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PEDAGOGIA INTEGRADA 4º SEMESTRE

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Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDAGOGIA 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOMO X 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
2 
Questões 1 e 2 
Questão 1.1 
A didática escolar cumpre funções de caráter político, educativo e científico a um só tempo. A 
integralização dessas funções pela didática escolar torna essa disciplina acadêmica algo mais 
complexo que a simples procura e implementação de procedimentos de ensino. Por meio desse 
processo, a unidade dialética da teoria e da prática assume as características de uma verdadeira 
investigação científica da realidade cotidiana da prática pedagógica. 
RAYS, O. A. A relação teoria-prática na didática escolar crítica. In: VEIGA, I.P.A. (Org.). Didática: o ensino e suas relações. 
7. ed. Campinas: Papirus, 2003 (com adaptações). 
 
A partir das informações apresentadas, avalie as afirmativas. 
I. A práxis pedagógica envolve a adoção do método dialético no processo de elaboração do 
conhecimento em articulação com a teoria histórico-cultural. 
II. A apropriação crítica e histórica do conhecimento é um instrumento de compreensão da 
realidade social e da atuação crítica para a transformação da sociedade. 
III. A Didática é uma área do conhecimento que utiliza os elementos do cotidiano escolar e 
das questões sociais para atualizar a prática docente. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. III, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
Questão 2.2 
Lev Semenovitch Vygotsky, psicólogo russo, elaborou sua teoria tendo por base o 
desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o 
papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. Esse pressuposto teórico, 
conhecido como Teoria Histórico-Cultural, apresenta como questão central a apropriação de 
conhecimentos pela interação do sujeito com o contexto social. 
Considerando os pressupostos da teoria vygotskyana, avalie as afirmativas a seguir. 
I. O desenvolvimento cognitivo é produzido no processo de internalização da interação 
social com a cultura. 
II. Ao acessar a língua escrita, o indivíduo se apropria das técnicas inerentes a esse 
instrumento cultural, modificando suas funções mentais superiores. 
 
1Questão 9 – Enade 2017. 
2Questão 12 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
3 
III. A apropriação da linguagem específica do meio sociocultural transforma os rumos do 
desenvolvimento individual. 
IV. O desenvolvimento das funções psíquicas superiores decorre de funções existentes no 
indivíduo. 
V. A educação sistemática e organizada pode contribuir com o processo de aquisição dos 
sistemas de conceitos científicos, o que modifica a estrutura do pensamento do indivíduo. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e IV. 
B. I e V. 
C. II, III e IV. 
D. I, II, III e V. 
E. II, III, IV e V. 
 
Introdução teórica 
 
1.1. Didática escolar 
 
A Didática Escolar pode ser considerada, grosso modo, como o procedimento no qual 
teoria e prática coincidem, unem-se, integram-se. Logo, a didática baliza o trabalho do 
professor, que deve ter presentes em sua práxis aspectos como o domínio do conteúdo a 
ser ensinado, o saber ensinar e as relações situacionais que vão se apresentado ao longo 
das experiências docentes. 
Urbanetz e Melo (2008) indicam que o ato de ensinar deve estar fundamentado no 
diálogo entre professores e alunos, relação na qual o professor exerce o papel de mediador 
do conhecimento. Ao ato de ensinar fundamentado nessas características, dá-se o nome de 
método dialético, que conta com alguns passos indicados por esses autores, mencionados a 
seguir. 
 Prática social: deve-se tentar ensinar ao aluno com informações que ele já tenha, 
baseadas na prática social dele e do professor. 
 Problematização: a partir do que o aluno já conhece, levantam-se questões relativas 
ao problema proposto. É nesse ponto que o aluno é estimulado a perguntar o porquê das 
coisas. 
 Instrumentalização: nessa parte do andamento da atividade pedagógica, o professor 
disponibiliza instrumentos para o aluno resolver o problema proposto. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
4 
 Catarse: ponto culminante do processo de aprendizagem, quando o aluno tem um 
insight e afirma “agora entendi”. Em cada aula dada, a catarse é o que o professor, de 
fato, busca. 
 Prática social: após o “insight de entender a matéria”, é preciso que o conhecimento 
sirva para as práticas sociais às quais o aluno estará exposto, o que significa que é 
preciso trazer para o cotidiano do aluno o que foi aprendido e mostrar a ele o porquê de 
ter aprendido aquilo. 
Com base nas características apresentadas, é possível verificar que a didática é uma 
área do conhecimento que utiliza elementos do cotidiano escolar e das questões sociais a 
fim de atualizar a prática docente, articulada a questões histórico-culturais relevantes para a 
compreensão da realidade social e para a atuação crítica de todos os participantes do 
processo de ensinar/aprender. 
 
1.2. Teoria histórico-cultural 
 
A teoria histórico-cultural tem suas origens nos estudos do psicólogo russo Lev 
Semenovich Vygotsky (1896-1934), que procurava entender a estagnação em que a 
psicologia se encontrava no início do século XX. Vygotsky desenvolveu estudos que 
demonstravam a mediação social no desenvolvimento das funções psicológicas superiores. 
De acordo com o que Oliveira (1997) preconiza, as premissas dessa nova abordagem são: 
 as funções psicológicas têm um suporte biológico, já que são produtos da atividade 
cerebral; 
 o funcionamento psicológico baseia-se nas relações sociais entre os indivíduos e o 
mundo exterior, e essas relações desenvolvem-se em um processo histórico; 
 a relação homem/mundo é mediada por sistemas simbólicos. 
Segundo Souza (2011), ao estudar a relação entre o pensamento e a linguagem, 
Vygotsky expressou divergências em relação aos esquemas propostos pelos behavioristas e 
por Piaget. Para os behavioristas, o desenvolvimento da linguagem passa pelo discurso oral 
e pelo murmúrio até atingir o discurso interior; para Piaget, do pensamento autístico para o 
discurso socializado. As conclusões a que Vygotsky chegou mostraram que “a verdadeira 
trajetória de desenvolvimento do pensamento não se constrói no sentido do pensamento 
individual para o socializado, mas do pensamento socializado para o individual” (OLIVEIRA, 
1997). 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
5 
Essa constatação permitiu a Vygotsky compreender que o pensamento não é formado 
com autonomia e independência, mas sob condições determinadas, sob a mediação dos 
signos e dos instrumentos culturais que se apresentam histórica e socialmente disponíveis. 
Assim, os “sistemas de representação da realidade”, entre eles a linguagem, 
estabelecem-se socialmente, o que faz com que o desenvolvimento cognitivo decorra do 
processo de internalização da interação social com o meio cultural do qual o indivíduo faz 
parte. Portanto, a apropriação da linguagem específica do meio sociocultural determina e 
molda os rumos do desenvolvimento individual. 
A interação social e a convivência com determinadas maneiras de agir e determinados 
produtos culturais indicam que “os indivíduos vão construir seu sistema de signos, o qual 
consistirá numa espécie de ‘código’ para decifração do mundo” (OLIVEIRA, 1997). Assim, ao 
ter acesso à língua escrita, o indivíduo apropria-se das técnicas inerentes a esse instrumento 
cultural, modificando suas funções mentais superiores. Ademais, a educação sistemática e 
organizada pode contribuir com o processo de aquisição dos sistemas de conceitos 
científicos, o que modifica a estrutura do pensamento do indivíduo. 
 
