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1 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE DIREITO FERNANDA CORRÊA HOLDING UMA EVOLUÇÃO PARA O PLANEJAMENTO PATRIMONIAL E SUCESSÓRIO SÃO PAULO 2020 2 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE DIREITO FERNANDA CORRÊA HOLDING UMA EVOLUÇÃO PARA O PLANEJAMENTO PATRIMONIAL E SUCESSÓRIO Monografia apresenta como requisito para a graduação do Grau de Bacharel em Direito da Universidade São Judas Tadeu. Orientador: Aarão Miranda SÃO PAULO 2020 3 Fernanda Corrêa HOLDING UMA EVOLUÇÃO PARA O PLANEJAMENTO PATRIMONIAL E SUCESSÓRIO Monografia apresenta como requisito para a graduação do Grau de Bacharel em Direito da Universidade São Judas Tadeu. Orientador: Aarão Miranda Aprovado em: Banca examinadora: Presidente: ___________________________ Nome: Examinadores: __________________________ Nome: __________________________ Nome: 4 Dedico a todos vocês que sempre esteve ao meu lado, prestando apoio e incentivo, em especial meus gatos, meu pai, e claro, aos professores que me guaiaram, e contribuíram para que esse trabalho fosse possível. 5 AGRADECIMENTOS Quero agradecer a todas as pessoas que me auxiliaram e tornaram possível que este trabalho fosse desempenhado. Um agradecimento ao meu professor orientador Aarão Miranda, pela competência, paciência, dedicação dando a orientação necessária na realização durante o desenvolvimento deste trabalho. Agradeço principalmente ao meu pai, minha madrinha, meu gato, namorado e meus amigos por todo o companheirismo, compreensão e pela confiança creditados que se tornou fundamenta para o desenvolvimento do mesmo. Agradeço a todas as pessoas que tornaram este trabalho possível, e foram responsáveis pelo meu sucesso, professores, autores. Sou o resultado da confiança e força de todos vocês. 6 “Faça da pedra de tropeço um degrau de subida, transforme cada fato negativo em uma experiencia positiva.” Bruce Lee 7 RESUMO A empresa de tipo Holding, geralmente, utilizada por empresários, pois, seus benefícios são dos mais plausíveis, cabendo analisar caso a caso sua viabilidade para empresa, por sua vez muito vantajosa. Neste ensaio, examina-se a viabilidade de constituição de uma holding nos independentes grupos de empresa. A metodologia utilizada para realização deste trabalho teve com intuito informar as mais diversas vantagens e claro as desvantagens de se optar por este tipo de sociedade; o intuito é mostrar as inúmeras possibilidades para que uma família possa transladar seus bens sem problemas futuros, evitando assim, desgastes, agilizando o processo de sucessão. Nos estudos realizados foi possível encontrar as melhores formas de optar por este tipo de segmento, bem como a integralização do capital social, comparando possíveis custos com a futura sucessão realizada através de inventários e através de sucessão em vida por meio de uma holding. Palavras-chave: Empresas familiares. Holding. Sucessão. Vantagens e desvantagens. 8 ABSTRACT The holding company is generally used by entrepreneurs today, therefore, its benefits for the company, and its viability for the company should be analyzed on a case-by-case basis, which in turn is often advantageous. In this essay, examine the feasibility of setting up a holding company in the independent groups of companies. The methodology used to carry out this work was intended to inform the most diverse advantages and of course the disadvantages of choosing this type of society, the intention is to show the countless possibilities for a family to move their goods without problems thus avoiding future wear and tear, streamlining the succession process. In the studies carried out, it was possible to find the best ways to opt for this type of segment, as well as the payment of the share capital, comparing possible costs with the future succession carried out through inventories and through succession in life through a holding company. Keywords: Family businesses. Holding. Succession. Advantages and disadvantages. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Modelo tridimensional da empresa familiar Pág. 25 Figura 2 - Holding e sucessão Pág. 30 Figura 3 - Constituição de holding familiar Pág. 41 10 SUMÁRIO 1. SOCIEDADE .................................................................................................................................... 13 2. A DEFINIÇÃO DE HOLDING ............................................................................................................ 17 3. SURGIMENTO DO TERMO HOLDING ............................................................................................. 18 4. TIPOS DE HOLDING ........................................................................................................................ 21 5. EMPRESA FAMILIAR E SUCESSÃO .................................................................................................. 23 6. HOLDING FAMILIAR E SUCESSÃO .................................................................................................. 29 7. VANTAGES E DESVANTAGENS NO PROCESSO SUCESSÓRIO ......................................................... 31 8. CONSTITUIÇÃO DE UMA HOLDING ............................................................................................... 38 9. PLANEJAMENTO FAMILIAR, PATRIMONIAL E SUCESSÓRIO .......................................................... 40 10. BLINDAGENS PATRIMONIAIS ..................................................................................................... 43 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 45 12. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 47 11 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo mister tratar das questões atinentes ao tema holding familiar, bem como qual a sua finalidade e de que maneira é constituída. Em suma, holding familiar é uma sociedade na qual visa trazer seguridade ao patrimônio de uma respectiva família, além de propor uma maneira pertinente para administrar todo um complexo de bens familiar. Ademais, será abordado de maneira coesa e sintática quais as vantagens e desvantagens de uma holding, quais os principais objetivos e como ela se encaixa no âmbito brasileiro. Segundo Mamede (2012, p. 55) O Holding pode centralizar a administração das diversas sociedades e unidades produtivas, dando-lhes unidade, estabelecendo metas e cobrando resultados. Dessa maneira, torna-se núcleo de irradiação de uma cultura empresarial (benchmarking) que pode até influenciar sociedades nas quais tem simples participação societária e não controle. O objetivo da pesquisa realizada é demonstrar que holding proporciona que a família mantenha o controle sobre a empresa ou patrimônio, mas ao mesmo tempo possibilita que estes herdeiros, caso não tenham aptidão suficiente para gerir os negócios, que a condução destes se dê por profissionais, de modo a garantir que não seja realizada administração que coloque em risco o patrimônio, protegendo ossócios herdeiros e assegurando sua subsistência. Portanto, entende-se como um método cabível a instituição de uma holding, de modo a possibilitar uma gestão apropriada aos bens da família e que garantirá uma proteção ilibada. O planejamento sucessório por meio da formalização de uma holding familiar patrimonial eliminará parte expressiva da carga tributária que incide regularmente sobre os processos de inventário e partilha, tais como o ITCMD (Imposto Estadual de Transmissão Causa Mortis), o que gerará uma certa isenção fiscal. Logo, aqui fala-se na bem-vinda possibilidade de não pagar impostos incidentes no momento da transmissão por via do direito sucessório, o que gerará certo conforto tributário aos envolvidos. 