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Endodontia - Soluções irrigadores

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1 | P á g i n a 
 
Soluções irrigadoras em Endodontia 
Um irrigante ideal deveria ter todas as características consideradas benéficas em endodontia, mas nenhuma 
das propriedades negativas ou prejudiciais. Atualmente, nenhuma solução pode ser considerada ideal. No 
entanto, o uso combinado de produtos de irrigação selecionados contribui grandemente para êxito do 
tratamento (Quadros 6-5 e 6-6). 
Quadro 6-5 Benefícios do Uso de Irrigantes no Tratamento de Canal Radicular 
 Remoção de fragmentos particulados e umidificação das paredes dos canais 
 Destruição de micro-organismos 
 Dissolução de fragmentos orgânicos 
 Abertura dos túbulos de dentina por remoção da smear layer 
 Desinfecção e limpeza das áreas inacessíveis aos instrumentos endodônticos 
Quadro 6-6 Propriedades de um Irrigante Ideal para o Tratamento de Canal Radicular 
Um irrigante ideal deve: 
 Ter boa eficiência germicida e fungicida 
 Não ser irritante para os tecidos periapicais 
 Permanecer estável em solução 
 Ter um efeito antimicrobiano prolongado 
 Ser ativo na presença de sangue, soro e derivados de proteína do tecido 
 Ter baixa tensão superficial 
 Não interferir na reparação dos tecidos periapicais 
 Não manchar a estrutura do dente 
 Ser capaz de inativação em meio de cultura 
 Não induzir uma resposta imunomediada por células 
 Ser capaz de remover completamente a smear layer e ser capaz de desinfetar a dentina subjacente e 
seus túbulos 
 Ser não antigênico, atóxico e não carcinogênico para as células do tecido adjacente ao dente 
 Não ter efeitos adversos sobre as propriedades físicas da dentina exposta 
 Não ter efeitos adversos sobre a capacidade de selamento de materiais obturadores 
 Ter uma aplicação conveniente 
 Ser relativamente barato 
Hipoclorito de Sódio 
O NaOCl é a solução irrigante mais usualmente utilizada por causa da sua capacidade antibacteriana e da 
capacidade de dissolver tecido necrótico, tecido da polpa vital e os componentes orgânicos de dentina, além 
de biofilmes, de uma forma rápida. 
2 | P á g i n a 
 
A solução de NaOCl é frequentemente utilizada como um desinfetante ou como um agente de 
branqueamento. É o irrigante de escolha em endodontia, graças à sua eficácia contra organismos 
patogênicos e dissoluçao da polpa, e também agrega a maioria das características preferidas anteriormente 
indicadas. 
Modo de Ação 
Quando o hipoclorito de sódio entra em contato com proteínas de tecido, há formação de nitrogênio, 
formaldeído e acetaldeído. As ligações peptídicas são fragmentadas, e as proteínas se desintegram, 
permitindo que o hidrogênio dos grupos amino (-NH-) seja substituído por cloro (-NCl-) formando cloraminas; 
isso desempenha um papel importante para a eficácia antimicrobiana. O tecido necrosado e o pus são 
dissolvidos, e o agente antimicrobiano pode ter melhor alcance e limpar as áreas infectadas. 
Em 2002, Estrela reportou que o hipoclorito de sódio apresenta um equilíbrio dinâmico. 
1. Reação de saponificação: O hipoclorito de sódio atua como um solvente orgânico e de gordura, 
que degrada ácidos graxos e os transforma em sais de ácidos graxos (sabão) e glicerol (álcool), 
reduzindo a tensão superficial da solução remanescente. 
2. Reação de neutralização: O hipoclorito de sódio neutraliza os aminoácidos pela formação de 
água e sal. Com a saída dos íons de hidroxila, o pH é reduzido. 
3. Formação de ácido hipocloroso: Quando o cloro se dissolve na água e entra em contato com a 
matéria orgânica, forma o ácido hipocloroso. Trata-se de um ácido fraco com a fórmula química HClO 
que atua como um oxidante. O ácido hipocloroso (HOCl ) e os íons de hipoclorito (OCl ) levam a 
degradação dos aminoácidos e hidrólise. 
4. Ação solvente: O hipoclorito de sódio também atua como um solvente, liberando cloro, que se 
combina com os grupos amino das proteínas (NH) para formar as cloraminas (reação de 
cloraminação). As cloraminas impedem o metabolismo celular; o cloro é um oxidante forte e inibe as 
enzimas bacterianas essenciais por oxidação irreversível de grupos SH (grupo sulfidrila). 
