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Farmacologia do Sistema Cardiovascular I 🫀 IECA, ARAgll, IRenina Aula 13 06.04.2021 Inibidores do Sistema Renina-Angiotensina 💊 Inibidores da ECA (IECAs) 💊 Bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) 💊 Inibidores diretos da renina (IDRs) Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina O efeito dos inibidores da ECA sobre a SRA consiste em inibir a conversão da AngI em angiotensina II ativa. A inibição da produção de AngII reduzirá a pressão sanguínea e potencializará a natriurese. A ECA é uma enzima que possui muitos substratos, de modo que a sua inibição também pode induzir efeitos não relacionados com a redução dos níveis de AngII. Como os inibidores da ECA aumentam os níveis de bradicinina, e como esta última estimula a biossíntese de prostaglandinas, ambas podem contribuir para os efeitos farmacológicos dos inibidores da ECA. Eles aumentam em 5 vezes os níveis circulantes do regulador natural das células-trono, a N-acetil-seril-aspartil- lisil-prolina, que pode contribuir para os efeitos cardioprotetores dos inibidores da ECA. Além disso, os inibidores da ECA aumentam a liberação de renina e a taxa de formação de AngI ao interferir na retroalimentação negativa de alça curta e de alça longa na liberação da renina. Farmacologia clínica. Os inibidores da ECA podem ser classificados em três grandes grupos, com base na sua estrutura química: (1) inibidores da ECA que contêm sulfidrila, estruturalmente relacionados com o captopril; (2) inibidores da ECA que contêm dicarboxila, estruturalmente relacionados com o enalapril (p. ex., lisinopril, benazepril, quinapril, moexipril, ramipril, trandolapril, perindopril); e (3) inibidores da ECA que contêm fósforo, estruturalmente relacionados com o fosinopril. Eles diferem com relação a potência, o fato de a inibição da ECA ser primariamente um efeito direto do próprio fármaco ou o efeito de um metabólito ativo, e farmacocinética. Com exceção do fosinopril e do espirapril (que possuem eliminação hepática e renal equilibradas), os inibidores da ECA são depurados predominantemente pelo rim. O comprometimento da função renal diminui significativamente a depuração plasmática da maioria dos inibidores da ECA, devendo-se reduzir a dose desses fármacos em pacientes com comprometimento renal. A elevação da atividade da renina plasmática torna os pacientes hiperresponsivos à hipotensão induzida por inibidores da ECA, e as doses iniciais de todos os inibidores da ECA devem serreduzidas empacientes com níveisplasmáticos elevados de renina (p. ex., pacientes com insuficiência cardíaca e pacientes com depleção de sal). Efeitos dos inibidores do sistema renina-angiotensina sobre a pressão arterial. Os inibidores da renina impedem a conversão do angiotensinogênio em angiotensina I. Os inibidores da ECA evitam a conversão da angiotensina I em angiotensina II (ambas existentes nos pulmões e localmente nos vasos sanguíneos e tecidos) e inibem a inativação da bradicinina. Ambas as ações dos inibidores da ECA levam à vasodilatação. A inibição da conversão da angiotensina I diminui a vasoconstrição mediada por AT1 e reduz a secreção de aldosterona; ambos os efeitos atuam para diminuir a pressão arterial. A inibição da atividade da cininase II resulta em níveis mais elevados de bradicinina, promovendo vasodilatação. A vasodilatação aumentada diminui a resistência vascular periférica, que reduz a pressão arterial. Em contrapartida, os antagonistas de AT1 (também conhecidos como bloqueadores dos receptores de angiotensina ou BRA) diminuem a síntese de aldosterona e interrompem a vasoconstrição, mediadas pelos receptores AT1, porém não alteram os níveis de bradicinina. Observe que a tosse induzida pela