12 Sobretudo, reitera-se, uma vez mais, o quão benéfico será para os optantes dessa modalidade, de modo a lhes evitar quaisquer litigâncias em uma eventual partilha, o que, por si só, com a existência de uma lide, dada as circunstâncias ora aquecidas, fazem com que contendas causem um colapso e crises familiares. Segundo Mascarenhas (2012, p. 45), a palavra método vem do grego methodos, que significa caminho, em português. Método é um conjunto de técnicas que norteiam uma pesquisa ou estudo em que se busca uma resposta. Neste caso, caminho percorrido para obter uma conclusão cientifica. A metodologia de pesquisa adotada consiste em estudo monográfico de caráter exploratório, utilizando como fonte de consulta e análise a legislação brasileira, a doutrina correlata e a jurisprudência pertinente. Realizada a coleta de informações, dentre artigos e livros, leva ao conhecimento das questões envolventes de sociedades, holding e empresa familiar. Aponta âmbito qualitativo, dado que o estudo possui como objetivo a identificação das vantagens de um planejamento de uma holding no processo sucessório de uma empresa familiar, de modo a esclarecer o assunto. 13 1. SOCIEDADE A lei das S/A, situa-se tratamento jurídico complementar as holdings, em seu artigo 245, § 2, abordando sociedades controladoras e controladas, onde abrande as Holdings. Art. 243, § 2°- Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Carvalhosa (2009, p. 103) pactua em desrespeito da lei das S/A não haver uma previsão no texto das sociedades anônimas, não se faz impedido que a sociedade holding seja constituída também em sua forma limitada, ou até mesmo em outros tipos societários, pois, a terminologia não se remete a apenas um tipo societário. Desta forma, a Holding pode ser constituída em sua forma de sociedade anônima ou limitada, uma vez que, respeite os requisitos legais já impostos a cada uma das sociedades. Tratando da sociedade limitada constitui-se quando duas ou mais pessoas se juntam, formando a empresa através de um contrato social, como preceitua o artigo 1.052 do Código Civil de 2002: “Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.” Encontram-se duas características que tornam a opção pela sociedade a limitada atrativa para empresários, limitação de responsabilidade de sócios e a contratualidade. Esta primeira refere-se à integralização das quotas, tornando-se assim, responsável solidariamente pela integralização total do capital social. 14 Uma vez integralizado o capital social, continuam os sócios a responder pelo mesmo, em caso de ser ele desfalcado, na vida da sociedade […] O legislador brasileiro deu aos sócios a responsabilidade pelo total do capital social, razão por que, muito embora achando errada essa norma da lei brasileira, julgamos que ela é a que, segundo a regra legal em vigor, expressamente marca a responsabilidade dos sócios, devendo esses, assim, em qualquer circunstância, mesmo depois de integralizado o capital, responder pela integralidade do mesmo. (MARTINS, 2002, p.206) Já a característica, da contratualidade, de relevante importância para a holding familiar: A segunda característica que motivou a alarga utilização desse tipo societário é a contratualidade. As relações entre os sócios podem pautar-se nas disposições de vontade destes, sem os rigores ou balizamentos próprios do regime legal da sociedade anônima, por exemplo. (COELHO, 2008, p.153). Atualmente um dos grandes problemas envolvendo a sociedade limitada é a perda da affectio societatis, que, via de regra, leva à sua dissolução parcial ou total. Segundo Fargosi, (2003, p. 8): A "affectio societatis" é vontade de cada socio de adequar sua conduta e seus interesses pessoais, e que não coincide com as necessidades da sociedade para o cumprimento de seu objeto, é através desta conduta que se mantem durante a vida da sociedade uma situação de igualdade e equivalência entre os sócios, com esta conduta prevê que cada um deles tomem uma conduta que tenda a prevalência do interesse comum, tendo como objetivo a realização dos interesses pessoais. Entretanto, não é pacífico o conceito de affectio societatis. Por esse ponto de vista, entende Carlos Antônio Goulart Leite Jr (2006, p.112): O que pode ser vago ou impreciso é a definição de affectio, está sim carente da clareza reclamada. Esta indefinição resulta do caráter extraordinariamente abstrato e, portanto, subjetivo da affectio societatis em si mesma e sua origem genética(...). 15 Grande parte das empresas limitadas, predominantes de pessoa, seu principal pilar consiste na confiança que os sócios tem entre si, considerado a base da affectio societatis. Pertence a um conjunto de esforços entre os sócios para alcançar um objetivo em comum. (COLEHO, 2008, p.190) Conclui-se com Fábio Ulhoa Coelho (2008, p. 76) que qualquer situação que prejudique o andamento pode comprometer seriamente a continuidade, podendo ser responsável por prejuízos significativos ao coletivo e de seus bens. Contudo, veremos adiante que a ruptura por si só, não acarretaria a dissolução da empresa. Pois, veremos que no Código Civil, em seu art. 1.085, estabelece a possibilidade de exclusão do sócio em razão do acometimento de falta grave, desde que no contrato social haja a previsão de exclusão do sócio por justa causa. O entendimento jurisprudencial vem se transformando, exigindo que para exclusão dos socio seja comprovada a justa causa, não basta apenas a alegação da quebra de affectio societis. Neste sentido, merece destaque o julgado a seguir colacionado: CIVIL E COMERCIAL. RECURSO ESPECIAL. DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE. EXCLUSÃO DE SÓCIO. QUEBRA DA AFFECTIO SOCIETATIS. INSUFICIÊNCIA. (...) 5. Para exclusão judicial de sócio, não basta a alegação de quebra da affectio societatis, mas a demonstração de justa causa, ou seja, dos motivos que ocasionaram essa quebra. STJ - REsp 1.129.222-PR, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/06/2011. (g.n.). O voto emitido pela ilustre ministra relatora Nancy Andrighi, traz uma modificação no entendimento das cortes de justiça, tendo em vista a quebra da affectio societatis por si só já gerava motivo suficiente para que se procedesse com a exclusão ou com a retirada do sócio da sociedade, temos a partir desse julgado o entendimento a Colenda Corte Superior de Justiça é de que a perda da affectio societatis "autorizaria apenas a retirada dos autores, não a exclusão dos réus. Essa última, para ser deferida, exigiria a prova do descumprimento das obrigações sociais ou, pelo menos, de quem deu causa à quebra da affectio societatis". 16 Desta forma, passou a ter relevânciaprovar quanto a culpa pela quebra de affectio societatis, que até então não era necessária de acordo com o posicionamento pacificado do Superior Tribunal de Justiça. Optando pela opção de holding familiar abre-se o favorecimento para aqueles que desejam impedir o ingresso de terceiros estranhos na família como sócios. Caso, este seja o objetivo da família, a limitada permite um alcanço dessemelhante à anônima: “Ao contrário do que se verifica na sociedade anônima típica, em muitas limitadas os sócios se conhecem desde antes da constituição da sociedade, e não raro são amigos ou parentes, frequentam-se”. (COELHO, 2008, p. 109). Neste sentido temos que sociedade anônima sendo uma sociedade de capitais o que importa é a união de capitais, e não a pessoa do acionista, tornando- se ilusório o intuito personae. A incisão de estranhos no quadro societário não depende da aprovação da dos demais sócios. As sociedades anônimas são destinadas principalmente, a grandes empreendimentos. Sua formação dá-se pela divisão de ações, com as contribuições dos sócios – acionistas contribuem para o desenvolvimento das atividades econômicas da sociedade. Constata-se desta forma, que há uma diferença entre os tipos de sociedade apresentados, a sociedade limitada e anônima, a escolhe dependerá do dos objetivos da constituição da holding. Grande parte das holdings familiares acabam por optar pela limitada, por possibilitar uma maior segurança dentre seus sócios em relação ao seu quadro societário. 