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TCC - Educação Física

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5
A VISÃO DO PROFESSOR SOBRE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NAS SÉRIES INICIAIS
MS 
2015
A VISÃO DO PROFESSOR SOBRE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NAS SÉRIES INICIAIS
Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso à coordenação de Educação Física da UNIGRAN Capital como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em Educação Física.
Orientadora: 
MS 
2015
A VISÃO DO PROFESSOR SOBRE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NAS SÉRIES INICIAIS
Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso à coordenação de Educação Física da UNIGRAN Capital como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em Educação Física.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Prof.(ª) titulação e nome do(a) orientador(a) científico(a)
________________________________________________________________
Prof.(ª) titulação e nome do(a) professor(a) convidado(a)
________________________________________________________________
Prof.(ª) titulação e nome do(a) professor(a) convidado(a)
2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
1. REFERENCIAL TEÓRICO	6
2. MÉTODOS E RESULTADOS	11
DISCUSSÃO E RESULTADOS	13
CONSIDERAÇÕES FINAIS	18
REFERÊNCIAS	19
ANEXOS	21
A VISÃO DO PROFESSOR SOBRE AS AULAS DE EDUCAÇÃO-FÍSICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NAS SÉRIES INICIAIS
RESUMO: A Educação Física exerce influência importante na vida das pessoas, pois está ligada diretamente ao desenvolvimento físico, psíquico e motor dos alunos. O presente estudo vem abordar a visão do profissional de Educação Física em suas práticas pedagógicas cotidianas diante de situações adversas que algumas vezes podem se deparar. Desta maneira objetivou-se identificar as possíveis dificuldades encontradas em suas práticas em sala de aula nas Escolas Municipais de Campo Grande. Além disso, buscou-se verificar se tais dificuldades afetam a prática pedagógica e os profissionais de Educação Física e qual é a visão dos mesmos frente a estas dificuldades. Pretende-se ainda verificar o envolvimento do profissional diante da proposta pedagógica e suas atividades e a postura do mesmo diante de possíveis dificuldades, pois estas podem ser um fator de desencorajamento e acomodação dentro do seu campo de atuação.
Palavras-chave: práticas pedagógicas. Dificuldades. Visão profissional.
INTRODUÇÃO
 Muito se tem abordado quanto à realidade que o profissional docente de Educação Física tem enfrentado no âmbito escolar. Diante de algumas situações adversas encontradas por estes profissionais em suas rotinas diárias na práxis pedagógicas, verificou-se que alguns enfrentam situações-problemas para aplicar os alunos às atividades elaboradas no planejamento. Algumas das situações estão relacionadas à estrutura e condições de trabalho que a escola oferece e que algumas vezes não possibilitam que os objetivos propostos as aulas a realização das aulas.
Outros casos estão ligados a indisciplinas de alunos que afrontam e não querem participar das atividades contidas no planejamento. Verificou-se também que a influência cultural, situação familiar e o próprio ambiente onde vivem exerce influência sobre os alunos e isso em alguns casos pode fazer com que estes queiram direcionar o rumo das atividades desestabilizando o professor que em alguns momentos pode até perder o domínio sobre si mesmo e sobre o real propósito de sua aula.
Em alguns momentos foi possível constatar que as situações desfavoráveis acabam trazendo certos desconfortos e caso o profissional de Educação Física não tenha atitudes com certeza se sentirá desmotivado e se acomodará frente a proposta da Educação Físicas e sua importância na vida dos indivíduos.
O objetivo geral deste artigo estava em averiguar a visão dos professores de Educação Física em relação a sua práxis em sala de aula de escolas públicas de Campo Grande/MS
Os Objetivos específicos desta pesquisa eram os de verificar a opinião e a satisfação do professor com alunos de séries iniciais, bem como averiguar se a escola oferece oportunidades de prática de atividades físicas direcionadas.
O problema de pesquisa era o de saber se os professores estão satisfeitos com as aulas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Pergunta que fomos respondendo ao longo do texto.
