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1 INSTAGRAM: @prof.gessandrovitorino REVISÃO – EXCLUDENTES – PROF. GESSANDRO VITORINO PENAL SEM PENA!!! Alô, futuros policiais! ELEMENTOS DO CRIME O crime, em seu aspecto analítico, define-se como toda conduta típica, ilícita e culpável, sem estes elementos, não há que se falar em cometimento de infração penal, o que convencionou-se denominar Teoria Geral do Crime. A fim de resumir de forma breve as principiais características dos elementos estruturais, transcrever-se as didáticas explicações contidas na obra de Francisco de Assis Toledo: -Ação (ou conduta) compreende qualquer comportamento humano, comissivo ou omissivo, abrangendo pois a ação propriamente dita, isto é a atividade que intervém no mundo exterior, como também a omissão, ou seja, a pura inatividade. - Tipicidade é a subsunção, a justaposição, a adequação de uma conduta da vida real a um tipo legal de crime. - Ilicitude (ou antijuridicidade) é a relação de antagonismo que se estabelece entre uma conduta humana voluntária e o ordenamento jurídico, de sorte a causar lesão ou expor a perigo de lesão um bem jurídico tutelado. - Culpabilidade deve ser entendida com a exigência de um juízo de reprovação jurídica que se apoia sobre a crença, fundada na experiência da vida cotidiana, de que ao homem é dada a possibilidade de, em certas circunstâncias, “agir de outro modo”. Ou seja, são necessários os 3 elementos últimos para que se converta uma ação em delito. EXCLUDENTES DA CONDUTA É imprescindível para cogitarmos a existência de um crime que, primeiramente, haja a incidência de uma ação, de uma conduta. Sem ela - omissiva ou comissiva - não podemos falar em infração penal. Contudo, a conduta humana, para ser considerada um delito, necessita ser consciente e dirigida a uma determinada finalidade, “A simples vontade de delinquir não é punível, se não for seguida de um comportamento externo. Nem mesmo o fato de outras pessoas tomarem conhecimento da vontade criminosa será suficiente para torná-la punível. É necessário que o agente, pelo menos, inicie a execução da ação que pretende realizar.” (AOCP-2018) Três indivíduos que são amigos reúnem- se para fazer uso de narcóticos. Porém, em dado momento, os entorpecentes acabam e eles não têm mais dinheiro para reabastecer o vício. Um deles, chamado Menelau, propõe que se dirijam a um ponto de ônibus para roubar algum transeunte que lá esteja aguardando a chegada do veículo de lotação. Contudo, ao se aproximarem do referido ponto de ônibus, uma viatura policial passa por eles, inibindo-lhes a vontade de praticar o delito. Se o crime de roubo planejado pelo trio não chegou pelo menos a ser tentado, qual é a consequência penal para Menelau, aquele que havia sugerido a prática desse delito contra o patrimônio? a) Nenhuma, pois tais atos são relativamente nulos. b) Ele responderá por participação de menor importância. c) Ele responderá por tentativa de roubo, nos termos do art. 14 do Código Penal. d) Nenhuma, pois tais atos são impuníveis. e) Ele responderá por roubo com aplicação de causa de diminuição de pena por arrependimento eficaz, nos termos do art. 15 do Código Penal. No sistema legal brasileiro, a conduta precisa ser praticada por pessoa física uma vez que pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo de crime, exceto em delitos ambientais. Então, se Conduta é o comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um fim, poderemos considerar como suas excludentes: 1) Caso fortuito e força maior: são ocorrências que fogem do domínio da vontade humana, eventos imprevisíveis e inevitáveis. E, se não há vontade, não há dolo nem culpa; 2) Atos ou movimentos reflexos: são ocorrências de reações motoras ou fisiológicas devido a estímulos dos sentidos. O corpo reage sem o elemento volitivo, e sim ao fisiológico. Logo, não havendo vontade, estará ausente também a conduta. OBS: não podemos confundir os atos reflexos com as ações em curto circuito, derivadas dos atos impulsivos fundamentados em emoções ou paixões violentas. 3) Coação física irresistível: ocorre quando a pessoa coagida não possui liberdade para agir. Portanto, ela não possui opção, a não ser praticar um ato em conformidade com a vontade do coator. OBS: não confundir com coação MORAL irresistível, pois, neste caso, o coagido pode escolher o caminho a ser seguido: obedecer ou não a ordem do coator. Como a sua vontade existe, porém de forma viciada, exclui-se a culpabilidade, em face da inexigibilidade de conduta diversa. 