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Introdução a Teoria da Constituição (Conceito e estrutura de Constituição, Constitucionalismo) - RESUMO

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É um dos ramos do Direito Público e pode ser 
estudado sob três perspectivas distintas: o direito 
constitucional geral, o especial e o comparado. 
 Direito Constitucional Geral: se atém as 
definições de normas gerais para o o direito 
constitucional. 
 Direito Constitucional Especial: Ocupa-se em 
estudar a constituição atual de um Estado 
especifico. 
 Direito Constitucional Comparado: É um 
método descritivo de análise e se subdivide 
em três categorias de estudo: 
 critério temporal ou vertical: 
compara Constituições de um mesmo 
Estado, elaboradas em épocas 
diferentes 
 critério espacial ou horizontal: se 
atém a comparação de constituições 
vigentes em Estados distintos 
 critério baseado na forma de estado 
elegida: Comparar constituições que 
de países que adotam a mesma forma 
de Estado. 
 
José Joaquim Gomes Canotilho assinala que o 
Constitucionalismo é a teoria ou ideologia que ergue 
o princípio do governo limitado indispensável à 
garantia dos direitos em dimensão estruturante da 
organização político-social de uma comunidade. Para 
ele, o Constitucionalismo é uma teoria normativa da 
política, tal como a teoria da democracia ou a teoria 
do liberalismo. 
É possível dividir a evolução do constitucionalismo 
em três momentos específicos: antigo, medieval e 
moderno. 
Constitucionalismo Antigo: 
Tem sua origem na sociedade hebraica que era 
organizada em um Estado Teocrático fundado na 
Torah ou Pentateuco, documento religioso 
responsável por estabelecer limites do exercício do 
poder politico pelo governante. 
Na Grécia Antiga teve importância decisiva para o 
constitucionalismo, pois foi onde floresceram 
reflexões e ideais importantes sobre politica que 
influenciaram o constitucionalismo atual, em especial 
as referentes a democracia. 
Após atingir seu apogeu, a Grécia acabou sendo 
conquistada por Roma, que adquiriu posição de 
destaque na história em razão da politica 
expansionista. Os mais significativos contributos que a 
sociedade romana ofertou para o constitucionalismo 
foram: 
1. Apresentação de esboço da concepção que 
hoje intitulamos como separação dos poderes 
2. Significativo avanço para os direitos 
individuais 
 
Constitucionalismo Medieval: 
O fim do poderio romano na Europa Ocidental marca 
o inicio da Idade Média e o surgimento do feudalismo. 
A organização da sociedade feudal teve como traço 
marcante as relações de propriedade e a centralização 
do poder nas mãos dos senhores feudais. 
Esse contexto histórico foi propicio para o surgimento 
de movimentos ideológicos de reinvindicação de 
liberdades que discutiam meios de proteção dos 
indivíduos face as condutas arbitrárias e imprevisíveis 
dos governos absolutos. 
Na Inglaterra, a turbulência institucional verificada no 
reinado de João Sem Terra deu origem a Carta Magna 
de 1215, que obrigava o monarca a respeitar certos 
direitos dos nobres. 
 
Constitucionalismo Moderno 
Momento histórico que abrange desde as revoluções 
liberais do século XVII até o surgimento das 
Constituições do pós-guerra. Nesta fase, muitos 
consideram como o inicio efetivo do 
constitucionalismo, pois há o surgimento de 
documentos constitucionais liberais e dos 
documentos constitucionais sociais. 
O desenvolvimento do constitucionalismo moderno 
liberal é resultante das grandes revoluções liberais do 
sec. XVIII. 
 
Constitucionalismo Contemporâneo 
Tal fase desenvolve-se após o período das duas 
grandes guerras mundiais e traz novos grupos de 
direitos fundamentais, notadamente relacionados à 
necessidade de respondermos satisfatoriamente as 
novas ameaças, reveladas pelas barbáries cometidas 
durante o conflito bélico. 
Surgem os direitos de 3ª geração (direitos de 
solidariedade/fraternidade) 4ª geração (direitos 
relacionados ao pluralismo, à diversidade, à 
democracia e à informação) e 5ª geração (direito à 
paz). 
É também nesse momento que a força normativa da 
Constituição é de modo categórico confirmada. 
 