bradicinina constitui um importante efeito colateral dos inibidores da ECA, mas não dos antagonistas dos receptores AT1. Os inibidores da ECA podem precipitar hipotensão e/ou insuficiência renal aguda com a primeira dose, razão pela qual são administrados em dose inicial baixa. Esses efeitos adversos são mais comuns em pacientes com estenose bilateral da artéria renal. Neles, a função renal pode depender da atividade aumentada da angiotensina II, na medida em que os níveis elevados de angiotensina II mantêm a TFG por meio da constrição preferencial da arteríola eferente. Por esse motivo, a estenose bilateral da artéria renal constitui uma contraindicação para a terapia com inibidores da ECA. Os inibidores da ECA reduzem a síntese de aldosterona e, por conseguinte, podem provocar hiperpotassemia, a qual é mais comumente observada quando os inibidores da ECA são utilizados em associação com diuréticos poupadores de potássio, como espironolactona, amilorida e triantereno. O uso a longo prazo de inibidores da ECA retarda a progressão da disfunção contrátil cardíaca observada na insuficiência cardíaca e após infarto do miocárdio, por meio de mecanismos que ainda estão pouco elucidados, mas que podem envolver inibição de fatores de crescimento e hormônios parácrinos, que estimulam a hipertrofia patológica e fibrose do tecido. Os inibidores da ECA também podem retardar a progressão da nefropatia diabética, provavelmente pela atenuação das vias de sinalização parácrinas renais, com consequente melhora da hemodinâmica renal. Podem também ser usados em associação com alisquireno, se necessário, e estão contraindicados durante a gravidez (incluindo para tratamento da hipertensão associada à gravidez), uma vez que foram associados a risco aumentado de malformações fetais significativas. É o primeiro inibidor da ECA a ser comercializado, é um potente inibidor da ECA com Ki de 1,7 nM. Trata-se do único inibidor da ECA que contém um grupo sulfidrila. O captopril, administrado via oral, sofre rápida absorção e possui biodisponibilidade de ~75%. A biodisponibilidade é reduzida em 25-30% com alimentos, por isso ele deve ser administrado 1 hora antes das refeições. As concentrações plasmáticas máximas são alcançadas em 1 hora, e o fármaco é depurado rapidamente, com meia-vida de ~2 h. A maior parte é eliminada na urina, 40-50% na forma de captopril, e o restante na forma de dímeros de dissulfeto de captopril e dissulfeto de captopril-cisteína. A dose oral de captopril varia de 6,25-150 mg, 2-3 vezes/dia, e as doses de 6,25 mg, 3 vezes/dia, ou de 25 mg, 2 vezes/dia, mostram-se apropriadas para o início da terapia no tratamento da insuficiência cardíaca ou da hipertensão, respectivamente. A maioria dos pacientes não deve receber doses diárias superiores a 150 mg, embora a dose máxima indicada para insuficiência cardíaca seja de 450 mg/dia. Captopril Enalapril O maleato de enalapril é um pró-fármaco hidrolisado por esterases no figado, produzindo o ácido dicarboxílico ativo, o enalaprilate. O enalaprilate é um inibidor altamente potente da ECA, com Ki de 0,2 nM. Embora contenha também um "substituto prolina", o enalaprilate difere do captopril por ser um análogo de um tripeptídeo, em lugar de um dipeptídeo. O enalapril sofre rápida absorção quando administrado por via oral com biodisponibilidade de ~ 60% (que não é reduzida pela presença de alimento). Embora as suas concentrações plasmáticas máximas sejam alcançadas em 1 hora, as concentrações máximas do enalaprilate ocorrem apenas depois de 3-4 h. O enalapril apresenta meia-vida de ~3 h, enquanto o enalaprilate, em virtude de sua forte ligação à ECA, tem uma meia-vida plasmática de ~11 h. Quase todo o fármaco é eliminado pelo rim na forma de enalapril inalterado ou