Os procedimentos metodológicos adotados para a realização desta pesquisa qualitativa iniciou-se com a escolha das escolas a serem estudadas. Foram escolhidas aleatoriamente 4 Escolas Municipais e o total de 10 salas de aulas que totalizam 242 alunos compreendidos entre o 4º e 5º ano do Ensino Fundamental. Foram entregues 10 questionários para cada professor das salas onde lecionam. A escolha do número de salas foi escolhida de maneira intencional, pois acredita-se que seria um número suficiente para obter os dados necessário para a realização da pesquisa. Após a coleta dos questionários foi realizado a interpretação das respostas.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
A atividade física é parte efetiva do ser humano desde o seu nascimento. Mesmo que não coordenada e até mesmo inconsciente, ela está incutida em cada um. Na fase em que o bebê ainda não se expressa por meio da linguagem falada, ele se comunica através de expressões, choro e de gesto, que com o tempo vão se tornando códigos e passam a transmitir mensagens para seus pais. De acordo com seu amadurecimento aprimoram e desenvolvem novos gestos naturalmente e posteriormente inicia seus primeiros movimentos voluntários conforme sua evolução física e motora.
Segundo Paim e Bonorino, (2009, p.1)
Ao movimentarem-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamento, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que um simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. Trabalhar com movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor.
Quando mais adiantados em idades já possuem coordenação motora e estrutura par realizar movimentos mais complexos.
Já na fase escolar é imprescindível a introdução das aulas de Educação Física, sendo que esta deve sempre ser orientada por um profissional capacitado que possa conduzir atividades físicas com o objetivo de orientar, preparar e educar os alunos fisicamente. Esta função tem por objetivo a preparação estrutural, postural e disciplinar dos alunos.
[…] entende-se a Educação Física como uma área de conhecimento da cultura corporal de movimento e a Educação Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. (BRASIL, 1998, p.29).
“Os PCNs concebem a Educação Física como componente curricular responsável por introduzir o individuo no universo da cultura corporal, que comtempla múltiplos conhecimentos, produzidos e usufruídos pela sociedade, a respeito do corpo e do movimento”. (BRASIL, 1997, p.15)
As aulas de Educação Física tem um papel fundamental para o desenvolvimento a criança como cidadão. E esta deve ser uma atividade planejada que tem objetivos específicos voltados para o desenvolvimento físico e intelectual, social e moral do indivíduo. A Educação Física atividade está estreitamente ligada a psicomotricidade influenciando na atividade motora das crianças.
Conforme Libâneo (1992, p.221)
Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. “É um processo de racionalização organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
O profissional de EducaçãoFísica está sempre empenhado e motivado a levar atividades aos seus alunos de maneira prática, lúdica e sempre pautada em planejamentos e fundamentalmente voltadas para o desenvolvimento social, motor, psicológico e individual dos alunos. Tais atividades são sempre objetivas e buscam o desenvolvimento integro individual de cada criança.
De acordo com Machado apud Galvão (2012, p.67),
O professor, no desempenho de sua função, pode moldar o caráter dos jovens e, portanto, deixar marcas de grande significado nos alunos em formação. Ele é responsável por muitos descobrimentos e experiências que podem ser boas ou não. Como facilitador, deve ter conhecimentos suficientes para trabalhar tanto aspectos físicos e motores, como também os componentes sociais, culturais e psicológicos.
Conforme Catunda (2012, p.19) “um professor comprometido com os objetivos da educação, consciente de sua função social, conhecedor da disciplina que ensina e com uma conduta ética destacada na escola, dificilmente será tratado com menos prestígio que os demais”.
Grosso modo a educação no Brasil apresenta defasagens e muitas vezes pode até permitir que a qualidade no ensino deixe a desejar. As dificuldades podem variar desde a falta de estrutura das instituições para oferecer um ensino de qualidade até a dificuldade de encontrar escolas em determinada nas regiões do Brasil.
Planejar as ações para serem executadas em uma sala de aula com o intuito de atingir alguns objetivos é o papel do professor, porém apesar dos esforços e da expectativa em aplicar as ideias e atingir os objetivos propostos nem sempre pode ser possível. Muitas vezes o professor se depara com alguma barreira que dificulta o desenrolar de suas atividades. E estas limitações trazem como consequência a desmotivação do profissional.
O planejamento em Educação Física, vem sido debatido em muitos estudos de educação escolar, sendo este uma forma eficaz para o bom desenvolvimento das aulas. Em síntese, este trata de ações planejadas para alcançar os objetivos da problemática trabalhada, promovendo aos indivíduos inseridos no contexto um melhor aproveitamento das aulas, quebrando as suas indagações sobre as atividades aplicadas, podendo desenvolver e aperfeiçoar suas habilidades ocultas. (AGUIAR; MARÇAL, 2010, p.2).
