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Isadora Pires Ferreira dos Santos Prof.: Marcos Paulo Antunes de Lima CRONOGRAMA: 26/02/2019 – 1ª Prova (25 pts) 02/04/2019 – 2ª Prova (25 pts) 07/05/2019 – 3ª Prova (25 pts) 04/06/2019 – 4ª Prova (25 pts) Site: verbooks.in 05/02/2019 ANESTESIOLOGIA: tira os sentidos, promove a insensibilidade a uma determinada região do organismo ou ele como todo. Ou seja, as técnicas variam desde anestesia local até total (promove depressão do sistema nervoso central), de acordo com cada situação específica. História da anestesiologia: iniciou em 1540 com Paracelsus com a utilização de éter. Já em 1845 Horace Wells iniciou a aplicabilidade clínica da anestesiologia, através da utilização do óxido nitroso, onde percebeu que esse gás, conhecido como gás hilariante além de promover alguma “barato” no paciente, induz o relaxamento, promove a inconsciência e analgesia nos humanos, possibilitando uma extração dentária sem sentir dor. Já em 1846 o William Thomas Green Morton demonstrou a técnica de Wells e ficou famoso por demonstrar essa técnica anestésica em um congresso, motivo pelo qual ficou conhecido como o “Pai da Anestesiologia moderna”. No entanto, só em 1910 o Jorge Spitz começou a utilizar fármacos para promover a anestesia em animais. Assim, a anestesiologia é uma ciência e especialidade na medicina veterinária, vez que o conhecimento é muito aprofundado vez que o paciente pode ser desde um hamster até um bubalino, por exemplo. Ou seja, o anestesiologista trabalha com a integração de diversos conhecimentos na medicina veterinária, como fisiologia (diferente fisiologia entre as diversas espécies), farmacologia, clínica, cirurgia, semiologia e patologia clínica. ANALSEGIA: é a ausência de dor como resposta a um estímulo que é nocivo, sendo que para isso o paciente deve estar inconsciente. Dessa maneira, ele não terá a percepção do que ocorreu com ele. Ou seja, analgesia refere-se a este estado doloroso frente a um estímulo aversivo quando o paciente está consciente. Já a NOCICEPÇÃO ocorre quando o indivíduo está inconsciente, que é a codificação/ processo neural da condução do estímulo nervoso, desde a periferia (onde o impulso nervoso será transduzido de um estímulo mecânico para um elétrico até a medula espinhal e consequentemente até o SNC). Porém toda essa condução nervosa ocorre quando o paciente está inconsciente, assim a nocicepção está ativada quando o paciente está consciente mas temos a percepção porque estamos conscientes. Ou seja, a nocicepção sempre ocorre quando o paciente está sentindo dor ou quando estamos analisando a analgesia, mas sempre que ele estiver inconsciente só a nocicepção está ativada, pois o paciente não consegue imaginar o que está acontecendo. Por outro lado, a DOR é uma experiência sensorial e emocional associada à lesão tecidual real (estímulo físico) ou potencial (paciente que está condicionado, gera um estresse, ansiedade que libera neurotransmissores que associam a presença à aversalidade). Assim, a dor deve ser bem tratada para durante a anestesia ou após ela para não se tornar um dor crônica. TRANQUILIZAÇÃO: é utilizada em pacientes agitados e ansiosos (liberação de adrenalina, cortisol que promovem taquicardia, hiperventilação). Dessa forma, toda essa descarga adrenérgica descompensa o paciente, por isso que em pacientes agitados e ansiosos Isadora Pires Ferreira dos Santos a tranquilização é boa para promover o relaxamento e diminuir a percepção de estresse. Neste caso, o animal olha, interage, porém ele facilita o seu manuseio. SEDAÇÃO: fornecimento de um fármaco que promove relaxamento muscular e depressão do sistema nervoso central, animal fica menos reativo aos estímulos externos que lhe acontecem. Ou seja, são fármacos que incrementem o grau de depressão do sistema nervoso central para que o animal fique menos reativo aos estímulos externos. Neste caso o animal só tem uma reação quando o estímulo é muito nocivo. Por esse motivo, a sedação é utilizada em pacientes que não aceitariam um procedimento, mesmo que simples (exemplo vídeo da mula que dá o coice quando ocorre a aplicação de antibiótico). NEUROLEPTOANALGESIA: se utilizar só um tranquilizante ou só um sedativo e quiser obter graus efetivos de sedação, devo utilizar doses elevadas, no entanto quanto maior a dose de um fármaco, maior os efeitos adversos. Assim, utiliza-se uma associação de um tranquilizante ou sedativo associado à um analgésico, incrementando o grau de sedação e tranquilização do pacinete, promovendo um grau de analgesia, reduzindo a dose de tranquilizante e sedativo (logo menos efeitos adversos) promovendo juntamente uma analgesia ao paciente. Ou seja, o paciente fica mais calma, tranquilo e relaxando, deixando o procedimento mais tranquilo para ele. Assim, associa-se diversas classes farmacológicas para incrementar o efeito desejado, uma sedação mais eficiente. ANESTESIA LOCOREGIONAL: é a utilização de fármacos específicos para insensibilizar uma região ou área determinada do corpo, para por exemplo suturar um corte simples. ANESTESIA GERAL: promove a depressão generalizada do SNC do paciente de maneira controlada e reversível. Assim, quanto mais anestésico geral forneço ao paciente, mais ele aprofunda na anestesia, quanto menos eu forneço mais superficial é a anestesia. Ou seja, é uma maneira controlada e dose-dependente. A ANESTESIA está embasada em 5 pilares: inconsciência, imobilidade, miorrelaxamento, analgesia (dor bem tratada no transoperatório, significa que no pós operatório o paciente recuperará mais rápido e tranquilo com menor risco de intercorrências), amnésia (alguns fármacos são incorporados para que se o paciente acorde durante a anestesia não se lembre posteriormente, mas isso não é possível de ser analisada na veterinária – é um mecanismo de proteção). Com uma analgesia adequada veremos uma situação cardiorrespiratória controlada ao longo de toda cirurgia e até após esta. Para obter todos os pilares não existe um único fármaco, deveremos trabalhar com o conceito de ANESTESIA BALANCEADA quando se trabalha com diferentes fármacos e técnicas anestésicas e analgésicas em conjunto para obter todas essas características de uma anestesia ideal e consequentemente além do efeito benéfico teremos a redução das doses de todos esses fármacos, reduzindo o risco de intercorrências e efeitos indesejáveis. Assim, alcançamos os efeitos desejados, facilitando o trabalho do cirurgião, do clínico. Por esse motivo é que o anestesista tem diversas atribuições dentre elas: avaliação pré- anestésico, determinação do protocolo anestésico, monitoração (pré, trans e pós operatório) e avaliação da qualidade analgésica do paciente no pós operatório (de 1 a 3 horas depois, onde se busca o conforto do paciente). Além do mais a anestesia sempre tem algum propósito, devendo haver uma interação entre os demais profissionais dentro de um ambiente hospitalar, porque o que o anestesia estiver fazendo durante a pode ajudar ou atrapalhar o cirurgião (ex. animal ofegante fica difícil de fazer uma castração de uma cadela, por exemplo). Vias de Administração da Anestesia Técnicas para o fornecimento do anestésico varia, sendo que pode ser: 1. Intravenosa que promove um rápido efeito de ação porque é realizada direto no leito vascular, motivo pelo qual se distribui rapidamente para o sítio efetor (SNC), além disso requer menores doses devido a essa rápida ação, sendo possível ainda titular o efeitos (como é uma via rápida, os efeitos são rápidos, assim posso aumentar a dose até obter um efeito desejado, sendo que esse efeito rápido varia de espécie para espécie, em pequenos animais veremos o efeito de 15 a 30 segundos, enquanto em equinos a indução anestésica pode levar até 2 minutos, Isadora Pires Ferreira dos Santos por isso é importante conhecer os aspectos fisiológicos para não afobar e aumentar a dose do fármaco, levando a uma sobrecarga);2. Intramuscular: utilizada principalmente para pequenos animais e silvestres (porque são mais estressados, não deixam fazer um acesso intravenoso inicial) para tranquilizar e sedar, para posteriormente fazer a tricotomia e fazer o acesso para aplicação de medicamentos intravenosos. No entanto, uma desvantagem é que a dose tem que ser maior e o efeito é mais demorado e variável (tempo, entre espécies e inclusive entre indivíduos, até grupo muscular); 3. Intraóssea: que é utilizada em silvestres com anatomia complicada ou paciente que está altamente desidratado (choque hipovolêmico), o interessante dessa via é que ela é tão efetiva quanto a intravenosa, no entanto não colaba. Assim, conseguimos fazer acesso (fluido, sangue e até anestésico), no entanto só utiliza em casos extremos e o veterinário deve ser extremamente cuidadoso, sendo que em desnutridos reidratamos por via óssea e quando a volemia começa a voltar ao normal retira-se a intraóssea e passa-se a utilizar à intravenosa; 4. Inalatória: como manutenção anestésica ainda hoje é a mais utilizada, tem grandes vantagens porque são absorvidos e excretados pela via pulmonar (não precisa de fígado para metabolizar e rim para excretar, motivo pelo qual é muito utilizada em pacientes que tem problemas hepáticos e renais). Além de ser possível o ajuste rápido da profundidade anestésica. No entanto existem formas de administrar esses gases anestésicos, pode ser por tubo inserido na traqueia (paciente inconsciente), por máscara facial (no entanto o cheiro é muito ruim, então em condições em que o paciente está ainda muito acordado, ele irá se debater e não conseguirá fazer a indução da anestesia), pode ser feita também através de uma caixa de indução anestésica, onde há uma via de entrada do gás anestésico e também de saída desse gás. Porém a indução é variável. 