enalaprilate. A dose oral de enalapril varia de 2,5-40 mg/dia (em dose única ou fracionada), e as doses de 2,5 e 5 mg/dia mostram-se apropriadas para iniciar o tratamento da insuficiência cardíaca e da hipertensão, respectivamente. Enalaprilate Não é absorvido por via oral, porém está disponível para administração intravenosa quando a terapia oral não é apropriada. Para pacientes hipertensos, a dose é de 0,625-1,25 mg rv,durante 5 min. Essa dose pode ser repetida a cada 6 h. Ramipril Benazepril A clivagem do grupo éster por esterases hepáticas transforma o ramipril em ramiprilate, um inibidor da ECA que, in vitro, é aproximadamente tão potente quanto o benazeprilate e o quinaprilato. Ele é rapidamente absorvido (as concentrações máximas são alcançadas em 1 hora), e a taxa, mas não a extensão, de sua absorção oral (50-60%) é reduzida pela presença de alimento. O ramipril é metabolizado a ramiprilate e a metabólitos inativos (glicuronídeos de ramipril e ramiprilate e éster dicetopiperazina), que são excretados predominantemente pelo rim. As concentrações máximas de ramiprilate no plasma são atingidas em ~ 3 hora. O ramiprilate exibe uma cinética de eliminação trifásica, com meias-vidas de 2-4 h, de 9-18 h e ~ 50 h. Essa eliminação trifásica deve-se à extensa distribuição do fármaco por todos os tecidos (meia- vida inicial), à depuração do ramiprilate livre do plasma (meia-vida intermediária) e à dissociação da ECA tecidual (meia-vida terminal longa). A administração oral de ramipril varia de 1,25-20 mg/dia (em dose única ou fracionada). A clivagem do grupo éster por esterases hepáticas transforma o benazepril, um pró-fármaco, em benazeprilate, um inibidor da ECA que, in vitro, é mais potente que o captopril, o enalaprilate ou o lisinopril. O benazepril sofre absorção rápida, porém incompleta (37%) após administração oral (que é reduzido apenas ligeira- mente pela presença de alimento). O benazepril é quase totalmente metabolizado à benazeprilate e aos conjugados glicuronídeos de benazepril e benazeprilate, que são excretados tanto na urina quanto na bile. As concentrações máximas de benazepril e de benazeprilate no plasma são alcançadas em 0,5-1 hora e em 1-2 h, respectivamente. O benazeprilate apresenta meia-vida plasmática efetiva de 10-11 h. Com exceção dos pulmões, o benazeprilate não se acumula nos tecidos. A administração oral de benazepril varia de 5-80 mg/dia (em dose única ou fracionada). IECA I Uso Terapêutico Geral Efeitos Adversos Os efeitos adversos comuns incluem tosse seca, exantema, febre, alteração do paladar, hipotensão (em estados hipovolêmicos) e hiperpotassemia. A tosse seca, que ocorre em cerca de 10% dos pacientes, parece ser decorrente do aumento dos níveis de bradicinina e substância P na árvore pulmonar e melhora dentro de poucos dias após a interrupção. A tosse seca acontece mais frequentemente em mulheres. O angio-edema é uma reação rara, mas potencialmente fatal, que também pode ser atribuída ao aumento dos níveis de bradicinina. Os níveis de potássio devem ser monitorados durante o uso do IECA, e suplemento de potássio e diurético poupador de potássio devem ser usados com cautela devido ao risco de hiperpotassemia. Os níveis de creatinina no soro devem ser monitorados, particularmente em Como os BRAs, os IECAs retardam a progressão da nefropatia diabética e diminuem a albuminúria. Por isso, são fortemente indicados para uso em pacientes com nefropatia diabética. Os efeitos benéficos na função renal podem resultar da diminuição da pressão intraglomerular devido à vasodilatação da arteríola eferente. Os IECAs são usados no cuidado de pacientes após infarto do miocárdio e são fármacos de primeira escolha no tratamento de pacientes com disfunções sistólicas. O tratamento crônico