	Algumas vezes as situações podem tornar-se tão incomuns que os profissionais de Educação Física se veem de mãos atadas e não podem fazer nada para solucionar ou remediar os casos. Mas por que algo saiu do planejado? Sabe-se que as aulas são objetivas direcionadas e visam alcançar determinados resultados. Sendo assim, o profissional conta com a estrutura oferecida pela escola e com os materiais a serem utilizados. E contam também com a participação dos alunos.
Em alguns casos, o profissional de Educação Física pode se deparar a falta de material ou a falta de estrutura da escola onde leciona e que seriam fundamentais para a aplicação do conteúdo para os alunos. Em outros casos quando os materiais existem, geralmente são insuficientes.
“[...] a existência de materiais, equipamentos e instalações adequadas é importante e necessária para as aulas de Educação Física, sua ausência ou insuficiência podem comprometer o alcance do trabalho pedagógico”. (BRACHT 2003, p. 39).
Diante de algumas situações, é possível que o professor de Educação Física improvise e utilize objetos genéricos ou então adeque certos espaços para iniciar e dar andamento nas atividades, porém este fator pode ser considerado desmotivante porque não permite a execução correta de certos movimentos ou não causa o efeito esperado. Tal desmotivação agrava-se um pouco mais quando os alunos questionam os improvisos ou consideram as atividades desestimulantes e decidem não participar.
Para Somariva et al. (2013, p.)
A falta de materiais adequados e em quantidades suficientes diminui o aproveitamento das aulas e, consequentemente, acabam tonando-se desestimulantes. Pesquisas como a de Canestraro, Zulai e Kogut (2008) apontam a falta de materiais com um das principais dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física.
Ainda de acordo com Somariva; Vasconcellos e Jesus (2013, p.5):
Espaços adequados para a realização das atividades, tanto as de cunho prático quanto teórico, dão o professor melhores condições de trabalho e aos alunos qualidade na aprendizagem. A existência (ou ausência) de um bom local também influencia diretamente na motivação dos alunos e do professor no desenvolvimento de boas aulas.
Para o professor de Educação Física, estas dificuldades podem cair sobre si como uma avalanche, pois se sentem impotentes e sem reação frente a um problema que não são deles, mas que de alguma maneira precisam enfrentar. E mais uma vez podem ser atingidos pela desmotivação.
Um fator que pode ser considerado como muito mais desestimulante ao profissional é quando por motivos ligados a falta de suporte e materiais tem que substituir uma atividade planejada por uma atividade recreativa que não vai de encontro às necessidades dos alunos e dos objetivos propostos. Um dos casos que mais chama atenção neste estudo é o fator indisciplina por parte dos alunos, pois alguns alunos se opõem e criam resistência para não realizar as atividades propostas.
Sant'Ana, et al. (2012, p.80) afirma que:
A indisciplina é um das principais dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física e a manutenção da disciplina é fundamental ao trabalho do professor. A ausência de disciplina dificulta a condução do trabalho pedagógico e a importância desta temática tem justificado sucessivos estudos, contribuindo para um maior esclarecimento acerca do fenômeno. Os professores, embora reconheçam e destaquem os problemas de indisciplina na escola, centram seus esforços na busca de estratégias para resistir aos seus avanços.
Conforme Oliveira, apud Macedo (2010)
Além disso, outras situações prejudicam o ato de estudar. Constatou se na família de alguns alunos carência material e psicológica. Acordar cedo, obedecer a um horário imposto, falta de material didático em casa, podem trazer graves danos ao comportamento do aluno caso não seja devidamente orientado. Se a escola não se apresenta como espaço motivacional não contribuindo para o sucesso escolar do aluno e ele não encontra em si mesmo ou na família estímulos e dedicação para o aprendizado, em sala será refletida as consequências do seu insucesso e da sua inadaptação.
A indisciplina muitas vezes pode estar ligada a fatores externos como problemas familiares ou relações de convívios sociais e rótulos. Quando a indisciplina está relacionada a desobediência em não participar das aulas considera-se a situação tranquila e fácil de ser mediada, mas quando parte para a agressividade e violência, o quadro é bem mais complicado, pois acaba por comprometer o planejamento das aulas e tornar o clima tenso.