5. pH elevado: O hipoclorito de sódio é uma base forte (pH > 11). A eficácia antimicrobiana do 
hipoclorito de sódio, com base em seu pH elevado (ação dos íons hidroxila), é similar ao mecanismo 
de ação do hidróxido de cálcio. O pH elevado interfere na integridade da membrana citoplasmática 
devido a inibição enzimática irreversível, alterações biossintéticas no metabolismo celular e 
degradação fosfolipídica observada na peroxidação lipídica. 
Reações Alérgicas ao Hipoclorito de Sódio 
Embora alguns relatórios tenham sido publicados acerca das reações alérgicas a NaOCl, é improvável que 
ocorram alergias reais a NaOCl, uma vez que ambos os elementos, Na e Cl, são essenciais para a fisiologia 
do corpo humano. É preciso lembrar que o ácido hipocloroso (componente ativo do hipoclorito de sódio) é 
uma substância química que é produzida pelos neutrófilos no processo de fagocitose; pode criar danos no 
tecido local quando é produzido em excesso (necrose de liquefação: exsudado purulento), mas não provoca 
respostas alérgicas. No entanto, pode ocorrer hipersensibilidade e dermatite de contato em situações raras. 
Um relato de caso descreve uma queimadura química grave no olho de um endodontista causada pelo 
contato acidental com NaOCl a 3,5% usado como irrigante durante um tratamento de canal radicular. 
Quando há suspeita ou confirmação de hipersensibilidade ao NaOCl, a clorexidina também não deve ser 
usada por causa de seu teor de cloro. Para os indivíduos que são geneticamente mais propensos que a 
população normal à geração de alergias a múltiplos elementos (alergias a alimentos ou ao látex), pode ser 
indicado realizar um teste cutâneo para NaOCl e CHX. O uso de um irrigante alternativo com alta eficácia 
antimicrobiana, como iodo-iodeto de potássio, deve ser considerado, assumindo que não existe qualquer 
alergia conhecida ao irrigante. Soluções como o álcool ou água da torneira são menos eficazes contra micro-
3 | P á g i n a 
 
organismos e não dissolvem tecidos vitais ou necróticos; no entanto, o Ca(OH)2 pode ser usado como um 
medicamento temporário, porque ele dissolve o tecido vital e necrótico. 
Temperatura 
O aumento da temperatura de soluções de NaOCl de baixa concentração melhora sua capacidade imediata 
de dissolução do tecido. Além disso, as soluções de hipoclorito aquecidas removem resíduos orgânicos 
provenientes de raspas de dentina de forma mais eficiente. As taxas de efeito bactericida para soluções de 
NaOCl, a capacidade de dissolução de polpa humana e o aumento da eficácia foram detalhados em diversos 
estudos. Existem vários dispositivos para pré-aquecer as seringas com NaOCl; no entanto, foi demonstrado 
que tão logo o irrigante toca o sistema de canais radiculares, a temperatura do líquido alcança a temperatura 
do corpo. Dessa forma, alguns autores recomendam o aquecimento do hipoclorito de sódio in situ. Isso pode 
ser obtido por meio da ativação com ponteiras ultrassônicas ou sônicas diretamente no NaOCl dentro do 
canal radicular por alguns minutos. Macedo et al. afirmaram que a eficácia de NaOCl na dentina é melhorada 
pelo resfriamento, por ativação ultrassônica e pelo tempo de exposição. Nesse estudo, um aumento de 
temperatura de 10°C durante a ativação por ultrassom era insuficiente para aumentar a taxa de reação. No 
entanto, não há estudos clínicos disponíveis até o momento que sustentem o uso de solução aquecida de 
hipoclorito de sódio. 
Concentrações 
O NaOCl é usado para a irrigação do canal radicular em concentrações entre 0,5% e 6%. Há controvérsia a 
respeito das concentrações recomendadas de hipoclorito de sódio durante um tratamento endodôntico. 
Alguns estudos in vitro demonstraram que o NaOCl em concentrações mais altas é mais eficaz 
contra Enterococcus faecalis e Candida albicans. Por outro lado, estudos clínicos indicaram que tanto 
concentrações baixas quanto altas são igualmente eficazes naredução de bactérias do sistema de canais 
radiculares. O NaOCl em concentrações mais altas apresenta uma melhor capacidade de dissolução de 
tecido. No entanto, em concentrações mais baixas, quando utilizado em grandes volumes, pode ser 
igualmente eficaz. Concentrações mais elevadas de hipoclorito de sódio são mais tóxicas que as 
concentrações mais baixas. No entanto, devido à anatomia confinada do sistema de canais radiculares, 
concentrações mais elevadas utilizadas durante o tratamento do canal radicular mostraram-se bem-
sucedidas com uma baixa incidência de acidentes. 
