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Pele e Anexos A pele apresenta-se constituída por: Uma porção epitelial de origem ectodérmica (epiderme) Uma porção conjuntiva de origem mesodérmica (derme) Dependendo da espessura da epiderme, distingue-se a pele fina e a grossa. A pele espessa é encontrada na palma das mãos, planta dos pés e em algumas articulações. Abaixo da derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes. Graças a camada queratinizada da epiderme, protege o organismo contra a desidratação e contra o atrito. Suas glândulas sudoríparas participam da termorregulação e da excreção de varias substâncias. A junção entre a epiderme e a derme é irregular. A derme possui projecções, as papilas dérmicas, que se encaixam em reentrâncias da epiderme, as cristas epidérmicas, aumentando a coesão entre essas duas camadas. Os pêlos, unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias são estruturas anexas da pele. É constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. As células mais abundantes nesse epitélio são os queratinócitos. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: Melanócitos Células de Langerhans Células de Merkel A espessura e a estrutura da epiderme variam com o local estudado, sendo mais espessa e complexa na palma das mãos, planta dos pés e em algumas articulações. Nessas regiões, vista da derme para a superfície apresenta cinco camadas: Camada basal Constituída por células prismáticas ou cubóides, basófilas, repousando sobre uma membrana basal que separa a epiderme da derme. A camada basal é rica em células-tronco e é chamada de germinativa. Sendo responsável junto com a espinhosa, pela renovação da epiderme. As células da camada basal contêm filamentos intermediários de queratina. Camada espinhosa Formada por células cubóides ou ligeiramente achatadas de núcleo central, citoplasma com curtas expansões que contêm feixes de filamentos de queratina (tonofilamentos). Os filamentos de queratina e os desmossomos têm importante papel na manutenção da coesão entre as células da epiderme e na resistência ao atrito. Na camada espinhosa também existem células-tronco dos queratinócitos, e as mitoses ocorrem na camada basal e em menor número. Camada granulosa Com apenas 3-5 fileiras de células poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de grânulos basófilos, chamados grânulos de querato- hialina (que não são envolvidos por membrana). Esses grânulos contêm uma proteína rica em histidina fosforilada e também proteínas contendo cistina. Os números agrupamentos fosfato dessa histidina são responsáveis pela basofilia da querato-hialina. Camada lúcida É mais evidente na pele espessa. É constituída por uma delgada camada de células achatadas, eosinófilas e translúcidas, cujos núcleos e organelas citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e desapareceram. Camada córnea Tem espessura muito variável e é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se repleto de queratina. Na camada córnea, os tonofilamentos se aglutinam junto com uma matriz formada pelos grânulos de querato- hialina. A melanina é um pigmento de cor marrom-escura, produzido pelos melanócitos, que se encontram na junção da derme com a epiderme. Os melanócitos são células que se originam das cristas neurais do embrião e invadem a pele entre a 12ª e a 14ª semanas da vida intra-uterina. Apresentam citoplasma globoso (de onde partem os prolongamentos que penetram em reentrâncias das células das camadas basal e espinhosa e transferem os grânulos de melanina para as células dessas camadas). Os melanócitos se prendem à camada basal por meio de hemidesmossos. A melanina é sintetizada nos melanócitos com a participação da enzima tirosinase. A tirosinase também age sobre a dopa, produzindo dopa-quinona, que após varias transformações, converte-se em melanina. A tirosinase é sintetizada nos polirribossomos, introduzida nas cisternas do retículo sarcoplasmático rugoso e acumulada em vesiculas formadas no aparelho de Golgi. Nessas vesiculas (melanossomos) é aonde se inicia a síntese da melanina. Inicialmente coexistem melanina e tirosinase nos melanossomos. Grânulo de melanina É quando cessa a síntese de melanina e o melanossomo está repleto de melanina e perde a sua actividade tirosinásica. Citoplasma dos queranócitos Funcionam como depósitos de melanina e contêm maior quantidade desse pigmento. Os grânulos de melanina se fundem com os lisossomos dos queratinócitos e por isso as células mais superficiais da epiderme não têm melanina. Nas células