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UNIDADE 2 O drama francês dos séculos XVII e XVIII

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UNIDADE 2 O drama francês dos séculos XVII e XVIII
1. Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido por Molière, marcou seu tempo como o maior dramaturgo de sua geração e um ator excepcional, além de ter mudado os rumos do teatro francófono. Ele fez o teatro francês exceder em prestígio e fama o teatro italiano e o espanhol. Isto foi possível por causa da maneira arguta com que soube alinhar os anseios do homem comum com as maneiras de entretenimento que aprazia o fidalgo, moldando a criatividade de sua pena aos rígidos cânones do classicismo, sabendo, todavia, o momento exato de transgredi-los. É certo afirmar, sobre o teatro de Molière, que:
A. O autor segue as regras da tragédia clássica em seu fazer artístico, especialmente no que tange ao status da personagem e à grandiloquência dos temas abordados. 
B. A comédia de Molière tem o sabor da farsa misturada ao gosto refinado palaciano, fazendo com que suas peças sejam singulares e conquistem tanto o povo quanto os nobres. 
C. A comedia de Molière respeita os ditames da comédia grega, sempre buscando imitar os antigos em tudo, inclusive nas fórmulas de encenação. 
D. As peças de Molière trazem à tona os sentimentos catárticos de choro e emoção, buscam suscitar torrentes de sentimentos nos espectadores, nunca a comédia saía dos parâmetros do bienséance. 
E. Ao compor Fedra, o autor se notabilizou na corte de Luís XIV, o Rei Sol, como o grande tragediógrafo do tempo, o que lhe prodigalizou favores especiais e facilidades. 
2. Ao mesmo tempo em que o teatro "renascia" na Inglaterra, os autores franceses lançavam sérias críticas à obra de Shakespeare. Quando o classicismo invadiu os palcos ingleses, o teatro Shakespeariano passou a ser enquadrado nas regras francesas: as cenas cômicas foram removidas das tragédias, por considerar-se que “violentavam” a unidade de ação. Um dos autores mais prestigiados pela aristocracia e por Luís XIV foi Molière. Ao encenar, por exemplo, Don Juan, O Tartufo, entre outros, conquistou os censores e a paixão do público. Apesar de mimetizar os dramaturgos da Grécia Antiga, o drama francês dos séculos XVII e XVIII cria e traz para o grande público tipos que não eram vistos na arte. Dentre esses tipos, está
A. A colomBina.
B. O cavaleiro.
C. O burguês.
D. O monge guerreiro.
E. A bruxa.
.3. genialidade de Molière foi, desde cedo, reconhecida e sua vida não foi fácil. Começando com o Illustre Théâtre, quando tinha 20 anos, onde fracassou e foi para a cadeia por causa de dívidas. Apesar disto, produziu uma obra numerosa e repleta de grandes sucessos. Dentre estes, está O Misantropo. Encenada pela primeira vez em 1666, não foi bem recebida na época, mas tinha entre seus maiores entusiastas Jean-Jacques Rousseau, que a considerava como a melhor obra do autor francês apesar de expressar, publicamente, odiar como Alceste era representado como um néscio, e que o público deveria apoiá-lo ao invés de lhe depreciar. Analise o trecho de O misantropo e assinale a alternativa que contém as principais características que marcam a personalidade de Alceste:(...) PHILINTE, e com rancor profundo
Vendo um homem correto viver num tal mundo.
Só encontro, em tode, vil bajulação,
Injustiça, mentira, calúnia e traição;
Eu não aguento mais, desespero, e meu plano
É cortar relações com o gênero humano. (...)