Constitucionalismo do Futuro 
O Constitucionalismo do Futuro identifica sete valores 
fundamentais que as constituições do futuro deve 
observar: verdade, solidariedade, consenso, 
continuidade, participação, integração e 
universalidade. 
1. Verdade: O texto constitucional deverá avaliar os 
temas que realmente devem ser constitucionalizados, 
evitando, assim, a previsão de “promessas vazias”. 
2. Solidariedade: Uma nova leitura do ideal de 
igualdade, com a premissa de solidariedade entre os 
povos. 
3. Consenso: O texto constitucional deverá ser fruto 
de um consenso democrático. 
4. Continuidade: as modificações realizadas no texto 
constitucional não podem abalar o projeto básico do 
documento. 
5. Participação: Deve haver participação popular para 
consagrar uma real democracia. 
6. Integração: O texto constitucional do futuro deve 
buscar meios que permitam uma integração 
espiritual, moral, ética e institucional entre os povos. 
7. Universalidade: No intuito de preservar a dignidade 
da pessoa como vetor universal, preocupa-se, então 
com, a universalização dos direitos fundamentais para 
todos os povos. 
 Em resumo 
 
Pode-se considerar a Constituição como o conjunto 
de normas fundamentais e supremas, que podem ser 
escritas ou não, responsáveis pela criação 
estruturação e organização politico-jurídica de um 
Estado. Trata-se de um documento essencial, 
imprescindível. Todo Estado a possui. 
Segundo a definição de Canotilho, uma constituição 
ideal deve conter os seguintes elementos: 
 Ser escrita 
 Possuir um conjunto de direitos e garantias 
individuais 
 Estabelecer expressamente o princípio da 
separação dos poderes 
 Adotar um sistema democrático formal 
Em razão de a Constituição tratar dos assuntos mais 
importantes do Estado, ela ocupa no ordenamento 
jurídico uma posição diferenciada, conforme é 
possível visualizar através da conhecida pirâmide de 
Kelsen, que foi pensada pra explicitar a ideia de 
hierarquia das normas que compõem o ordenamento 
jurídico, existindo normas superiores e inferiores. As 
inferiores são fundadas pelas normas superiores 
CONSTITUCIONALISMO 
Antigo 
Do povo hebreu 
Grécia 
Roma Medieval 
Moderno 
Comtemporaneo 
Do futuro 
 
 
 
Constituição 
Federal 
Leis (Complementares, 
delegadas); Resoluções, 
Decretos legistlativos e 
Medidas Provisórias 
Decretos Regulamentares, Instruções 
normativas, Portarias 
(normas fundantes) e delas retiram seu fundamento 
de validade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Constituição Federal do Brasil foi elaborada pelo 
chamado Poder Constituinte Originário e promulgada 
e 05/10/1988. 
As Constituições não podem ser imutáveis (ou 
imodificáveis), pois elas precisam se adaptar as 
mudanças sociais e a evolução histórica, senão seus 
textos perdem a sintonia com a realidade. Assim, vez 
ou outra, nossa Constituição passa por modificações, 
que são pequenos ajustes que pretendem 
rejuvenescer seu texto e adequá-lo ao momento 
histórico, tais mudanças são feitas pelo Poder 
Constituinte Derivado. 
Logo, entende-se que existem normas constitucionais 
que são originárias e normas constitucionais que são 
derivadas, contudo não hierarquia entre as normas 
constitucionais originarias e derivadas, pois, de forma 
rigorosa, todas as normas encontram-se no mesmo 
patamar. 
Contudo, embora não haja hierarquia entre essas 
normas, há uma grande diferença entre elas: as 
normas constitucionais originarias não podem ser 
declaradas inconstitucionais. Já as normas derivadas 
podem ser objeto de controle de constitucionalidade, 
pois deve ser produzidas em obediência as regras que 
o poder originário inseriu na constituição quando a 
elaborou. 
Não há hierarquia entre as normas constitucionais 
em razão de conteúdo. Também não há hierarquia 
entre as normas infraconstitucionais, tampouco entre 
leis federais, estaduais e municipais. De forma que,se 
houver um conflito entre essa ultima, é necessário 
verificar apenas qual ente da federação possui 
competência para legislar sobre o tema. 
 
 
Pode ser dividida em três partes: 
1. Preâmbulo 
2. Parte permanente ou dogmática 
3. ADCT(Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias) 
Preâmbulo 
É a 1ª parte que se nota na Constituição e vem antes 
do primeiro artigo. 
O entendimento firmado pelo STF é de que o 
preâmbulo não é uma norma constitucional. Sua 
importância é histórica, de guia/diretriz interpretativa. 
Assim, uma lei que violar o preâmbulo não pode ser 
considerada inconstitucional, pois ele não serve de 
parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
Bem como, as Constituições Estaduais não são 
obrigadas a reproduzir o preâmbulo da CF. 
Parte dogmática 
Representa o texto constitucional propriamente dito e 
se inicia no art. 1º e vai até o 250. São os artigos que 
organizam os Estados, estruturam os Poderes e 
estabelecem os direitos e garantias fundamentais. 
 
Parte Transitória – ADCT 
Seu intuito é de facilitar a passagem de uma ordem 
jurídica antiga para a nova. Suas normas são 
formalmente constitucionais, embora no texto da 
CF/88 apresente numeração própria. Essa parte 
transitória pode ser modificada por reforma 
constitucional e pode servir como parâmetro para o 
controle de constitucionalidade das leis. 
 
 
 
Normas 
Infralegais