epiteliais os grânulos de melanina localizam-se em posição supranuclear. Células de Langerhans Muito ramificadas Localizada em toda a epiderme (entre os queratinócitos) Mais frequentes na camada espinhosa Originam de células precursoras da medula óssea (transportadas pelo sangue circulante) Capazes de captas antígenos, processá-los e apresenta-los aos linfócitos T (participando da estimulação dessas células) Papel importante nas reações imunitárias cutâneas. Células de Merkel Existem em maior quantidade na pele espessa Apresentam pequenos grânulos citoplasmáticos elétron-densos, de composição desconhecida Localizam-se na parte profunda da epiderme, apoiadas na membrana basal e presas aos queratinócitos por meio de desmossomos. São mecanorreceptores (sensibilidade tátil Derme Tecido conjuntivo onde se apoia a epiderme e une a pele ao tecido subcutâneo ou hipoderme. Superficie externa irregular Apresenta saliências, papilas dérmicas As papilas são mais frequentes nas zonas sujeitas a pressões e atritos A derme é constituída por duas camadas Camada papilar Delgada Constituída por tecido conjuntivo frouxo que forma as papilas dérmicas As fibrilas especiais de colágeno inserem-se por um lado na membrana basal e pelo outro penetram profundamente na derme As fibrilas contribuem para prender a derme à epiderme Os pequenos vasos sanguíneos presentes na camadas são responsáveis pela nutrição e oxigenação da epiderme Contém fibras do sistema elástico Camada reticular Mais espessa Constituída por tecido conjuntivo denso Contém fibras do sistema elástico Fibras elásticas: responsáveis pela elasticidade da pele Hipoderme Formada por tecido conjuntivo frouxo Une de maneira pouco firme aos órgãos adjacentes Camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia Pode ter uma camada variável de tecido adiposo que quando desenvolvida, constitui o panículo adiposo. Panículo adiposo: modela o corpo, é uma reserva de energia e proporciona proteção contra o frio (a gordura é bom isolante térmico) Vasos e Receptores Sensoriais da Pele Os vasos arteriais que suprem a pele formam dois plexos: Um situa-se no limite entre a derme e a hipoderme Outro situa-se entre as duas camadas (reticular e papilar) Da camada papilar Parte um ramo para as papilas dérmicas Cada papila tem uma única alca vascular, com um ramo arterial ascendente e um venoso descendente Existem 3 plexos venosos na pele Dois nas posições descritas para as artérias Um na região media da derme Encontram-se na pele, anastomoses arteriovenosas com glomus. Têm um papel importante nos mecanismos de termorregulação. O sistema de vasos linfáticos inicia-se nas papilas dérmicas como capilares em fundo cego, que convergem para um plexo entre as camadas papilar e reticular. Desse plexo partem ramos para outro plexo localizado no limite da derme com a hipoderme. Existem receptores encapsulados e não encapsulados na dermee na hipoderme, sendo mais frequentes nas papilas dérmicas. As terminações nervosas livres são sensíveis ao toque e à pressão (receptores táteis). São sensíveis também às variações de temperatura, dor,coceira e outras sensações. Os receptores encapsulados são os corpúsculos de Ruffini, Vater-Pacini, Meissner e Krause Quando presentes, eles funcionam como mecanorreceptores. Os corpúsculos de Vater-Pacini e os de Ruffini são encontrados também no tecido conjuntivo de órgãos situados nas partes profundas do corpo, onde provavelmente são sensíveis aos movimentos dos órgãos e às pressões de uns órgãos sobre os outros. Pele Estruturas delgadas e queratinizadas Desenvolvem-se a partir de uma invaginação da epiderme Crescem descontinuamente, intercalando fases de repouso e de crescimento A fase de crescimento pode durar anos e a de repouso é da ordem de 3 meses Origina-se de uma invaginacao da epiderme (folículo piloso) que no pelo em crescimento apresenta uma dilatação terminal (o bulbo piloso) e que no centro se observa uma papila dérmica. As células que recobrem a papil dérmica formam a raiz do pelo aonde emerge o eixo do pelo. Na fase de crescimento, as células da raiz multiplicam-se e diferenciam-se em vários tipos celulares. Em certos tipos de pêlos grossos as células centrais da raiz produzem células grandes, vascuolizadas e queratinizadas que formam a medula do pelo. Córtex do pêlo: células mais queratinizadas e dispostas compactamente ao redor da medula Cutícula do pelo: células periféricas, constituídas por queratina e que envolvem o córtex como escamas Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas epiteliais