4) Sonambulismo e hipnose: igualmente, não há que se falar em conduta, por falta de vontade nas ações praticados em completo estado de inconsciência. (IADES-2016) Um sujeito sofre de estados de sonambulismo desde os cinco anos de idade. Já com 32 anos de idade, em determinada noite, ele se levanta sonâmbulo e caminha pela casa. Chegando à área de lazer, aproxima-se dos itens de churrasco e empunha uma faca de 30 cm. Quando o irmão desse sujeito toca a lombar dele ESSA VAGA SERÁ SUA!!!!! INSTAGRAM: @prof.gessandrovitorino 2 para levá-lo à cama, de súbito, o sujeito vira e desfere uma facada certeira no estômago do irmão que, em alguns minutos, perde sangue e agoniza até a morte. O sujeito retorna para o quarto e continua seu sono. Com base nesse caso hipotético, é correto afirmar que o referido sujeito a) praticou o crime de homicídio doloso consumado, pois, ao estocar o irmão, a respectiva ação era dirigida para o fim de matá-lo – animus necandi –, configurando o dolo direto de primeiro grau. b) não praticou crime, pois o respectivo estado de inconsciência consiste em causa de exclusão de culpabilidade. c) praticou o crime de homicídio culposo consumado, pois foi imprudente ao estocar o irmão, mesmo sem vontade explícita e em estado de sonambulismo. d) não praticou crime, pois o respectivo estado de inconsciência é uma hipótese de ausência de ação e, portanto, irrelevante sob o ponto de vista jurídico-penal, haja vista que o conceito de ação tem uma função limitadora no finalismo, excluindo qualquer movimento corporal que não se encaixe no próprio conceito de ação. e) praticou o crime de homicídio doloso consumado, pois tal estado de inconsciência está a exigir uma relação de causalidade, bem como a assunção do risco em produzir o resultado. EXCLUDENTES DE TIPICIDADE Chamamos de ‘tipo’ a descrição jurídica de uma conduta que a lei proíbe ou obriga. Quando ocorre a subsunção, ou seja, o acomodamento da conduta àquilo que está definido na Lei, caracterizando a existência de um fato típico, e, portanto, de um crime. Assim, pode-se afirmar que a tipicidade compreende elementos objetivos (validade externa), normativos e descritivos, assim como, também, elementos subjetivos do tipo penal, sendo o dolo o exemplo clássico, que comporta diversas modalidades. É possível, também, classificarmos o tipo em formal e material. Sendo a primeira a simples adequação do fato à norma penal, ao passo em que, a segunda, implica em uma lesão ao bem jurídico tutelado pela norma. a partir da compreensão do que é tipicidade, poderemos definir como sendo suas excludentes: A conduta será formalmente atípica quando ausentes seus elementos objetivos ou subjetivos. Elemento objetivo é o próprio núcleo do tipo penal, a descrição da conduta considerada crime. Um estelionato sem fraude e erro não pode ser considerado um estelionato pois não está presente o elemento objetivo, o requisito essencial para caracterização do delito. Do mesmo modo, se a infração não admite forma culposa, por exemplo, e não haver prova que o indivíduo agiu com dolo, a atipicidade deverá ser declarada em face da ausência de elemento subjetivo do tipo penal. Outra excludente de tipicidade diz respeito ao princípio da insignificância, que atinge o cerne da tipicidade material e pode ser reconhecida ainda que formalmente a conduta seja típica poisforam identificados seus elementos objetivos e subjetivos. Diversos fatores são analisados antes da aplicação do princípio da insignificância: ínfima culpabilidade, primariedade, reparação do prejuízo, e análise pormenorizada de cada caso concreto. Outra excludente de tipicidade é o Princípio da Adequação Social, no qual uma conduta tolerada pela sociedade não pode ser reputada como criminosa, ainda que se enquadre em uma descrição típica. Elas são consideradas condutas formalmente típicas, mas materialmente atípicas porque socialmente adequadas, como a circuncisão praticada na religião judaica aos meninos recém nascidos. (FCC-2020) Em relação à tipicidade penal, correto afirmar que a) é excluída pelos chamados princípios da insignificância e adequação social, ausentes tipicidade formal e material, respectivamente. b) o consentimento do ofendido, às vezes, pode afastar a própria tipicidade da conduta e, em outras, constituir causa supralegal de exclusão da ilicitude, segundo entendimento doutrinário. c) o erro sobre elemento do tipo exclui o dolo e, por isso, incide sobre a ilicitude do comportamento, refletindo na culpabilidade, de modo a excluí-la ou atenuá-la. d) é afastada nas hipóteses de crime impossível e arrependimento posterior. e) o dolo, segundo a teoria finalista, constitui elemento normativo do tipo. EXCLUDENTES DE ILICITUDE PENAL Ocorrem no Código Penal tipo chamados de Permissivos, ou Justificantes, que nos conduzem a uma apreciação da situação justificadora, assim como dos bens jurídicos em conflito. Tais tipos previstos no art. 23, I, II e III - CP são: legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. O CP conceitua, no art. 24, o Estado de Necessidade; e, no art. 25, a Legítima Defesa. O Estrito Cumprimento do Dever Legal e o Exercício Regular de Direito não