17 2. A DEFINIÇÃO DE HOLDING Uma holding pode ser uma maneira conivente para que não haja posterior conflito sucessório. Primeiramente, uma holding familiar constitui-se em uma forma preventiva de se realizar a antecipação de herança, em que o instituidor transferirá aos seus herdeiros as quotas-partes. Tratando-se de empresas familiares, é evidente que nestas corporações muitas vezes as discussões e brigas surgem em decorrência da confusão entre ambiente familiar e empresarial, de modo que as decisões não são tomadas de forma racional, mas sim, de maneira sentimental, o que pode acarretar grandes riscos às operações. No mais, quando bem conduzido, este processo é feito com a participação da geração da família que estiver viva, o que permite que sejam analisadas as características pessoais de cada herdeiro, permitindo não somente que se delimite a futura transferência patrimonial, mas já defina como será a administração destas empresas, pelos próprios herdeiros ou por profissionais. A Holding pode centralizar a administração das diversas sociedades e unidades produtivas, dando-lhes unidade, estabelecendo metas e cobrando resultados. Dessa maneira, torna-se núcleo de irradiação de uma cultura empresarial (benchmarking) que pode até influenciar sociedades nas quais tem simples participação societária e não controle. (MAMEDE, 2012, p. 55). O planejamento sucessório por meio da formalização de uma holding familiar patrimonial eliminará parte expressiva da carga tributária que incide regularmente sobre os processos de inventário e partilha, tais como, o ITCMD (Imposto Estadual de Transmissão Causa Mortis), o que gerará uma certa isenção fiscal. Logo, aqui fala-se na bem-vinda possibilidade de não pagar impostos incidentes no momento da transmissão por via do direito sucessório, o que gerará certo conforto tributário aos envolvidos. Sobretudo, reitera-se, uma vez mais, o quão benéfico será para os optantes dessa modalidade, de modo a lhes evitar quaisquer litigâncias em uma eventual partilha, o que, por si só, com a existência de uma lide, dada as circunstâncias ora aquecidas, fazem com que contendas causem um colapso e crises familiar. 18 3. SURGIMENTO DO TERMO HOLDING Faz-se necessário transcorrermos ao final do século XIX, alguns países da Europa, como Inglaterra, França e a Alemanha, houve um aumento no volume de empresas. Surgindo, assim, a grande crise conhecida como a Grande Depressão (1880 e 1896), pois, o mercado passou a ter mais empresas e produtos do que consumidores para tais mercadorias, causando assim, um imenso prejuízo as empresas. Conforme relato de (MIRANDA, 2011, p. 14). Este aumento ocasionou uma instabilidade financeira levando aos empresários a pensarem em soluções para evitar a perda de capital. Ao final da Depressão, a centralização do capital tornou-se um habito, dando inicio assim aos conhecidos monopólios. O monopólio existe quando há um vendedor no mercado para um bem ou serviço que não tem nenhum substituto e quando há barreiras na entrada de empresas que tencionem vender o mesmo bem ou um bem substituto. Estas barreiras protegem o vendedor da concorrência. (MIRANDA, 2011, P.7) O disposto por Miranda, leva à conclusão que o monopólio foi o antecessor da holding, visto que o mesmo, mensurava o controle de um determinado setor. Surgiram também, alguns outros métodos para o melhorar a situação em que se encontravam, porém, houveram algumas, proibições o que levou empresários, advogados e administradores a desenvolverem o método que não ferie-se a legislação, dando continuidade a ideia os juristas chegaram ao objetivo dando inicio as holdings, deste modo, vários empresários puderam administrar suas empresas sem necessidade de serem os proprietários, sendo sócios. PENA (2017, p. 57) Acrescenta, também, com a constituição das holdings foi possível que os administradores fizessem seus consumidores acreditarem que teriam a liberdade pela escolha dos produtos de empresas diferentes, embora no final o resultado voltaria sempre para a empresa original. A holding surgiu no Brasil por volta de 1976 representada através da lei n. 6.404, também conhecida como a Lei das Sociedades Anônimas. 19 A Holding pode ser definida, em linguagem simples, como uma empresa cuja finalidade básica é manter ações em outras empresas. A origem da expressão Holding está no verbo do idioma inglês to hold, que significa manter, controlar ou guardar (OLIVEIRA, 1999, p. 19). A terminologia de holding origina-se do verbo inglês to hold, tendo como classificação segurar, controlar, manter. Quando tratado de holding no caso das sociedades, denominamos como uma sociedade, com o intuito de envolver-se com outras sociedades, através de quotas ou ações de capital, dento o objetivo de domínio sobre as sociedades. CARVALHOSA (2009, p. 205) menciona que as holdings são sociedades não operacionais que tem seu patrimônio composto de ações de outras companhias. São constituídas para o exercício do poder de controle ou para a participação relevante em outras companhias, visando, constituir a coligação. Em geral, essas sociedades de participação acionária não praticam operações comerciais, apenas a administração de seu patrimônio. Quando exerce o controle, a holding tem uma relação de dominação com as suas controladas, que serão suas subsidiárias. Conforme aponta Zanetti (2012, p. 145), holding é uma figura econômica, responsável por permitir que o empresário participe de mais de uma sociedade (simples, limitada e por ações), utilizando sua participação com a resultado de controle. De acordo com Lodi (2004, p. 89), a holding tem uma visão voltada para o interior da empresa, resguardando o patrimônio e os ativos da mesma, organizando e reorganizando o organograma empresarial, com o enfoque a produtividade e não o produto ofertado e como meta, a rentabilidade, econômica e proteção do grupo gestor. Holding é uma ferramenta legal, que vem trazendo a concepção de tornar os grupos econômicos fortes e com potencial para suportar as possíveis crises que podem surgir. Seus objetivos são destacados da seguinte forma: 20 [...] resguardar os interesses de seus acionistas, através da interação em várias empresas e negócios; agir como acionista principal das empresasafiliadas, podendo, inclusive, ter a gestão administrativa dos negócios; administrar o portfólio de investimentos do grupo empresarial; prestar serviços centralizados às empresas do grupo, atuando, neste caso, como o embrião de uma administração corporativa; representar o grupo empresarial de forma estruturada e homogênea, principalmente a partir da consolidação de um conjunto de políticas de atuação administrativa (OLIVEIRA, 1995, p.19). 21 4. TIPOS DE HOLDING Parte da doutrina classifica as duas modalidades sendo a pura e a mista. Compreende Lodi e Lodi (2004, p. 104) que a Pura tem como objetivo a participação do capital de outras sociedades, deste modo, sendo apenas a controladora. Quando tratado da mista, visa a exploração de diferentes atividades empresariais, sendo responsável por contribuir, também, com bens e seus serviços. Além dos tipos citados como principais reconhece-se outras classificações como: holding administrativa, holding de participação, holding familiar. Para Lodi e Lodi (2004, p. 107) existem vinte e dois tipos de Holding sendo: a) Holding Pura: irrelevante perante a legislação tributária, utilizada somente em casos emergenciais; b) mista: função da pura com a prestação de serviços; c) controle: assegura o controle societário de outras e o domínio do próprio negócio; d) participação: quando a participação é minoritária, porém a interesse pessoal em continuar na sociedade; e) principal: denominação antiga onde a Holding era vista no topo com função 28 simplesmente decorativa e custosa; f) administrativa: administração profissionalizada das operadoras; g) setorial: sua função é agrupar as empresas por seus objetivos; h) Holding alfa ou Holding piloto: estabelece e