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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 1. Conceito e cabimento: Recurso diferenciado, haja vista que não têm como principal finalidade a modificação da decisão, mas torná-la mais clara ou mais precisa. Os embargos têm cabimento nas seguintes situações: 1) para suprir omissão, obscuridade ou contradição do julgado (trata-se do chamado efeito integrativo ou completivo, que tem por finalidade trazer maior clareza à decisão) – art. 897-A da CLT; 2) quando houver denegação de recurso por manifesto equívoco no exame dos pressupostos recursais objetivos/extrínsecos, por exemplo, nos requisitos da tempestividade, preparo, regularidade formal e adequação – art. 897-A da CLT; 3) para correção de erro material da decisão – § 1º do art. 897-A da CLT + art. 1.022, III, do CPC; 4) para fins de prequestionamento, quando tal requisito for necessário para a interposição de outros recursos, como o recurso de revista (Súmula 297, II, do TST). É importante ressaltar que os embargos cabem tanto de sentença quanto de acórdão. 2. Fundamentação legal: Encontra-se no art. 897-A da CLT: Art. 897-A da CLT. Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. § 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. § 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. § 3º Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. Não se aplica o art. 1.023, § 1º, do CPC, que contempla prazo em dobro para os litisconsortes com diferentes procuradores para fins de oposição de embargos (OJ 310 da SDI-I do TST). 3. Requisitos formais: 3.1. Competência: Diferentemente dos demais recursos, os embargos de declaração são apresentados em uma única peça, dirigida ao juízo prolator da decisão. Observem à dinâmica processual ... Como regra geral, não haverá abertura de prazo para a parte contrária se manifestar (salvo efeito modificativo), e o próprio julgador acolherá ou não os embargos. 3.2. Preparo: Não há (art. 1.023, caput, do CPC). 3.3. Prazo: Em regra geral, os embargos de declaração serão opostos no prazo de 5 dias úteis. Prazo em dobro para a interposição de embargos declaratórios por pessoa jurídica de direito público (OJ 192 da SDI-I do TST). 4. Procedimento: Serão apresentados em uma única petição, dirigida ao juízo prolator da decisão. Referido juízo será responsável pelo julgamento dos embargos, independentemente de abertura de prazo à parte contrária para manifestação. O art. 897-A dirimiu a questão, afirmando o efeito modificativo dos embargos nos casos de omissão e contradição do julgado ou manifesto equívoco no exame dos pressupostos recursais. Possíveis situações: Por exemplo, quando, por equívoco, o magistrado fundamenta sua sentença deixando claro que dará ganho de causa ao reclamante, mas, quando do dispositivo, julga totalmente improcedentes os pedidos. Na hipótese, a sentença é manifestamente contraditória e, como tal, enseja a oposição de embargos – os quais, se providos, implicarão profunda modificação do julgado. Assim, sempre que o juiz perceber que os embargos terão efeito modificativo, deverá, de acordo com entendimento do TST, abrir vista para a parte contrária se manifestar no prazo de 5 dias, sob pena de nulidade (OJ 142 da SDI-I). Vide: art. 897-A, § 2º, da CLT e no art. 1.023, § 2º, do CPC. Fique atento!!! Caso o magistrado não proceda à abertura de prazo para manifestação nos embargos com efeito modificativo, haverá causa de nulidade de sua decisão. É importante ressaltar que a oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros recursos, exceto nos casos de intempestividade, irregularidade de representação da parte ou ausência de assinatura (art. 897-A, § 3º, da CLT). Porém, se o julgador entender que os embargos são meramente protelatórios (por exemplo, apenas têm intuito de postergar o bom andamento do processo), à parte embargante será aplicada multa de até 2% do valor da causa e, na reiteração dos embargos, até 10% (tendo, nesse caso, novo pressuposto recursal, já que outros recursos somente serão conhecidos se houver pagamento da multa). Nesse sentido, o CPC: Art. 1.026 do CPC. (...) § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. § 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.
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