são conceituados na referida Lei. O Art. 24 conceitua o estado de necessidade: Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Assim, configuram a excludente por estado de necessidade: a) perigo atual; b) ameaça a direito próprio ou alheio; c) conhecimento da situação justificante; d) perigo não provocado voluntariamente pelo sujeito; e) inexigibilidade de sacrifício; f) inexigibilidade de enfrentar o perigo. ESSA VAGA SERÁ SUA!!!!! INSTAGRAM: @prof.gessandrovitorino 3 A legítima defesa está prevista no Art. 25 do CP: “Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem” São seus requisitos: a) Injusta agressão; b) Atualidade ou iminência; c) Proteção de direito próprio ou alheio; d) Conhecimento da situação justificante; e) Meios necessários; f) Moderação # Legítima Defesa Especial: art. 25, Parágrafo Único – CP; Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Assim como no estado de necessidade, a pessoa poderá cometer em legítima defesa putativa (Art. 20, § 1º CP) quando, por exemplo, reagir apreensivamente por pensar de forma equivocada que seria agredido naquele momento. Outro exemplo de legítima defesa putativa é o erro que o agente comete ao reagir contra suposto invasor de propriedade no período noturno, que na realidade tratava-se de conhecido ou parente. Nelson Hungria define como a legítima defesa putativa a situação em que “alguém erroneamente se julga em face de uma agressão atual e injusta, e, portanto, legalmente autorizado à reação que empreende”. O exercício regular do direito e o estrito cumprimento do dever legal também admitem a forma putativa, embora, na prática, a excludente de ilicitude putativa mais comum seja a legítima defesa. No caso do estrito cumprimento do dever legal, não cometerá delito a pessoa que fere um bem jurídico tutelado pela norma penal, Assim, será lícita, porém típica, a conduta dos agentes do Poder Público que efetuam prisões, busca e apreensões, arrombamentos quando tais práticas estiverem de acordo com os trâmites legais (ex: autorização e mandato judicial). Se, por ventura, a pessoa presa em flagrante delito resista empregando violência, pode-se entender que incidirá na legítima defesa, que é outra excludente de ilicitude, permitindo aos policiais reagirem empregando os meios necessários para impedir a agressão sofrida. Desta forma, em razão do estrito cumprimento do dever legal, não será crime o policial efetuar a prisão e conduzir a agente à delegacia coercitivamente. Caso o preso resista e pratica violência, o policial poderá reagir, em homenagem à legítima defesa. Em ambas situações sua conduta carecerá de ilicitude e, portanto, não haverá crime. Da mesma forma devem ser tratados os atos lesivos na prática de esportes como boxe, luta livre, futebol. A ilicitude ou antijuridicidade se exclui pois a prática é autorizada pelo Estado, não é ilegal. O exercício regular do direito se faz presente. Uma conduta permitida no universo jurídico não pode ser ao mesmo tempo proibida em direito. Em relação ao consentimento do titular do bem jurídico, entende-se que a lesão não poderá ser consentida de forma válida quando se coloque em perigo a vida pois a ausência de interesse do agente pela própria vida não elimina esta da tutela penal, uma vez que ela deve ser protegida como valor social, superior ao interesse particular. Não é a mesma situação da permissão de um dano. Considera-se como causa supralegal de justificação o consentimento do ofendido, impondo-se a exclusão de ilicitude (há divergências entre os doutrinadores). Quanto à potencial agressão de determinados instrumentos de segurança como muros pontiagudos, cerca elétrica e animais ferozes, está dentro dos limites da legítima defesa, denominada preordenada ou predisposta, também chamada de ofendículas. Haverá, por esse ponto de vista, legítima defesa putativa caso a vítima não seja culpada. Esta questão possui divergência doutrinária, pois, para alguns, trata-se de exercício regular de direito. EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE A doutrina majoritariamente entende que a culpabilidade compreende a imputabilidade, o potencial consciente de ilicitude e a exigibilidade de conduta adversa. Logo, a inimputabilidade, a inexistência de potencial consciente de ilicitude e a inexigibilidade de conduta adversa são causas de excludentes de culpabilidade. Caracterizam a inimputabilidade: doença mental caracterizada pela perturbação psíquica ou mental (desenvolvimento incompleto) capaz de eliminar ou mitigar a compreensão do aspecto criminoso do fato e de direcionar a vontade do agente nos moldes desse entendimento. É por esse fundamento que não se considera culpável o sujeito esquizofrênico ou paranoico. A menoridade penal, tema amplamente discutido nos dias de hoje, também exclui a imputabilidade. Quanto à falta de potencial consciência