Menezes e Oliveira, apud Gomes (2012, p.16) afirma que:
A manifestação de indisciplina trazida pelos adolescentes é uma forma de ganhar status entre os grupos existentes na escola, fazendo com que se torne conhecido no ambiente escolar. Ainda segundo o autor os grupos pelos quais os adolescentes se aliam é muito importante para o processo de aprendizagem e de sociabilização que estão passando, a influência desses grupos serve para explicar os comportamentos que são adotados por esses jovens que geralmente se deve a imitações de outros membros do grupo.
Ainda sobre indisciplina, uma dificuldade um pouco comum que os professores enfrentam é o boicote às atividades proposta para que o professor ceda e realize atividades que vem de encontro aos gostos e satisfações dos alunos como, por exemplo, futebol para os meninos e vôlei para as meninas.
Muitas vezes, quando se observa a aula de Educação Física no pátio de uma escola, e vê-se os alunos jogando bola e o professor ao lado, costuma-se, de modo precipitado, dizer: lá está um “professor bola”, um professor que não quer mais nada com nada. Contudo, esse fato pode estar refletindo um processo, uma situação dramática que enfrentammuitos professores de Educação Física: a Síndrome do Esgotamento Profissional (SEP apud SOMAVIRA, VASCONCELLOS e JESUS,2005, p. 209).
2 MÉTODOS E RESULTADOS
Essa é uma pesquisa foi realizada em Escolas Municipais (EM) na Cidade de Campo Grande – MS. O grande motivador para a realização da mesma foi o contato direto junto aos professores que lecionam nas EM onde foram realizados os estágios supervisionados.
O fator determinante para a realização desta pesquisa foi a maneira como alguns professores de Educação Física conduzia as aulas diante de dificuldades enfrentadas e que podem ser consideradas como situações adversas, pois normalmente, determinadas situações não eram esperadas e em muitos casos eram difíceis de fazer uma mediação e manter tudo dentro da normalidade.
A pesquisa tem caráter qualitativo de tipo estudo de caso. Para realizar a pesquisa, foi feita uma escolha aleatória das escolas onde este trabalho foi realizado. No total foram determinadas quatro escola municipais. Para coletar os dados fez-se necessário entrar em contato pessoalmente com os diretores e professores das respectivas escolas e explicar a proposta deste trabalho. Como não houve empecilho por parte de nenhum dos diretores nem dos professores foi entregue um questionário com perguntas abertas e fechadas. Os questionários foram entregues em mãos para que fossem respondidos.
Foram escolhidos 10 professores também de maneira aleatória para que respondessem os questionários. Os anos (séries) escolhidos foram 4º e 5º do Ensino Fundamental. Tanto os anos iniciais e quanto o número de salas (10) a escolha foi devido a minha participação nos estágios supervisionados (observação e docência) e extracurriculares anteriormente nestas séries e a escolha dos professores foi pelo fato de aplicarem atividades para as respectivas salas.
Em duas das escolas escolhidas, entrevistei dois profissionais de Educação Física cada. Nas outras duas entrevistei três profissionais cada. Entre os 10 professores entrevistados, sendo participantes foram 10 professores, sendo 4 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Cada professor teve o tempo de três dias como prazo para responder e entregar o questionário.
Assim que coletado os questionários foi realizada a análise e a interpretação das respostas para a obtenção dos resultados.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
O objetivo desta pesquisa era o de verificar a práxis do profissional de Educação física frente a uma sala de aula, pois é sabido que em toda atividade profissional sempre existe algum fator a ser superado e esta é uma realidade que pode ser constatada in loco durante os estágios (observação e docência). Muitas vezes a dificuldade vem de onde menos se espera.
Após a interpretação das respostas contidas no questionário pode-se constatar de maneira mais intensa o que já era previsto quanto a insatisfação dos professores das EM's e Campo Grande – MS. Alguns quesitos que poderiam ser considerados especulatórios quanto a visão (insatisfação) dos professores sobre as aulas de educação física vieram a se confirmar diante deste estudo. O questionário entregue aos profissionais de Educação Física encontra-se em ANEXOS.