2. Análise das afirmativasQuestão 1. 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O método dialético na práxis pedagógica contribui com o processo de 
apropriação do conhecimento, que ocorre pela interação do sujeito com os aspectos 
históricos e culturais. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A apropriação crítica e histórica do conhecimento, na qual os processos 
didático-pedagógicos devem estar fundamentados, é um instrumento de compreensão da 
realidade social, condição necessária para que seja possível a transformação da sociedade. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A Didática é uma área do conhecimento em constante aprimoramento, pois 
a prática docente deve ser atualizada de acordo com a realidade do cotidiano escolar e das 
questões sociais. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
6 
Alternativa correta: E. 
 
Questão 2. 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com Vygotsky, “a verdadeira trajetória de desenvolvimento do 
pensamento não se constrói no sentido do pensamento individual para o socializado, mas do 
pensamento socializado para o individual” (OLIVEIRA, 1997). 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Vygotsky desenvolveu estudos que demonstram a mediação social no 
desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Ao acessar a língua escrita, o 
indivíduo apropria-se das técnicas inerentes a esse sistema simbólico-social, o que impacta 
as funções mentais superiores. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A apropriação da linguagem específica do meio sociocultural transforma os 
rumos do desenvolvimento individual. Antes, pressupunha-se que o aspecto individual era 
preponderante sobre os aspectos socioculturais e sócio-históricos. 
 
IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com as ideias estudadas e defendidas por Vygotsky, o 
desenvolvimento das funções psíquicas superiores não deriva de funções existentes na 
pessoa. As funções psíquicas superiores dos indivíduos surgem e são desenvolvidas a partir 
das interações deles com o mundo que os cerca. 
 
V – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com Vygotsky, o desenvolvimento intelectual das pessoas ocorre 
em função das interações sociais e das condições de vida. Assim, a educação sistemática e 
organizada pode ter efeito positivo na aquisição de conhecimentos e no aprimoramento 
intelectual do indivíduo. 
 
Alternativa correta: D. 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
7 
3. Indicações bibliográficas 
 
 OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. 
São Paulo: Scipione, 1997. 
 SOUZA, G. V. Teoria histórico-cultural e aprendizagem contextualizada. In: Estudando Vygotsky v. 2, 
fev. 2011. 
 URBANETZ, S. T; MELO, A. Fundamentos da didática. Curitiba: Ibpex, 2008. 
 VASCONCELLOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: 
Libertad, 2005. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
8 
Questão 3 
Questão 3.3 
Um aluno da rede pública de ensino, com 11 anos de idade, está matriculado no 5º ano do Ensino 
Fundamental e tem surdez profunda bilateral. Ele é bem-humorado, brincalhão e bastante sociável. É 
fluente na língua brasileira de sinais (Libras), mas apresenta dificuldades de leitura e escrita da 
língua portuguesa. Tem potencial cognitivo elevado, embora necessite de constante interferência e 
auxílio da professora para realizar suas atividades. 
Disponível em <http://www.cepae.faced.ufu.br>. Acesso em 07 jul. 2017 (com adaptações). 
 
Considerando a situação apresentada e o que estabelece a Política Nacional de Educação 
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, deve-se assegurar a esse aluno 
A. escolarização que atenda à proposta educacional bilíngue, considerando-se a língua de 
sinais como primeira língua. 
B. atendimento educacional especializado, priorizando-se o ensino da língua portuguesa, de 
modo a garantir a educação bilíngue. 
C. processo avaliativo que priorize o uso da língua portuguesa na modalidade escrita, dada 
a importância da manutenção do registro da aprendizagem. 
D. ensino da língua brasileira de sinais (Libras) após a aquisição da língua portuguesa na 
modalidade escrita, em processo análogo ao da alfabetização de aluno ouvinte. 
E. educação inclusiva, apesar de a surdez não se enquadrar no campo da deficiência física 
ou das limitações de mobilidade. 
 
1. Introdução teórica 
 
1. Introdução teórica 
 
Política Nacional de Educação Especial 
 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem 
como objetivo garantir a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades e/ou superdotação, orientando os sistemas de ensino a 
garantir (BRASIL, 2008): 
 acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais 
elevados do ensino; 
 transversalidade da modalidade de educação especial, da educação infantil e da 
educação superior; 
 
3Questão 10 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
9 
 oferta do atendimento educacional especializado; 
 formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais 
profissionais da educação para a inclusão; 
 participação das famílias e da comunidade; 
 acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações; 
 articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. 
Ainda de acordo com apontamentos e direcionamentos dados pelo Ministério da 
Educação (2008), perdurou, por muito tempo, a ideia de que a educação especial 
organizada de forma paralela à educação comum seria mais apropriada para a 
aprendizagem dos alunos que apresentavam deficiência, problemas de saúde, ou qualquer 
inadequação com relação à estrutura organizada pelos sistemas de ensino. Essa concepção 
exerceu impacto duradouro na história da educação especial e apresentou como resultado, 
em contraposição à dimensão pedagógica, práticas que enfatizavam os aspectos 
relacionados à deficiência. 
O desenvolvimento de estudos no campo da educação e na defesa dos direitos 
humanos, por conseguinte, tem modificado essas concepções quanto ao ensino a pessoas 
com deficiências. As legislações e as práticas pedagógicas e de gestão vêm promovendo a 
reestruturação do ensino regular e do ensino especial. Em 1994, com a Declaração de 
Salamanca, estabelece-se como princípio que as escolas do ensino regular devem educar 
todos os alunos, enfrentando a situação de exclusão escolar das crianças com deficiência, 
das que vivem nas ruas ou que trabalham, das superdotadas, das que vivem em 
desvantagem social e das que apresentam diferenças linguísticas, étnicas ou culturais 
(BRASIL, 2008). 
Na perspectiva da educação inclusiva, de acordo com o que preconiza o Ministério da 
Educação (2008), a educação especial passou, portanto, a constituir a proposta pedagógica 
da escola, definindo como seu público-alvo os alunos com deficiência, que se caracterizam 
por transtornos globais de desenvolvimento e pelas altas habilidades e/ou superdotação. 
Nesses casos e em outros, que lidam com transtornos funcionais específicos, a educação 
especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientada para o atendimento às 
necessidades educacionais especiais desses alunos. 
Consideram-se alunos com deficiência aqueles que têm impedimentos de longo prazo 
ou permanentes, de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, que podem ter restrita 
sua participação no universo escolar e na sociedade por conta das barreiras impostas por 
sua deficiência. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
10 
No caso mais específico dos alunos com surdez, existem certas especificidades a ser 
cumpridas. Para a sua inclusão nas escolas comuns, deve haver educação bilíngue (língua 
portuguesa e Libras– Língua Brasileira de Sinais). As escolas regulares desenvolvem o 
ensino da língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua para os alunos 
surdos, serviços de tradução/interpretação de Libras e de língua portuguesa, e o ensino de 
Libras para todos os demais alunos da escola. Além disso, o atendimento educacional 
especializado deve ser oferecido tanto na modalidade oral e escrita quanto na Língua 
Brasileira de Sinais. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A ideia de educação inclusiva pressupõe a garantia de escolarização 
adequada. No caso do aluno surdo, deve-se atender à proposta educacional bilíngue, sendo 
a língua de sinais a primeira língua. 
 