com IECAs obtém redução sustentada da pressão arterial, regressão da hipertrofia ventricular esquerda e prevenção do remodelamento ventricular, após infarto do miocárdio. Os IECAs são os fármacos de primeira escolha para tratar a insuficiência cardíaca, os pacientes hipertensos com doença renal crônica e os pacientes com risco elevado de doença arterial coronariana. Todos os IECAs são igualmente eficazes no tratamento da hipertensão, em doses equivalentes. subjacente. Contudo, um aumento da creatinina sérica de até 30% acima da linha basal é aceitável, e por si não exige a descontinuação do tratamento. Os IECAs podem induzir malformações fetais e não devem ser usados em gestantes. pacientes com doença IECA II Os bloqueadores dos receptores de Angll ligam-se ao receptor AT1 com alta afinidade e são mais de 10.000 vezes mais seletivos para o receptor AT1 do que para o AT2. A ordem de afinidade do receptor AT1pelos BRA é a seguinte: candesartano = omesartano > irbesartano = eprosartano > telmisartano = valsartano = EXP 3174 (o metabólito ativo do losartano) > losartano. Embora a ligação dos BRAs ao receptor AT1 seja competitiva, a inibição das respostas biológicas à Angll pelos BRAs é, com frequência, insuperável (a resposta máxima à Angll não pode ser restaurada na presença do BRA, independentemente da concentração deAngll adi- cionada à preparação experimental). O mecanismo do antagonismo insuperável dos BRAs pode ser decorrente da cinética de dissociação lenta dos compostos do receptor AT1; entretanto, vários outros fatores podem contribuir, como a intemalização dos receptores induzida pelos BRA e apresença de locais de ligação alternativos no receptor AT1 para os BRA. Os BRAs inibem potentemente e de modo seletivo a maioria dos efeitos biológicos da Angll, incluindo (1) contração do músculo liso vascular induzida pela Angll, (2) respostas pressoras rápidas, (3) respostas pressoras lentas, (4) sede, (5) liberação de vasopressina, (6) secreção de aldosterona, (7) liberação de catecolaminas pelas glândulas suprarrenais, (8) aumento da neurotransmissão noradrenérgica, (9) aumento do tônus simpático, (10) alterações da função renal e (11) hipertrofia e hiperplasia celulares. Os BRA reduzem a pressão arterial em animais com hipertensão vascular renal e genética, bem como em animais transgênicos com hiperexpressão do gene darenina. Entretanto, os BRAs exercem pouco efeito sobre a pressão arterial em animais com hipertensão com baixos níveis de renina. 📌 Em contraste com os inibidores da ECA, os BRAs permitem a ativação dos receptores AT2. Os inibidores da ECA aumentam a liberação de renina; mas bloqueiam a conversão da Angl em Angii. Os BRAs também estimulam a liberação de renina; entretanto, no caso desses fármacos, esse efeito provoca um aumento de várias vezes nos níveis circulantes de Angii. Como os BRAs bloqueiam receptores AT1, esses níveis aumentados de Angii são disponíveis para ativar os receptores AT2 📌 Os BRAs reduzem a ativação dos receptores A T1 com mais eficiência do que os inibidores da ECA. Os inibidores da ECA reduzem a biossíntese da Angll produzida pela ação da ECA sobre a Angl, mas não inibem as vias alternativas de geração da Angll sem ECA. Como os BRAs bloqueiam o receptor ATb as ações da Angii através desses receptores são inibidas, independente da via bioquímica que leva à formação de Angii. O candesartano cilexetila é um pró-fármaco éster inativo, totalmente hidrolisado à forma ativa, o candesartano, durante a sua absorção pelo trato gastrintestinal. São obtidos níveis plasmáticos máximos em 3-4 h após a administração oral, com meia-vida plasmática de cerca de 9 h. A depuração plasmática do candesartano ocorre por eliminação renal (33%) e excreção biliar (67%). Esta