Em resumo, se forem utilizadas concentrações mais baixas para a irrigação intracanal, recomenda-se que 
a solução seja usada em maior quantidade e em intervalos mais frequentes para compensar as limitações 
na eficácia. 
A instrumentação associada a um irrigante antimicrobiano, como NaOCl, mostrou-se capaz de produzir mais 
culturas negativas que a instrumentação isolada. No entanto, mesmo com a utilização de NaOCl, a remoção 
de bactérias dos sistemas de canais radiculares após a instrumentação permanece uma meta ilusória. 
Grossman observou a capacidade de dissolução de tecido pulpar e relatou que hipoclorito de sódio a 5% foi 
capaz de dissolver esse tecido em um período que variou entre 20 minutos e 2 horas. A dissolução do tecido 
pulpar bovino por hipoclorito de sódio (0,5%, 1,0%, 2,5% e 5,0%) foi estudada in vitro em diferentes 
condições. O estudo produziu as seguintes conclusões: 
1. A velocidade de dissolução dos fragmentos de polpa bovina foi diretamente proporcional à 
concentração da solução de hipoclorito de sódio e foi maior sem a presença do surfactante. 
2. variações na tensão superficial, do começo ao fim da dissolução pulpar, foram diretamente 
proporcionais à concentração da solução de hipoclorito de sódio e maior nas soluções sem 
surfactante. As soluções sem surfactante apresentaram uma diminuição na tensão superficial e as 
que possuíam surfactante apresentaram um aumento. 
4 | P á g i n a 
 
3. Em soluções aquecidas de hipoclorito de sódio, a dissolução do tecido pulpar bovino foi mais 
rápida. 
4. Quanto maior a concentração inicial das soluções de hipoclorito de sódio, menor foi a redução do 
seu pH. 
Tempo 
Existem dados conflitantes sobre o período do efeito antibacteriano de NaOCl. Em alguns artigos, relata-se 
que o hipoclorito é capaz de matar o micro-organismo alvo em segundos, mesmo em baixas concentrações, 
ao passo que outros relatos publicaram tempos consideravelmente mais longos para a morte das mesmas 
espécies. Tais diferenças são provavelmente resultado de vários fatores: a presença de matéria orgânica 
durante os experimentos exerce um efeito prejudicial sobre a atividade antibacteriana do NaOCl. Haapasalo 
et al. mostraram que a presença de dentina provocou demoras acentuadas na morte de Enterococcus 
faecalis por NaOCl 1%.Morgental et al. relataram resultados semelhantes. 
Muitos dos estudos anteriores foram realizados na presença de uma quantidade desconhecida de matéria 
orgânica. Foi demonstrado que, quando tais fatores de confusão são eliminados, o NaOCl mata os micro-
organismos alvo rapidamente, mesmo em concentrações inferiores a 0,1%. No entanto, a presença de 
matéria orgânica in vivo (exsudado inflamatório, remanescentes de tecido e a biomassa microbiana) 
consome o NaOCl e enfraquece o seu efeito. Portanto, a reposição contínua da solução de irrigação e o 
contato por tempo suficiente são fatores importantes para a eficácia do NaOCl. 
O íon de cloro, que é responsável pela dissolução e capacidade antibacteriana do NaOCl, é instável e 
rapidamente consumido durante a primeira fase de dissolução de tecidos, provavelmente dentro de 2 
minutos, o que fornece outra razão para o reabastecimento contínuo. Isso deve ser especialmente 
considerado levando-se em conta o fato de que as técnicas de preparo rotatório do canal radicular 
aceleraram o processo de modelagem. O tempo ideal que um irrigante de hipoclorito a uma dada 
concentração precisa permanecer no sistema de canais é uma questão ainda sem solução. 
Toxicidade 
Se, inadvertidamente, o NaOCl for expelido através do ápice, podem ocorrer acidentes graves. É importante 
reconhecer os sintomas e agir em conformidade. Após um acidente com NaOCl, é possível esperar: dor 
intensa, edema de tecidos moles adjacentes, possível extensão do edema sobre a metade lesada do rosto 
e lábio superior, sangramento abundante do canal radicular, hemorragia intersticial profusa com hemorragia 
da pele e mucosas (equimose), sensação de gosto de cloro e irritação da garganta após a injeção em seio 
maxilar, infecção secundária possível e anestesia ou parestesia reversível. Para lidar com essa ocorrência, 
o profissional deve fornecer as informações pertinentes ao paciente e controlar a dor com anestesia e 
analgésicos locais. 