administra o planejamento estratégico e os princípios entre sócios através de acordos societários; i) familiar: tem a função de separar grupos familiares, evitando que conflitos naturais do grupo interfiram na sociedade; j) patrimonial: visa acumular investimentos e auxiliar na sucessão, com economia de tributos sucessórios e imobiliários. Segundo o autor a mais necessária atualmente; l) derivada (Holding Ômega): transformação de uma empresa já existente em Holding. Situação vantajosa quando a sociedade a ser transformada já possui bens imóveis relevantes; m) cindida: usada para prevenir, impedir separações passionais; 22 n) incorporada: necessita de um controle maior, junção de culturas de cima pra baixo; o) fusionada: usada em parceira de negócios; p) isolada: somente utilizada quando a necessidade de negociações ou entrada de sócios externos; q) Holding em cadeia: menor investimento; r) estrela: utilizada quando ocorre desenvolvimento da família ou variação do grupo; s) pirâmide: visa crescimento empresarial ou familiar; t) aberta (S/As abertas): objetivo de captação de investidores ou globalização; u) fechada (S/A fechadas, Ltda. Etc.): é mais utilizado, pois adequa a entrada de novos sócios; v) nacional: localizada no Brasil; x) internacional: situada no exterior; Mamede e Mamede (2012, P. 89) define os tipos de Holdings sendo eles: a) Holding Pura: Objetivo exclusivo de deter participações em outras sociedades, também chamada Holding de participações; b) controle: Sociedade de participação destinada a ter o controle de uma ou mais sociedades; c) participação: Somente função de participar de outras sociedades sem deter controle; d) administração: Centralizar a administração de outras sociedades estabelecendo metas e diretrizes; e) mista: Possui participação em outras sociedades e também pratica atividade produtiva; f) patrimonial: Constituída para ser proprietária de determinado patrimônio; g) imobiliária: Criada para ser proprietária de imóveis inclusive para locação. 23 5. EMPRESA FAMILIAR E SUCESSÃO A família e a empresa são duas instituições sociais distintas e responsáveis pela base social e econômica do país. No brasil grande parte das sociedades empresárias é familiar, deste modo, é relevante o surgimento de alternativas de gestão direcionadas que influenciem a economia do país. A sociedade empresária familiar surge com um ideal de unir os membros da família, a afetividade e os laços familiares são um ponto positivo para empresas desta espécie. Segundo Mamede e Mamede (2012, p. 98) A empresa familiar pode ser analisada sob dois aspectos, o objetivo e o subjetivo. No primeiro, considera familiar a empresa cujas quotas ou ações estejam sob o controle de uma família, podendo ser administrada por seus membros. No segundo, é familiar toda empresa em que o titular do controle societário entenda como tal, ou seja, sociedades que embora estejam sob o controle da primeira geração, destinam-se a se manter com a família Para Floriani (2002, p. 106) a empresa familiar originou-se da necessidade de se perdurar um negócio, com objetivo de ampliar seu patrimônio familiar com participação de seus herdeiros, desta forma, captando os recursos ditos necessários para o crescimento e desenvolvimento de sua empresa. Dita a empresa familiar como qualquer outra empresa, o que diferencia por sua vez são as características societárias, uma vez que a mesma contem membros familiares envolvidos, deste modo, nota-se que este tipo de sociedade contém dois campos com interesses distintos a família e a organização empresarial. Lodi (1998, p. 45) define empresa familiar como aquela em que a sucessão se vincula ao fator hereditário e seus valores de organização identificando com um sobrenome de família ou com uma figura de seu fundador. Descreve também, que este tipo de empresa nasce na segunda geração de líderes, por motivos de seu criador decidir conduzir seus sucessores entre seus colaboradores mais antigos. Oliveira (1999, p. 100) caracteriza empresa familiar como sendo a sucessão de poder decisório de modo hereditária a partir de uma ou mais famílias. Dá-se partida deste tipo de organização ligando a fundadores que pertencem à mesma família e apresentem as reais intenções de manter os negócios com os valores familiares. 24 A família empresaria vai além de quotas de empresa, estão ligadas a busca de sucesso efetivo, ficando os membros responsáveis não só por deliberar, mas, a contribuir com empenho seus serviços dando aquele aspecto pessoal ao negócio, tendo em vista que toda a atividade desenvolvida pela empresa tivesse a marca, a assinatura, ou até mesmo o legado de sua família. Nesse sentido, Carneiro aduz que: Família empresária é aquela que assume a postura destinada a atender, concomitantemente, as exigências do bom desempenho dos poderes, sendo esses: a) sócios acionistas ou quotistas, com os direitos e deveres a ele inerentes; b) administradores do negócio, mediante gestão eficientes dos diversos elementos sistematicamente condicionados para a realização do objeto da empresa. (CARNEIRO, 2012, p. 80). Tratando de família dona de seu negócio, é aquela que ocupa a propriedade, mas, não se envolve na gestão das atividades empresárias, desta forma, deixa a administração a oficio de terceiro. Entre essas empresas existe certa competitividade, porém, na empresa familiar esta competitividade é interna, consiste na paixão por seu negocio e até mesmo a vaidade acarretam uma luta pelo poder e administração da mesma. Murakami, Eduardo Jacob aduz que: A competitividade, então, passou a ser um atributo perverso de sobrevivência no mundo empresarial que, além de atingir o ambiente externo (competição entre as organizações), pode provocar um rompimento de relações entre os próprios sócios ou entre os diretores das empresas (competição interna), eis que o conflito pessoal, é quase inevitável quando se considera a humanidadeque aí está, a influência das paixões e a luta pelo poder. (Murakami, Eduardo Jacob aduz, 2012, p. 78). Gladston Mamede e Eduarda Cotta Mamede (2012, p. 104) veem a interação familiar não só essencial, mas também necessária. A vida da empresa avança sobre a vida da família ou das famílias, quando não é o contrário: a vida de uma família torna-se a vida da empresa. Não é nada simples. Um observador externo que preste atenção apenas às estruturas administrativas, produtivas, mercadológicas etc. Não 25 perceberá questões vitais sobre a empresa, questões essas que se localizam fora dos estabelecimentos empresariais: seu cenário é o ambiente familiar. Há alguns doutrinadores e especialistas que discordam a respeito deste sucesso na empresa familiar perante o mercado, alegam que a falta de afetividade familiar é o melhor caminho para a administração de seus negócio, porém, Gladston Mamede (2012, p. 106), discorda e ainda relata o que importa “a qualidade da vida societária, da administração societária e da gestão empresarial, sendo que a excelência pode estar numa família ou entre técnicos profissionais”. Por outro lado o fator família pode ser um grande diferencial frente as demais empresas, pois, o elo afetivo colabora em eventuais crises, pois, dessa forma, todos os o lutaram com garras e dentes para o desenvolvimento e melhoramento dos negócios, pela paixão pela empresa e por ser sua principal fonte de renda, desta forma, entende que se e a empresa não vai bem financeiramente, ira ocasionar prejuízos nas rendas pessoais. Este tipo de preocupação nem sempre ocorre nas demais sociedades, onde este tipo de preocupação é mais superficial, estando os funcionários, não tão emprenhados e preocupados com a situação dos sócios, apenas com seus próprios empregos. Nesse sentido, Panteroni destaca as vantagens competitivas da empresa familiar: a possibilidade de utilização do nome da família para agregar valor aos produtos ou serviços comercializados; (ii) a maior propensão dos sócios controladores em injetar capital na empresa, em caso de necessidade; (iii) o envolvimento afetivo desses membros com a empresa tende a fazer com que busquem reergue-la em tempos de crise, mesmo à custa de grande esforço pessoal. (Panteroni, 2014, p. 238). Gersick (1997, p. 187) apresenta as empresas familiares como três sistemas independentes, mas superpostos sendo eles: a família, o sócio e a empresa; e separa em sete diferentes setores conforme apresenta a Figura 1. 