Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
“…saúde mental é um estado de boa adaptação, comum a sensação subjetiva de bem-estar, prazer de viver e uma sensação de que o indivíduo está a exercer os seus talentos e aptidões” (Chaplin, 1989) Variação mórbida da normalidade, capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. As doenças eram consideradas formas dos deuses castigarem os seres existentes na terra pelos seus pecados. Acreditava-se que as pessoas que mostravam comportamento diferenciado, ou ficavam isoladas, falavam sozinhas, eram pessoas possuídas e endemoniadas, tendo essas que passar por rituais mágicos, durante o cristianismo por rituais de exorcismos, pois nesse momento a igreja tinha o maior trepanação; rituais tribais; abandonos. Os tratamentos envolviam: História da Psiquiatria Saúde mental DOENÇA MENTAL PRÉ HISTÓRIA E ANTIGUIDADE Período mágico-sacerdotal “Saúde mental é o conjunto de ações de promoção, prevenção e tratamento referentes ao melhoramento ou à manutenção ou à restauração da saúde mental de uma população” (Saraceno, 1999) Normalidade x Anormalidade Porém ainda na idade antiga, 2000 a.C, Hipócrates (Pai da medicina) considerava epilepsia e histeria como diferentes, ou seja, decorrente do cérebro e útero. Portanto, Hipócrates como médico na época e sacerdote, começa a observar as pessoas no seu processo de adoecer e assim desmistifica a crença de que as “doenças eram causadas por maus espíritos”. Nesta época, teve então, início os estudos sobre as doenças mentais, reconhecendo doenças como a malária, a tuberculose, histeria, neurose, luxações e fraturas. Contudo, nas sociedades pré- capitalistas, os loucos (diferentes), eram compreendidos e tratados de diferentes maneiras, mas geralmente, com sentido mágico ou religioso, assim como até essa época, a religião era central na explicação do ser humano e da natureza. Chegando à idade média, há um retrocesso dos estudos científicos, em decorrência da inquisição, pois com a igreja sendo poderosa, devido os sacerdotes desempenhar cuidado aos soldados ou guerrilheiros, a igreja vai ganhando poder e se desenvolvendo. Assim, com o objetivo de possuir uma sociedade limpa e organizada, livre de doenças, inicia- se a caça as bruxas, ou seja, todas mulheres que tinham comportamentos diferentes, ou seja, mulheres com histeria eram caçadas e mortas. Idade antiga (2000 a.C) Idade média Sociedades pré-capitalistas revolução industrial comando na população, ou seja, a igreja mantinha a ordem. Com o surgimento da industrialização a ciência passa a ocupar espaço central para explicações dos fenômenos. A nova organização do trabalho passa a exigir locais para abrigar as pessoas que não se enquadravam nesse novo sistema, ou seja, locais para abrigar os “diferentes” ou “desordeiros” ou “loucos”. Com o avanço da medicina no século XVII e XVIII, chamado período do Iluminismo nascido na Europa, ou seja, a ciência passou a iluminar os problemas humanos, assim o homem através do conhecimento racional científico poderia libertar o homem das trevas ou do saber tradicional, desse saber baseado em mitos, religião, embasados na intuição e na moral. Então o saber científico baseava-se em libertar o homem da loucura para venderem sua força de trabalho no mercado. Por esse saber estar integrado a nova ordem industrial que era a sobrevivência por meio da força de trabalho, os médicos começaram a ter espaço dentro dos asilos e assim foram estudando, esses doentes, porém o cuidado era realizado através da repressão, pois acreditavam que a disciplina por meio de castigos, como o isolamento, Os “desviantes”, trancafiados nesses asilos, recebiam os cuidados das irmãs de caridade, porém esses cuidados eram leigos e repressivos e os números de asilos, só aumentavam, e junto com eles a disseminação de doenças, assim como a necessidade de diminuir a quantidade de prisioneiros e reduzir as taxas de doentes. Assim, as pessoas que por alguma razão não conseguiam se adaptar as formas disciplinadas de convivência, ao trabalho urbano e industrial, eram excluídas em prisões ou asilos e entre esses encontravam-se, leprosos, loucos, inválidos e outros desviados, onde a separação era necessária para não colocar em risco a ordem social vigente. Nesse momento com o desenvolvimento da industrialização, do comércio crescente com as mudanças crescentes nas formas de agir e de se viver nesse meio capitalista, muitos não se adaptaram a essas mudanças, e foram surgindo os moradores de rua, a prostituição, marginais e então as pessoas que não se adaptavam a ordenação/disciplina eram excluídas do convívio. Iluminismo (século XVII e XVIII) capitalismo fazia com que o indivíduo melhorasse, assim, os cuidadores passavam a ser os doentes que melhoravam, que ficavam mais educados, ou seja, a cura através da barganha. O indivíduo que se adequava às regras subia de cargo, e os “verdadeiros doentes” sofriam cada vez mais sendo sacrificados, apanhando dos “novos cuidadores”. A ordem médica tomando espaço nos asilos, a igreja sai desses espaços , que passam a ser chamados de hospícios ou hospitais e os cuidadores deixam de ser as irmãs de caridades para serem os ex- pacientes. Final do século XVIII A medicina começa a perceber que os pacientes possuem comportamentos diferenciados. É quando Philippe Pinel na França, propôs classificar os doentes, separando os desvios sociais das doenças, criando um ”tratamento moral” aos loucos que passaram a nova linguagem da nova As reformas políticas e sociais ocorridas na França no final do século XVIII, como conseqüência das idéias do Iluminismo e dos princípios da Revolução Francesa (direitos humanos), determinaram novos mecanismos de exclusão/inclusão e retiraram os pobres, velhos e vadios do asilo, permanecendo os loucos isolados na internação. especialidade que surgiam e se instaurava, a psiquiatria, a serem chamados de “alienados”. Nascendo, então a assistência psiquiátrica como instituição repressiva-assistencial, o hospital asilar. Pinel reuniu três dimensões, cuja articulação constitui a síntese alienista: a classificação do espaço institucional, o arranjo nasográfico das doenças mentais e a imposição de uma relação específica de poder Pinel na França e Tuke na Inglaterra foram os principais protagonistas de um movimento de reforma dos asilos quando internamento tornou-se medida de caráter médico. No tratamento moral de Pinel e seus contemporâneos, o louco, libertado dos grilhões que o reprimiam fisicamente passou a ser submetido a um controle social e moral ininterrupto. Num ambiente de racionalidade, ele passou a ser vigiado, julgado, responsabilizado, corrigido e reprimido. entre médico e doente – o tratamento moral, ou seja, um poder, um saber e um lugar para o seu exercício, o hospital. Acontece a objetivação da loucura por meio do conhecimento cientifico aliado à categorização que Pinel faz no hospital e a percepção da alienação mental por critérios morais. No século XIX, a medicalização da loucura, através da instituição médica, junto à lei de 30 de junho de 1838 a fixar por mais de um século o alienado num completo estado de minoridade social. Na França influenciada pelos mais célebres alienistas do período torna esta a primeira lei européia sobre os alienados, reforçando os aspectos de periculosidade e de ordem pública sobre o alienado. Pinel como o primeiro formulador da ciência alienista, cuja, se consistia em observar o curso natural dos distúrbios mentais, dirigindo a atenção para os sinais e sintomas da loucura procurando onde se incidia no organismo. final do século XVIII para o século XIX Século XIX
Compartilhar