A aplicação de compressas frias extraorais para reduzir o inchaço também é eficaz. Após 1 dia, deve-se 
empregar a aplicação de compressas quentes e de enxágues bucais quentes e frequentes para a 
estimulação da circulação sistêmica local. Os pacientes devem ser novamente examinados diariamente para 
o monitoramento da recuperação. O uso de antibióticos não é obrigatório e é recomendado apenas em 
casos de alto risco ou de evidência de infecção secundária. A administração de anti-histamínico também 
não é obrigatória e o uso de corticosteroides é controverso. Além da terapia endodôntica com solução salina 
estéril ou clorexidina como irrigantes endodônticos, sugere-se o encaminhamento para um hospital em caso 
de agravamento dos sintomas. 
Ácido Etilenodiamina Tetra-Acético 
O ácido etilenodiamina tetra-acético, amplamente abreviado como EDTA, é um ácido aminopolicarboxílico. 
A formulação de EDTA sólida, incolor e solúvel em água é muitas vezes sugerida como uma solução de 
irrigação por quelar e remover a porção mineralizada da smear layer. É um ácido poliaminocarboxílico com 
5 | P á g i n a 
 
a fórmula [CH2N(CH2CO2H)2]2. Sua importância como um agente quelante resulta da sua capacidade de 
sequestrar íons metálicos di e tricatiônicos, tais como Ca2+ e Fe3+. Depois de serem ligados pelo EDTA, os 
íons de metais permanecem na solução, mas exibem reatividade diminuída. 
Modo de Ação 
Na exposição direta por tempo prolongado, o EDTA extrai proteínas superficiais bacterianas através da 
ligação com íons metálicos presentes na parede celular, o que pode eventualmente levar à morte bacteriana. 
Quelantes como o EDTA formam um complexo estável com o cálcio. Quando todos os íons disponíveis 
estiverem ligados, o equilíbrio é formado e não ocorre mais a dissolução; por conseguinte, o EDTA é 
autolimitante. 
Aplicações em Endodontia 
Via de regra, o EDTA por si só não pode remover efetivamente a smear layer; um componente proteolítico, 
como NaOCl, deve ser adicionado para remover os seus componentes orgânicos. Para o preparo do canal 
radicular, o EDTA tem um valor limitado se usado isoladamente como substância química auxiliar. O EDTA 
é normalmente usado em uma concentração de 17% e pode remover a smear layer quando em contato 
direto com a parede do canal radicular por menos de 1 minuto. Ainda que se acredite que o EDTA tenha 
ação autolimitante, foi demonstrado que se ele for deixado no canal durante mais tempo, ou se o NaOCl for 
utilizado depois do EDTA, ocorre erosão da dentina 
Embora o ácido cítrico pareça ser ligeiramente mais potente que a concentração similar de EDTA, ambos 
os agentes apresentam alta eficiência na remoção da smear layer. Além de sua capacidade de limpeza, os 
agentes quelantes podem retirar o biofilme aderido às paredes do canal radicular. Isso pode explicar por 
que o EDTA provou ser altamente superior à solução salina para reduzir a microbiota intracanal, apesar do 
fato de a sua capacidade antisséptica ser relativamente limitada. Antissépticos como compostos 
quaternários de amônio (EDTAC) ou antibióticos de tetraciclina (MTAD) foram adicionados a soluçõesde 
EDTA e ácido cítrico, respectivamente, para aumentar a sua capacidade antimicrobiana. O valor clínico 
disso, no entanto, é questionável. EDTAC mostra eficácia semelhante na remoção da camada residual como 
o EDTA, mas é mais cáustico. 
O efeito de agentes quelantes na negociação de canais estreitos, tortuosos e calcificados para estabelecer 
a patência depende da largura do canal e da quantidade de substância ativa disponível, uma vez que o 
processo de desmineralização continua até que todos os quelantes formem complexos com os íons 
cálcio. Portanto, os estudos devem ser lidos com cuidado, porque enquanto um pode mostrar 
desmineralização a uma profundidade de 50 outros relatos apontam para a erosão 
significativa após irrigação com EDTA. 
Uma comparação da inibição do crescimento bacteriano mostrou que os efeitos antibacterianos do EDTA 
foram mais fortes que os do ácido cítrico e de NaOCl a 0,5%, mas mais fracos que de NaOCl a 2,5% e de 
CHX a 0,2%.O EDTA teve um efeito antimicrobiano significativamente melhor que o da solução salina. Esse 
efeito foi mais forte quando ele foi usado sinergicamente com NaOCl, embora nenhum efeito desinfetante 
na dentina colonizada pudesse ser demonstrado. 