5. Epidural e Peridural: que é a administração de anestésicos e analgésicos dentro do canal vertebral (acima da duramater), de maneira que os fármacos são absorvidos pela duramater, passados para o líquido cefálio-raquidiano e chega até os receptores da medula espinhal, ademais outra fração desses medicamentos saem pelos forames intervertebrais, fazendo múltiplos bloqueios paravertebrais. Ou seja, na epidural e peridural veremos um MECANISMO DUPLO para promover a anestesia e analgesia. É muito utilizada em cesariana em mulheres. 6. Tópica: é eficaz quando em mucosas (oral, nasal ou ocular); 7. Local: quando para infiltrações locais ou perineurais em que consegue infiltrar em uma região bem delimitada no corpo do paciente. Ou seja, em anestesiologia não existem fármacos seguros e técnicas seguras e eficazes para um paciente específico, mas sim anestesistas seguros da sua técnica e da utilização de seus fármacos. Exemplo, um pincher com fratura de fêmur que é agitado e ansioso, em um primeiro momento para fazer um raio-x faria, por via intramuscular, uma neuroleptoanalgesia (tranquilizante com analgéciso), já para a indução anestésica em pacientes jovens, tranquilos, mas que ainda estão despertos, poderia fazer pela via inalatória por máscara ou intravenosa. Para manter o paciente inconsciente durante a cirurgia pode ser por via inalatória ou intravenosa. Ja para conferir analgesia eficaz para o membro pélvico posso fazer uma analgesia peridural. Deve estar baseada em fundamentos, evidencias, avaliação de órgãos e sistemas e também associando à exames complementares. Ou seja, o anestesista deve ser generalista, levar em conta toda a fisiologia do paciente, além do histórico clínico e da avaliação dos exames complementares. Essa avaliação é um processo que precede a entrega do paciente para o procedimento cirúrgico e ambulatorial, ou seja, é antes do anestesista definir sua conduta, pois é dessa variabilidade fisiológica que o anestesista deve determinar sua conduta, desde a escolha do fármaco até determinar a melhor conduta, com a estabilização do paciente, reestabelecendo as condições fisiológicas normais antes do processo anestésico. Por isso que os motivos da Isadora Pires Ferreira dos Santos avaliação pré-anestésica devem ser: avaliar a condição clínica geral, identificar alterações ocultar, determinar o protocolo analgésico e reduzir a morbimortalidade (não deixar com que o paciente não acorde mais ou evitar as complicações pós-operatórias). Além do mais, existem benefícios nessa avaliação pré-anestésica como: iniciar ou otimizar eventuais tratamentos (como reestabelecer o nível glicêmica de um animal que está com a glicemia alta e for uma anestesia eletiva, não se deve fazer o procedimento no animal naquele momento, deve-se conversar com o proprietário explicando os riscos e benefícios da cirurgia e também conversar com o cirurgião; já se o mesmo animal foi atropelado, o anestesista deverá usar doses para regular a glicemia, pressão arterial, para operar, já que cirurgia é de urgência, por isso é necessário a interação com os demais profissionais); diminuir a taxa de suspensão ou atraso (deve-se ter procedimentos e exames padrões para garantir a cirurgia, porque se faltar exames ou informações do paciente a cirurgia deve ser cancelada); aumentar a consciência quanto a condição clínica do paciente (existem fármacos que podem alterar as condições fisiológicas do paciente, por isso é importante conscientizar a equipe quando a condição clínica desse paciente). A importância dessa avaliação pré-anéstesica é diminuir a mortalidade, vez que existem estudos que comprovam que a mortalidade é menor quando essa avaliação é bem feita. Não existe na veterinária legislação que defina as atribuições do anestesista veterinário, mas existe na medicina humana, por isso atribuímos para o veterinário também essas atribuições, como: delimitar a saúde do paciente (exames complementares necessários para definir o melhor processo anestésico), principalmente em cirurgias eletivas, para decidir a conveniência ou não do ato anestésico. PRIMEIROS PASSOS DA AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: caracterização do paciente (espécie e raça, particularidades fisiológicas, temperamento – animal mais agitado necessita de uma dose maior -, idade – capacidade metabólica e integridade orgânica, paciente novo e idoso tem menor capacidade metabólica, por isso a dose do fármaco deverá ser menor -, comorbidades – paciente com dor, paciente obeso, com diabetes -, sangramento), histórico clínico (consulta pré-anestésica - não é muito comum na veterinária onde se tem a relação anestesista, proprietário e cirurgião, onde o proprietário precisa ser esclarecido quando a fisiologia e os riscos que o paciente irá correr -, procedimentos anteriores, doenças concomitantes, medicação em uso, atividade e resposta física do paciente), exame físicos (condição geral do paciente¹ – alerta, reativo, deprimido, estupor, coma - escore corporal, cardiovascular – ausculta cardíaca, mucosas, pulso periférico -, sistema respiratório – asculta de pulmão –, sistema tegumentar – ectoparasitas -, digestório – por exemplo, equinos tem muita tendência a ter cólica, e fármacos podem levar a diminuição da motilidade e levar a uma cólica e exames adicionais (de acordo com o histórico e necessidade). ¹ paciente com redução de albumina, devo reduzir a dose com fármaco porque a fração livre do fármaco será mais alta (pela falta de albumina), aumentando a ação do fármaco, motivo pelo qual devo reduzir a dose neste paciente. Assim, associada a essa caracterização do paciente podemos formar um questionário: SISTEMA CARDIOPULMONAR - faz exercício? Cansa fácil? Tosse com frequência? Fica cinaótico? Perda de rendimento (animal atleta)? Para isso faz um eletro um eco. SISTEMA NEUROLÓGICO – desmaia? Convulsiona? Se o animal convulsiona quando está estressado e estressa quando está longe do proprietário, o ideal é sedar o paciente no colo do proprietário, o que diminui o estresse do paciente. Quando tivermos uma resposta positiva para alguma dessas perguntastemos que complementar meu pré-anestésico com exames adicionais. SISTEMA TEFUMENTAR – ectoparasita? Classificação ASA Dessa maneira, embasado em todo o histórico clínico vamos determinar a classificação de risco (ASA – associação americana de anestesistas), sendo que isso é embasado no histórico geral dos clientes (histórico clínico, avaliação clínica e exames complementares. ASA I: paciente jovem, sem alterações físicas e clínicas, que irá fazer uma cirurgia eletiva. Isadora Pires Ferreira dos Santos ASA II: paciente que tem uma doença leve, como um abcesso que pode romper e levar a uma infecção séptica. Ou seja, o paciente não tem uma integridade 100%, o risco é localizado mas pode levar a uma complicação, o risco aumenta em relação ao ASA I. Aqui também se encaixam os pacientes de idade extrema, como paciente muito jovem ou muito velho. ASA III: alterações sistêmicas importantes como desidratação, anemia, diabetes. Ou seja, são situações sistêmicas, mas que com medicação consegue controlar, compensar. ASA IV: doenças sistêmicas graves, doenças que estão descontroladas, como choques hipovolêmicos e endocrinopatias descontroladas. ASA V: é aquele paciente que está com uma instabilidade fisiológica muito elevada, que mesmo que ele precise de um procedimento cirúrgico, isso não interfere no prognostico dele. Ou seja, é um paciente extremamente grave e prognostico extremamente reservado. Obs. quanto maior o ASA maior a possibilidade de morbimortalidade do nosso paciente. E: EMERGÊNICA está incluída em qualquer classificação ASA anterior. Essa E só irá ocorrer em casos extremamente importantes. Ex. poodle com diabetes controlada fratura o fêmur, irá ser classificado a principio como ASA 3. No entanto próximo ao fêmur existe a artéria femoral que for seccionada, passará a classificação do paciente para ASA 3 E, devido à hemorragia. Os exames adicionais necessários de acordo com a classificação ASA, quais exames e em quais situações.: Além disso, deve-se tomar cuidado com as espécies e raças, vez que algumas raças tendem a ter algumas doenças congênitas, como o doberman e o boxer que tem cardiomiopatia dilatada (alteração de função cardíaca) e o boxer que tem predisposição a cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, assim para investigar melhor a função e condução elétrica do coração, mesmo que me deparo com um cachorro dessa raça com 3 ou 4 anos, é melhor pedir um Eco e um Eletro, devido a essa predisposição. Já em felinos de fuçinho curto são predispostos a ter a cardiomiopatia hipertrófica felina, sendo recomendado nessas raças fazer o Eco a partir de 3 ou 4 anos, mesmo que não auscute sopro, porque a correlação da cardiomiopatia e o sopro é pequena, não apresentam sopro no exame físico. Deve-se fazer uma avaliação da pressão arterial sistêmica, porque todo paciente hipertenso (excluindo a questão do estresse) geralmente é derivado de outras patologias (como endocrinopatia tais quais: hiperadrenocorticismo, feocromatina), o que pode levar à constrição da Artéria Aorta, aumentando a força de contração do ventrículo, o que pode levar a um Isadora Pires Ferreira dos Santos remodelamento cardíaco em casos que são crônicos, levando a redução da capacidade cardíaca. Quanto aos pacientes oncológicos, deve-se tomar cuidado com o tumor e a químio utilizada que pode reagir com os fármacos anestésicos, sendo por isso que muitas vezes se recomenda o raio-x do pulmão (preferência de metástase) para cadelas com câncer mamário. Por outro lado, a quimioterapia é muito prejudicial ao paciente, porque leva a redução da imunidade (quimioterápicos são imunossupressores, levam a uma leucopenia e alguns anestésicos também levam a imunossupressão, o que pode agravar o quadro), além do mais os quimioterápicos podem sobrecarregar o fígado e o rim, que são as principais vias de metabolização e eliminação do quimioterápico (por