Quando perguntei aos professores se consideram o tempo de aula é suficiente para a realização das atividades propostas (Questão1), a maioria respondeu que acreditam que o tempo disponível para a aplicação das aulas de educação física é suficiente, levando em consideração que ao receber a ordem para ir até o local de atividades, existe pouca dispersão dos alunos mesmo que seja quanto preparação para as aulas (vestimentas e calçados adequados). Destacaram também que o tempo utilizado para realizarem a chamada dos alunos e para organizar os grupos para o início das atividades não são tão significativos.
O tempo total de uma aula pode ser dividido em tempo de aprendizagem ativa, tempo não engajado, tempo de administração, tempo de instrução e tempo de espera (CARNIEL; TOIGO, 2003).
O engajamento, ou tempo de aprendizagem ativa, é uma importante variável que interfere na qualidade da aprendizagem e refere-se, tanto na Educação Física escolar como nos programas de atividade física extraclasse, ao período em que os alunos estão engajados em alguma atividade física dentro do objetivo da aula. O tempo de administração consiste no momento em que os alunos estão se dirigindo ao local da prática ou não estão recebendo instrução ou envolvidos na atividade da aula (respondendo à chamada; mudando de atividade, carregando equipamentos ou escutando regras de conduta). O tempo de instrução ocorre quando os alunos estão recebendo informações sobre como realizar uma atividade (por exemplo, como se movimentar no espaço ou discutindo as regras de um jogo) ou observando uma demonstração. Finalmente, o tempo de espera refere-se ao período em que os alunos aguardam enquanto outros colegas estão realizando uma atividade (por exemplo, afastado da aula por quebra de protocolo, esperando o professor até que inicie a instrução ou esperando pela sua vez em uma fila) (GRAHAM; HOLT/HALE; PARKER, apud COSTA; TOIGO, 2012, p.).
Salientam ainda que consideram o tempo suficiente e satisfatório porque na verdade são dois tempo de 50 minutos o que totaliza o tempo de 1h40min. Para o desenvolvimento das aulas proposta no planejamento. Porém fazem a ressalva que se fosse apenas um tempo de 50min. a aula ficaria comprometida.
Citaram ainda que o tempo é satisfatório mesmo levando em conta as limitações dos alunos por serem crianças na faixa etária entre 9 e 11 anos de idade. Nessa idade, as atividades realizadas são moderadas devido a formação e a estrutura musculoesquelética dos alunos.
As atividades selecionadas para o desenvolvimento das capacidades motoras devem estar de acordo com o nível do grupo de crianças, pois atividades muito difíceis não possibilitarão que a criança as execute e assim não conseguirão melhora alguma, porém atividades muito fáceis não gerarão estímulos suficientes para que ocorra melhora das capacidades motoras trabalhadas (princípio da adaptação), além disso, deve-se atentar também para o princípio da sobrecarga, pois é de acordo com a sobrecarga aplicada que deveremos dar o intervalo de recuperação para outro estímulo de tal grandeza e que está sobrecarga deve ser progressiva (DANTAS, 2003).
Quanto questionado porque optaram pelas séries iniciais (Questão 2) em unanimidade os professores informaram que optaram pelas séries iniciais devido ao baixo grau de resistência dos alunos em se opor e colaborar com suas propostas. Essa foi uma visão de certa forma ampla levando em conta que as crianças são mais fáceis de serem persuadidas e manipuladas, porém encontraram alguns casos que merecem atenção especial. Em uma das escolas a situação requer um pouco mais de energia por parte dos profissionais, pois pode-se constatar crianças mais agitadas e de personalidades “forte” e que possivelmente são reflexos de imagens e situações de seu meio social.
É possível verificar que as crianças de escola públicas são cheias de energia e algumas trazem em suas bagagens situações de suas vivências diárias que influenciam de maneira negativa no decorrer das aulas.
Quando quis saber quais as séries mais difíceis de trabalhar no Ensino Fundamenta (Questão 3) os profissionais de Educação Física ficaram divididos entre o 8º e 9º ano como sendo os mais difíceis de serem controlados e de encontrar receptividade por parte dos alunos para realizarem as práticas propostas. Citam que o adolescente é questionador, manipulador e influente e por tais motivos, afirmam que poderiam ter dificuldades em desenvolvem suas aulas.
Quando perguntado se o ambiente tem colaborado com suas atividades (Questão 4), alguns dos profissionais informam que o ambiente escolar contribui para que suas atividades sejam colocadas em prática pois existem materiais suficiente, estrutura adequada e citaram ainda o apoio e auxílio de outros professores e coordenadores.