Interação de EDTA e NaOCl 
Os pesquisadores estudaram as interações do EDTA com o NaOCl. Eles concluíram que o EDTA manteve 
a sua capacidade quelante com o cálcio quando misturado com NaOCl, mas o EDTA fez que o NaOCl 
perdesse sua capacidade de dissolução tecidual, com praticamente nenhum cloro livre detectado nas 
combinações. Em termos clínicos, isso sugere que o EDTA e o NaOCl devem ser utilizados separadamente. 
Em um regime de alternância de irrigação, grandes quantidades de NaOCl devem ser administradas para 
lavar os restos do EDTA. Em endodontia moderna, o EDTA é utilizado uma vez que a limpeza e a 
modelagem estejam terminadas por cerca de 1 minuto. Ele pode ser ativado por ação ultrassônica para uma 
melhor penetração nos túbulos dentinários. Deve ser tomado em consideração que um aumento na 
6 | P á g i n a 
 
temperatura do EDTA não é desejável. Os quelantes têm uma faixa de temperatura em que funcionam 
melhor. Quando o EDTA é aquecido de 20°C a 90°C, a capacidade de ligação ao cálcio diminui. 
Clorexidina 
Modo de Ação 
A clorexidina, devido às suas cargas catiônicas, é capaz de se ligar eletrostaticamente às superfícies das 
bactérias carregadas negativamente, danificar as camadas externas da parede celular tornando-a 
permeável. A CHX é um agente antimicrobiano de amplo espectro, ativo contra bactérias gram-positivas, 
gram-negativas e leveduras. 
Dependendo da sua concentração, a CHX pode ter efeito bacteriostático e bactericida. Em altas 
concentrações, a CHX age como um detergente e exerce o seu efeito bactericida ao danificar a membrana 
celular e provocar a precipitação do citoplasma. Em baixas concentrações, a CHX é bacteriostática, fazendo 
que haja extravasamento das substâncias de baixo peso molecular (ou seja, potássio e fósforo) sem que a 
célula sofra danos permanentes. 
Substantividade 
Devido à natureza catiônica da molécula de CHX, ela pode ser absorvida pelos substratos aniônicos, tais 
como a mucosa oral e a estrutura. A CHX é facilmente adsorvida em hidroxiapatita e nos dentes. Estudos 
têm demonstrado que a absorção de CHX nos dentes é reversível. Essa reação reversível de absorção e 
liberação de CHX confere atividade antimicrobiana substancial e é denominada substantividade. Esse efeito 
depende da concentração de CHX. A baixas concentrações, de 0,005% a 0,01%, apenas uma monocamada 
constante de CHX é adsorvida sobre a superfície dental, mas em concentrações mais elevadas (> 0,02%), 
forma-se uma multicamada de CHX sobre a superfície, proporcionando um reservatório de CHX que pode 
ser liberado rapidamente para o ambiente conforme a concentração de CHX no ambiente circundante 
diminui. O tempo e a concentração de CHX podem influenciar a substantividade antibacteriana, e as 
conclusões são inconsistentes. Alguns estudos demonstraram que CHX a 4% apresenta maior 
substantividade antibacteriana que em uma concentração de 0,2% após uma aplicação de 5 minutos. Outros 
estudos afirmaram que a CHX deve ser deixada por mais de 1 hora no canal para ser adsorvida pela 
dentina. Komorowski et al. sugeriram que uma aplicação de 5 minutos de CHX não induziu substantividade, 
de modo que a dentina deva ser tratada com CHX durante 7 dias. No entanto, quando Paquette e 
Malkhassian, em seu estudo in vivo, medicaram os canais com CHX nas formas líquida e gel por 1 semana, 
nenhum deles conseguiu alcançar desinfecção total. Portanto, a eficácia antimicrobiana residual de CHX in 
vivo ainda precisa ser demonstrada. 
Citotoxicidade 
A CHX normalmente é utilizada em concentrações entre 0,12% e 2%. Löe et al. demonstraram que, nessas 
concentrações, a CHX tem um baixo nível de toxicidade aos tecidos, tanto local como sistemicamente. 
Quando CHX a 2% foi utilizada como um irrigante subgengival, não se observou nenhuma toxicidade 
aparente nos tecidos periodontais. Além disso, o uso de CHX como colutório tem sido sugerido para 
promover a cicatrização de feridas cirúrgicas periodontais. Esses trabalhos foram a base de muitos estudos 
que assumiram que a CHX é tolerada em tecidos periapicais com uma resposta semelhante ao que ocorre 
nos tecidos gengivais. Quando a CHX e o NaOCl foram comparados em tecidos subcutâneos de cobaias 
(Cavia porcellus) e de ratos, foi observada reação inflamatória para ambas as substâncias; no entanto, a 
reação tóxica de CHX foi menor que a de NaOCl. Além disso, observou-se uma redução da incidência de 
alveolite quando a CHX foi aplicada como um irrigante nos locais de extração de terceiros molares no dia 
da cirurgia e após vários dias. As reações alérgicas e anafiláticas a CHX foram relatadas em apenas alguns 
trabalhos. É importante mencionar que os pacientes que são alérgicos a NaOCl também podem ser alérgicos 
a CHX. 