depuração plasmática é afetada pela insuficiência renal, mas não pela insuficiência hepática leve a moderada. O candesartano cilexetila deve ser administrado por via oral, 1 ou 2 vezes/dia, até uma dose diária total de 4-32 mg. Candesartano Cilexetila Irbesartano São obtidos níveis plasmáticos máximos em cerca de 1,5-2 h após a administração oral, e a meia-vida é de 11-15 h. O irbesartano é metabolizado, em parte, ao conjugado glicuronídeo, sendo o composto original e seu conjugado glicuronídeo depurados por eliminação renal (20%) e excreção biliar (80%). A depuração plasmática do irbesartano não é afetada pelas insuficiências renal ou hepática leve a moderada. A dose oral de irbesartano é de 150-300 mg, 1 vez/dia. Aproximadamente 14%de uma dose oral são convertidos no metabólito ácido 5-carboxílico, EXP 3174, que é mais potente do que o losartano como antagonista dos receptores AT1. O metabolismo do losartano a EXP 3.174 e metabólitos inativos é mediado pelas CYP2C9 e CYP3A4. Os níveis plasmáticos máximos de losartano e EXP 3.174 são alcançados dentro de cerca de 1-3 h após a administração oral, respectivamente, e as meias-vidas plasmáticas são, respectivamente, de 2,5 e de 6-9 h. A depuração plasmática do losartano e do EXP 3.174 ocorre por depuração renal e hepática (metabolismo e excreção biliar). A depuração plasmática do losartano e do EXP 3.174 é afetada pela presença de insuficiência hepática, mas não pela renal. O losartano deve ser administrado via oral, 1 ou 2 vezes/dia, até uma dose diária total de 25-100 mg. Além de atuar como BRA, o losartano é um antagonista competitivo do receptor de tromboxano A2, atenuando a agregação plaquetária. Além disso, o EXP 3179, um metabólito ativo do losartano, sem efeitos no receptor da angiotensina, reduz a suprarregulação do mRNA da COX-2 e a geração de prostaglandinas dependente da COX. Losartana O losartano é bem tolerado em pacientes com insuficiência cardíaca, sendo comparável ao enalapril na melhora da tolerância ao exercício. O estudo Evaluation ofLosartan in the Elderly (ELITE) relatou que, em pacientes idosos com insuficiência cardíaca, O losartano mostrou-se tão eficaz quanto o captopril na melhora dos sintomas e melhora na redução da mortalidade. Entretanto, a maior redução da mortalidade obtida com o losartano não foi confirmada no estudo clínico de maior porte Losartan Heart Failure Survival Study (ELITE TI); O estudo clínico Valsartan in Acute Myocardial Infarction demonstrou que o valsartano é tão eficaz quanto o captopril em pacientes com infarto do miocárdio complicado por disfunção sistólica ventricular esquerda quanto à taxa de mortalidade de todas as causas. Tanto o valsartano quanto o candesartano reduzem a mortalidade e a morbidade em pacientes com insuficiência cardíaca. As recomendações atuais consistem em utihzar os inibidores da ECA como agentes de primeira linha para o tratamento da insuficiência cardíaca e reservar os BRAs para o tratamento da insuficiência cardíaca em pacientes que não podem tolerar os inibidores da ECA ou que apresentam uma resposta insatisfatória a esses fármacos. Olmesartano Medoxomila É um pró-fármaco éster inativo, totalmente hidrolisado à forma ativa, o olmesartano, durante sua absorção pelo trato gastrintestinal. São obtidos níveis plasmáticos máximos em 1,4-2,8 h após a administração oral, com meia-vida plasmática entre 10-15 h. A depuração plasmática do olmesartano ocorre por eliminação renal e excreção biliar. Embora a ocorrência de comprometimento renal e doença hepática diminuam a depuração plasmática do olmesartano, não há necessidade de ajuste posológico em pacientes com comprometimento renal ou hepático leve a moderado. A dose oral do olmesartano medoxomila é de 20-40 mg, 1 vez/dia. Valsatano