isso é importante investigar esses órgãos). Já quando se diz respeito à DIABETES a glicemia pode ser medida pela glicose (em cães), já no gato utiliza-se a dosagem de frutosamina, que é uma proteína circulante que se liga pela glicose (quando o gato está acordado essa avaliação é fidedigna sem ter alteração por estresse), a fita de glicemia em gato é utilizada quando está anestesiado para não causar alterações por estresse. Já animais com HEPATOPATAS em que a função já está extremamente reduzida, o que deixa sua albumina baixa, sua pressão coloidosmótica baixa, o que deixa o animal com ascite e acúmulo de líquido no pulmão, dificultando a oxigenação desse paciente. Além do mais, o fígado produz os fatores de coagulação, estando mais propenso a hemorragias (hemograma, coagulograma, perfil hepático). Um animal com HIPERTIREIDISMO tem alta de T3 e T4, apresentando um estado hiperdinâmico, onde se vê o animal hipertenso, estressado, arredia, hipertenso e taquicardicodevendo, portanto, procurar neste animal uma avaliação cardióligica (eco, eletro) perfil hepático e perfil renal. Já em animal com HIPOTIREOIDISMO ele terá frequência cardíaca baixa (bradicardia), pressão baixa, paciente fica muito no sol (pressão e temperatura corporal reduzidas) teremos então que investigar todos os sistemas. Portanto, a avaliação de cada paciente é individual (indivíduo único naquele local e momento), sendo importante a interação do anestesista e como proprietário, ou senão o anestesista deve conversar com o cirurgião ou com o clínico sobre a importância das perguntas a serem feitas e também dos exames a serem realizados em processos anteriores à cirurgia. Além do mais, o anestesista tem o dever de esclarecer para o proprietário os efeitos benéficos e maléficos do procedimento cirúrgico, além de fazê-lo assinar um termo do risco anestésico. Dessa maneira, as diretrizes para buscar exames adicionais são baseadas na classificação do ASA e adequação de caso a caso, porque tudo que o anestesista faz altera a fisiologia do paciente. 12/02/2019 Serão os fármacos selecionados para o ato anestésico. No entanto, antes de anestesiar ou até mesmo de fazer uma sedação, temos que fazer uma avaliação pré-anestésica bem-feita (inclusive exames complementares, se necessário) para selecionar os fármacos, isso porque geralmente a conduta mais segura é aquela baseada nos achados do paciente, quando excluiremos os fármacos mais perigosos para aquele paciente específico. Como por exemplo os dissociativos como as cetaminas que tem característica de levar à convulsão, então se o paciente é epilético, excluo essa classe e seleciono outras que tem características anti-convulsivas. Ou seja, excluímos uns e selecionamos outros em detrimento do que o paciente apresenta. A medicação pré-anestésica é o primeiro passo antes da anestesia geral, ou seja, é toda aquela medicação que aplicamos antes dos anestésicos gerais, são fármacos tranquilizantes, sedativos ou analgésicos que facilitam o manuseio do paciente, deixa-o mais calmo e relaxado para, por exemplo, fazer um acesso vascular, fazer uma radiografia. Ou seja, são aqueles fármacos que reduzem o estresse físico e mental do paciente (trazem um conforto psíquico, controlam alterações do estresse). Os pré-anestésicos não são utilizados apenas antes de anestesia geral, mas também como sedativos e tranquilizantes para procedimentos Isadora Pires Ferreira dos Santos ambulatoriais porque na rotina nem sempre todo paciente irá fazer uma cirurgia, existe procedimentos em que temos que sedar o paciente, como raio-x, ultrassom, sutura de ferida. Objetivos da Medicação Pré-Anestésica Os OBJETIVOS desse primeiro ato pré-anestésico são: 1. REDUZIR O ESTRESSE, porque o estresse libera no nosso organismo cortisol e cotacolaminas (adrenalina e noradrenalina) que serão responsáveis pela estimulação simpática (hipertensão, hiperventilação, traquicardia), o que leva a uma desordem do nosso paciente; 2. RELAXAMENTO MUSCULAR, como umpincher com uma fratura de fêmur, o cirurgião terá que manipular, tracionar aquele membro durante a cirurgia, assim um anestésico miorrelaxante auxilia o cirurgião, o que deixa mais fácil aquele procedimento; 3. FACILITAR MANUSEIO E PREPARO DO PACIENTE, essas medicações facilitam o manuseio inicial do paciente que é bravo, estressado, por exemplo, atenua a agressividade do paciente, diminuindo o risco de manuseio inicial; 4. PERMITIR REALIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCAL, como laceração de pele, faz um bloqueio local e para isso forneço fármacos pré-anestésicos para que o animal deixe fazer a sutura da ferida, outro exemplo é um paciente com fatura de úmero, paciente já está com dor, por isso temos que associar um analgésico para deixar o paciente mais confortável o que facilita o manuseio inicial; 5. ANALGESIA PRÉ-TRANS-PÓS OPERATÓRIA (analgésico para o manuseio inicial de um paciente que está com uma fratura de úmero, paciente já está com dor, por isso temos que associar um analgésico para deixar o paciente mais confortável o que facilita seu manuseio inicial, porque as vezes mesmo que o paciente seja bonzinho, a dor o deixa desconfortável, então associo um analgésico (permite com que o médico tracione o membro) e um tranquilizante (ansiolítico, animal fica mais calmo e relaxado), além disso pode também adicionar um miorrelaxante o que facilita também a tração e o posicionamento do membro; 6. DIMINUIR SECREÇÕES diminuir as secreções em vias aéreas (anticolinérgicos facilitam realização de exames em vias aéreas facilitando alguns procedimentos); 7. PERMITIR O VÔMITO, existem fármacos que inibem o vômito e aqueles que o promovem, sendo que o vômito não é bom em algumas situações, como ocorre com um paciente que está com um olho protuso, se ele vomitar pode aumentar a pressão intracranial e aumentar a dor (o globo já está inflamado, dolorido) logo nesse caso devo associar fármacos que inibem o vômito, outro exemplo é um cachorro que comeu um anzol, logo a tendência é o animal tentar vomitar romper a mucosa do TGI devido ao aumento da pressão; 8. POTENCILIZAR OS EFEITOS DOS ANESTÉSICOS GERAIS PROMOVENDO UM SINERGISMO, todo e qualquer fármaco que associa diferentes classes farmacológicas apresentam um sinergismo entre elas, consequentemente conseguimos reduzir as doses desses fármacos tornando o procedimento mais seguro e estável, ou ainda, alguns fármacos contrabalanceiam diretamente os efeitos adversos dos outros, como a xilasina (alfa 2 adrenérgico) que promove a bradicardia e bradirritimia, mas se associada a cetamina (fármaco dissociativo) que produz um efeito simpatomimético, estimulando o sistema cardiovascular, aumentando a frequência cardíaca, ou seja, quando esses fármacos são associados mantem a estabilidade e os parâmetros do paciente; 9. COPROMOVER INDUÇÃO E RECUPERAÇÃO SUAVES, os analgésicos, mas principalmente os tranquilizantes e sedativos coíbem o segundo estágio da anestesia (quando submetemos o paciente a uma anestesia geral, existem 4 estágios: o 1º estágio da anestesia é aquele no qual o paciente está sedado, tranquilo e relaxado, já o 3º estágio é aquele no qual o paciente está inconsciente, mas na hora que faz essa transição da consciência para inconsciência, existe o 2º que é o estágio de euforia, agitação e excitação, onde ocorre um desbalanceamento do SNC, o paciente começa a ter movimentos involuntários, começa a vocalizar, o que é muito ruim. Assim, a partir do momento que na medicação pré-anestésica administra um tranquilizante, sedativo associados a um analgésico, como há redução inicial da atividade do SNC, quando formos induzir o paciente ele fará a transição da consciência para inconsciência mais rápido, pulando o segundo estágio da anestesia, que é extremamente deletério; 10. CONTRABALANCEAR EFEITOS INDESEJÁVEIS, através da prevenção de reflexos autonômicos por exemplo, quando estimula demais o bulbo Isadora Pires Ferreira dos Santos ocular, via nervo óptico o estimulo vai para o SNC e é conduzido para o nervo vago que no coração promove a liberação de acetilcolina que diminui a frequência cardíaca do paciente, promovendo a bradicardia intensa, assim em uma cirurgia se o cirurgião tracionar demais o globo ocular, a frequência durante a anestesia o REFLEXO ÓCULO CARDÍACO pode acontecer, assim a frequência despenca podendo inclusive levar a uma parada cardíaca. Dessa maneira existem alguns fármacos que são utilizados para reestabelecer a frequência cardíaca do paciente; evitar reações alérgicas (como, por exemplo, um bulldog francês que tem alergia a muitos medicamentos, assim aqueles pacientes que já passaram por outros procedimentos anestésicos e tiveram alergia, deveremos não utilizar aquelas bases farmacológicas, mas se tivermos que utilizar esse fármacos, deveremos conjuntamente administrar um anti- histamínicos). Características/efeitos ideais dos fármacos EFEITOS IDEIAIS DOS FÁRMACOS: 1. EFEITO PREVISÍVEL (quando administro o fármaco sei quanto tempo ele tem seu efeito máximo, quanto tempo o fármaco tem de duração– se leva uma hora o exame, preciso de fármacos que durem uma hora); 2. CURTA-MÉDIA DURAÇÃO (preferencialmente porque geralmente compreende períodos de média e curta duração); 3. MÍNIMOS EFEITOS DESPRESSORES (maioria dos fármacos são depressores, alteram a fisiologia do paciente, sendo que o que muda é magnitude da depressão, por isso escolhe-se fármacos que são menos depressores e modulamos através da dose); 4. POSSUIR ANTAGONISTAS/REVERSOR (é benéfico porque se administro um sedativo no qual o paciente que ficou muito deprimido e não está retornando da sedação, se tiver um antagonista que reverta toda a sedação, o paciente irá recuperar mais rápido, e não só isso, os reversores também revertem todos os efeitos deletérios, isso é ótimo, mas os antagonistas não revertem só os efeitos deletérios mas também os benéficos, inclusive efeitos analgésicos, sedativos e tranquilizantes). Grupos farmacológicos São os principais fármacos tranquilizantes utilizados na medicação pré-anestésica: FENOTIAZÍNICOS, BENZODIACEPÍNICOS, AGONISTAS DOS RECEPTORES ALFA 2 ADRENÉRGICOS, OPIOIDES (principais analgésicos), ANTICOLINÉRGICOS e DISSOCIATIVOS. 