que envolvem o eixo do pelo na porção inicial Uma interna Uma externa A bainha externa se continua com o epitélio da epiderme A bainha interna desaparece na altura da região onde desembocam as glândulas sebáceas no folículo. Membrana vítrea: membrana basal muito desenvolvida que separa o folículo piloso do tecido conjuntivo que o envolve A cor do pelo depende dos melanócitos localizados entre a papila e o epitélio da raiz do pelo, que fornecem a melanina às células do córtex e da medula do pelo, por processo semelhante ao que ocorre na epiderme. Embora o processo de queratinização do pelo pareçam semelhantes, eles diferem em alguns aspectos: Enquanto a epiderme produz uma camada superficial de células mortas contendo queratina relativamente mole, com pouca adesividade e que se descama continuamente, no pelo acontece o oposto. Os pêlos têm uma estrutura compacta de queratina mais dura Na epiderme, o processo de diferenciação e queratinização é continuo e tem lugar sobre toda a superfície. No pelo ele é intermitente e localizado no bulbo piloso.A papila do pêlo tem ação indutiva sobre o epitélio que o recobre, o que explica a ausência de pêlos quando ocorre a destruição da papila Enquanto na epiderme as células se diferenciam de modo uniforme, resultando na camada córnea, as células epiteliais da raiz do pêlo diferenciam-se em múltiplos tipos celulares (cada um com a sua estrutura). A actividade mitótica das células dos folículos dos pêlos é influenciada pelos hormônios androgénicos (hormônios masculinos) Unhas São placas de células queratinizadas Localizadas na superfície dorsal das falanges dos dedos A porção proximal é chamada de raiz da unha A camada córnea desse epitélio forma a cutícula da unha É constituída por escamas córneas compactas, fortemente aderidas umas às outras A transparência da unha e a pequena espessura do epitélio do leito ungueal permitem observar a cor do sangue dos vasos da derme, constituindo uma maneira de avaliar a oxigenação do sangue Glândulas da Pele Glândulas Sebáceas Situam-se na derme Os seus ductos são revestidos por epitélio estratificado Geralmente desembocam nos folículos pilosos A pele da palma das mãos e da planta dos pés não tem glândulas sebáceas Os ácinos são células arredondadas que vão acumulando no citoplasma o produto de secreção, de natureza lipídica (os núcleos vão gradualmente se tornando condensados e desaparecem) As células mais centrais do ácino morrem e se rompem formando a secreção sebácea As glândulas sebáceas são acinosas, e geralmente vários ácinos desembocam em um ducto curto As glândulas sebáceas são um exemplo de glândula holócrina, pois a formação da secreção resulta na morte das células. A secreção sebácea é uma mistura complexa de lípidos que contém triglicerídeos, ácidos graxos livres, colesterol e ésteres de colesterol. Glândulas Sudoríparas São muito numerosas São encontradas em toda pele, excetuando-se certas regiões como a glande São tubulosas simples enoveladas os seus ductos se abrem na superfície da pele As células secretoras são piramidais Entre elas e a membrana basal estão localizadas as células mioepiteliais Células mioepiteliais: ajudam a expulsar o produto da secreção Nessas glândulas existem dois tipos de células secretoras Células escuras As escuras são adjacentes ao lúmen O ápice das células escuras apresenta muitos grânulos de secreção contendo glicoproteínas O citoplasma é rico em retículo endoplasmático rugoso Células claras As claras ficam entre as escuras e as células mioepiteliais As células claras não contêm grânulos de secreção São pobres em reticulo endoplasmático rugoso Contêm muitas mitocôndrias Apresentam muitas dobras da membrana plasmática (uma característica das células que participam do transporte transepitelial de fluido e sais) A função das células claras é de produzir a parte aquosa do suor Entre elas existem delgados espaços intercelulares (canalículos). Ducto da glândula Abre-se na superfície da pele e segue um curso em hélice ao atravessar a epiderme Constituido por epitélio cúbico estratificado (duas camadas de células) que repousa sobre a membrana basal A presença dos catabólitos no suor mostra que as glândulas sudoríparas participam da excreção de substancias inúteis para o organismo. As glândulas apócrinas são inervadas por fibras adrenérgicas As glândulas merócrinas são enervadas por fibras colinérgicas As glândulas de Moll da margem das pálpebras e as cerúmen do ouvido são glândulas sudoríparas modificadas.
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