26 Figura 1 - Modelo tridimensional da empresa familiar Fonte: Gersick (1997) Sendo: 1 – Integrantes da família que não trabalham e nem são sócios da empresa. 2 – Sócios não pertencentes à família e nem trabalham na empresa. 3 – Executivos que não são sócios e nem da família. 4 – Familiares que não são sócios e não trabalham na empresa. 5 – Sócios da família que não trabalham na empresa. 6 – Executivos e sócios não-familiares. 7 – Sócios da família que trabalham na empresa. Segundo o autor este modelo de utilização dos três círculos tem uma grande utilidade, sendo útil para a compreensão da causa de conflitos entre os membros das famílias empresárias desta forma, podem ser vistos o que está acontecendo e o porquê. Nota-se que nas diferentes definições apresentadas há uma conciliação em seu surgimento, sendo, um fundador ou até mesmo um pequeno grupo provavelmente pertencente a mesma família, a transferência dá-se por fator hereditário. Ainda, segundo Gersick (1997, p. 189) Sucede-se a necessidade da divisão da empresa e família para que dessa forma os assuntos pessoais não interfiram na no correto funcionamento da sociedade. Tendo em vista um maior planejamento 27 com o intuito de atenuar e garantir o sucesso, frente as demais organizações do ambiente de mercado. Em concordância com Lodi (1998, p. 176) o grande problema do planejamento sucessório está na estrutura da família, as diferentes maneiras que os ancestrais instruíram e foram instruídos para a continuação, a instrução dada a seus sucessores, para que as alterações de pensamento não sejam discrepantes. Em alguns casos ocorre que o fundador se preocupa com a construção de seu patrimônio e acaba não tendo o tempo adequado para preparar seus sucessores, deste modo, ocorresse a destruição do patrimônio por parte de seus herdeiros. Segundo o autor muitos desses problemas são ocasionados pela relação entre pai e filho, tendo em vista que nem sempre os familiares são os melhores sócios. Desta forma, a família deverá entrar em um consenso do que é melhor para empresa, não deixando suas questões de lado, mas, sim, vendo o que é melhor para a organização como um todo. A sucessão deve ser analisada pelo fundador estabelecendo se os herdeiros são capazes de assumir os negócios mesmo que o mesmo não seja da família. Oliveira (1999, p. 98) salienta que o processo sucessório é um dos momentos mais importantes, pois caracteriza a continuidade da empresa. Caso neste período de tempo os resultados não alcançarem o esperado pode ser que comprometa o futuro da empresa. É identificado pelo autor cinco das fases do processo sucessório, sendo: A definição dos resultados a serem alcançados, a determinação do perfil básico do profissional, a discussão dos possíveis resultados e do perfil do administrador sucessor, a escolha do executivo sucessor e a implementação e avaliação da sucessão. Identifica também, dois tipos de sucessão a familiar e a profissional. A sucessão familiar: Analisa a capacidade do herdeiro, independentemente de seu laço familiar, de sua cultura e seus valores, o nível econômico está acima do convívio pessoal e família, se há uma divisão de família e empresa, como se dá a convivência entre os parentes e agregados, incluindo a expectativa de vida dos membros relevantes da família e o exercício dos líderes da família. A sucessão profissional: Acontece no momento em que uma empresa familiar passa a ser administrada por profissionais contratados, não pertencentes ao núcleo familiar, ou quando ocorre a troca de executivos. 28 A sucessão deve ser analisada cautelosamente já que nem todos os casos a transferência é genética, exigindo esforço e dedicação deve ser planejada e estudada antes mesmo de um dos fundadores se ausentar. É de extrema relevância que tanto a geração futura como a atual estejam de acordo para conciliar o individual e coletivo, é indispensável para que o negocio se perpetue. (BERNHOEFT; GALLO, 2003, p. 90). Bornholdt (2005, p. 67) reitera que não existe um modelo pronto para realização deste modelo de planejamento sucessório, pois, cada caso é um caso, com diferentes particularidades, o que ocasiona inquietação é o poder na tomada de decisões. O poder deve ser conquistado para que tenha validade. A sucessão nada mais é do que a transferência de poder. Conforme Ferrazza (2010, p. 127) conceitua sucessão como um ato voluntario, decisivo, devendo este ser muito bem planejado e desenvolvido. Sendo este classificado como um procedimento continuo, demorado, e decisivo para o desenvolvimento das empresas familiares. Tomando como base a junção dos fatores citados, pode-se esquivar dos conflitos e preservar a organização, utilizando deste processo como uma estratégia sendo indispensável para a sustentabilidade do negócio. Compreende-se que a empresa só será familiar quando se passa o controle para a segunda geração. Geralmente, este fato só ocorre após o treinamento de sucessores capacitado, e claro, de um planejamento adequado, de modo que a próxima geração cuide e empresa perpetue nesta nova fase. 29 6. HOLDING FAMILIAR E SUCESSÃO Compreende-se que a holding familiar vem sendo mais requisitada por apresentar alguns benefícios societários, a constituição de estruturas societárias,responsável por organizar atividades tanto empresariais de apenas uma pessoa ou família, fazendo distinção aos bens de empresa e pessoais. Conforme Oliveira (1999, p. 29), no Brasil a constituição de Holding tem crescido significativamente. Um dos objetivos deste tipo de sociedade é facilitar a sucessão de empresas, questões como impostos sobre herança doações de competência do Estado ITCMD e do imposto sobre grandes fortunas de competência da União. A constituição de Holding familiar, possibilita e integralização dos bens da pessoa física no patrimônio desta sociedade, conservando para si o uso fruto, desta forma, continua a administrar seus bens. Nota-se a importância de um planejamento fiscal e tributário adequado para o aproveitamento deste material (SEABRA, 1988, OLIVEIRA, 1999, p. 32). Oliveira (1999, p. 34) Segue com o pensamento que a holding familiar é capaz muitas vezes de solucionar problemas com a escolha de sucessão para administrar os negócios, protegendo, assim, a continuidade do empreendimento. No artigo 1.784 código civil diz que: “Aberta à sucessão, a herança transmite- se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”. Ou seja, a sucessão se dá com o falecimento de seu fundador, passando seus bens para os herdeiros legítimos, extintos o testamento, ocorre a divisão proporcional conforme artigo. Conforme Mamede e Mamede (2012, p. 167) Com a morte do fundador ocorrem à sucessão, por força de lei acontece quando os bens passam para herdeiros legítimos onde não existe testamento, a divisão é de proporcionalizada conforme código civil. Os herdeiros testamentários se dão através de testamento. Existindo a participação em sociedades, também, entra no inventário, pode haver a divisão por igual dos bens entre herdeiros, sendo assim, possibilitando a disputa pela administração da empresa. Segundo Mamede e Mamede (2012, p. 170) a Holding pode facilitar e adiantar o processo de sucessão e evitar disputas, com o decorrer do processo guiado pelo próprio empresário estando na posição de chefe e orientador. Permite que a nova administração seja implantada com a percepção da capacidade de seus 30 sucessores, tendo em vista, que a morte do fundador causa danos, não só patrimoniais como no sentido sentimental. Conforme demonstrado na figura 2. Figura 2 - Holding e sucessão Fonte: Mamede e Mamede (2012) Nesse sentido, Lodi (1987, p. 134) e Tillmann e Grzybovski (2005, p. 56) salienta a importância da sucessão planejada, ainda mais quando os herdeiros veem da primeira geração, pois, ainda são jovens e possivelmente não ingressaram no mercado de trabalho, poderá definir suas carreiras com máximo de segurança e impossibilitar crises na empresa. Com tal característica, caso planejado, está sucessão evitará o surgimento de crises organizacionais e permite a “empresa jovem” tornar-se “madura” (PADULA, 1998; 2000, p. 90, p. 99). 