1. FENOTIAZÍNICOS Muito utilizados na rotina de pequenos animais, promovem a tranquilização do paciente, reduzindo o estresse e ansiedade, assim o animal fica calmo e relaxado, mas continua com a percepção do ambiente, porque a depressão do SNC que esses fármacos promovem é pouca. Os principais representantes são: ACEPROMAZINA (mais encontrado na rotina), CLORPROMAZINA, LEVOMEPROMAZINA. O principal mecanismo de ação que reduz a atividade do SNC promovido pelos fenotiazínicos é o antagonismo dopaminérgico ou seja, impede a liberação de dopamina e noradrenalina no SNC (esses neurotransmissores são excitatórios, logo ao reduzir os dois, o paciente fica mais relaxado). No entanto, além de promover a tranquilização, os fenotiazínicos agem em receptores promovendo efeitos deletérios sendo eles: bloqueio dos receptores alfa 1 periféricos, esses receptores promovem a vasoconstrição na musculatura, assim ao bloquear esses receptores a musculatura relaxa, a pressão cai¹ (ao fazer o bloqueio alfa 1 periférico, reduzo a RVS, o paciente fica hipotenso, então o mecanismo fisiológico para manter a pressão é o aumento da FCpara tentar jogar mais sangue para a circulação porque está muito vasodilatador); atuação em receptores de serotonina, esses receptores modulam a liberação de serotonina que reduz o limiar convulsivo do paciente (ou seja, em pacientes epiléticos tem reduzir a dose ou evitar sua utilização porque há risco de deixar o paciente mais propenso a convulsionar); ação em receptores muscarínicos (reduzem produção lacrimal, salivação); ação em receptores Isadora Pires Ferreira dos Santos histamínicos (paciente alérgico é ótimo utilizar com tranquilizante como a acepromazina que já tem característicade anti-histaminico, reduzindo a reação alérgico). ¹ Pressão arterial = Débito Cardíaco x Resistencia Vascular Periférica. Por sua vez o Débito Cardíaco = Frequencia Cardíaca x Volume Sistólico. O Volume Sistólico = RV, Inotropismo e Pós Carga. Além do mais, os fenotiazínicos tem variação quanto ao efeito em cães e gatos, é muito menor, faz mais efeitos em cães do que em gatos. Os efeitos desejáveis são: reduz dose dos anestésicos injetáveis e inalatórios de 30- 40%, isso porque se já usei um tranquilizante na medicação pré-anestésica reduzindo a atividade do SNC, os outros fármacos que vierem a seguir podem ter doses menores, consequentemente podemos ver um sinergismo e a redução dos efeitos adversos porque consigo reduzir a dose de um fármaco futuro; ação anti-emética (possui um efeito semelhante ao dramin, ou seja, evita o vômito em cães – acepran gotas); efeito antiarritmogênico (atenuam a interação das catecolaminas –adrenalina e noradrenalina- com o coração, diminuindo a taquicardia). Efeitos adversos: 1. CARDIOVASCULARES, bloqueia alfa 1 periférico que irá dilatar, reduzir a pressão arterial e em alguns pacientes ocorre uma TAQUICARDIA REFLEXA (cuidado com os pacientes que já tomam vasodilatadores, como em pacientes cardiopatas, tenho que reduzir a dose, além de poder causar uma BRADIARRITIMIA), além disso o animal pode ter uma hipotermia (porque todo o sangue da periferia estará em contato com o meio externo, muito cuidado com os filhotes que não conseguem regular a própria temperatura); 2. EPLENORELAXAMENTO, onde ocorre SEQUESTRO DE HEMÁCIAS PELO BAÇO (chega muito mais sangue no baço que irá segurar as hemácias, portanto devo evitar a dose de acepromazina para animais que são anêmicos), VASODILATAÇÃO ESPLÊNICA e REDUÇÃO DO HEMATÓCRITO; 3. RESPIRATÓRIO, REDUZ FREQUENCIA RESPIRATÓRIA mas não altera os gases sanguíneas, continua oxigenando adequadamente e liberando dióxido de carbono suficiente (porque apesar de diminuir a frequência respiratória, aumenta o volume corrente, deixando igual o volume por minuto); 4. BRAQUICEFÁLICOS são mais sensíveis aos fenatazínicos, além do mais como o paciente tem um relaxamento intenso e prolongado, isso pode prejudicar seus sistema respiratório porque sua via área é pequena (narina e traqueia) e seu palato mole é prolongado, o que obstrui via área superior, assim se o paciente fica muito relaxado, o palato pode ficar preso e até entrar em angustia respiratória, temos que intubar para ventilar ele, assim em pacientes braquicefálicos as doses tem que ser menores e monitorar a ventilação desse paciente; 5. REDUÇÃO DO LIMIAR CONVULSIVO (evitar em pacientes que tem crises epiléticas, pode desencadear uma crise convulsiva); 6. NÃO É ANALGÉSICO (se for uma fratura, para fazer um raio-x tenho que associar a um fármaco analgésico); 7. NÃO POSSUI ANTAGONISTAS (tem que esperar o tempo de ação desse fármaco e tratar o paciente). Contraindicações: 1. HEMORRAGIAS (anemia, pacientes hemorrágicos, vasodilatados); 2. DESIDRATAÇÃO/HIPOVOLEMIA (vasodilata e pode diminuir ainda mais a volemia do animal); 3. ESPLENECTOMIAS (baço fica muito grande, sequestra muita hemácia); 4. CARDIOPATAS (porque alteram todo cardiovascular do paciente, não deve usar em animal idoso). Indicação: 1. TRANQUILIZAÇÃO DE PACIENTES SEM DOR; 2. TRANSPORTE; 3. ASSOCIAÇÃO A OPIOIDES (em caso de procedimentos mais invasivos, fazendo uma neuroleptoanalgesia). Posologia: 1. ACEPROMAZINA 0,2%, latência (tempo até o início efetivo do fármaco) é de 5 a 15 minutos e duração de 2 a 4 horas; CLORPROMAZINA ou LEVOMEPROMAZINA 0,5% duração de até 4 horas. Obs. A tranquilização dos fenotiazínicos não aumenta proporcionalmente ao aumento da dose, mas aumenta sim os efeitos deletérios (efeitos adversos). Ou seja, não são dose- dependentes. Isadora Pires Ferreira dos Santos 2. BENZODIAZEPÍNICOS São TRANQUILIZANTES ANSIOLÍTICOS que tem propriedades ANTICONVULSIONANTES e MIORRELAXANTAS. Os principais benzodiazepínicos são DIAZEPAM e MIDAZOLAM. Modo de ação: os benzodiazepínicos se ligam aos receptores GABA-A no SNC aumentando a afinidade desse receptor pelo GABA (principal neurotransmissor inibitório do SNC). Assim, haverá a redução da atividade do SNC (paciente vai ficando relaxado e deprimido). Assim, a partir do momento que o GABA se liga a esses receptores, abre canais iônicos para levar um alto influxo de cloro, que tem carga negativa e irá hiperpolarizar a célula (impede a condução elétrica, reduzindo a atividade do sistema nervoso central). Efeitos desejáveis: 1. TRANQUILIZAÇÃO LEVE/DISCRETA; 2. RELAXAMENTO MUSUCLAR; 3. EFEITO ANTICONVULSIVANTE; 4. POTENCIALIZAÇÃO DE OUTROS AGENTES, quando associados a tranquilizantes, sedativos, analgésicos e anestésicos gerais, ocorrerá um sinergismo (conseguimos reduzir as doses). Efeitos adversos/desvantagens: 1. EFEITO PARADOXAL, em pacientes jovens, hígidos, alertas, ao invés de tranquilizar, vai excitar esse paciente (evitar nesses pacientes o uso isolado de benzodiazepínicos), já pacientes novos ou idosos o paciente é mais sensível, então consegue tranquilizar assim como um paciente deprimido, além do mais o risco de excitar quando faz associação é menor; 2. NÃO SÃO ANALGÉSICOS; 3. CARDIORESPIRATÓRIO, não alteram o ritmo e frequência, além de reduzir pouco a pressão arterial, ou seja, um bezodiazepínico pode ser utilizado em um paciente cardiopata; 4. SISTEMA RESPIRATÓRIO (altera minimamente a frequência respiratória). Ou seja, é muito interessante quando não quer alterar a fisiologia do paciente. Há uma pequena diferença quanto à metabolização desses 2 fármacos, o MIDAZOLAM é hidrossolúvel, facilmente absorvido quando aplicado pela via intramuscular. Além de ser metabolizado no fígado (P450), quando produz metabólitos inativos, ou seja, pode se distribuir para todo o organismo sem produzir efeitos. Já o DIAZEPAM é extremamente oleoso, é lipossolúvel (não é bom pela via intramuscular, dói e é dificilmente absorvido, absorção irregular), além do mais, quando passa pelo fígado para ser metabolizado, produz metabólitos ativos (nordiazepam e oxazepam) que são substancias que quando ganham a corrente sanguínea distribuem pelo organismo e tem efeito clínico, ou seja, também promovem efeitos tranquilizantes, sendo esse um dos principais motivos que o diazepam tem tempo de duração maior que o midazolam. DIAZEPAM: preferencia pela via intravenosa, latência é de 3 a 15 minutos e a duração até 4 horas. Já o MIDAZOLAM a latência é até 5 minutos. Uso clínico: tranquilização de animais debilitados (associa-se à um opioide), como anticonvulsivantes, durante a indução anestésica. Além do mais de 95 – 97% desses fármacos se ligam a albumina (sendo que é a porção livre que faz o efeito químico), se pegar um paciente com albumina reduzida o efeito químico é mais pronunciado, assim para esses pacientes a dose tem que ser reduzido. Além do mais metabolização é hepática, logo paciente com problema hepático tem que reduzir a dose. Cuidado com as fêmeas gestantes porque além de ultrapassar a barreira hemato-cefálico e ultrapassa a barreira transplacentária (o fígado desse neonato é prematuro, então não consegue metabolizar esse fármaco, ademais o animal jovem é mais sensível, deprimindo-o mais), isso reduz a viabilidade neonatal. Antagonista: FLUMAZENIL reverte todos os efeitos desse fármaco, sendo que as doses permitem a titulação de efeito (consigo colocar e ir avaliando o quanto o animal vai retornando, de maneira que quando vejo que o animal retornou posso parar de dar a medicação, isso é chamado de DOSE-EFEITO). Além do mais, 1 mg da dose de flumazenil para 26 mg de diazepam, já no caso do midazolam, para cada 13 mg de midazolan utilizo 1 mg de flumazenil. Isadora Pires Ferreira dos Santos 3. AGONISTAS ALFA 2 ADRENÉRGICOS Muito utilizados em pequenos animais, sendo que os principais respesentantes: XILAZINA, DETOMIDINA (basicamenteem grandes) e DEXMEDETOMIDINA. São fármacos que promovem um grau de sedação, reduzindo a atividade do SNC (redução mais acentuada do que os fármacos anteriores), paciente fica calmo, relaxado e responde menos aos estímulos externos. Exemplo, sedando um cão ou um gato com Alfa2, ele vai deitar, quase dormir, sendo que se eu chama-lo dificilmente ele vai levantar a cabeça, mas se eu o sacudir ele vai levantar a cabeça para ver o que está acontecendo ao redor. Efeito Clínico: no SNC existe o Locus coeruleus, que é o centro da vigília. Quando estamos ansiosos ou estamos prestando atenção em algo, esse centro nervoso é ativado através da liberação a noradrenalina (neurotransmissores excitatório), assim esses fármacos bloqueiam a liberação de noradrenalina no SNC. Assim, os Alfa2 Adrenérgicos se ligam aos receptores alfa 2 adrenérgicos pré-sinápticos, impedindo o influxo de cálcio para dentro da célula, impedindo a migração dessas vesículas intracelulares para evitar a liberação de noradrenalina na fenda pós- sináptica consequentemente reduz a atividade do SNC. Diferente dos Fenotiazínicos que os felinos respondiam menos que os cães, os alfa 2 adrenérgicos promovem um estado sedativo pronunciado em cães e gatos. Efeitos desejáveis: 1. SEDAÇÃO PRONUNCIADA (DOSE-DEPENDENTE), assim, a medida que a aumentamos sua dose, o efeito sedativo fica mais pronunciado, é DOSE- DEPENDENTE (mas aumenta também os efeitos adversos). 