B e C – Alternativas incorretas. 
JUSTIFICATIVA. O ensino da língua portuguesa, embora importante, não é priorizado, uma 
vez que as escolas comuns desenvolvem o ensino da língua portuguesa como segunda 
língua na modalidade escrita para os alunos com surdez. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O ensino da Libras é anterior ao ensino da língua portuguesa na 
modalidade escrita. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Ao contrário do que diz a alternativa, a surdez enquadra-se no campo da 
deficiência física. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas 
especiais. Brasília: UNESCO, 1994. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
11 
 BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Lei Nº. 
10.436. Brasília, 2002. 
 BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
12 
Questão 4 
Questão 4.4 
As escolas brasileiras não têm um único jeito de ensinar sobre gênero e sexualidade; pesquisas 
evidenciam currículos e práticas pedagógicas e de gestão marcadas pela discriminação. Distinções 
sexistas nas aulas, na chamada, nas filas de meninos e de meninas, nos uniformes, no tratamento e 
nas expectativas sobre alunos ou alunas, tolerância da violência verbal e até física entre os meninos, 
representações de homens e mulheres nos materiais didáticos, abordagem quase exclusivamente 
biológica da sexualidade no livro didático, estigmatização referente à manifestação da sexualidade 
das adolescentes, perseguição sofrida por homossexuais, travestis e transexuais evidenciam o 
quanto a escola (já) ensina, em diferentes momentos e espaços, sobre masculinidade, feminilidade, 
sexo, afeto, conjugalidade, família. 
Disponível em <http://www.spm.gov.br>. Acesso em 11 jul. 2017 (com adaptações). 
 
Nesse contexto, para construir uma prática pedagógica que promova transformações no 
sentido da igualdade de gênero a partir do respeito às diferenças, espera-se que a escola 
A. incorpore o conceito de gênero nos diferentes componentes do currículo de maneira 
transversal. 
B. realize atividades em seu cotidiano que definam para as crianças o que é masculino e o 
que é feminino. 
C. valha-se das diferenças sexuais naturais entre meninos e meninas para conduzir a classe 
e manter a disciplina. 
D. refira-se à questão de gênero de forma tangencial, suficiente para promover vivência 
menos intransigente e mais equânime entre homens e mulheres. 
E. reforce modelos de comportamentos socialmente atribuídos a homens e mulheres que 
formam um conjunto de representações sobre masculinidade e feminilidade. 
 
1. Introdução teórica 
 
Sexo, sexualidade e gênero 
 
Na sociedade atual, há confusão e desinformação sobre os conceitos e as distinções 
entre sexo, sexualidade e gênero. Grosso modo, o sexo é algo definido biologicamente. 
Seremos fêmeas ou machos, mulheres ou homens, conforme a informação genética levada 
pelo espermatozoide ao óvulo. A sexualidade, por sua vez, está relacionada às pessoas por 
quem sentimos atração, desejo sexual. Já o gênero tem relação com as características que 
costumam ser atribuídas socialmente a cada sexo. 
 
4Questão 11 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
13 
Hoje, as definições de heterossexualidade e de homossexualidade não são capazes de 
definir com precisão as diversas formas de desejo sexual/afetivo humano. Diversos estudos, 
como o de Miskolsi (2017) e o de Butler (2003), indicam que a orientação sexual de cada 
pessoa é algo que se situa em algum ponto num amplo espectro entre esses dois polos 
hipotéticos. 
De acordo com Gomes (2013), a sexualidade humana é uma construção em vários 
aspectos. Trata-se de algo construído social, histórica e culturalmente, e que demanda 
constante reflexão, tendo em vista a vastidão dos referenciais que fortalecem a 
naturalização dos preconceitos de gênero, classe, etnia, diversidade cultural etc. 
Em nossas escolas, existem professores sem formação acadêmica para lidar com 
questões relacionadas à sexualidade, fato do qual advém parte das dificuldades de tratar 
questões referentes ao tema de forma clara e aberta. 
Outro aspecto importante e que ajuda a elucidar a origem das dificuldades que os 
temas sexualidade e igualdade de gêneros costumam suscitar nas instituições de ensino está 
relacionado ao fato de que a escola foi incumbida, desde o seu início, de separar os 
indivíduos: ricos de pobres, meninos de meninas, adultos de crianças etc. Segundo Louro 
(1997), “a escola que nos foi legada pela sociedade ocidental moderna começou por separar 
adultos de crianças, católicos de protestantes; se fez diferente para os ricos e para os 
pobres e imediatamente separou os meninos das meninas”. Além disso, e ainda conforme o 
mesmo autor, “surgiram regulamentos que serviam, na maioria das vezes, para ‘garantir’ – e 
também produzir – as diferenças entre os sujeitos”. 
De circunstâncias como as elencadas nos parágrafos anteriores é que deriva o fato de 
as escolas brasileiras não terem um único jeito de ensinar sobre gênero, sexualidade e 
respeito às diferenças, e de, na maioria dos casos, fazê-lo de forma inadequada, 
incompatível com a realidade atual e com as demandas da sociedade e dos indivíduos. 
Atualmente, o papel das escolas e do currículo escolar frente à sexualidade humana 
não pode ser outro senão o de combater estereótipos referentes a gênero, sexualidade, 
sexo, reprodução humana, além de levar aos alunos o entendimento dos direitos humanos e 
do respeito a diferenças de qualquer natureza. É necessária, portanto, uma nova práxis, 
transformadora, capaz de desnaturalizar as discriminações e as ideias equivocadamente pré-
concebidas, pois a escola é o espaço privilegiado para o tratamento pedagógico dessas 
questões. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
14 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Para construir uma prática pedagógica que promova transformações no 
sentido da igualdade de gênero a partir do respeito às diferenças, espera-se que a escola 
incorpore o conceito de gênero nos diferentes componentes do currículo de maneira 
transversal. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Realizar atividades que definam para as crianças o que é masculino e o que 
é feminino não é condizente com uma prática pedagógica que busque promover 
transformações. Historicamente, definir o que é masculino e o que é feminino tem sido o 
papel tradicional da escola. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Valer-se das diferenças sexuais naturais entre meninos e meninas para 
conduzir a classe e manter a disciplina não apresenta nada de transformador, não promove 
mudanças no sentido da igualdade de gênero nem do respeito às diferenças. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Aludir à questão de gênero de forma tangencial não é suficiente para 
promover vivência menos intransigente e mais equânime entre homense mulheres. É 
preciso que a escola trate seus temas de maneira clara e direta, sem tangenciamentos. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Reafirmar padrões comportamentais atribuídos a homens e a mulheres, 
papel historicamente desempenhado por muitas escolas ainda nos dias atuais, não contribui 
em nada para a construção de prática pedagógica que promova transformações no sentido 
da igualdade de gênero a partir do respeito às diferenças. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2003. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
15 
 GOMES, A. R. C. Gênero e sexualidade na escola. In: XI Congresso Nacional de Educação 
EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 2013. 
 LOURO, G. L. A construção escolar das diferenças. Petrópolis: Vozes, 1997. 
 MISKOLCI, R. Desejos digitais: uma análise sociológica por parceiros on-line. São Paulo: 
Autêntica, 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
16 
Questão 5 
Questão 5.5 
A professora de uma escola pública tem sua prática pedagógica fundamentada na teoria de 
Jean Piaget. Essa professora irá desenvolver com uma turma do 5º ano do Ensino 
Fundamental uma aula de Ciências sobre o tema força e movimento, utilizando a abordagem 
construtivista. 
Nesse contexto, qual deverá ser a proposta de trabalho elaborada pela professora? 
A. Demonstrar aos estudantes, em laboratório, experimentos relacionados ao tema e 
realizar avaliação do conteúdo trabalhado. 
B. Utilizar livro didático e figuras previamente selecionadas para sintetizar conceitos e 
informações relacionados ao conteúdo trabalhado. 
C. Aplicar exercícios de fixação em níveis crescentes de complexidade para a internalização 
dos conteúdos pelos estudantes. 
D. Partir do saber do cotidiano do estudante sobre a relação entre força e movimento para 
provocar o surgimento de hipóteses, criar conflitos cognitivos para desenvolvimento do 
conceito desejado. 
E. Realizar leituras informativas sobre o conteúdo e, a partir da apresentação de slides 
ilustrativos, descrever o conceito de força e de movimento, apresentando exemplos. 
 