	Outros profissionais responderam que apesar de haver empenho por parte da instituição, nem sempre oambiente escolar está apto a favorecer o desenvolvimento das atividades físicas, pois faltam materiais adequados ou novos e em alguns casos os que existem são sucateados e insuficientes. Um fato curioso é que em uma das escolas, por falta de bola adequada para a prática de futsal, o profissional teve que improvisar a aula com uma bola de voleibol. Obviamente, a performance dos alunos não foi a esperada e houve a necessidade da interrupção e uma readaptação da aula.
Para Silva e Damázio apud Somariva et al. (2013, p.5)
Relatam que a ausência ou precariedade do espaço físico nas escolas para as aulas de Educação Física, podem ser observadas sob dois aspectos: o da não valorização social desta disciplina (desvalorização de sua importância no desenvolvimento integral do educando) e o descaso das autoridades para com a educação destinada às camadas populares.
Outro caso também foi mencionado como a falta de bambolês (argolas), pois os alunos fariam atividade pulando por entre os bambolês dispostos no chão como se fosse amarelinha. Devido a falta dos mesmos, o professor improvisou desenhando no chão com giz. Essa foi uma situação onde foi possível resolver o caso e não interferiu negativamente no andamento da atividade. Informaram que quando esse tipo de situação acontece na maioria das vezes o ambiente escolar oferece uma proposta remediadora e dificilmente as atividades são substituídas por outras que não atendem ao que foi planejado anteriormente. É sempre possível improvisar e minimizar os “prejuízos causados”.
Quando questionado o que mais gostam em suas atividades quanto a prática pedagógica (Questão 5) os professores responderam que o que mais gostam em suas atividades é o prazer por ensinar e estimular o desenvolvimento dos alunos. Consideram satisfatório alcançar os objetivos propostos pelas aulas através das atividades que para as crianças são considerados jogos e momentos de lazer, mas na verdade realizam atividades importantes para a sua formação cotidiana explorando ao máximo suas limitações sem se dar conta.
Foi apontado ainda que se propostas as mesmas atividades de outra maneira ou individualmente e em outro ambiente não haveria empenho por parte dos alunos e nem mesmo as desempenhariam. Explicam que no cotidiano os alunos raramente fazem atividades físicas direcionadas e objetivas de maneira espontânea. E quando as fazem é de maneira inconsciente. Por esse motivo se sentem importante por serem mediadores de atividades de aprendizagem consideradas fundamentais para a formação, a aquisição do conhecimento e o desenvolvimento humano.
Quando questionei o a respeito de quais seriam as maiores dificuldades encontradas em suas práticas educativa e suas atividades (Questão 6) as respostas foram direcionadas para algumas dificuldades que comprometem bastante o trabalho dos professores como por exemplo a indisciplina. Em uma das escolas, vários casos foram apontados pelo fato de ser uma escola da periferia e as crianças estrem próxima a uma realidade mais violenta. Existe afronta e intimidação dos alunos aos professores.
Foi constatado que proferem palavras ameaçadoras e ofensivas aos professores e ainda se recusam a participar das aulas. Esses casos podem ser atribuídos ao meio onde vivem e a situações pelas quais passam essas crianças.
Dentre os casos foi constatado nas respostas a tentativa de boicote dos alunos ao não conseguir convencer o professor a dar aula de futebol para um determinado grupo de alunos. Em uma das situações o professor convenceu a turma a participar da aula fazendo os exercícios propostos, porém um grupo de alunos resolveu sabotar as atividades fazendo os exercícios de qualquer maneira e sem se importar com resultados.
De acordo com Brito, (2009, P.6053):
[…] a indisciplina na Educação Física está relacionada com as atitudes dos alunos, que podem ser manifestadas por meio da displicência e da recusa (resistência) à atividade proposta, bem como da afronta ao professor. Em outras palavras, a indisciplina é representada por atitudes dos alunos que não estejam de acordo com o proposto inicialmente pelo professor ou pelo grupo.
Em outro caso o professor admite que teve que atender o pedido dos alunos pois foi convencido pelo coordenador que seria a melhores solução.