2. ANALGESIA VISCERAL, promovem a analgesia visceral (recomendado para cães e gatos que tem desconforto abdominal, fornece um pouco de analgesia). 3. MIORRELAXAMENTO são fármacos que além de promover tranquilização e sedação, promovem miorrelaxamento moderado a intenso (facilitando o manuseio). 4. SINERGISMO, são fármacos que quando associados a outros, principalmente aos anestésicos gerais possuem efeitos sinérgicos, reduzindo a utilização do anestésico geral em até 70%. Ou seja, é uma classe mais efetiva e o grau de sedação é mais intenso. 5. POSSUEM ANTAGONISTAS, revertem todos os efeitos (sedativos, adversos – bradicardia e hipotensão, mas também o efeito benéfico), por isso deve-se tomar cuidado quando utiliza só esse fármaco para promover analgesia no paciente porque se aplicar um antagonista, ele irá reverter todos os efeitos, inclusive o analgésico (paciente volta a sentir dor). Efeitos adversos: 1. CARDIOVASCULAR, promovem uma hipertensão transitória seguida de uma normotensão ou hipotensão (estimulam a elevação da pressão e posterior redução, principalmente a Xilasina), isso ocorre quando o alfa 2 se liga a um receptor alfa-2 pré- sináptico, aumentando o influxo de cálcio assim ocorre a liberação de noradrenalina, que circulante se liga ao receptor alfa 1 periférico, estimulando-o, promovendo a contração e aumento da pressão, porém esse excesso de noradrenalina na fenda pré-sináptica causa um mecanismo de retroalimentação negativa, de maneira que o neurônio pré-sináptico entende que há muita noradrenalina, assim, cessa a produção e liberação desse neurotransmissor, de maneira que ninguém mais estimula o alfa 1 periférico, dilatando o leito vascular. Pode promover bradicardia e bradiarritmia porque se a pressão aumenta muito, a frequência cardíaca reduz. No entanto, o problema é que quando se utiliza doses elevadas em que o mecanismo compensatório não acontece mais, muitas vezes o paciente vasodilata e a frequência cardíaca reduz, comprometendo o débito cardíaco, reduzindo a pressão do paciente. Ou seja, tem que ter cuidado com as doses desses fármacos porque ele são os que mais alteram fisiologia cardíaca do paciente¹. Traçado eletrocardiográfico, ONDA P = despolarização atrial, COMPLEXO QRS = despolarização ventricular; ONDE T. Então cada complexo QRS ocorre a geração de PULSO que é o sangue que vai ser ejetado do ventrículo esquerdo para circulação sistêmica. Quando utilizamos um alfa 2 adrenérgico veremos: várias ondas P seguidas, posteriormente um QRS (onda de pulsa). Isso ocorre porque a condução elétrica do nó sino- atrial para o átrio-ventricular estava tão lenta que só o átrio estava batendo, sendo que quando o ventrículo bate bizarramente, isso é chamado de Complexo Ventricular Bizarro ou Pré-Maturo (é um mecanismo de salvamento do nosso organismo, acontece quando utilizamos Isadora Pires Ferreira dos Santos Dexmetomidina com algum outro fármaco bradicardiaco, assim o risco de hipoxemia é aumentando). 2. RESPIRATÓRIO, os fármacos promovem depressão respiratória acentuada, redução do volume por minuto e a frequência respiratória, comprometendo a capacidade de absorção de oxigênio e ejeção de gás carbônico (mesmo quando utilizado em doses elevadas). Assim, doses elevadas podem causar Hipercapnia e Hipoxemia quando em doses elevadas. 3. VÔMITO, a xilasina pode ser utilizada para testar o jejum do paciente para ver o que ele tem de conteúdo gástrico; 4. HIPERGLICEMIANTE, alfa 2 reduz a secreção de insulina, consequentemente, aumenta a glicemia do paciente, portanto evitar em pacientes diabéticos; 5. INIBIÇÃO DO ADH, não utilizar em pacientes desidratados (volume circulante diminuído) porque o paciente aumenta o volume de urina – DIURESE –; 6. AUMENTAM A TONICIDADE UTERINA, fêmeas no terço final da gestação, o útero começa a contrair, logo ocorre um parto prematuro, inviabiliza a prenhes do paciente. Evitar em pacientes: desidratados; cardiopatas graves (evitar ou utilizar doses reduzidas); hemorrágicos (aumenta e depois diminui a pressão arterial); que o vomito é contraindicado (como ingestão de anzol); pacientes de risco/debilitados; choque. Uso clínico: contenção de animais indóceis pacientes indóceis; requerimento de maior relaxamento (além da depressão); analgesia complementar no trans e pós-operatório (principalmente para vísceras). Além disso há diferença de especificidade com a ligação alfa2/alfa1 sendo assim: XILAZINA 160 moléculas se ligam a alfa 2 e apenas 1 se liga ao alfa1; DETOMIDINA 260 moléculas se ligam ao receptor alfa 2, enquanto 1 se liga ao alga 1 periférico; e a DEXMEDETOMIDINA 1.620 moléculas se ligam ao receptor alfa 2, enquanto 1 molécula se liga ao alga 1 periférico. Assim, é o alfa 1 periférico que causa boa parte dos efeitos cardiovasculares ruins, então todos esses fármacos produzem os mesmos efeitos adversos, mas a magnitude e a incidência dos efeitos é menor com a dexmedetomidina, sendo que dependendo da cardiopatia do paciente posso inclusive usar a DEX porque os efeitos hemodinâmicos, quando utilizo doses reduzidas, isso não acontece. Posologia: XILAZINA: via intramuscular; latência é de 1 a 3 minutos; período de ação é de 20 – 40 minutos. Indicado para procedimentos mais rápidos e paciente hígido. DEXMEDOTOMIDINA: via intramuscular; latência de 2 a 5 minutos; período de duração de 60 – 120 minutos. Indicado para procedimentos de maior tempo de duração Antagonistas: IOMBINA é o antagonista da Xilazina, deve ser aplicado por via intramuscular ou intravenosa; ATIPAMEZOLE é o antagonista da Dexmedetomidina, pode ser utilizado por via intramuscular ou intravenoso. Além disso, lembrando que os antagonistas revertem os efeitos indesejáveis, mas também os desejáveis (analgesia e sedação). 4. ANTICOLINÉRGICOS Derivam da Atropa belladonna. São fármacos que competitivos da acetilcolina (receptor excitatório do parassimpático) nos receptores muscarinicos. Os principais são ATROPINA, ESCOPOLAMINA e GLICOPIRROLATO. Isadora Pires Ferreira dos Santos Mecanismo de ação: antagonizam a acetilcolina nos resceptores muscarinicos pós ganglionares e em diferentes sistemas vão ter seus efeitos, por exemplo: DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE SECREÇÕES (acetilcolina aumenta a salivação e salivamento, o anticolinérgico vai reduzir); DILATAÇÃO DA PUPILA; BRONCODILATADOR; REDUÇÃO DA MOTILIDADE DO TGI; AUMENTA A CONDUÇÃO E FREQUENCIA CARDÍACA. Indicações: TRATAMENTO DE BRADIARRITIMIAS JÁ PRÉ-EXISTENTES (batimento cardíaco baixo);REDUÇÃO DE SECREÇÕES; CONTRABALANCEAR O EFEITO DE OUTROS FÁRMACOS (a xilasina reduz a frequência, então tem profissionais que aplicam a atropina subcutânea e depois aplica a xilasina, ou seja, contrabalanceia os efeitos). Tratar dor visceral ou emergência, ou seja, analgésico ou emergência normalmente. Efeitos farmacológicas: CARDIOVASCULAR, bloqueio muscarínico do nodo sinoatrial elevando a frequência do paciente, assim muitas vezes, com doses muita elevadas promovo uma taquicardia e taquiarritmias (quando doses elevadas assim, deve-se tomar cuidado com os cardiopatas, além do mais o efeito pode demorar de 2-3 minutos quando intravenoso). RESPIRATÓRIO promove broncodilatação e aumenta a viscosidade das secreções (cuidado com bovinos porque salivam muito e pode tampar a via área superior). DIGESTÓRIO, redução das secreções e redução da motilidade. SNC causa sonolência (não é todo paciente que isso acontece, a atropina causa excitação). Ou seja, não deve usar anticolinérgicos em pré- medicação anestésica, porque muitas vezes causa efeito oposto, estimulando o paciente. Uso clínico: pacientes com bradiarritmia muito grave pré-existente; cirurgias intraoculares (prevenir o reflexo óculo-cardíaco); prevenir a bradicardia associada a procedimentos específicos; cirurgia em região cervical (porque o principal nervo que passa na região é o vago, que se estimulado promove as bradiarritmias); cirurgias abdominais (promovem analgesia e se o cirurgião manipular muito as vísceras pode ocorrer o reflexo víscero-vagal, onde o nervo vago libera mais acetilcolina no coração causando uma bradiarritmia). Posologia: ATROPINA: intravenoso, intramuscular e subcutâneo, com período de latência de 1 a 3 minutos, sendo que dura de 20 a 40 minutos. ESCOPOLAMINA/HIOSCINA: via intramuscular e intravenosa. 