7 | P á g i n a 
 
Por outro lado, foram encontrados alguns resultados controversos. Alguns estudos demonstraram que a 
CHX é citotóxica para algumas linhagens de cultura de fibroblastos de pele humana. Foi relatado que a CHX 
tem um perfil de citotoxicidade mais elevado que o da iodopovidona, quando estudados em osso alveolar 
humano osteoblástico. Além disso, quando a CHX foi injetada na pata traseira de camundongos, ela induziu 
reações tóxicas graves. 
Por fim, quando CHX e NaOCl são misturados, forma-se paracloroanilina (APC). O nível de toxicidade de 
CHX em tecidos periapicais quando aplicado nos canais radiculares, especialmente junto com outros 
irrigantes, merece investigação mais profunda. 
Clorexidina como um Irrigante Endodôntico 
A CHX tem sido extensamente estudada como um irrigante endodôntico e medicação intracanal, tanto em 
experimentos in vivo, quanto em experimentos in vitro. 
A eficácia antibacteriana da CHX como um irrigante é dependente da concentração. Tem sido 
demonstrado in vitro que a CHX a 2% apresenta uma melhor eficácia antibacteriana que a CHX a 
0,12%.Quando se compara com a eficácia de NaOCl, é possível encontrar resultados controversos. O 
NaOCl tem uma evidente vantagem sobre CHX em relação à capacidade de dissolução da matéria orgânica, 
o que falta a CHX; assim, mesmo que estudos in vitro sugiram algumas vantagens com o uso de CHX, tão 
logo se considere a presença de tecido orgânico, o NaOCl é claramente preferível. 
A eficácia antibacteriana da CHX em canais radiculares infectados tem sido investigada em vários estudos in 
vivo. Os pesquisadores relataram que o NaOCl a 2,5% foi significativamente mais eficaz que a CHX a 0,2% 
quando os canais radiculares infectados foram irrigados durante 30 minutos com uma das soluções. 
Em um estudo clínico controlado e randomizado, a eficácia de CHX líquida a 2% foi testada contra solução 
salina, utilizando a técnica de cultura. Todos os dentes foram inicialmente preparados e irrigados utilizando 
NaOCl a 1%. Em seguida, CHXlíquida a 2% ou solução salina foram aplicados como um irrigante final. Os 
autores relataram uma redução na proporção de culturas positivas no grupo CHX. Os resultados mostraram 
uma melhor desinfecção dos canais radiculares utilizando CHX em comparação com solução salina como 
um irrigante final. 
A eficácia antibacteriana da CHX gel a 2% foi testada contra o NaOCl a 2,5% em dentes com periodontite 
apical, com a carga bacteriana avaliada por meio da utilização de uma reação quantitativa de PCR em tempo 
real (RTQ-PCR) e por unidades formadoras de colônias (CFU). A redução bacteriana no grupo NaOCl foi 
significativamente maior que no grupo CHX, quando medido por RTQ-PCR. Com base na técnica de cultura, 
o crescimento bacteriano foi detectado em 50% dos casos do grupo CHX em comparação com 25% no 
grupo NaOCl. Por outro lado, outro estudo baseado nessa técnica de cultura não revelou qualquer diferença 
significativa entre a eficácia antibacteriana de NaOCl a 2,5% e CHX líquido a 0,12%, quando usados como 
irrigantes durante o tratamento de canais infectados. 
Em uma revisão sistemática, Ng et al. demonstraram que a abstenção do uso de CHX a 2% como um 
irrigante complementar do NaOCl foi associada a um reparo periapical superior. Ao contrário do NaOCl, a 
CHX não apresenta uma propriedade de dissolução de tecido orgânico. Portanto, o NaOCl ainda é 
considerado a solução irrigante principal em endodontia. 
Clorexidina como Medicação Intracanal 
O uso da CHX como medicação intracanal tem sido o foco de muitos estudos in vitro e apresenta uma 
eficácia antimicrobiana igual ou superior à do Ca(OH)2. Também foi demonstrado ser muito eficaz na 
eliminação do biofilme de E. faecalis. 