Os níveis plasmáticos máximos surgem em 2-4 h após administração oral, e a meia-vidaplasmática é de cerca de 9 h. Apresença de alimento diminui acentuadamente a absorção. O valsartano é depurado da circulação pelo fígado (cerca de 70% da depuração total). A depuração plasmática do valsartano é afetado pela insuficiência hepática, mas não pela renal. A dose oral de valsartano é de 80-320 mg, 1 vez/dia. Uso Terapêutico Geral Todos os BRAs são aprovados para o tratamento da hipertensão. Além disso, o irbesartano e o losartano são aprovados para a nefropatia diabética, o losartano está aprovado para profilaxia do acidente vascular encefálico, e o valsartano, para pacientes com insuficiência cardíaca e para a redução da mortalidade cardiovascular em pacientes clinicamente estáveis com insuficiência ventricular esquerda ou disfunção ventricular esquerda após o infarto do miocárdio. A eficácia dos BRAs na redução da pressão arterial é comparável àquela dos inibidores da ECA e de outros anti-hipertensivos estabelecidos, com um perfil favorável de efeitos adversos. Os BRAs também estão disponíveis em combinações de dose fixa com hidroclorotiazida e anlodipino. Em geral, os BRAs são bem tolerados. A incidência de angioedema e tosse com o seu uso é muito menor do que àquela observada com inibidores da ECA. Como ocorrem com os inibidores da ECA, os BRAs têm potencial teratogênico e devem ser interrompidos durante a gravidez. Em pacientes cuja pressão sanguínea ou função renal dependem muito do SRA (p. ex., estenose da artéria renal), os BRAs podem provocar hipotensão, oligúria, azotemia progressiva ou insuficiência renal aguda. Eles podem causar hiperpotassemia em pacientes com doença renal ou naqueles em uso de suplementos de K+ ou diuréticos poupadores de K+. Os BRAs aumentam o efeito hipotensor de outros agentes anti-hipertensivos, um efeito desejável, mas que pode exigir ajuste da dose. Existem relatos pós- comercialização de anafilaxia, função hepática anormal, hepatite, neutropenia, leucopenia, agranulocitose, prurido, urticária, hiponatremia, alopecia e vasculite, incluindo a púrpura de Henoch-Schõnlein. Efeitos Adversos Bloqueadores de Aldosterona - Diurético Poupador de Potássio - Espironolactona Os mineralcorticoides provocam retenção de sal e água e aumentam a excreção de K+ e H+ ao se ligarem a receptores mineralocorticoides específicos. Mecanismo e local de ação. As células epiteliais no final do túbulo distal e dueto coletor contêm RMs citosólicos com uma alta afinidade pela aldosterona. Os RMs são membros da superfamília de receptores de hormônios esteroides, hormônios tireoidianos, vitamina D e retinoide. A aldosterona entra na célula epitelial a partir da membrana basolateral e liga-se a RMs; o complexo RM-aldosterona desloca-se para o núcleo, onde se liga a sequências específicas de DNA (elementos responsivos a hormônios) e, portanto, regula a expressão de múltiplos produtos de genes chamados de proteínas induzidas da aldosterona (PIAs). Consequentemente, o transporte transepitelial de NaCl é potencializado e a voltagem transepitelial negativa do lúmen é aumentada. O último efeito aumenta a força motriz para secreção de K+ e H+ no lúmen tubular. A espironolactona tem alguma afinidade pelos receptores de progesterona e androgênio e portando induz efeitos colaterais como ginecomastia, impotência e irregularidades menstruais. Devido a seu grupo 9,11-epóxido, a eplerenona tem afinidade muito baixa pelos receptores de progesterona e de androgênios (< 1% e < O,1%, respectivamente) comparada com espironolactona. Foi relatado que altas concentrações de espironolactona interferem com a biossíntese de esteroides ao inibir as hidroxilases esteroidais. Estes efeitos possuem importância clínica limitada. A