19/02/2019 5. OPIOIDES Relembrando a última aula: os pré-anestésicos são utilizados para relaxar, tranquilizar, mas falta a analgesia, sendo que a maioria dos fármacos já citados não tem essa propriedade. Por isso ao bolar uma estratégia pré-anestésica se o paciente for passar por dor, procedimentos mais invasivos, temos que colocar analgésico, sendo que na veterinária utilizamos os ANALGESICOS OPIOIDES. Assim, utilizamos os opioides como analgésicos de dor aguda e procedimentos cirúrgicos. Assim, os opióides são fármacos que promovem hipnose/analgesia, e utilizamos para dor aguda e processos cirúrgicos pois são muito potentes e assim conseguimos modular o processo doloroso porque duram muito tempo. Isadora Pires Ferreira dos Santos Os principais opioides são: METADONA, PETITINA, FENTANIL, BUTORFANOL, TRAMADOL. Sendo que esses fármacos são HIPINOANLGESICOS que promovem analgesia e sonolência induzida para que o paciente consiga retornar à consciência, assim os opióides além de promover analgesia também promovem tranquilização/ansiólise. Um exemplo, é o FENTANIL é um opioide que tranquiliza, traz uma paz, relaxamento, tranquilização. Mecanismo de ação: os opioides ATIVAM RECEPTORES ESPECÍFICOS que estão no SISTEMA NERVOSO CENTRAL e periférico, sendo eles: TIPO MU, é o principal responsável pelo efeito analgésico e adverso. Assim, quando ativados promovem a melhor qualidade analgésica, de maneira que os fármacos que conseguir ativar 100% desse receptor, terá uma maior qualidade analgésica, mas atrelado a ele vem efeitos adversos, sendo que a maioria dos efeitos adversos, depressão respiratória, depressão cardiovascular, agitação/euforia e dependência química estão relacionadas a esse receptor. Na veterinária a dependência química não é relatada, mas os principais efeitos adversos são depressão cardiorrespiratória, sendo que a ventilação fica muito comprometida (a capacidade de inalar gás carbônico e pegar oxigênio). TIPO KAPA: promovem analgesia, mas principalmente visceral, ou seja, quando o paciente passa por cirurgia que envolvem vísceras (baço, fígado). TIPO DELTA: não dá efeitos analgésicos, mas efeitos adversos são euforia e agitação (o MI também promove isso. A maioria dos fármacos atuam com mais de um receptor, ativando alguns e inibindo outros. Dessa forma, esses fármacos hiperpolarizam as células nervosas do sistema nervoso, aumentando o influxo de potássio para dentro da célula, deixando membrana hiperpolarizada, ficando mais negativa, assim o estímulo para despolarizar fica mais difícil, de maneira que quanto maior a dose, maior o efeito da analgesia. Ou seja, dependendo de quanto aumenta a dose mais hiperpolarizada a célula fica e maior o efeito da analgesia. Classificação quanto a ação: AGONISTAS TOTAIS/PUROS promovem analgesia máxima (sempre ativam 100% dos receptores MU), utilizado sempre que a cirurgia for muito invasiva, exemplo é a morfina que ativa 100% dos receptores MU AGONISTAS PACIAIS ativam o MU mas não 100%, por isso a eficácia da analgesia é moderada, utilizado para procedimentos menos invasivos por exemplo raspado de pele, exemplo é a Buprenorfina que só chega a 60% de analgesia independente da dose. AGONISTAS ANTAGONISTAS são aqueles que bloqueiam a ativação de todos receptores. Classificação quanto a potência: Fentanil e Morfina são dois OPIOIDES MI PUROS porém existem diferenças, a MORFINA começa com uma dose maior, chegando a 100% de analgesia a medida que a dose aumenta. Já o FENTANIL precisa de uma dose menor para chegar ao efeito máximo, sendo assim mais potente, por isso é mais utilizado em cirurgias mais invasivas, ou seja, é mais potente que a morfina. Além disso, não é porque é mais potente que é mais seguro, preciso de analisar/monitorar o paciente pois junto com a potência vem também os efeitos adversos (mais evidentes), como a depressão cardiorrespiratória. Classificação quanto a duração do efeito: DURAÇÃO LONGA, TRAMADOL E BUPRENORFINA (não tem no Brasil) tem duração de 8-12 horas, por isso são usados em procedimentos que demoram mais tempo, sendo que normalmente é utilizado no pós-operatório porque o tempo de duração é de mais ou menos 8 horas, não sendo tão potente, o que reduz os efeitos adversos e o torna mais seguro. DURAÇÃOINTERMEDIÁRIA MORFINA, METADONA e BUTORFANOL duram de 3-6 horas. CURTA DURAÇÃO é a MEPERIDINA que dura 2 horas, por isso não compensa em um pós-operatório. OPIOIDES DE ULTRA-CURTA DURAÇÃO, como FENTANIL que dura de 15-20 minutos, utilizado em suturas, raio-x, ultrassom, ou seja, um efeito rápido no ambulatório, porém é muito utilizado para manutenção analgésica durante um procedimento cirúrgico porque é 100x mais potente que a morfina e eu consigo controlar programando a bomba de infusão. Assim, em uma medicação pré-anestésica utilizo mais curta, intermediária e longa duração. E no transoperatório utiliza-se muito os de ultra-curta duração porque é mais potente. Isadora Pires Ferreira dos Santos Efeitos desejáveis: analgesia, sedação (efeitos hipnóticos mais evidente em cães, porque são mais tranquilos e relaxados, já em gatos jovens é mais difícil de notar), redução de doses anestésicos gerais (se utilizo um analgésico desse preciso de fornecer menores doses de anestésicos), podem ser administrados em pacientes de alto risco/debilitados (podemos utilizar um opioide excluindo sedativos e tranquilizantes, muito utilizados em animais velhos) isso acontece pelos seus efeitos adversos serem menores. Efeitos adversos: 1. SISTEMA NERVOSO CENTRAL, excitação em gatos (quando estes não possuem dor e são jovens e ativos). Podemos evitar isso associando o opioide a um tranquilizante e sedativo, inibindo/evitando os efeitos adversos (interagem com o receptor MI, assim se o paciente não está com dor, ao ativar o receptor mi como não tem processo doloroso para controlar essa ação é desviada para os efeitos adversos, como euforia e agitação). Além disso pode ser usado em pacientes com dor e animais debilitados, quando se trata de gatos; 2. CARDIOVASCULAR, diminuição da FC promovendo bradicardia/bradiarritima (porque os opioides aumentamo tônus vagal, e assim o nervo vago vai liberar acetilcolina no coração que reduz a condução elétrica) e diminuição da pressão arterial quando a morfina e meperidina forem administradas via intravenosa rapidamente, pois promovem liberação de histamina pelos mastócitos que promove vasodilatação e assim a pressão cai, por isso é importante se fizer pela via intravenosa diluir e fazer aplicação lenta – 5 minutos); 3. SISTEMA RESPIRATÓRIO, promovem depressão dose dependente (quanto maior a dose, mais compromete a ventilação, mais a FC diminui e o volume corrente, o que consequentemente diminui o volume minuto, diminuindo a quantidade de gases nos alvéolos (diminui FR), por isso é importante monitorar o paciente nesses parâmetros), sendo que essa depressão está associada principalmente à outros fármacos anestésicos gerais; 4. SISTEMA DIGESTÓRIO, podemos ver vômito (mais comum e mais esperado, isso ocorre com a morfina- 80% de chance – Para reduzir esse efeito posso associar a ACEPROMAZINA, reduz essa probabilidade em 15%), propensão ao refluxo (refluxo do ácido clorídrico e causar uma esofagite), defecação seguida de constipação (reduz atividade mioelétrica do intestino, reduzindo a motilidade intestinal - principalmente os mi totais -, em pequenos animal isso ocorre bastante, muito cuidado com equinos porque pode causar cólica); 5. OUTROS, em cães o diâmetro pupilar reduz (miose), já em gatos dilata (midríase), promovem oligúria (redução do fluxo urinário porque aumenta a tonicidade do musculo detrusor da bexiga, assim fica difícil dele abrir o esfíncter pra urina sair). Uso Clínico: dores intensas, processos mais invasivos, como toracotomia, cirurgia de coluna, cirurgia ortopédica, sendo necessário utilizar um MI total para esses. Um procedimento mais tranquilo, como tirar tumor de pele, castração de macho, posso utilizar um agonista parcial ou um agonista total e reduzir sua dose. Além do mais, para selecionar um fármaco temos que pensar no tempo analgésico, de maneira que não é porque um paciente recebeu um opioide na medicação pré anestésica que durante a cirurgia aquela dose seja suficiente, ou seja, pode ser que não precisa durante o transoperatório, mas a maioria dos animais vão precisar de fármacos para manter a analgesia durante todo o transoperatório. Posologia: MORFINA: padrão de referencia com todos os outros opioides, ativa todos os receptores, mas sua qualidade analgésica está relacionada com a ativação do RECEPTOR MI (maior qualidade analgésica) dura de 4-6 horas. Utilizamos antes da cirurgia, durante a cirurgia ou no pós-operatório. Principais efeitos adversos: vômito (associa-se a um antihemético), liberação de histamina (diluir e fazer lentamente), doses (respeitar a variabiliadede espécie-específica, gatos são mais sensíveis). METADONA: duração intermediária de 3-6 horas, ativa todos os receptores, mas tem um mecanismo de ação a mais, bloqueia os receptores N-METIL DESPARTATO – NMDA (evita a liberação de glutamato, assim ao bloquear esse receptor aumento a capacidade analgésica, por isso posso utilizar doses menores) É mais analgésica que a morfina e dificilmente promove vomito, não dá hipotensão (mesmo pela via intravenosa). No entanto seus efeitos Isadora Pires Ferreira dos Santos cardiovasculares são muito mais acentuados que a morfina, promove bradicardia, bradiritimias e o paciente vai hipoventilar mais. Ademais, promove uma tranqulização mais evidente que a morfina, mas pensando nos efeitos adversos, promove mais bradicardia e arritimias. Assim, pensando em medicação pré-anestésica, ao associar um alfa2 adrenérgico (sedativo) os efeitos adversos são menores. Dessa maneira, posso associar mas tenho que reduzir as doses ou monitorar muito bem o paciente (FC, eletrocardiográfico) ou seja, potencializo a analgesia mas os efeitos adversos são mais pronunciados. MEPERIDINA: ativa os 3 receptores, tempo