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Julia Silva Aula de Clinica de Pequenos II – 08-04-21 Pielonefrite Morfologia: dorsal lombar, estão retroperineais. Os rins do gato são mais pendulosos, sendo mais palpáveis, e o do cão já é mais complexo. O rim direito é mais cranial em contato com lobo acessório do fígado e esquerdo mais caudal, os ureteres se inserem mais obliquamente em região do trigono na bexiga, de forma que não retorne urina para os rins. O rim é dividido em regiões: córtex, medular, crista renal e pelve renal; cães e gatos são uni piramidais. Na região cortical há os glomérulos e túbulos, artérias mais calibrosas e já na região medular alça de Henle, túbulos coletores e papilas. Definição/Etiologia Pielonefrite é a inflamação da pelve e do parênquima renal. Frequentemente utiliza-se o termo para descrever a infecção bacteriana renal. Microrganismos causadores: · Escherichia coli · Staplylococcus aureus · Streptococcus spp. · Klebisiella pneumoniae · Pseudomonas aeruginosa · Enterobacter spp. A via mais comum é por via ascendentes fazendo uma pielonefrite difusa, e a via incomum sendo a hematogena em casos de septicemia, maior chance de nefrite focal. Alterações dos mecanismos de defesa predispõem urilitiases, nefrolitiase, ureterolitiases, cistolitiase, predisposição e perpetuação da infecção bacteriana, perda de barreiras protetoras. Ureter ectópico, a própria anatomia do ureter não impede o retorno de urina. Imunodeficiência, vai ocorrer uma baixa resposta para conter infecções. Hiperadrenocorticismo vai ter altos níveis de cortisol causando uma imunossupressão, e uma poliuria gerando baixa densidade urinaria predispondo infecções. Diabetes melitos causando uma glicosuria, uma poliuria e com isso baixa densidade urinaria predispondo infecções. Bactérias na pelve renal facilmente atingem a região medular, além de ter uma alta osmolaridade e alta concentração de amônia o que favorece o desenvolvimento de bacterias. Pielonefrite Ascendente Ascendência de bactérias ou refluxo anormal de urina TUI - pelve renal e túbulos coletores. mecanismo facilitadores que vai permitir o refluxo do trato urinário. 1. Inflamação da parede – perda da competência funcional da valva vesicoureteral; 2. Estreitamento ou obstrução uretral podem causar o aumento da pressão intravesical e facilitar o refluxo; 3. Endotoxinas (bactérias gram negativas) → inibição do peristaltismo normal dos ureteres → facilita o refluxo. Sinais Clínicos Aguda: letargia, anorexia, febre, êmese, desidratação, dor lombar, poliúria/polidipsia. Crônica: frequentemente subclínica ou caracterizada por achados inespecíficos (perda de peso, hiporexia, poliúria/polidipsia). OBS: Pacientes costumam apresentar sinais de ITU + dor lombar, além de que a pode estar com aspecto e coloração alterados ou fétida. Diagnostico Baseado na anamnese, histórico clínico, achados do exame físico e exames complementares: hematológicos, urocultura e no diagnóstico por imagem. OBS: Os achados clínicos podem ser inespecíficos. Exame físico: aguda – dor a palpação e/ou aumento de volume renal, crônica – pode ter exame físico normal. Perfil bioquímico sérico: ureia e creatinina elevados, pode ou não ter alteração de P e K. Hemograma: aguda – leucocitose neutrofilica com desvio à esquerda (+++), crônica - leucocitose neutrofilica com desvio à esquerda (+++) + anemia não regenerativa. Urinalise: densidade especifica urinaria baixa, piuria, baceriuria, cilindros (nem sempre – de leucócitos, granulosos e cerosos). Cultura: crescimento de 1 ou mais microrganismos – sempre solicitar antibiograma. Imagem: na radiografia é possível notar urografia excretora, dilatação dos ureteres e pelves renais; já na ultrassonografia é possível notar dilatação da pelve, sinais de causas predisponentes, alterações no parênquima e na circulação. Tratamento Fluidoterapia para melhorar perfusão tecidual renal. Antibióticos por via parenteral até a remissão dos sinais (2 a 3 dias) e depois antibioticoterapia oral de longo prazo (total de 28 dias ou mais), sendo necessário repetir a cultura após 5 a 7 dias do fim da terapia e depois por mais 2 vezes (1° e 2° mês). Qual antibiótico usar? · Baixa nefrotoxicidade · Boa distribuição na luz do trato urinário · Boa penetração no interstício renal · Que seja de fácil administração e não irrite demais a mucosa gástrica 1ª escolha: amoxicilina com clavulanato (15 a 22 mg/Kg BID ou TID) 2ª escolha: fluorquinolonas Enrofloxacina 5 mg/Kg BID ou10 mg/Kg SID, Norfloxacina: 20 mg/Kg BID, Ciprofloxacina: 5 a 15 mg/Kg BID