31 7. VANTAGES E DESVANTAGENS NO PROCESSO SUCESSÓRIO Dando seguimento a importância ao planejar as holdings pode identifica algumas das vantagens das empresas familiares conforme elucida (LODI, 2004, p. 93) a) manter ações ou quotas de outras companhias como majoritária e controladora ou como minoritária participativa, evitando assim a pulverização societária. b) a holding visa solucionar problemas de sucessão administrativa, treinando sucessores, como também profissionais de empresa, para alcançar cargos de direção. c) a reaplicação parcial ou total dos lucros gerados nas controladas ou participadas é também uma das finalidades da holding. Protege assim o negócio e satisfaz o investidor. d)por possuir maior poder de negociação com bancos, melhor negociação de seguros e captação de recursos de terceiros, exerce seu poder de representante do grupo empresarial. e) tendo maior facilidade de administração, exerce a holding maior controle pelo menor custo. f) existem vantagens no aproveitamento da legislação fiscal vigente, apesar dos controles mais rígidos sobre a holding. A maior vantagem nesse campo está principalmente na coordenação empresarial da pessoa física. g) manter ações ou quotas de outras companhias como majoritária e controladora ou como minoritária participativa, evitando assim a pulverização societária. Empresas familiares apresentam algumas fraquezas evidentes no seu processo de desenvolvimento e cultura, quando comparadas com as outras organizações” (LODI, 1998, p. 4). Dentre elas, este mesmo autor destaca: “a) conflitos de interesse entre família e empresa, que se refletem na descapitalização, na falta de disciplina, na utilização ineficiente dos administradores não familiares e no excesso de personalização dos problemas administrativos; 32 b) uso indevido dos recursos da empresa por membros da família transformando a companhia num erário dos familiares; c) falta de sistemas de planejamento financeiro e de apuração de custos de outros procedimentos de contabilidade e orçamento, tornando o lucro num resultado totalmente fortuito e não planejado; d) a resistência à modernização do marketing, ficando a comercialização sujeita a alguns vendedores antigos de confiança ou à falta de uma boa política de produtos e de mercado; e) emprego e promoção de parentes por favoritismo e não por competência.” No entanto Adachi (2006, p.71) acredita que, os problemas das empresas que são familiares costumam estar relacionados com a centralização de poder; o papel multifuncional do fundador; organograma mal definido; ausência de hierarquia; contratação de amigos ou familiares ao invés de profissionais; reduzida possibilidade de ascensão profissional; decisões baseadas em aspectos pessoais e intuição; relatórios empresariais mal elaborados; resistência à modernização; ausência de planejamento tributário e financeiro; silêncio sobre a sucessão; confusão entre empresa e família, falta de separação do patrimônio pessoal do patrimônio da empresa; utilização da estrutura da empresa para fins particulares; interferência dos problemas familiares na empresa; camuflagem dos problemas; relacionamento deteriorado entre pai-chefe e filho-funcionário; e outros. Segundo Teixeira as vantagens tributárias da holding familiar sobre os Inventários, iniciasse com a tributação da herança e doação, chegando a 4%, tanto para o inventário quanto para a herança. Já na tributação dos rendimentos é de 12%, no inventário de 27,50%, na tributação de venda de bens imóveis na holding é de 5,8%, e no inventário 27,50%. O tempo médio de para sua criação vai de 30 dias para a holding e por volta de 5 anos para o inventário. O resultado apresentado pela Holding irá depender principalmente da forma de atuação e decisão do executivo podendo obter vantagens ou desvantagens. Em conformidade com Rocha e Rios (2014, p. 23) a transferência patrimonial realizada perante uma holding, fazer-se mais vantajosa para seus herdeiros. As despesas geradas com transferência de herança, no valor de até R$ 1.000.000,00 (Um milhão), incidem impostos com taxa de 4% no ITCMD, no ITBI não incide 33 nenhum caso, quando tratado de honorários com inventário incide em 20%, isso acarretando despesas de aproximadamente 27.50% de tributos sobre a herança, junto as custas judiciais de justiça estadual que são de 300 UFESPs*. Oliveira aponta de maneira geral e direcionada as principais vantagens para obter a criação de uma holding são: Quanto ao aspecto econômico-financeiro: maior controle acionário com recursos reduzidos; custos menores pela possibilidade de melhor interação das atividades operacionais entre as empresas controladas; isolamento das dívidas das afiliadas; expansão de negócios rentáveis, apesar do insucesso de outras associadas, pois cada empresa afiliada pode ser considerada isoladamente; concentração do poder econômicodo acionista controlador na holding; maximização da garantia na aplicação de capital, se todas empresas forem lucrativas, principalmente quando existe a abordagem financeira do caixa único inerente às diversas empresas afiliadas. (Oliveira, 2003, p. 28). Por conseguinte, são divididas as atividades operacionais em dadas empresas quantas forem às atividades, deste modo, caso uma delas obtenha dificuldade, levará a resolução do problema, evitando, assim, afetar a rentabilidade das demais. Visando consolidar as operações de todas as empresas, formando um patrimônio saudável, capaz de transmitir a confiança necessária para o mercado. Oliveira segue analisando os aspectos administrativos: Quanto ao aspecto administrativo: flexibilidade e agilidade nas transferências e alocações de recursos dentro do grupo entre as empresas afiliadas a holding; enxugamento das estruturas ociosas das empresas afiliadas, relativamente aos serviços comuns a todo o grupo, principalmente no caso da holding mista; centralização de alguns trabalhos, com possibilidade de redução das despesas operacionais;-maior poder de negociação na obtenção de recursos financeiros e nos negócios com terceiros;-uniformidade administrativa e de procedimentos de rotina em todas as empresas afiladas;-centralização das decisões financeiras;- centralização de diretrizes e decisões do grupo empresarial;- descentralização de tarefas de execução entre as empresas afiliadas. (Oliveira, 2003, p. 28) 34 Tem-se a possibilidade de separar a parte operacional da administrativa, deste modo, proporcionando a centralização do poder de decisão, com isso, todas as ações de planejamentos passam a ser discutidos e decididos, sem a intercessão e envolvimento direto com as atividades operacionais. Possibilitando, também, uma padronização nas rotinas administrativas, facilitando, então, a compreensão do modo de gestão da direção da empresa. No que se diz respeito às vantagens relacionadas à parte fiscal tributaria Oliveira destaca alguns itens: Quanto aos aspectos legais, que podem contribuir para a otimização do planejamento fiscal e tributário: melhor tratamento de exigências setoriais (considerando setores específicos da economia), pois podem ser usufruídos, por exemplo, alguns incentivos fiscais específicos e momentâneos; melhor tratamento de exigências regionais pela maior interação com determinadas realidades regionais. (Oliveira, 2003, p. 29) Vale ressaltar que