suavemente. Você já terminou sua pintura e está 
na hora de irmos. 
- Bem, mas preciso um pouco mais de grama aqui e algumas flores - disse de súbito. 
- Não há mais tempo para isso. Nosso tempo já se esgotou por hoje. 
Dibs encaminhou-se para a casa de bonecas. - Tenho que consertar a casinha. Tenho que 
fechá-la - declarou. 
- Você pode pensar em diversas coisas a fazer e assim adiar sua ida para casa, não é? Mas 
nosso tempo terminou agora, Dibs, e vocêterá de ir para casa. 
- Não. Espere. Espere - Dibs gritava. 
- Sei que você não quer ir, Dibs. Mas nosso tempo, por hoje, já terminou. 
- Não ir agora - soluçava. - Não ir agora. Não ir nunca mais." 
 
Nesse caso, a terapeuta reafirma a questão do tempo de sessão, já exposta no primeiro dia 
de terapia no Centro de Orientação Infantil, assim comunica a Dibs que o tempo se esgotou e 
se mantém firme nesta posição, mesmo com os contrapontos colocados por ele. Os efeitos 
dessa intervenção podem ser percebidos nas sessões seguintes em que Dibs fica mais atento a 
questão do tempo e compreende este aspecto da terapia, além disso, a longo prazo permitiu 
que ele fizesse bom proveito desse momento de sua rotina, mas também se dispusesse à 
novas experiências e relações. 
 
2. ​"Dibs permaneceu perto da pia, segurando firme a mamadeira vazia de encontro ao peito. 
Fitou-me por um longo tempo. Olhei-o também, esperando que ele tomasse a iniciativa de 
nossa conversa ou atividade, ou continuasse ali, observando e pensando em silêncio, se assim 
decidisse. 
- Estou pensando - falou. 
- Está pensando? 
- Sim. Eu estou pensando - reafirmou." 
 
A terapeuta busca deixar Dibs livre para expressar-se, sem julgá-lo ou fazer perguntas 
invasivas ou insinuadoras, essa intervenção é feita diversas vezes durante o seu processo, o 
seu efeito pode ser percebido pelo desenvolvimento da relação e do vínculo, possibilitando 
que a criança reconheça seu processo e exponha sua esfera emocional quando se sente a 
vontade para tal, além disso, Dibs expõe que sente o fato de ser aceito como é pela terapeuta, 
sem ser chamado de idiota, por exemplo. 
 
3. ​" - Tire suas botas sempre que estiver dentro de casa - recomendou. - Mas deixe as calças 
de neve porque esta frio aqui, hoje. 
- Parece que há uma série de coisas que devemos tirar sempre que entramos em casa e outras 
que podemos continuar usando em recinto fechado ou ao ar livre - comentei. 
- É verdade - disse Dibs. - Confunde as pessoas. 
- Essas regras geram confusão, às vezes. 
- E muitas! - comentou, sacudindo a cabeça como em sinal de sua compreensão do 
problema." 
 
Nesse contexto, a terapeuta deixa que Dibs indique o caminho, demonstra que compreende 
a fala e o sentimento dele, e assim o acolhe, ao considerar o material levado e lhe responder 
de forma que o tranquilize, proporciona que ele se sinta confortável para ser autêntico nessa 
relação, ao ser respeitado e aceito em situações como a exemplificada, Dibs se sente mais a 
vontade para abrir seus anseios, dificuldades e desejos. Fora da terapia também passa a fazer 
mais comentários e falar sobre si mesmo. 
 
4. ​"De súbito, arrancou os pés da areia, saltou da caixa e abriu a porta da sala. Alcançou a 
tabuleta que ali estava pendurada. Retirou-a e com ela nas mãos voltou para a sala. Fechou a 
porta e exibiu-a para mim. 
- Que é terapia? 
- Terapia? - perguntei, surpresa. - Bem, deixe-me pensar por um minuto. - Indagava-me por 
que me teria feito tal pergunta. Que explicação poderia representar uma resposta sensata? - 
Diria que terapia significa essa oportunidade de vir aqui brincar e falar apenas sobre o que 
você deseja. É um período em que você pode ser da maneira que quiser ser. É um período que 
você pode usar do modo que mais lhe agradar. Uma hora em que você pode ser você." 
 