Quando são analisados estudos in vivo, foram encontrados alguns resultados controversos. Por um lado, a 
CHX inibe a reabsorção radicular externa inflamatória experimentalmente induzida quando aplicada durante 
4 semanas. Foi demonstrado que ela é capaz de reduzir bactérias de forma tão eficaz quanto Ca(OH)2, 
8 | P á g i n a 
 
quando aplicada durante 1 semana em canais radiculares infectados. Devido à sua substantividade, a CHX 
tem o potencial de impedir a colonização bacteriana nas paredes de canais por períodos prolongados de 
tempo. Foi demonstrado que o efeito da CHX depende de sua concentração, mas não do modo de aplicação, 
que pode ser líquido ou gel. 
In vivo, os resultados podem ser diferentes; uma das razões para isso é que pesquisadores desenvolveram 
um modelo experimental utilizando partículas de dentina em pó para investigar a possível inativação de 
alguns medicamentos antibacterianos quando eles entram em contato com a dentina. Eles mostraram que 
a dentina em pó tinha efeitos inibitórios sobre todos os medicamentos testados. O efeito era dependente da 
concentração do medicamento e da duração do contato. O efeito do Ca(OH)2 foi totalmente abolido pela 
presença de pó de dentina. O efeito da CHX a 0,05% e de NaOCl a 1% foi reduzido, mas não totalmente 
eliminado pela presença de dentina. Nenhuma inibição pôde ser medida quando foram utilizadas soluções 
de força total de CHX e de IIP. 
Uma investigação in vivo avaliou a eficácia antibacteriana de três medicamentos intracanais diferentes: 
paramonoclorofenol canforado, Ca(OH)2 e CHX líquido a 0,12%, aplicando-os por 1 semana em dentes 
unirradiculares de pacientes com periodontite apical. As proporções de culturas positivas não foram 
significativamente diferentes entre os medicamentos testados, mas foram ligeiramente menores nos dentes 
medicados com CHX líquido (0,12%) que naqueles medicados com paramonoclorofenol canforado ou 
Ca(OH)2. Outro estudo in vivo avaliou a eficácia antibacteriana de CHX líquido a 2% como medicação 
intracanal em dentes com periodontite apical. Os autores verificaram um aumento moderado na contagem 
bacteriana durante um período de medicação de 7 a 14 dias que era semelhante aos resultados observados 
e reportados para o Ca(OH)2 por Peters et al. Por outro lado, uma outra presquisa não demonstrou 
diferenças significativas entre os grupos de medicação intracanal. A medicação intracanal com Ca(OH)2, de 
CHX em gel a 2% ou de uma mistura de Ca(OH)2/CHX aplicada durante 7 dias não reduziu a concentração 
bacteriana para além do que foi obtido após o preparo do canal radicular utilizando NaOCl a 1% como 
solução irrigadora. Outra pesquisa mostrou que uma irrigação final com MTAD e medicação com gel de CHX 
a 2% não reduziu o número de bactérias para além dos níveis alcançados por um preparo do canal radicular 
que utilizou o NaOCl como substância química auxiliar. 
Clorexidina Misturada a Hidróxido de Cálcio 
Para melhorar as propriedades da CHX e do Ca(OH)2, sua combinação foi analisada em vários estudos in 
vitro e in vivo. O pH elevado de Ca(OH)2 não foi afetado quando combinado com CHX. No entanto, os 
resultados não foram conclusivos. Alguns estudos in vitro reportaram uma ação antibacteriana melhorada 
quando os dois agentes foram combinados, enquanto outros estudos relataram resultados contraditórios. 
A combinação de CHX e Ca(OH)2 mostrou boas propriedades antimicrobianas quando testada em estudos 
com animais. Quando estudada in vivo em pacientes com periodontite apical, os resultados mostraram 
eficácia antibacteriana similar de cada medicamento isolado ou em combinação. Em outro estudo clínico, 
quando CHX a 0,12% foi utilizada durante a limpeza e modelagem e uma medicação intracanal com 
Ca(OH)2/CHX 0,12% foi deixada nos canais por 7 dias, verificou-se que a utilização de uma solução de CHX 
a 0,12% como um irrigante reduziu significativamente o número de bactérias intracanal, mas não conseguiu 
deixar os canais livres de bactérias. Assim, parece que a utilidade da mistura de Ca(OH)2 com CHX 
permanece controversa. 