o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação) é pago antecipadamente na sucessão em vida, na realização do inventario o perito avaliará os valores do patrimônio e arbitrara o valor que prestará de base de calculo para este imposto. Além das divergências de valores que poderão ocorrer na avaliação do patrimônio no processo judicial, há também a vagarosidade, do custo em virtude da contratação de peritos entre outros profissionais, pagamento de laudo, e assim por diante. E por fim, Oliveira traz ainda algumas vantagens relacionadas aos aspectos societários, quais sejam: Quanto aos aspectos societários, que consolidam duas das mais importantes vantagens das empresas holdings:-ter confinamento dos possíveis conflitos familiares e societários, exclusivamente dentro da empresa holding; maior facilidade na transmissão de heranças. (Oliveira, 2003, p. 29) Ainda em conformidade com Oliveira (2003, p. 30) dada a centralização de ações administrativas nas holdings, possivelmente acarretará em pontos de vistas distintos, e com isso, discordâncias por parte dos sócios ou acionistas, ainda mais quando tratamos de família. Entretanto, a tendência é que esses possíveis conflitos 35 sejam solucionados internamente, não havendo exposições desnecessárias e desta forma, não afetará a empresa. Outro importante tópico a ser citado refere-se à transmissão de herança, tendo em vista a distribuição de quotas ou ações, o empresário garantirá a continuidade seus negócios através de pessoas de sua confiança. Seguindo com o pensamento de Werner (2011, p. 67) na empresa familiar comercial, existe a relação direta com os clientes e o público em geral. Deve-se aproveitar este momento para desenvolver os treinamentos e realizar os estudos necessários para seus sucessores, uma vez que se há necessidade de que os mesmos toquem os negócios mais adiante. Werner (2011, p. 69) Segue com seu pensamento sobre a realização da sucessão em vida, o empresário terá disposição para organiza o contrato social prevendo e solucionando os possíveis problemas futuros, elaborando acordos de quotistas, criando órgãos de governança corporativa de forma que seus herdeiros respeitem as prerrogativas destes órgãos, prevenindo que imponham suas vontades aproveitando do fato de serem os donos. Claro que, todas essas vantagens deverão ser analisadas com muita cautela junto a estudos de suas desvantagens, verificando sempre a viabilidade para seu tipo de negócio e suas pretensões, principalmente ao que tange aos aspectos administrativos, legais, tributários e societários. O desenvolvimento da holdings pode apresentar desvantagens se não obter um planejamento fiscal e financeiro adequados, isto é, as tributações de ganho de capital referente vendas de participações nas empresas afilhadas, impedir o aproveitamento de prejuízo fiscal tratando de holding pua levando a um possível lucro de controladas para outra que apresente dificuldades financeiras. Oliveira (2003, p. 30) Alerta a possível desmotivação por parte dos colaboradores, que poderá ocorrer devido ao elevado grau hierárquico de alguns e suas dificuldade em ocupares cargos operacionais, em muitos casos, ocorre que os principais cargos centralizam-se na holding, Outro aspecto relevante é afastar a família do poder de decisão, pois, desta forma, a e empresa perderá sua identidade inicial, seu intuído inicial de uma empresa familiar. Oliveira destaca, ainda, alguns dos aspectos legais tratando da opção para constituição de holding: 36 Quanto aos aspectos legais: ter dificuldade em operacionalizar os tratamentos diferenciados dos diversos setores da economia, principalmente pela falta de conhecimento específico da realidade de cada setor; ter problemas em operacionalizar as diversas situações provocadas pelas diferenças regionais. (Oliveira, 2003, p. 30) Devem-se atentar as peculiaridades econômicas e tributarias dos diferentes estados e países, pois, as economias são distintas. Pode acontecer que os diretores da holding não atentem se a este detalhe em relação a todas as operações da empresa, com isso, acabam tomando decisões não satisfatórias para a empresa. E por fim, Oliveira (2003, p. 30) ressalta uma desvantagem no aspecto societário, informando que o fato da constituição da holding, pode-se “consolidar o tratamento dos aspectos familiares entre quatro paredes, criando uma situação irreversível e altamente problemática”. Com a centralização a administração em uma holding poderá ser um risco tratando principalmente das empresas familiares, ocasionando disputa pela herança, intrigas, rivalidades pessoais, divergências de pensamentos, ou seja, misturando o profissional com o pessoal, isso, pode ser um grande problema para a empresa. Entretanto, segundo Oliveira (2003, p. 35) pode ser que seja mais vantajoso que esse tipo de conflito ocorra ne empresa holdings e não nas empresas operacionais, deste modo, não afetará as atividades lucrativas da empresa, toda via, sendo esses conflitos exagerados e a solução não for alcançada o quanto antes poderá afetar fatalmente o futuro da empresa. Levando até a dissolução das empresas, total ou parcialmente, ou então separar as empresas entre os herdeiros, etc. Vale ressaltar que, caso os herdeiros não consigam resolver seus problemas, mesmo com a utilização de todas as ferramentas ao seu dispor degovernança corporativa e profissionalização da gestão, a holding obrigará que todos convivam em sociedade de forma forçada até o final no âmbito da holding. Oliveira (2003, p. 56) acrescenta que algumas vantagens podem se ocasionalmente levar as desvantagens, tendo em vista, que o resultado da holding dependerá diretamente das tomadas de decisões, sendo, corretas ou não. Por fim, cabe uma profunda analise dos interessados a respeito da formação ou não uma holding, lembrando que uma empresa quando bem planejada e 37 administrada tem uma grande possibilidade de sucesso em seu segmento, independentemente de sua continuidade. 38 8. CONSTITUIÇÃO DE UMA HOLDING A holding pode ser constituída na forma de sociedade anônima ou limitada, desde que respeitados os requisitos legais impostos a cada uma destas espécies societárias. Conforme artigo 54 da Lei 8.934/94, onde dispõe da prova de publicidade dos atos societários, sendo realizada somente mediante registros públicos da junta comercial, as atividades econômicas podem provocar alguns interesses como do Estados, incluindo alguns órgãos, dentre isso, deve-se obter o cadastro nas juntas comerciais. Com a finalidade de garantir, a publicidade, segurança, autenticidade e eficácia de seus atos submetidos ao registro. Conforme Mamede e Mamede (2012, p. 45) Havendo-se sociedade empresária ou sociedade cooperativa o ato constitutivo seja ele através de contrato social ou estatuto social deverá ser registrado na junta comercial. Este registro é responsável por tornar público, neste ato deve-se constar a competência e as funções de cada órgão societário, propiciando segurança as empresas, seus sócios e terceiros. Desta forma, estabelecendo a função de cada indivíduo, as responsabilidades de seus atos e omissões, e as condutas que não são permitidas. Conforme informado pelo Sebrae/SP em seu site, são necessários sete passos para a constituição de uma empresa na junta comercial. Geralmente a empresa contrata um contador que fica responsável por efetuar os serviços e encaminhar a documentação necessária à junta comercial, cobrando os honorários referentes a serviços e custos para o cadastro conforme apresentado a seguir: 1º passo: Contratação do contador 2º passo: Consulta e Viabilização 3º passo: Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoa Jurídica 4º passo: CNPJ – Registro on-line 5º passo: Inscrição e Registro 6º passo: Alvará do corpo de Bombeiros 7º passo: Alvará de Funcionamento 39 O contador deve elaborar o contrato social com todas as informações obrigatórias e estabelece as vontades, necessidades, objetivos, obrigações e direitos segundo a vontade dos sócios. Os custos com serviços contábeis devem lavra o contrato social, sendo responsável inclusive pelos registros de alvará. 