1. Introdução teórica 
 
1. Introdução teórica 
 
Construtivismo 
 
O construtivismo, ou abordagem construtivista, pode ser caracterizado como uma 
corrente de pensamento que ganhou espaço especialmente no campo das teorias 
pedagógicas, inspirado na obra do suíço Jean Piaget (1896-1930), biólogo reconhecido por 
dedicar sua vida ao entendimento dos processos de aquisição do conhecimento humano. 
A teoria desenvolvida por Jean Piaget não teve intenções pedagógicas. No entanto, 
ao mostrar a forma como o indivíduo estabelece uma relação de interação com o meio, 
ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar as práticas pedagógicas. Essa 
 
5Questão 13 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
17 
relação com o meio, o mundo físico e o mundo social promove o desenvolvimento cognitivo 
dos indivíduos (SANTOS, 2001). 
Piaget elaborou uma teoria do conhecimento a respeito do desenvolvimento da 
inteligência e, com isso, deixou valiosas contribuições a quem interpreta sua obra com 
intenções pedagógicas. A principal ideia do construtivismo é a de que a educação deve 
possibilitar à criança seu pleno desenvolvimento, ao longo de todos os estágios de 
maturação da inteligência. 
No âmbito educacional, isso significa que é preciso levar em consideração os 
esquemas de assimilação e acomodação da criança, a fim de promover situações didáticas 
desafiadoras, que causem os conflitos cognitivos, que são os responsáveis pela construção 
do conhecimento por meio da participação ativa do sujeito cognoscente. 
Os conceitos piagetianos mais básicos fazem referência aos mecanismos de 
funcionamento da inteligência e à construção/constituição do sujeito a partir de sua 
interação com o meio. Sob essa perspectiva, as estruturas cognitivas do sujeito não nascem 
prontas; assim, portanto, o conhecimento repousa em todos os níveis em que ocorra 
interação entre os sujeitos e os objetos durante o seu processo de desenvolvimento. 
Segundo os construtos teóricos e as práticas à luz do construtivismo, na relação entre 
professor e aluno, ambos aprendem, e o construtivismo é direcionado pela relação do aluno 
frente ao objeto do conhecimento. O indivíduo aprende agindo sobre o saber, 
experimentando, manipulando, e o que se busca nessa relação é o desenvolvimento lógico 
das estruturas cognitivas. O professor que utiliza essa abordagem está constantemente 
incentivando seus alunos a pesquisar e a valorizar os vários tipos de materiais que possam 
ser utilizados nas suas atividades ou brincadeiras, ou seja, parte-se do saber cotidiano do 
estudante sobre um tema qualquer para provocar o surgimento de hipóteses, de conflitos 
cognitivos para desenvolver com o aluno o conceito desejado. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A concepção construtivista prevê que o aluno chegue a conclusões e 
construa seu conhecimento, o que não acontece com demonstrações realizadas pelo 
professor nem com avaliações estritamente voltadas à assimilação de conteúdo. 
 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
18 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Usar livro didático e imagens antecipadamente escolhidas para resumir 
conceitos e informações relacionados ao conteúdo trabalhado é uma ação que parte do 
professor como centro do saber e, por isso, não tem caráter construtivista. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Aplicar exercícios de fixação em níveis crescentes de complexidade pode 
estimular a memorização e a mecanização de resolução, o que não está de acordo com os 
princípios do construtivismo. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Para a aula em questão, e de acordo com os subsídios teóricos do 
construtivismo, a professora deve partir do saber do cotidiano do estudante sobre a relação 
entre força e movimento para provocar o surgimento de hipóteses, criar conflitos cognitivos 
para desenvolvimento do conceito desejado. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Promover leituras informativas, apresentar slides ilustrativos e descrever o 
conceito de força e de movimento não são ações que estimulem o surgimento de hipóteses 
dos alunos. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 COLL, C. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1996. 
 SANTOS, M. E. V. M. Mudança conceptual na sala de aula - um desafio pedagógico. 
Lisboa: Livros Horizonte, 2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
19 
Questão 6 
Questão 6.6 
 
Disponível em <http://www.arquivosturmadamonica.blogspot.com>. Acesso em 30 jul. 2017 (com adaptações). 
 
Considerando a tirinha apresentada e as questões de variação linguística que ela suscita, 
assinale a opção correta. 
A. A gramática normativa é a fonte de explicação para os fenômenos linguísticos em uma 
sociedade. 
B. A realidade linguística é grafocêntrica, o que justifica o ensino das modalidades orais e 
escritas da língua. 
C. As marcas da oralidade devem ser suprimidas para o uso correto de qualquer gênero do 
discurso escrito. 
D. O fenômeno da variação linguística indica que uma língua falada deve respeitar as regras 
da gramática normativa. 
E. O caráter multicultural e desigual da oralidade, que se realiza tanto na forma culta 
quanto em outras, carrega marcas de tempo, espaço e lugar. 
 