de duração é 2 horas, e potencia 10 vezes menor do que a MORFINA. Quais procedimentos utilizo: procedimentos rápidos e menos invasivos. Tem um alto potencial de liberar histamina por via intravenosa, não sendo recomendado mesmo quando diluído. A molécula se assemelha a ATROPINA, ou seja, a MEPERIDINA em alguns pacientes ao invés de reduzir a frequência, aumenta a FC porque consegue bloquear a liberação de acetilcolina nos receptores muscarínicos = AÇÃO ANTI- MUSCARÍNICA DISCRETA. Obs, maioria dos opioides reduzem a frequência. FENTANIL: 100x mais potente que MORFINA, estimula todos os receptores principalmente MI, dura de 15 a 30 minutos. BUTORFANOL: tem uma particularidade, é um agonista KAPPA, mas bloqueia o receptor MI por isso é um antagonista MI. Assim, quando estimulamos KAPPA promove analgesia visceral, não sendo tão eficiente quanto os MI totais, por isso não é utilizado para cirurgias muito invasivas que não tem relação com vísceras. Mas e se um anestesiologista erra na dose de morfina, dá em excesso? Quero deixar um pouco de analgesia, mas o paciente está intoxicado por morfina, ao aplicar o BUTORFANOL reverte os efeitos depressores de MI e mantém os efeitos analgésicos do KAPPA. Além disso promove um quadro de sedação e tranquilização maior que a morfina, principalmente em felinos. É um fármaco que não promove vomito nem liberação de histamina intravenosa. TRAMADOL: tem fraca afinidade com receptor MI, ativa 100% mas não se liga tão bem a esses receptores, por isso a sua qualidade analgésica é muito inferior comparado aos outros. Ademais, tem outro mecanismo para produzir analgesia, reduz a liberação de noradrenalina e serotonina (quando em terminações nervosas, propagam o estímulo nocivo, assim ao reduzir sua liberação tem um efeito maior no controle da dor). Ou seja, sua qualidade analgésica não é muito boa, por isso é mais utilizada no PÓS-OPERATÓRIO ao invés de pré-operatório. Além disso é de longa duração, de 6-8 horas. As doses variam se for dor crônica ou pós-operatório. Antagonistas • NALOXONA: ANTAGONISTA TOTAL, reverte todos os efeitos porque bloqueia MI, KAPPA e DELTA, utilizado em situações de emergência. O ideal é calcular a maior dose, diluir ela e ir administrando lentamente por via intravenosa, é ideal ir titulando o efeito. No entanto reverte todos efeitos, tantos os ruins quanto os analgésicos, assim para evitar a reversão total de analgesia posso associar outros fármacos para o controle da dor. • BURTORFANOL: antagonista, só serve quando o paciente for intoxicado por AGONISTAS TOTAIS MI – é quando eu quero reverter os efeitos depressores mas também quero manter um pouco da analgesia. ANESTESIA DISSOCIATIVA ANESTESIA GERAL: depressão total do SNC, ou seja, produzido através de agentes anestésicos que reduzem a atividade neuronal. Isadora Pires Ferreira dos Santos Mas existe uma classe, os ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS que promovem uma falha nos diferentes centros do SNC, desorganizando o córtex sensitivo deprimindo algumas áreas e excitando outras áreas do SNC. Ou seja, quando utilizamos esses fármacos, primeiro excita e depois cursa com a depressão. Pode ser utilizada como pré-anestésico mas tem que ter cuidado porque reduz a capacidade do paciente em responder a estímulos externos, ou seja, o paciente não interpreta estímulos externos adequadamente, não vocaliza, não interage. São fármacos que induzem algum grau de analgesia suplementar (pouco), principalmente somático (procedimentos osteomusculares que não invadam cav.abdominal). Assim, são fármacos que deprimem alguns centros (paciente não responde mais o que ta acontecendo), mas mantém algumas áreas do SNC normais, principalmente quanto aos reflexos protetores como: reflexos palpebrais (para proteger o bulbo – vai piscar), reflexo de deglutição (para proteger vias aéreas). Mas tem algumas áreas do SNC que são hiperestimulada como locomoção e movimentação, ou seja, há uma hiper estimulação do músculo esquelético, paciente não controla os movimentosvoluntários, tendo movimentos como deixar o músculo muito duro e cair. Assim, paciente não tem consciência do que está acontecendo, tem reflexos protetores, isso é chamada de CATALEPSIA (movimentos descontrolados) Ou seja, maioria dos efeitos são benéficos e o que não é, que é a catelepsia tem como ser controlado. Além do mais a dose pode deixar o paciente totalmente inconsciente. Mecanismo de ação - ANTAGONIZAM O RECEPTOR NMDA, ou seja, bloqueia o NMDA, assim o glutamato para de ser liberado que é um dos principais neurotransmissores excitatórios do SNC; - AÇÃO GABAÉRGICO: ajuda o GABA que é o principal neurotransmissor inibitório do SNC; - BLOQUEIA A RECAPTAÇÃO DE CATECOLAMINAS, assim é liberado muita noradrenalina que estimula; - PROMOVE AGONISMO EM RECEPTORES OPIOIDES (sigma) mas não tem efeitos opioides; - PROMOVEM ANTAGONISMO DOS RECEPTORES MUSCARÍNICOS SNC, ou seja, a acetilcolina irá ser diminuída, é um dos principais neurotransmissores do SNP, aumentando a atuação do SISTEMA SIMPÁTICO. PRINCIPAIS REPRESENTANTES: CETAMINA E TILETAMINA. São fármacos extremamente ácidos, assim ao fazer administração pela via intramuscular (paciente sente muita dor), tem taxa de ligação com albumina cérica de 54% (assim, se um paciente está com hipoalbuminemia, a fração livre vai ser maior, por isso a dose tem que ser menor), solúvel em água (rapidamente absorvido pela via intramuscular), período de latência e duração variável (depende da espécie e via utilizada). Utilização É utilizado como ANALGESIA COADJUVANTE (aumenta a analgesia junto com um opioide ou outras classes) e CONTENÇÃO QUÍMICA (promovem um estado de sedação extremamente intensa, animal não responde aos estímulos que estamos fazendo com ele. Utilizado em animais indóceis e silvestres por ser mais seguro para o médico – o estado sedativo é muito mais intenso deixando o procedimento mais seguro, como o preparo de um procedimento). Isadora Pires Ferreira dos Santos • CETAMINA (e tiletamina) são basicamente metabolizadas pela via hepática e produz um metabólito ativo, a NORCETAMINA que ganha a corrente sanguínea e vai para o sítio efetor e desencadeia efeito químico. Potencia próxima a TILETAMINA, o que muda mais é a duração. A eliminação é renal e biliar. Assim, temos que tomar cuidado com o gato, que elimina o fármaco inalterado, assim também como hepatopatas e felinos com insuficiente renal ou obstrução uretral. Porque quando eu pego um animal com obstrução uretral ele tem insuficiência renal? Porque como a perfusão renal está comprometida a produção de urina está comprometida assim o fármaco fica recirculando atuando por um grande período de tempo. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: intramuscular (mais usual), intravenosa, a intranasal e via oral (oral é menor a eficácia de absorção, por isso aumento a dose) EFEITOS NO SNC Promovem analgesia, aumento da PRESSÃO INTRACRANIA (evitar em animais politraumatizados, que tem tumor cerebral e não posso alterar essa pressão), ESTIMULAÇÃO (posturas bizarras, espasticidade e contração muscular, hiperpasticidade muscular) para atenuar esses efeitos posso utilizar relaxantes musculares e sedativos, como BENZODIAZEPINICOS ou SEDATIVOS ALFA-2 que também são miorrelaxantes, diazepan, por exemplo); EFEITOS NO SIST CARDIOVASCULAR Estimulam o sistema nervoso simpático (SIMPATOMIMÉTICO, estimulam a liberar catecolaminas da reserva endógena, o que leva a taquicardia, hipertensão, aumento do débito cardíaco) em pacientes jovens é tolerável, mas pacientes idosos, neonatos, pacientes críticos, não é adequado utilizar esses fármacos; EFEITOS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO Respiração apnêustica (padrão irregular da ventilação, respira muito rápido e faz pausas longas) essa depressão é dose-dependente, quanto mais aumenta a dose mais o paciente hipoventila, mantém os reflexos protetores (como deglutição, se não tivesse o animal poderia regurgitar, ir conteúdo para o pulmão e causar uma bronco pneumonia, mas esses reflexos só estão presentes quando utilizo na MEDICAÇÃO PRÉANESTÉSICA). Se eu der anestésicos gerais eu perco esse reflexo. Uso clínico CETAMINA Se eu utilizar apenas como analgésico não tenho efeitos adversos, só benéficos. Efeito analgésico dose dependente: quanto mais aumento a dose mais aumento a inconsciência. CETAMINA e MIDAZOLAM: Já quando se diz sobre os efeitos associativos da cetamina o cão voltará tranquilo (cetamina: 30 min e midazolan: 45 min) e o gato irá voltar muito agitado (cetamina: 1,2 horas e midazolam: 45 min) O ideal é que o midazolam seja metabolizado por último (demora mais) Assim, nos felinos junto com a cetamina e associativo, posso associar com um tranquilizante (acepran) para atenuar os efeitos ao invés de dar tiletamina, pois o tempo de Isadora Pires Ferreira dos Santos duração é muito alto e são raros os procedimentos que demandam desse tempo todo e o gato ficaria mais tempo internado. Além do mais posso pegar um alfa2adrenérgico que tem o tempo de atuação da cirurgia e administrar. TILETAMINA ZOLAZEPAM Sempre associada à um diazepínico. Ou seja, já vem um dissociativo para bloquear os efeitos de catalepsia. Em cães a tiletamina demora de 1,2 até 1,5 horas, enquanto o zolazempam demora 1 hora pra ser metabolizado então, tem que tomar cuidado com isso no pós-operatório, porque o zolazempam é metabolizado primeiro e sobra a tiletamina fazendo efeito sozinha e o cão volta agitado. Já no gato, a tiletamina: 1,5 horas e o zolazepam dura 2,4 horas por isso ele volta tranquilo, enquanto o cachorro vai voltar agitado. O ideal é que o zolazepam seja metabolizado por último (demore mais) REVISÃO 1º passo do anestesista é fazer avaliação pré-anestésica, conversar com o proprietário, pegar o histórico clínico, fazer exames físicos bem minuciosos e se houver alteração buscar exames complementares (é preciso saber como o paciente está para excluir o que é deletério para ele para que os fármacos que sobram sejam mais efetivos e seguro pra ele). A partir dessas informações eu avalio o risco anestésico. 