Aqui a terapeuta responde a curiosidade de Dibs e acentua o contexto da terapia como um 
espaço de liberdade e autenticidade, assim contribui para que ele se sinta livre para se 
expressar e exprimir seus pensamentos, sentimentos e desejos, sendo aceito como é, Dibs 
passa a ter mais confiança em si mesmo, conseguindo solucionar problemas e estreitar suas 
relações. 
 
5. "- Pessoas estúpidas provocam acidentes - respondeu aos gritos e com lágrimas nos olhos. - 
A festa está terminada. Todas as crianças já foram embora. Não haverá mais festa - 
confirmou com voz entrecortada pelo choro. - Foi um acidente, mas a festa acabou - disse. 
- Isso assustou você e o fez sentir-se infeliz - falei. - O garoto que ocasionou o incidente foi 
mandado de castigo para seu quarto? 
Caminhava em volta da sala torcendo as mãos. 
- Foi, sim. Claro. Ele deveria ter sido cuidadoso. Que estupidez a dele, ser tão desastrado - 
acrescentou, dando pontapés na cadeira. - Não queria uma festa - gritou. - Não queria 
nenhuma outra criança por perto. 
- Você fica zangado e triste quando algo assim acontece - falei." 
 
Aqui Miss A. busca fazer com que Dibs perceba o que sente em situações que o incomoda 
ou ocorrem de maneira inesperada, colaborando para que ele descubra em si mesmo o que 
precisa para enfrentar suas emoções e dificuldades, assim, ao se deparar com circunstâncias 
como esta futuramenre, ele consegue se cobrar menos e superar o episódio com proficiência, 
compreendendo seus próprios sentimentos. 
 
4) Com base nas ​cinco intervenções da terapeuta elencadas na questão anterior, 
classifique e fundamente teoricamente cada uma, justificando seu uso de acordo com a 
abordagem da Existencial-Humanista. 
1. Colocação de limite: essa intervenção tem o objetivo de fornecer um parâmetro com a 
realidade, visto que, tudo tem um limite, um começo e um fim, sem limitar a expressão da 
criança, estabelecer um limite de tempo faz-se importante, pois é uma forma de trabalhar a 
organização e disciplina, além de mostrar que regras são necessárias e fazem parte da vida. 
Além disso, principalmente no caso das crianças, a terapia não pode ocupar um lugar de 
prioridade, pois o contexto fora da terapia também é importante. 
 
2. Refletora de conteúdo verbal: ao reforçar a fala do cliente, o terapeuta mostra que está 
interessado em suas palavras e o estimula a continuar, sem o pressionar com perguntas ou 
direcionar suas atitudes, contribui para que ele organize o conteúdo declarado, exercendo 
uma postura não-diretiva, empática, de aceitação e compreensão. 
 
3. Suportativa (ou de apoio): nesse exemplo a terapeuta busca dar segurança ao cliente e 
reduzir os anseios causados pelas vivências emocionais expostas, para que ele não sinta 
vergonha de apresentar seus conflitos e mostrando que o aceita da forma que ele é 
(consideração positiva e incondicional). 
 
4. Informativa: é realizada com o propósito de esclarecer algumas informações e promover 
maior compreensão por parte do cliente, contribuindo para o estabelecimento do vínculo e 
para uma relação autêntica, favorecendo a terapia como espaço da verdade. 
 
5. Refletora (ou clarificadora) de vivências emocionais: atende a finalidade de captar o 
tom afetivo e pessoal na comunicação do cliente, ao buscar compreender o sentimento 
exposto na fala do cliente e exprimir com suas palavras o que percebeu, o terapeuta favorece 
que o cliente perceba suas próprias emoções e sentimentos em relação ao assunto.

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