1. Introdução teórica 
 
Variação linguística 
 
Variação linguística é um fenômeno que ocorre com qualquer língua, que pode ser 
compreendido, basicamente, como as variações decorrentes de processos históricos e de 
localização geográfica de um idioma. 
Em um mesmo país, sobretudo em naçõescom grandes territórios como o Brasil, com 
um único idioma oficial, a língua sofre diversas alterações quanto ao uso que seus falantes 
fazem dela, pois os idiomas não são sistemas fechados, imutáveis. Assim, vão ganhando 
 
6Questão 30 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
20 
nuances que os tornam um pouco diferentes de uma região para outra, de uma situação 
comunicativa para outra, de uma classe social para outra etc. 
Tomando a língua portuguesa como exemplo, o português falado na região nordeste 
é diferente do falado na região sul. Isso também ocorre na mesma região: o português de 
São Paulo é diferente do português do Rio de Janeiro. O português da cidade de São Paulo é 
diferente do que é falado em regiões do interior do estado de São Paulo. Se considerarmos 
outros países de língua portuguesa, então, as diferenças ficam ainda mais acentuadas. 
Nesse sentido, vê-se na tirinha um diálogo entre duas crianças, no qual há fortes 
marcas de oralidade e informalidade e do modo de falar chamado de caipira, o que 
demonstra um dos inúmeros aspectos da heterogeneidade do nosso idioma e de nossas 
riquezas culturais, já que as variantes de uma língua, quando estudadas profundamente, 
levam-nos a grandes níveis de especificidade em todos os seus aspectos – fonéticos, 
sintáticos, morfológicos, lexicais, semânticos, pragmáticos etc. 
Em qualquer idioma, ocorrem variações, inevitavelmente, porque o princípio 
fundamental de uma língua é a comunicação, o que torna compreensível o fato de que seus 
falantes façam rearranjos segundo suas necessidades comunicativas. Assim, os diferentes 
falares, incluídos neles todos os tipos de diferenças de uso de uma língua, devem ser 
considerados variações, e não erros. Qualquer atitude diferente disso nos fará incorrer em 
preconceito linguístico, que atribui erroneamente maior status a determinado tipo de 
uso/variação de uma língua. 
As variações linguísticas ocorrem porque vivemos em sociedades complexas, nas 
quais estão inseridos diferentes grupos sociais (alguns deles tiveram acesso à educação 
formal e, outros, não, por exemplo). Podemos verificar também que um idioma varia de 
acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode comunicar-se de 
maneira diferente, conforme a necessidade de adequação, o que acarreta um 
comportamento linguístico em uma entrevista de emprego e outro em uma conversa com 
amigos em uma situação informal. 
Podemos pensar, ademais, nos tipos de variação linguística dentro de grupos 
específicos: os médicos apropriam-se de um vocabulário específico de sua profissão quando 
estão exercendo seu trabalho, e essas marcas podem aparecer em outros tipos de 
interações linguísticas. O mesmo acontece com os profissionais de informática, jornalistas, 
arquitetos, publicitários, advogados, pedreiros etc. 
Do ponto de vista científico, a Linguística aborda tipos de variantes ou variações 
linguísticas, explicados a seguir. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
21 
 Variação diatópica. A variação diatópica ocorre quando são comparados os usos de 
um idioma em diferentes regiões, ou seja, tem caráter geográfico. No caso do 
português do Brasil, em alguns lugares se diz “guri”, mas em outros se diz “piá” ou 
“garoto”. Em um exemplo para um caso de sintaxe, notamos que em certas regiões do 
Nordeste usa-se a marca de negação no final das frases. Assim, ao perguntarmos 
“Esse ônibus circula pela Avenida Beira-mar?”, em vez de obtermos como resposta 
“Não circula”, obteremos, “Circula, não”. Na modalidade oral da língua, às variações 
diatópicas está associado o que se conhece popularmente como “sotaques”, que são 
as variações de ordem fonético-fonológica que há nas diferentes regiões onde se fala 
um mesmo idioma (como as demonstradas na tirinha motivadora desta questão 
Enade). 
 Variação diastrática. As variações diastráticas são aquelas que denotam o que 
ocorre de linguisticamente diferente quando são comparados indivíduos que 
pertencem a diferentes classes sociais ou a grupos distintos. Assim, podemos notar, 
por exemplo, que pessoas menos escolarizadas costumam dizer “iorgute” ou 
“prástico”, ao passo que as mais escolarizadas dizem “iogurte” e “plástico”. Gírias e 
jargão técnico também marcam diferenças linguísticas de ordem diastrática. 
 Variação diacrônica. A variação linguística diacrônica consiste em uma mudança 
histórica, que representa os diferentes estágios pelos quais qualquer língua passa no 
decorrer do tempo. No caso do idioma português (ou de qualquer outro), percebemos, 
pela análise de textos de outras épocas, o quanto o português contemporâneo é 
distinto do português arcaico. Determinadas expressões e palavras vão deixando de 
ser usadas e dando lugar a novas formas. A variação histórica de uma língua ocorre 
de maneira lenta e gradual. 
 Variação diafásica. A variação diafásica refere-se às diferentes situações de 
comunicação, a como um mesmo falante causa variações no uso que faz de 
determinado idioma de acordo com fatores de natureza pragmático-discursiva, ou 
seja, em função do contexto, adaptando-se às circunstâncias, sendo menos ou mais 
formal etc. Dito de outra forma, a variação diafásica são o domínio e o poder de 
distinção que um falante tem de saber que, numa entrevista de emprego, 
cumprimentará as pessoas com “Como vai?” em vez dos informais “E aí?” ou 
“Beleza?”, por exemplo. 
Em resumo, é de extrema importância considerar os diferentes usos que pessoas, 
grupos e povos fazem da língua portuguesa ou de qualquer outro idioma. Um idioma sempre 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
22 
revela aspectos multiculturais, tanto na forma culta quando em outras, e carrega em si 
marcas de tempo, espaço e lugar. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A Linguística é a ciência que serve de fonte de explicação para os 
fenômenos linguísticos em uma sociedade, não a gramática normativa. A gramática 
normativa consegue apenas fazer um registro parcial dos inúmeros aspectos de uma língua, 
quase sempre relacionado apenas ao que se refere ao que é tido como norma culta de um 
idioma. 
 
B – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A realidade linguística não é grafocêntrica (centrada na escrita), uma vez 
que a escrita é primordialmente uma tentativa de representar/registrar a fala (ou seja, a 
oralidade antecede a escrita). Além disso, mesmo que a afirmativa fosse verdadeira e a 
realidade linguística fosse grafocêntrica, ela não justificaria o ensino da modalidade oral da 
língua, mas tão-somente da escrita. 
 
C – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As marcas da oralidade nem sempre devem ser suprimidas para o uso 
correto de qualquer gênero do discurso escrito. Dependendo do tipo de texto que se 
escreva, pode ser até desejável que haja marcas da oralidade (na área da Publicidade, isso é 
bastante comum). É claramente o caso da tirinha em questão. 
 
D – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O fenômeno da variação linguística não indica que uma língua falada deve 
respeitar as regras da gramática normativa. O fenômeno da variação linguística demonstra 
que nem sempre a oralidade respeita as regras da gramática normativa, e isso é muito claro 
no caso da tirinha apresentada. 
 
 
 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
23 
E – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O caráter multicultural e desigual da oralidade, que se realiza tanto na 
forma culta quanto em outras, realmente carrega marcas de tempo (variações diacrônicas), 
de espaço e lugar (variações diatópicas), além das de ordem diafásica e diastrática. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 CALVET, L. J. Sociolinguística: uma introdução crítica. São Paulo: Parábola, 2002. 
 WALTER, H. A aventura das línguas no ocidente: origem, história e geografia. SãoPaulo: 
Mandarim Editora, 2001. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
24 
Questão 7 
Questão 7.7 
A contemporaneidade surge com uma “sociedade pedagógica”, que exige a ampliação dos campos 
de atuação do pedagogo. O pedagogo pode atuar em duas esferas de ação educativa: escolar e 
extraescolar. Nos espaços considerados não escolares, o pedagogo gerencia muito mais do que 
aprendizagens, sua atuação exige inúmeros conhecimentos teóricos e outras habilidades para 
planejar e construir a dinâmica de suas relações e práticas. 
BEILLEROT, J. A Sociedade pedagógica. Porto: Rés, 1995 (com adaptações). 
 