2º passo: risco anestésico (classificação ASA) e esclarecer o proprietário dos riscos e benefícios da cirurgia. - NEUROLEPTOANALGESIA (associar fármacos de diferentes classes para potencializar o efeito e reduzir a dose de ambos). Exemplos - Paciente: gata, 3 anos, jovem, sem alterações, exames clínicos normais.. veio para fazer ovarioestectomia. Primeira coisa a se fazer: ver o histórico, os exames clínicos e complementares. Irá ser classificada como ASA 1 e depois conversar com o proprietário. A gata não é brava, mas é ansiosa, medrosa. O que utilizar nela? Os tranquilizantes (acepromazina) não tem efeito pronunciado na espécie felina, sendo que se formos usar devemos associar a um benzodiazepínico e mais um opióide (garante analgesia pra cirurgia). Mas o que poderia usar nela que realmente vai ser efetivo? ALFA2ADRENÉRGICO, promove uma sedação mais eficiente e associo com um OPIOIDE. - Mas se a mesma paciente chegou e quer matar todo mundo? Utiliza-se um ANESTÉSICO DISSOCIATIVO, como cetamina associado a um benzodiazepínico e um opioide; ou ainda, pegar o alfa2 e associar com um anestésico dissociativo e um opioide. - Mesmo indivíduo em situação clínica diferente, atropelada e tem que fazer raio-x de fêmur, está ansiosa e está com muita dor. Chegou taquicardica e com mucosa pálida – (isso é indicação de hemorragia) Classificação: ASA 3 E pois ainda está consciente Se a taquicardia começa a piorar e começa a ter perda de consciência Classificação: ASA 4 E - Paciente muito bravo na gaiola Isadora Pires Ferreira dos Santos Dar um anestésico dissociativo para poder conseguir manipula-lo Colocar na caixa de indução anestésica e ligar o anestésico inalatório Dose baixa de acepran (tranquilizante), um miorrelaxante (midazolan), um sedativo e um opióide.Se não der certo posso aplicar novamente. - Cachorro forte musculoso de 9 anos sem alterações nos exames, precisa fazer um raio x da coxa femoral, e precisa estar tranquilho e relaxado pois vai precisar de tracionar os membros pélvicos para poder alinhar os dois fêmur Classificação: ASA 2 (por não ser mais hígido/jovem) Protocolo: miorrelaxante, benzodiazepínico, fentanil e opioide. - Cachorro filhote com 20 dias Classificação: ASA 2 (pois seus sistemas ainda estão prematuros) As doses serão muito mais baixas e só preciso de um opióide para dar analgesia pro procedimento cirúrgico que ele vai. - Cachorro com mucosa branca (anêmico) prostada com perda de conciência Classificação: ASA 4 Classe de fármaco que devo evitar: Fenotiazínicos pois eles fazem sequestro de hemácias pelo baço e diminuiria ainda mais suas hemácias Para promover uma tranquilização leve eu usaria benzodiazepínico e um analgésico pro procedimento cirúrgico - Cachorro com edema de periferia pois seu fígado está insuficiente Doses nesse paciente serão menores Classificação: ASA 4 pois não é algo controlado (mesmo com medicamento continua insuficiente) 12/03/2019 Ocorre antes do ato anestésico, sendo que por mais que tenhamos medicação pré- anestésica, o ideal é fazer a avaliação clínica, histórico clínico e depois construir um protocolo, vez que a morbidade durante a anestesia chega até 10%, sendo que as principais complicações são: respiratórias, arritmias, hipotensão, regurgitação e hipotermia. Por isso, temos que colocar na nossa cabeça que todo paciente tem um risco anestésico. Ou seja, esse valor de morbidade não é baixo, estamos longe de chegar próximo à medicina humano, não porque não temos recursos ou acesso à tecnologia, temos acesso a tudo que tem na medicina humana, o que muda são as espécies que tem particularidades fisiologias diferentes, requerendo diferentes protocolos. Além disso, temos que atentar para alterações como: raças-específicas, obesidade, idades, dentre outros aspectos que aumentam o risco de morbidade na veterinária. Por isso, que, por segurança, o passo-a-passo é 1. CONHECER O PACIENTE (histórico, exame, conversa com o proprietário, exames complementares), quando 2. DETERMINAR O RISCO ANESTÉSICO. 3. antes de qualquer procedimento anestésico, temos que ter alguns preparos, sendo que o primeiro deles é o JEJUM, porque: permite o esvaziamento gástrico, reduzindo o risco de vômito; diminui o risco de contaminação no procedimento cirúrgico (animal não tem o que vomitar). Assim, o jejum é importante vez que se aplico Morfina, por exemplo, e o animal vomitou e em seguida ficou em decúbito lateral, há risco de broncopneumonia porque o conteúdo pode ficar na traqueia; ou ainda, um animal que comeu muita ração pouco tempo antes da anestesia, mas o animal não vomitou, o estomago irá pesar, comprimindo o diafragma e pulmão, comprometendo as funções respiratórias, causa atelectasia, paciente hipoventila e fica com hipóxia. No entanto, o tempo de jejum deve ser o ponderado para o paciente, mas o comum é: ADULTOS = de 6-8 horas alimentar e hídrico de 2-4 horas; NEONATOS = alimento até 1 hora antes e não realizo jejum hídrico. Isadora Pires Ferreira dos Santos Obs. o jejum não é para todo mundo, um filhote não tem reservas hepáticas, por isso se ficar em jejum tem tendência a ficar hipoglicêmico, isso ocorre com paciente idoso e diabético. Sendo que nesses pacientes temos que monitorar a glicemia para reduzir a possibilidade de hipoglicemia. GLICEMIA NORMAL EM CÃO: 60-100. GLICEMIA NORMAL EM GATO: 70-130. Além disso, devemos fazer sempre o 4. ACESSO VASCULAR, para: administração de anestésicos, analgésicos e sedativos; é via de rápida distribuição; e situações emergenciais (como uma reação anafilática a fármacos, por exemplo, ou ainda cortar um órgão). No caso de emergências, é importante ter uma via rápida para fluido, vasopressor, por exemplo. Já para um procedimento ambulatório, é ideal fazer sempre porque é uma via rápida de acesso que pode melhorar a analgesia e sedação ou fazer fármacos de emergência. Os principais pontos de acesso vascular em cães e gatos são: JUGULAR, CEFÁLICA, SAFENA LATERAL e SAFENA MEDIAL. Exemplo, labrador com tumor hepático, é uma cirurgia que tem um alto potencial de sangramento, assim em um acesso fazemos fluido e miorelaxante, e já faremos um outro acesso de emergência, porque alguns fármacos são incompatíveis com a fluído. Mas esses dois acessos dependem do risco do que será feito no paciente. Além disso, se o paciente está muito desidratado posso pegar até 4 acessos. No que diz respeito a escolha do cateter, quanto mais grosso o calibre melhor para via de acesso rápido. Mas, como escolhemos um cateter ideal par ao nosso paciente? Pelo calibre do vaso, ou usar a fórmula: peso do paciente multiplicado por 5, sendo que o resultado dessa conta tem que ser próximo ao valor do fluxo de ml por minuto que está escrito atrás do cateter. Cateter (fluxo/ml) = peso do paciente X 5 Ainda no que diz respeito ao ACESSO VASCULAR, temos que escolher o EQUIPO, existem 2 tipos: MACROGOTAS (cada 1 ml tem 20 gotas) e MICROGOTAS (cada 1 ml tem 60 gotas). Existem, ainda, 2 métodos de infundir líquido no paciente: MÉTODO GRAVITACIONAL (paciente na gaiola e o fluído acima) ou BOMBAS DE INFUSÃO (onde calculamos a fluidoterapia e programamos o equipo de acordo com a quantidade de ml por hora que o paciente tem que tomar, além disso, a bomba apita se passa ar, se está acabando o fluído, se o paciente deita em cima da pata). O quinto passo 5. é a FLUIDOTERAPIA não é só para repor eventuais perdas do paciente, porque no sangue existem outros componentes, por isso nosso plasma é um meio de carrear substancias para diversos tecidos, assim além de células, leva íons, ou seja, utilizamos a fluidoterapia para tratemento/correção de pacientes com alterações de volume, constituição e distribuição anormal do fluido corporal no organismo. Logo, a fluidoterapia é um meio de condução e seus constituintes. Assim, na maioria dos pacientes adultos, cerca de 60% é água, sendo que 40% está no meio intracelular e outros 20% está no extracelular sendo que: 5% está no plasma e 15% no intersticial. Já em pacientes jovens cerca de 80% é água (por isso que um filhote com parvo é mais susceptível a alterações de desidratação), por isso temos que tomar cuidado com o tipo de fluido. Ademais, a fluido é sempre individualizada para cada tratamento e paciente, temos que fazer avaliação continua da necessidade e eficácia, além de calcular requerimento de volume, constituição, taxa e necessidade compartimental para aquele paciente. Por outro lado, se formos fazer intravenosa temos que tomar alguns cuidados: encanamento não pode estar estragado; pacientes que estiverem com baixa albumina, poderemos ter edema (o pior é o pulmonar); cardiopata, tenho que tomar cuidado porque pode sobrecarregar este órgão; rim tem que estar íntegro porque é por este órgão que será eliminado. Como determinamos o grau de desidratação do paciente? Associação de parâmetros clínicos como: TPC, pregueamento da pele, globo ocular, peso, DU (débito urinário). É uma avaliação simples de ser feita, mas temos que avaliar todos esses parâmetros para determinar Isadora Pires Ferreira dos Santos o grau de desidratação. Ademais, quando associamos todos esses parâmetros, poderemos classificar de acordo com esse quadro: Além disso, associados a todos esses parâmetros clínicos, temos que olhar o hematócrito e PPT (proteína plasmática total) para vermos se o paciente é anêmico ou se está desidratado. Por isso é fundamental monitorar os parâmetros clínicos e monitorar os parâmetros laboratoriais. Além disso, os sinais vão aumentando à medida que a desidratação vai aumentando. Por fim, existem vias de administração de fluidoterapia: ORAL (não é utilizado essa administração
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