espironolactona sofre metabolismo através de desacetilação e detioacetilação para uma variedade de metabólitos com meia-vida prolongada, destes, 7a-tiometil espironolactona é o principal metabólito ativo. Toxicidade, efeitos adversos, contraindicações, interações medicamentosas. Como ocorre com outros diuréticos poupadores de K+, os antagonistas do RM podem provocar hiperpotassemia com risco de morte. De fato, hiperpotassemia é o principal risco dos antagonistas do RM. Portanto, estes fármacos são contraindicados em pacientes com hiperpotassemia e nos que possuem maior risco de desenvolverem hiperpotassemia por causa da doença ou da administração de outros medicamentos. Os antagonistas do RM também podem induzir cirrose metabólica em pacientes com cirrose. Na ICC ajuda em diminuir o remodelamento do ventrículo esquerdo. Quando e terapia conjunta com outros diuréticos espoliadores de K. Terapia Combinada IECA e Antagonisga RCPT AngII As diferenças na farmacologia dos inibidores da ECA e dos BRAs levaram à hipótese de que a coadministração desses fármacos (“duplo bloqueio”)poderia conferir mais benefícios do que o aumento da dose de qualquer um deles administrados como agente único. No entanto, dois grandes estudos controlados e randomizados, comparando a monoterapia com IECA ou BRA com a terapia combinada, mostraram que o tratamento combinado produz mais sintomas atribuídos à hipotensão, e nenhum benefício na sobrevida de pacientes com IAM, quando comparado com a monoterapia. Sem efeito terapêutico sobre o controle da HAS. Não é utilizada. Além do risco de disfunção/lesão renal. Inibidores de Renina Os IDRs são uma classs de fármacos anti-hipertensivos que inibem o SRA na sua origem. O angiotensinogênio é o único substrato específicos para renina e sua conversão para AngI é uma etapa limitante para a geração dos componentes seguintes do SRA. Alisquireno é o único IDR aprovado para uso clínico. O alisquireno é um não peptídeo de baixo peso molecular, que é um potente inibidor competitivo da renina. Ele se liga ao sítio ativo da renina para bloquear a conversão do angiotensinogênio a Angl, assim reduzindo a produção de Angll. Em voluntários saudáveis, o alisquireno (40-640 mg/dia) induz uma redução dependente da dose na pressão sanguínea, reduz os níveis de APR e Angl e Angll, mas aumenta a concentração plasmática da renina em 16-34 vezes por causa da perda da retroalimentação negativa da alça curta pela Angll. Ele também reduz os níveis plasmáticos e urinários da aldosterona e potencializa a natriurese. Eventos adversos. O alisquireno é bem tolerado e os efeitos adversos são suaves ou comparáveis ao placebo sem diferença de sexo. Os efeitos adversos incluem leves sintomas gastrintestinais como diarreia observada com altas doses (600 mg/dia), dor abdominal, dispepsia e refluxo gastresofágico; dor de cabeça, nasofaringite, tontura, fadiga, infecção do trato respiratório superior, dor nas costas, angioedema e tosse (a tosse era muito mais rara do que com os inibidores da ECA). Outros efeitos adversos relatados para o alisquireno que eram levemente maiores comparados com o placebo incluem exantema, hipotensão, hiperpotassemia em pacientes diabéticos que recebiam a terapia combinada, elevação do ácido úrico, pedra nos rins e gota. Como outros inibidores do SRA, ele não é recomendado na gravidez. Interações medicamentosas. O alisquireno não interage com fárma- cos que, por sua vez, interagem com as CYPs. Ele reduz a absorção da furosemida em 50%. O irbesartano reduz a Cmax do alisquireno em 50%. Os níveis plasmáticos deste fármaco são elevados por fármacos, como cetoconazol, atorvastatina e ciclosporina que inibem a P-glicoproteína. Referencias
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