Nesse contexto, indique dois espaços não escolares de atuação do pedagogo e descreva o 
papel exercido por esse profissional em cada um deles. 
 
1. Introdução teórica 
 
A atuação do pedagogo em espaços não escolares 
 
Na atualidade, as mudanças nas relações de trabalho implicam o fato de as empresas 
precisarem se reorganizar em diversos âmbitos, sobretudo com relação a cargos, funções e 
atividades organizacionais. De acordo com Minarelli (1995), 
 
as grandes empresas e corporações, para sobreviver à crise econômica 
mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou 
redesenharam cargos e, em muitos casos, operações inteiras. Os 
trabalhadores precisarão reciclar-se periodicamente para manter seus 
conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades. 
 
Resultam, dessa nova configuração do mundo do trabalho, novos acontecimentos que 
demandam um profissional que seja capacitado para ajudar a organização, de qualquer 
segmento, a atingir os objetivos e as metas organizacionais: trata-se do pedagogo que atua 
em espações não escolares, que facilita a interação entre as habilidades dos profissionais 
das instituições e as necessidades e anseios das empresas. 
O pedagogo em espaços não escolares deve ser dotado de flexibilidade em suas 
ações, conhecimento e experiências relativos à gestão participativa, competência e 
habilidade na busca de soluções para os impasses que possam surgir, compreensão do 
processo histórico, social, administrativo e operacional em que está inserido, 
comprometimento e envolvimento com a rotina da empresa, além de habilidade para 
planejar, organizar, liderar, monitorar, empreender. 
 
7Questão Discursiva 4 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
25 
A formação do pedagogo deve, então, ser generalista, com ênfase em gestão dos 
processos educativos em diferentes espaços, sejam educacionais ou não, e em diversos 
contextos socioculturais e profissionais. 
 
2. Padrão de resposta do INEP 
 
O estudante poderá mencionar quaisquer dois entre os seguintes espaços de atuação do 
pedagogo: hospitais, empresas, ONGs, entre outros. 
Nos espaços não escolares, o pedagogo pode assumir diferentes papéis na atuação 
profissional, tais como: gestão, supervisão, administração, coordenação, avaliação, 
planejamento, consultoria, formação, pesquisa, produção de materiais didáticos e 
multimídia, ensino, quando relacionados a atividades pedagógicas, com intencionalidade 
educativa. 
Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2017/ 
Pad_Resp_Pedagogia.pdf>. Acesso em 09 mar. 2020. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998. 
 LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê?. São Paulo: Cortez, 1999. 
 MINARELLI, J. A. Empregabilidade: o caminho das pedras. São Paulo: Gente, 1995. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
26 
Questão 8 
Questão 8.8 
A proposta que inspira os Projetos de Trabalho está vinculada à perspectiva do conhecimento 
globalizado e relacional. Essa modalidade de articulação dos conhecimentos escolares é uma forma 
de organizar a atividade de ensino e aprendizagem que implica considerar que tais conhecimentos 
não se ordenam para sua compreensão de uma forma rígida, nem em função de algumas referências 
disciplinares preestabelecidas ou de uma homogeneização dos alunos. A função do projeto é 
favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao 
tratamento da informação e à relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou 
hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos e a transformação da 
informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio. 
HERNANDEZ, F.; VENTURA, M. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988 
(com adaptações). 
 
Considerando essa perspectiva da pedagogia de projetos, avalie as afirmativas. 
I. Essa modalidade foi criada com o intuito de organizar práticas pedagógicas. 
II. No desenvolvimento da pedagogia de projetos, deve-se verificar que componentes 
curriculares são adequados para aliar teoria e prática. 
III. O estudante é o sujeito central do processo de ensino-aprendizagem, e suas hipóteses e 
experimentos devem ser considerados nesse processo. 
IV. A etapa mais importante da pedagogia de projetos é a de levantamento de dúvidas e 
definição dos objetivos da aprendizagem. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e II. 
B. II e IV. 
C. III e IV. 
D. I, II e III. 
E. I, III e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
Pedagogia de projetos 
 
A pedagogia de projetos é uma metodologia de trabalho educacional que objetiva 
organizar a construção dos conhecimentos em torno de metas previamente definidas entre 
alunos e professores coletivamente. O projeto deve ser visto como um auxílio, um recurso, 
uma metodologia de trabalho destinada a dar vida ao conteúdo, o que deixa a escola mais 
atraente aos olhos dos alunos e da comunidade. 
 