Clorexidina e Penetração Coronária de Bactérias 
Vários estudos analisaram a propriedade da substantividade antibacteriana e da penetração bacteriana. Foi 
demonstrado que a colocação da medicação intracanal retarda a penetração bacteriana pela ação da 
barreira física juntamente com a ação antibacteriana do medicamento. Gomes et al. , em um estudo 
laboratorial, investigaram o tempo necessário para a recontaminação do sistema de canais radiculares de 
dentes com restaurações coronárias medicados com Ca(OH)2, CHX gel a 2% ou uma combinação dos dois 
e concluíram que se a medicação estiver presente ocorre retardo da invasão de micro-organismos. De um 
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modo geral, devido à sua substantividade, a CHX como um medicamento intracanal ou solução irrigadora 
pode retardar a recontaminação coronária do sistema de canais radiculares, mas mais estudos in vivo são 
necessários para confirmar esses resultados. 
Interação entre CHX, NaOCl e EDTA 
NaOCl e CHX, quando em contato, produzem uma mudança de cor e um precipitado. A reação é dependente 
da concentração de NaOCl. Quanto maior a concentração de NaOCl, mais precipitado é gerado na presença 
de CHX a 2%. Além disso, têm surgido preocupações de que a alteração de cor possa ter alguma relevância 
clínica por causa da coloração e o precipitado resultante possa interferir com o selamento da obturação da 
raiz. Basrani et al. avaliaram a natureza química do presente precipitado e relataram a formação de 4-
cloroanilina (PCA). Além disso, um estudo utilizando espectrometria de massa iônica com análise secundária 
do tipo tempo de voo (TOF-SIMS) mostrou a penetração de PCA dentro dos túbulos de dentina. 
A PCA tem-se mostrado tóxica em seres humanos com a exposição de curta duração, resultando em 
cianose, que é uma manifestação de formação de metemoglobina. A combinação de NaOCl e CHX induz 
alterações de cor e a formação de um precipitado insolúvel e possivelmente tóxico que pode interferir com 
o selamento da obturação da raiz. Alternativamente, o canal pode ser seco usando pontas de papel antes 
da irrigação final com CHX. A combinação de CHX e EDTA produz um precipitado branco. Por esse motivo, 
um grupo de pesquisadoresfez um estudo para determinar se o precipitado envolve a degradação química 
de CHX. O precipitado foi produzido e redissolveu-se em uma quantidade conhecida de ácido trifluoroacético 
diluído. Com base nos resultados, concluiu-se que a CHX forma um sal com EDTA, em vez de sofrer uma 
reação química. 
Clorexidina e Adesivos de Dentina 
Os pesquisadores avaliaram o efeito da CHX na estabilidade da ligação resina-dentina ex vivo. Estes 
autores concluíram que a autodegradação de matrizes de colágeno pode ocorrer em dentina infiltrada por 
resina, mas isso pode ser evitado por meio da aplicação de um inibidor de protease sintético, como a CHX. 
Devido ao seu efeito inibitório de amplo espectro de metaloproteinases de matriz (MMP), a CHX pode 
melhorar significativamente a estabilidade da ligação resina-dentina. 
Reações Alérgicas a Clorexidina 
As respostas alérgicas a CHX são raras e não há relatos de reações após a irrigação do canal radicular com 
CHX. Diversos estudos relataram a taxa de sensibilização em cerca de 2%.No entanto, algumas reações 
alérgicas tais como anafilaxia, dermatite de contato e urticária foram relatadas após contato direto com tecido 
da mucosa ou feridas abertas. 
Agentes de Descalcificação 
Debris são definidos como raspas de dentina ou tecido pulpar vital ou necrótico residuais ligados às paredes 
do canal radicular. A smear layer foi definida pela Associação Americana de Endodontistas, em 2003, como 
sendo uma película superficial de debris retida na dentina ou outra superfície após a instrumentação com 
instrumentos rotatórios ou limas manuais; é composta por raspas de dentina, restos de tecido pulpar vital ou 
necrótico, componentes bacterianos e resíduos de irrigantes. Embora tenha sido vista como um impedimento 
para a penetração de irrigantes nos túbulos dentinários, ainda há uma controvérsia sobre a influência 
da smear layer sobre o resultado do tratamento endodôntico. Alguns pesquisadores enfatizam a importância 
da sua remoção para permitir a penetração das substâncias irrigadoras, medicamentos e cimentos nos 
túbulos dentinários e para melhorar a desinfecção. Por outro lado, outros pesquisadores se concentraram 
em manter a smear layer como uma proteção para a invasão bacteriana, microinfiltração apical e coronária, 
penetração bacteriana dos túbulos e para a adaptação de materiais obturadores. A maioria das conclusões 
sobre a smear layer se baseia em estudos in vitro. Um estudo clínico realizado por Ng et al. descobriu que 
a utilização de EDTA aumentou significativamente as probabilidades de sucesso dos casos de 
retratamentos.

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