A. Dúvida e confusão com relação às palavras de inte.
B. Tristeza e melancolia geradas por uma desilusão.
C. Revolta e decepção com o gênero humano que já lhe eram habituais.
D. Ansiedade e insegurança com relação às atitudes de Dorilas.
E. Medo e frustação causados pelo diálogo com Philinte.
4. O teatro clássico francês do século XVII é radicalmente diferente dos teatros espanhol e inglês da mesma época, porque lhe falta totalmente a raiz popular. Há, nas origens, influências espanholas e da Commedia dell'Arte italiana. Por isso, o espírito barroco de época contrarreformista e absolutista teve de se acomodar às formas ditas antigas, isto é, às mal compreendidas regras aristotélicas, unidade de ação, de lugar e de tempo; enredo reduzido ao essencial e expressão verbal disciplinada pelas bienséances, ao modo de falar em boa sociedade. Nenhum teatro do passado é, pelo menos aparentemente, mais distante do nosso do que esse: mínimo de ação e mínimo de poesia. Mas é aparência. Na verdade, este é o primeiro exemplo de teatro moderno. Ao mesmo tempo, Molière, inspirado de início na Commedia dell'Arte italiana e nas recordações escolares de Terêncio, cria a fina comédia de sociedade, psicológica e satírica. Racine e Molière são tão perfeitos dentro do estilo dramático escolhido, que não será possível continuá-los. Toda continuação seria imitação e repetição. Na comédia Regnard (1655-1709), não chegou além de farsas alegres; Dancourt (1661-1725) e o romancista Le Sage, em Turcaret, cultivavam a sátira, não contra determinados tipos psicológicos, mas contra classes da sociedade. No entanto, a decadência do teatro clássico francês foi retardada pelo gênio de Marivaux e pela habilidade de Voltaire. Molière, o cômico, foi pela rigidez das regras, impedido de cultivar a tragédia (Le Misanthope). Mas Marivaux introduziu na fina comédia de costumes a psicologia erótica de Racine e criou um novo gênero (LAUTCHENBERG in HUBERT, 2010, p. 26-27). 
A partir desta leitura, é possível afirmar sobre a comédia francesa nos séculos XVII-XVIII:
A. Rompeu com as barreiras do teatro clássico, produzindo peças em que o gosto pelo pitoresco das ruas invadia completamente o ambiente palaciano: o popular se torna indissociável do erudito.
B. As peças teatrais têm forte teor religioso e imprimem a torrente de emoções em que vivia o homem, cuja alma se debatia entre o sagrado e o profano.
C. No início do século XVIII, a influência dos grandes dramaturgos do século anterior é completamente nula. A comédia de Molière é enterrada e esquecida por não se encaixar nos parâmetros estéticos setecentistas.
D. Dois grandes expoentes foram Molière e Beaumarchais, este com a sua As bodas de Fígaro e aquele com As Preciosas Ridículas.
E. O doente imaginário é a primeira peça de sucesso de Molière, é quando ele granjeia toda a fama que acompanhou a sua carreira.
5.A formação intelectual do público da tragédia era humanística. Por isso, o espírito barroco da época contrarreformista e absolutista teve que se acomodar às formas ditas antigas, isto é, às mal compreendidas regras aristotélicas, unidade de ação, de lugar e de tempo; enredo reduzido ao essencial e expressão verbal disciplinada pelas bienséances, ao modo de falar em boa sociedade. No teatro clássico francês, a posteridade aprendeu as construções lógicas e coerentes, livres das exuberâncias e incoerências. Corneille já modifica muito os enredos tomados emprestados a autores espanhóis, enriquecendo-os. Em Racine, o Jesuitismo é substituído pela psicologia religiosa do Jansenismo e a política romana pelo erotismo grego. Racine, dentro do estilo dramático escolhido, atinge os cumes do teatro de qualidade e toda continuação seria imitação e repetição. No entanto, a decadência do teatro clássico francês foi retardada pelo gênio de Marivaux e pela habilidade de Voltaire que estendeu as fronteiras do estilo trágico francês pela escolha dos enredos orientais e medievais, pela maior preocupação com detalhes arqueológicos e geográficos, e pela tendência filosófico-política (LAUTCHENBERG in HUBERT, 2010, p. 27). 
A partir da leitura do texto acima, é possível afirmar sobre a tragédia francesa nos séculos XVII-XVIII:
A. Corneille e Racine se destacam como os grandes tragediógrafos do período. Voltaire, apesar de se dedicar à tragédia, não se restringiu a ela.
B. Seguia os padrões clássicos trazendo inovações com a criação de novos tipos, adicionando elementos folclóricos ao texto e os coros às encenações.
C. O cartesianismo influencia fortemente a mentalidade artística do período, eliminando da fisiologia da tragédia francesa todo o elemento do pathos. 
D. Racine é o principal nome do período; consagra-se com suas adaptações de Medeia e Édipo.E. No século de Luís XIV predominam as comédias, os autos e as farsas. As tragédias adquirem apenas papel circunstancial na cena artística do período.

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