Quando perguntei o que teriam como mensagem para deixar para outros profissionais sobre as práticas pedagógicas (Educação Física) em sala de aula (Questão 7), responderam que o importante é tentar mudar em relação as dificuldades sempre. Responderam ainda que gostam do que fazem e como fazem. Educar é planejar é seguir um roteiro, é cumprir etapas, sejam atividades lúdicas, desportivas ou técnicas-teóricas, o importante é manter o foco e a proposta das aulas para alcançar seu objetivo principal. Informaram também que independente de situações, o papel do educador é levar o conhecimento e ensinar. Ensinar e constantemente aprender com os alunos e com as diversas situações.
Quando perguntei o que teriam para mencionar para outros professores quanto as dificuldades encontradas em sala de aulas (Questão 8), de maneira unanime deixam como mensagem aos professores, palavras incentivadores e mensagens encorajadoras visando sempre vencer as adversidades através da força, empenho e criatividade. Citam que apesar dos ossos do ofício é importante que nunca se perca a esperança de levar a educação e consequentemente a transformação para crianças amáveis e inocentes que serão os jovens respeitosos e num futuro mais adiantes, homens e mulheres que farão a diferença.
Destacam o orgulho e a emoção ao serem criativos quanto a propor soluções frente a uma situação adversa em poder se aproximar de alunos problemáticos com a intenção de ajuda-los e de entender as situações-pelas quais passam sem julgá-los. Tais situações, muitas vezes tornam aquela aula única e marcante de maneira que algo que poderia ser considerado negativo passa a ser um detalhe insignificante.
Consideram que suas ações diante da sala de aula são gratificantes mesmo diante das dificuldades, pois nada se conquista com facilidade e tais dificuldades são consideradas desafios e quem sabe o início para uma mudança dentro da prática do magistério na Educação Física.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das constatações desta pesquisa fica fácil perceber que para alguns profissionais de Educação Física, a atividade que exercem em suas respectivas escolas são propostas baseadas em planejamento buscando levar de fato aos alunos a devida proposta da Educação Física sabendo diferencia-la do desporto e da brincadeira.
Em conversas informais mesmo após a entrega dos questionários respondidos, os professores falaram com orgulho sobre a importância da Educação Física em sua formação profissional e sobre suas atuações nas Escolas Municipais. Informam que sentem prazer pelo que fazem e que buscam levar o ensino conforme o seu propósito visando sempre agir de maneira ética e honesta focando em objetivos e metas e também buscando avaliar e reconhecer os resultados de suas práticas avaliando-as periodicamente.
Relatam que quando conseguem verificar resultados e a evolução dos alunos ou mesmo tem o reconhecimento dos pais, alunos e mesmo colegas de trabalho como um retorno positivo, se emocionam e se sentem muito importantes frente a sua função e principalmente à Educação Física como educador. E que as dificuldades de fato existem, porém em menor grau, mas por estarem ligadas às crianças, vale o esforço e o empenho para ajuda-las. 
Assim as situações de dificuldades acabam sendo algo corriqueiro e fácil de resolver, pois cada aula, cada dia e a própria experiência de vida e até mesmo profissional de cada educador os deixam preparados para atuar e tirar de letra quase todas as dificuldades.
	
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Elton José da Silva; MARÇAL, Izabela Lobato. Planejamento em Educação Física: ocorre de fato. Disponível em: <http://congressos.cbce.org.br/index.php/3conceno/3conceno/paper/viewFile/4667/2263>. Acesso em: 03 Nov de 2015.
BARNI, Mara Juttel; SCHENEIDER, Ernani José. A educaçãofísica no ensino médio: relevante ou irrelevante. Disponível em: <http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev03-02.pdf>. Acesso em: 02 Nov de 015.
BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física. Caderno CEDES, ano XIX, n.48, p.69-89, agosto 2003. http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2822_1255.pdf
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRITO, Clovis da Silva. Indisciplina na Educação Física: uma investigação qualitativa, In: Congresso nacional de educação – EDUCERE, III Encontro sul brasileiro de Psicopedagogia, IX, 2009, PUCPR, Paraná, PUCPR, p. 6045-6056.
CARNIEL, Manoela Zanella; TOIGO, Adriana Marques. O tempo de aprendizagem ativo nas aulas de Educação Física e cinco escolas de Porto Alegre, RS. Disponível em: <http://revistas.if.usp.br/rbpec/article/viewFile/148/133>. Acesso em: 06 Nov de 2015.
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