8Questão 15 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
27 
Atualmente, a escola objetiva formar cidadãos autônomos e participativos na 
sociedade. E, para conseguir formá-los, é necessário desenvolver nos alunos a autonomia, 
que deve ser despertada desde a Educação Infantil. A pedagogia de projetos é um dos 
instrumentos, de fácil operacionalização, para atingir tal objetivo. 
Um dos temas que vêm sendo discutidos no âmbito educacional atual é o trabalho 
por projetos. Mas qual projeto? O político-pedagógico da escola? O de sala de aula? O do 
professor? O dos alunos? O da biblioteca? Essa gama de projetos que circula 
frequentemente no ambiente do sistema de ensino deixa o professor preocupado em saber 
como situar a sua prática pedagógica para propiciar aos alunos novas formas de aprender, 
que integrem as diferentes possibilidades nas atividades do espaço escolar. 
Na pedagogia de projetos, o aluno aprende com sua própria produção, ou seja, no 
processo de produzir, de pesquisar, de levantar dúvidas e de criar relações que incentivem 
novas buscas, descobertas e reconstruções de conhecimento, ou seja, a problemática 
tratada deve ser significativa para o aluno. Portanto, dessa forma, o papel do professor 
deixa de ser aquele de protagonismo, ensinando por mera transmissão de informações, para 
criar situações de aprendizagem. 
No trabalho com projetos, cabe ao professor realizar as mediações necessárias para 
que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo, a partir das relações 
criadas nessas situações. Assim, a etapa primordial da pedagogia de projetos é a de 
levantamento de dúvidas e definição dos objetivos da aprendizagem. 
Não obstante, para fazer a mediação pedagógica, o professor precisa acompanhar o 
processo de aprendizagem do aluno, entender seu caminho cognitivo e seu universo afetivo, 
sua história, sua cultura, seu cotidiano, seu contexto de vida. O aluno é o pilar central do 
processo de ensino-aprendizagem, e suas hipóteses e experimentos devem ser considerados 
nesse processo. Ademais, é fundamental que o professor tenha clareza da sua 
intencionalidadepedagógica para saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, 
garantindo que os conceitos utilizados na realização do projeto sejam compreendidos, 
sistematizados e formalizados pelo aluno. Afinal, segundo Paulo Freire, "o trabalho do 
professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigo mesmo". 
A pedagogia de projetos viabiliza um modo de aprender baseado na integração 
entre os conteúdos das várias áreas do conhecimento e entre as diversas mídias disponíveis 
na escola. No entanto, esses novos desafios educacionais ainda não se enquadram na 
estrutura do sistema de ensino, que ainda costuma estar calcado em uma organização 
funcional e operacional que dificulta o desenvolvimento de projetos que envolvam ações 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
28 
interdisciplinares, como aulas de apenas 50 minutos e uma grade curricular sequencial. É 
necessário pensar em uma aprendizagem que extrapole o tempo da aula e o espaço físico 
da sala de aula e da escola. 
Nessa perspectiva de integração entre diferentes mídias e conteúdos, a pedagogia 
de projetos abrange a inter-relação de conceitos e de princípios que, sem o devido 
entendimento, podem fragilizar qualquer iniciativa de melhoria de qualidade de ensino e de 
mudança da prática do professor. 
Por fim, um projeto implica antecipar algo desejável que ainda não foi realizado, traz 
a ideia de pensar uma realidade que ainda não aconteceu. O processo de projetar implica 
analisar o presente como fonte de possibilidades, algo próprio da atividade humana, de sua 
forma de pensar em algo que deseja tornar real; portanto, o sentido da ação não pode ser 
separado da ideia de projeção. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A pedagogia de projetos foi criada com o intuito romper com as práticas 
educacionais tradicionais, não para organizar práticas pedagógicas já estabelecidas. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. No desenvolvimento da pedagogia de projetos, os componentes 
curriculares, considerados “estanques” e representantes de práticas pedagógicas com as 
quais o professor quer romper, têm pouca ou nenhuma importância. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Nessa concepção, o estudante deve ter o protagonismo, isto é, ser o sujeito 
central do processo de ensino-aprendizagem. Consequentemente, suas hipóteses e seus 
experimentos devem ser considerados. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A etapa mais importante da pedagogia de projetos é, realmente, a de 
levantamento de dúvidas e definição dos objetivos da aprendizagem. Essa é a etapa 
primordial que guiará todo o processo. 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
29 
Alternativa correta: C. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 ALMEIDA, M. E. B. de. Como se trabalha com projetos (Entrevista). Revista TV ESCOLA. 
Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, nº 22, 
março/abril, 2002. 
 PRADO, M. E. B. B. Pedagogia de projetos. Disponível em 
<http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto18.pdf> Acesso 
em 31 ago. 2018. 
http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto18.pdf
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
30 
 Questão 9 
Questão 9.9 
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) compreende propostas e programas de ações 
planejadas para serem executadas e avaliadas com base em princípios e diretrizes 
educativas. Relaciona-se, ainda às finalidades que cada instituição pretende alcançar, sendo 
um documento norteador das políticas escolares e também articulador das intenções, 
prioridades e estratégias para a realização de sua função social. 
Por sua vez, o currículo pode ser definido como conjunto de saberes produzidos na escola. 
Ele reflete todas as experiências relacionadas a conhecimentos que serão proporcionadas 
aos estudantes de determinado curso. 
Esses dois instrumentos ganham importância e relevância no processo educativo como 
norteadores das atividades escolares. A construção coletiva é embasada na gestão 
democrática, planejando-se as atividades escolares na busca do atendimento adequado da 
escola à comunidade em que está inserida. Assim, a escola deve cumprir seu papel social, 
que é formar para a autonomia e cidadania. 
Acerca dos temas apresentados, avalie as afirmativas. 
I. Na prática escolar, além do currículo explícito, há o currículo oculto, não aparente aos 
nossos olhos, porém muito significativo na vida escolar e na percepção do estudante. 
II. No Brasil, não existe um currículo único nacional, porém os Parâmetros Curriculares 
Nacionais trazem como sugestão uma forma de definição das disciplinas e de distribuição 
dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. 
III. A elaboração do PPP e do currículo é atribuição exclusiva da equipe gestora da escola, de 
forma a inserir o currículo nas atividades educativas, visando a atender os estudantes de 
acordo com suas necessidades. 
IV. Tanto o PPP quanto o currículo são planos que direcionam a escola na busca do 
cumprimento dos seus objetivos; devem ser flexíveis diante das necessidades de 
adaptação no cotidiano escolar e ser construídos e/ou reconstruídos constantemente, 
tendo em vista as mudanças na sociedade. 
V. Ao realizar a mediação entre escola e comunidade, o currículo possibilita a construção da 
ação pedagógica por meio da articulação entre os conhecimentos construídos na prática 
social e transmitidos, organizados e transformados na prática escolar; por isso, o 
currículo, às vezes, apresenta divergências com o projeto político-pedagógico de uma 
instituição. 
 
9Questão 19 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
31 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I, II e III. 
B. I, II e IV. 
C. I, III e V. 
D. II, IV e V. 
E. III, IV e V. 
 
1. Introdução teórica 
 
Projeto Político-Pedagógico (PPP) 
 
A construção, a execução, a avaliação e a autonomia de um Projeto Político-
Pedagógico (PPP) converteram-se em uma necessidade premente no processo de 
organização escolar. Desde a instituição da Lei de Diretrizes e Bases, LDB/9394-96, em seu 
artigo 12, cada unidade escolar tem o dever de buscar caminhos organizatórios para 
autoadministrar-se, para gerir o processo educacional. 
No Brasil, não existe um currículo único nacional, embora os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) tragam como sugestão uma forma de definição das disciplinas e de 
distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares existentes. O PPP ganha, por 
conseguinte, importância ainda maior quanto à organização do trabalho da escola. 
O PPP, bem como o currículo vigente, é um plano que direciona a escola no 
cumprimento de seus objetivos, sempre com flexibilidade para ser reconstruído 
constantemente, tendo em vista as mudanças na sociedade. 
Quando se fala em currículo, logo se imagina o currículo explícito, visível, tangível. No 
entanto, na prática escolar, também tem grande importância o currículo oculto, que não é 
aparente aos olhos, mas que é muito significativo na percepção do estudante em sua vida 
escolar. 
De acordo com as determinações da legislação, a construção do PPP na escola é 
dever de todos os sujeitos inseridos e envolvidos na comunidade escolar, a fim de que seus 
anseios e suas projeções sirvam de base para discutir, elaborar, executar e avaliar o 
andamento da vida escolar em todos os seus aspectos, tendo o próprio PPP como base 
norteadora. 
Nas escolas, deve haver a premissa de que a governança escolar de qualidade social 
para todos tenha subjacente a si a demanda de um projeto institucional coletivo e 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
32 
participativo, com grandes possibilidades de trazer mudanças inovadoras e favoráveis mais 
pelas discussões e ações do coletivo quepor práticas ou iniciativas individuais. 
Na avaliação de um PPP, é preciso reconhecer que esse processo é constituído de 
uma dimensão de cunho político, cujas expectativas e realidade curricular se inserem em um 
contexto amplo no tocante às políticas educacionais e ao cotidiano escolar, uma vez que, na 
atualidade, o controle da sociedade civil sobre a educação e a escola pública configura-se 
como um espaço onde o pleno exercício da participação democrática se consolida. 
Assim, portanto, o PPP, em condições ideais, reflete a escola como instância social 
que viabiliza os caminhos para a construção da cidadania, pois deve estar comprometido 
com a formação cidadã, isto é, a formação do cidadão crítico, compromissado, partícipe. O 
PPP é, ademais, a “carta de definição da política educativa da escola”, conforme Alarcão 
(2003). 
 
1. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O currículo oculto, não aparente aos nossos olhos, é muito significativo na 
vida escolar e na percepção do estudante, pois também direciona o cotidiano de 
aprendizagem. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Os Parâmetros Curriculares Nacionais não impõem um currículo único 
nacional. Eles trazem como sugestão uma forma de definição das disciplinas e de 
distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A elaboração do PPP e do currículo não é atribuição exclusiva da equipe 
gestora da escola; é necessário que todos estejam envolvidos nesse processo (professores, 
alunos, famílias etc.). 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
33 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O PPP e o currículo direcionam a escola na busca do cumprimento dos seus 
objetivos. Para isso, devem ser flexíveis para se adaptar às necessidades do cotidiano 
escolar. Assim, devem ser reconstruídos constantemente, de acordo com as mudanças na 
sociedade. 
 
V – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O currículo deve ser flexível e passível de mudanças, adaptações e 
reconstruções. Portanto, ele não é o elemento que possibilita a construção da ação 
pedagógica: é a ação pedagógica que possibilita que o currículo seja levado a cabo, que seja 
adaptado, modificado, refeito etc. 
 
Alternativa correta: B. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003. 
 GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. (orgs.). Autonomia da escola: princípios e propostas. São 
Paulo: Cortez, 1997. 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
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Questão 10 
Questão 10.10 
 
TEXTO 1 
Tomar como partida as crianças enquanto sujeitos de direitos, os quais são garantidos por leis e 
diretrizes nacionais, relaciona-se com a preocupação em prover o atendimento adequado em uma 
instituição educativa, que não seja apenas assistencial, mas promotora de educação, voltada para o 
desenvolvimento integral da criança. 
MONTEIRO, M. I.; VOLTARELI, M. A. Concepções de professoras de educação infantil sobre as práticas docentes para a 
primeira infância. Disponível em <http://revista.fct.unesp.br>. Acesso em 5 set. 2017 (com adaptações). 
 
TEXTO 2 
Faz-se necessário superar aquela educação reprodutora, que didatiza o lúdico, patologiza a infância e 
reduz a educação ao ensino, e promover uma educação que valorize o convívio com as diferenças, 
que priorize as expressões infantis, que agregue as famílias nas creches e que opte por considerar o 
ato de brincar como um favorecedor de descobertas. 
FARIA, A. L. G.; FINCO, D. Apresentação. In: FARIA, A. L. G.; FINCO, D (Org.). Sociologia da infância no Brasil. Campinas: 
Autores Associados, 2011 (com adaptações). 
 
A partir dos fragmentos de texto apresentados, avalie as afirmativas. 
I. A formação docente para atuação na educação infantil é desenvolvida em conjunto com 
a formação que habilita o docente a atuar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma 
vez que, nos dois níveis, são exigidos os mesmos conhecimentos e são iguais os 
objetivos formativos. 
II. Cuidar e educar são princípios norteadores da educação infantil, e a prática educativa 
nesse segmento deve abordá-los sem que haja sobreposição entre eles. 
III. No trabalho docente na educação infantil, deve-se considerar o brincar como forma 
específica de manifestação da criança e, portanto, elemento fundamental no 
desenvolvimento do trabalho educativo. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I e III, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
 
10Questão 16 – Enade 2017. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
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1. Introdução teórica 
 
Especificidades da infância e da educação infantil 
 
A infância é um tema complexo, que inquieta a segurança de nossos saberes e 
questiona o poder de nossas práticas (LARROSA, 2004). Além de toda essa complexidade 
inerente, a concepção do que é infância sofreu diversas variações ao longo do tempo, além 
das múltiplas diferenças culturais que estão em jogo na vida de uma criança de acordo com 
a comunidade em que ela está inserida. 
A Psicologia, nesse contexto, ganhou destaque ao considerar a infância como um 
campo de estudo. A infância passou a ser vista como um tempo específico da vida humana e 
deixou de ser “patologizada”, ou seja, a criança deixou de ser vista como um “adulto 
pequeno e problemático” e passou a ser considerada no contexto de suas inúmeras 
especificidades. 
Uma dessas especificidades diz respeito ao brincar, elemento fundamental no 
desenvolvimento do trabalho educativo na educação infantil. Desde o momento em que 
nascemos, aprendemos as regras da vida por meio do brincar. 
Para contar, por exemplo, os pais ensinam cantando “um, dois, feijão com arroz, três, 
quatro, feijão no prato, cinco, seis, biscoito inglês” etc. Essas experiências são ricas fontes 
de aprendizado, que estimulam outras buscas na criança, que está imersa no universo da 
brincadeira, do faz de conta, da fantasia. Assim, o ato de brincar faz parte do processo 
natural de aprendizagem de todos nós, desde a infância até alguns momentos da fase 
adulta da vida. 
Outra especificidade importante da infância e do trabalho do professor no contexto da 
educação infantil diz respeito ao cuidar. Cuidar e educar são princípios norteadores da 
educação infantil, e a prática educativa nessa etapa escolar deve abordar esses princípios, 
mas sem que haja sobreposição entre eles. 
Na educação infantil – que, de acordo com o Artigo 30 da Lei de Diretrizes e Bases 
(LDB), é aquela oferecida em creches às crianças de até três anos de idade e em pré-escola 
às de quatro e cinco anos de idade –, a criança deve ser avaliada por meio de instrumentos 
que não objetivem a promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental. No entanto, 
deve haver acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças. 
 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
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2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A educação infantil não exige do docente exatamente os mesmos 
conhecimentos necessários para o trabalho no ensino fundamental. Há certos 
conhecimentos e objetivos formativos distintos nessas duas etapas do ensino. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Cuidar e educar são princípios norteadores da educação infantil com grande 
importância. Eles devem ser realizados sem que um se sobreponha ao outro. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O brincar faz parte da infância e, por isso, é elemento fundamental no 
desenvolvimento do trabalho educativo. 
 
Alternativa correta: D. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 LARROSA, J. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascarados. 4. ed. Belo Horizonte: 
Autêntica, 2004. 
 LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. 
 ZABALZA, M. A. O dilema institucionaldas escolas infantis. Por que educar significa 
cuidar? In.: Pátio Educação Infantil. Ano 1. N. 1, 2003. 
Material Específico – Pedagogia – Tomo X – CQA/UNIP 
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ÍNDICE REMISSIVO 
 
Questão 1 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. 
Questão 2 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. 
Questão 3 Política Nacional de Educação Especial. Educação Inclusiva. 
Questão 4 Gênero e sexualidade nas escolas. 
Questão 5 Construtivismo. 
Questão 6 Variação Linguística. 
Questão 7 Atuação do pedagogo em espaços não escolares. 
Questão 8 Pedagogia de projetos. 
Questão 9 Projeto Político-Pedagógico (PPP). 
Questão 10 Especificidades da infância e da educação infantil.

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