de ilicitude, tempos: erro de proibição inevitável e a discriminante putativa, por erro de proibição inevitável. O erro é a falsa percepção da realidade, recai tanto em elementos que constituem o tipo (erro de tipo) quanto à ilicitude do próprio comportamento (erro de proibição). Não pode ser confundida com o mero desconhecimento da lei pois o Código Penal, em seu Art. 21 é expresso em determinar que “O desconhecimento da lei é inescusável”. São exemplos simples que ilustram o erro de tipo: o agente que supõe possuir substância lícita quando na verdade trata-se de cocaína; o caçador que dispara supondoatingir um animal quando na verdade trata-se de uma pessoa. Tais erros excluem o dolo. O erro que exclui a culpabilidade é o denominado erro de proibição, composto por três aspectos essenciais: a lei, o fato e a ilicitude. Aplica-se o erro de proibição quando o agente nega a natureza delituosa de sua conduta, o aspecto ilícito normativo da ação é desconhecido por razões sociais, políticas, religiosas, entre outras.. Já a inexigibilidade de conduta diversa é caracterizada pelas seguintes hipóteses: coação moral irresistível ou obediência hierárquica. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637196/artigo-25-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637722/artigo-20-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637693/par%C3%A1grafo-1-artigo-20-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637693/par%C3%A1grafo-1-artigo-20-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637584/artigo-21-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 ESSA VAGA SERÁ SUA!!!!! INSTAGRAM: @prof.gessandrovitorino 4 No que concerne à obediência, entende-se que aplica-se a excludente na hipótese em que o superior hierárquico emite uma ordem aparentemente legal e o funcionário sente-se obrigado a obedecê-la, não sendo culpável ou punido por não se possível a exigência de outra conduta. Nesse caso, pune-se o autor da ordem. Contudo, isso não se aplica se era conhecida a ilegalidade pelo inferior hierárquico (hipótese em que a ordem é manifestamente ilegal) ou se o funcionário excedeu o cumprimento. A subordinação não inclui o âmbito familiar ou religioso. (AOCP-2019) Assinale a alternativa correta. a) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. b) Se o fato é cometido sob coação resistível, só é punível o autor da coação. c) Se o fato é cometido em estrita obediência à ordem, ainda que manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da ordem. d) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena. e) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e não permite a punição por crime culposo, ainda que previsto em lei. (AOCP-2019) No Direito Penal brasileiro, o chamado estado de necessidade é a) causa de agravamento da pena. b) causa de exclusão de ilicitude. c) quando o agente pratica o delito para satisfazer uma necessidade pessoal. d) causa de perdão judicial. e) quando o agente atua em legítima defesa. (AOCP-2018) Menelau decide escalar os muros de uma residência e a invade, tencionando subtrair computadores e celulares que encontrar em seu interior. Quando começa a acomodar os aparelhos em sua sacola, escuta os proprietários da residência abrirem o portão da garagem, anunciando seu retorno à moradia. Nesse momento, Menelau decide abandonar a empreitada e bate em retirada sem subtrair qualquer bem. Após pular novamente o muro para fugir pela calçada, é surpreendido por policiais em uma viatura, sendo preso em flagrante. Supondo que Menelau seja futuramente denunciado por crime de furto, qual instituto jurídico melhor se aplicaria a ele em eventual sentença? a) Aplicação da causa de diminuição de pena por "erro evitável sobre a ilicitude do fato" prevista no art. 21 do Código Penal, uma vez que o agente atuou sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. b) Aplicação da regra da "desistência voluntária" prevista no art. 15 do Código Penal e consequente desclassificação da imputação de crime de "furto" para crime de "invasão de domicílio", pois o agente desistiu de prosseguir na execução do delito e responderá tão somente pelos atos praticados. c) Absolvição própria por não constituir o fato infração penal, uma vez que não se consumou a subtração de coisa alheia móvel exigente para configuração do delito de furto. d) Assunção da autoria e da materialidade do delito com aplicação de circunstância atenuante de ter o agente "procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências", conforme prescreve o art. 65, III, "b", do Código Penal. e) Aplicação do instituto do "arrependimento posterior" previsto no art. 16 do Código Penal, porquanto o agente reparara o dano e restituíra a coisa, voluntariamente, antes do recebimento da denúncia pelo Juízo.
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