40 9. PLANEJAMENTO FAMILIAR, PATRIMONIAL E SUCESSÓRIO Seguindo com as orientações para um planejamento sucessório, patrimonial e societário, possibilita às empresas familiares uma organização mais abrangente e eficiente em sua governança, permitindo a disposição e a partilha dos bens e, principalmente, economia tributária. Para Rocha e Rios (2014, p. 78), a sucessão no direito se desmembra entre, a sucessão derivada entre vivos, e a que deriva como causa de morte, ocorrendo a transmissão de bens, direitos e obrigações, é transferida a seus herdeiros e legatórios. De acordo com Moraes (2013, p. 45), o holding é uma forma de eternizar as atividades de empresas familiares por gerações, preparando a sucessão das empresas, dos bens particulares e daqueles destinados à atividade empresarial, deste modo, tracejando o seguimento da governança das empresas familiares, de forma fundamental à evitar a quebra da continuidade dos negócio. Em alguns casos este tipo de partilha se dá em forma de testamento e simplifica a situação, entretanto, existem casos com perdas patrimoniais que exigem um planejamento mais cauteloso e uma cultura de governança corporativa, familiar e jurídico sucessória na família. Veremos a seguir o processo de sucessão da holding: 41 Figura 3 – constituição de holding familiar Faz-se necessário mencionar, Leone (2005, 78) e Oliveira (2006, p. 67) apontam para os tipos de sucessão existentes: um relacionado à sucessão familiar, onde, muda de uma geração para outra, com um membro da família ocupando o cargo deixado. Outro tipo mencionado é a sucessão profissional, onde a empresa familiar passa a ser administrada por profissionais contratados, o gestor tem maior facilidade de recrutamento e seleção, referido ser uma melhor opção, visto que profissional pode melhorar as empresas familiares. As empresas constituídas como sociedade limitada ou por ações devidamente registradas na Junta Comercial adquirem personalidade jurídica, desta forma, passam a ter patrimônio próprio distinto do patrimônio pessoal de seus sócios. 42 A consequência imediata da personificação da sociedade é distingui-la, para os feitos jurídicos, dos membros, que a compõem. Pois que cada um dos sócios é uma individualidade e a sociedade uma outra, não há como lhes confundir a existência. A sociedade, constituída por seu contrato, e personificada pelo registro, tem um fim próprio, econômico ou ideal; move- se, no mundo jurídico, a fim de realizar esse fim; tem direitos seus, e, em regra, um patrimônio, que administra, e com o qual assegura, aos credores, a solução das dívidas, que contrae. (PRADO, 2011, p.17) 43 10. BLINDAGENS PATRIMONIAIS Vale ressaltar que a sucessão realizada através da Holding não à necessidade de transferir nenhum bem, pois, o sucessor é quem fará a transferência das quotas aos seus herdeiros, onde será feita através de uma alteração do contrato. Não incidindo assim impostos obrigatórios na sucessão causa mortis, ocasionando uma grande economia com tributos. Segundo Mamede e Mamede (2012, p. 34) este tipo de sucessão ainda pode utilizar do recurso jurídico de uso fruto, desta forma, o empresário pode transferir as quotas ou ações aos herdeiros e conservar para si o uso fruto, deste modo, continua a exercendo o direito aos títulos transferidos, mantendo assim, sua administração da holding como controle de todas as sociedades e demais investimentos. O autor ainda cita outra forma de proteção para o patrimônio transferido aos filhos através de cláusulas restritivas. À vista disso, as doações de quotas ou ações deverão ser efetuadas mediante clausulas de incomunicabilidade conforme artigo 1668 1.668 do Código Civil, sendo assim, os títulos que forem transferidos não se comunicam com quaisquer uniões futuras de seus herdeiros, ainda que, não se exclua os frutos como dividendos e juros sobre capital próprio percebidos durante esta união artigo 1.669. Conforme artigo 1.668 e 1.669 do código Civil o autor comenta que: Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. Art. 1.668. São excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento. Teixeira cita algumas cláusulas que o doador pode ainda, incluir no contrato social que visam proteger o patrimôniodo herdeiro e do sucedido. 44 Cláusula de inalienabilidade - impedindo que o herdeiro necessário disponha desses bens; cláusula de impenhorabilidade - os bens não serão garantia das dívidas assumidas pelos herdeiros, no entanto continuarão como garantia das obrigações assumidas pela holding; cláusula de incomunicabilidade -os bens não serão comuns em razão de posterior casamento dos herdeiros necessários (Teixeira, 2007, 57). Tais clausulas serão responsáveis por impedir que terceiros possam deter o poder adquiridos pelos herdeiros, evitando assim, problemas futuros em relação ao patrimônio da empresa em mãos desconhecidas. 45 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo a analise da holding para a elaboração dos planejamentos patrimonial, familiar e sucessório. Ao decorrer do trabalho foi abordado o que é a holding, explicando o que se trata, quais os tipos existentes, quais as principais atribuições, seu histórico, como ocorre a sua constituição, analisando sua viabilidade, suas características e sua importância para o processo sucessório. Chega-se à conclusão que a experiência familiar é o principal fato a ser considerado e trabalhado para a sobrevivência da empresa, visto que, a sucessão tem muitas vantagens para o desenvolvimento da empresa, desde que, seja planejada e estudada com muita cautela, visando o crescimento e desenvolvimento da empresa, com uma análise detalhada, procurando a melhor forma de adaptar os seus interesses da pessoa jurídica, suas vontades e as necessidades. Deve-se considerar as características da empresa, buscando, assim, os objetivos sociais que a mesma pretende exercer através de suas atividades. A holding é utilizada pelos empresários com intuito de alcançar seus objetivos de médio e longo prazo. Esta ferramenta possibilita algumas soluções e facilidades em determinados aspectos, visto como uma forma de buscar e resolver as questões ligadas a sucessão. Este tipo de sociedade tem a função de atender mais as empresas familiares, pois possibilita a separação de conflitos familiares futuros, relacionados a herança como inventários e testamentos, podendo indicar especificamente os sucessores da sociedade em alguns casos, inclusive possibilita economia, advinda de um planejamento bem sucedido. Objetivo principal deste trabalho foi de analisar o processo de constituição de uma holding, suas vantagens e desvantagens para empresas familiares. Foram identificados os benefícios adquiridos com a constituição da mesma. Este modelo de planejamento auxiliará nos processos sucessórios, pois, antecipará as situações desgastantes posteriores e, portanto, a formação da holding deverá ser muito bem planejada e orientada, com o devido envolvimento profissional habilitado para lidar com a situação. É muito importante que o sucessor saiba de tudo sobre sua empresa e as vontades de seu antecessor para que dê continuidade aos negócios de uma forma 46 clara e objetiva, utilizando tudo o que lhe foi ensinado para manter a empresa de sua família bem estabelecida da melhor forma possível. 47 12. REFERÊNCIAS Apelação Cível nº 2002.001.13812, TJRJ, 2ªCâmara Cível, Rel. Des. Gustavo Kuhl Leite. Acessado em: Acessado em: 27/09/2020 CARVALHO, L. N. Truste, cartéis e holdings. 2015 Disponível em: < http://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/carteis-trustes-e- holdings.htm>Acessado em: 22/08/2020 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Direito de empresa sociedades. Vol. 2. 25ª Ed. 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